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segunda-feira, 20 de maio de 2024

Casa de Vila Verde Loureiro 2022

 




Vinho: Casa de Vila Verde

Casta: Loureiro

Safra: 2022

Região: Sousa, Vinhos Verdes

País: Portugal

Produtor: Casa de Vila Verde

Teor Alcoólico: 12%

Adquirido: Wine

Valor: R$ 54,90

 

Análise:

Visual: revela um brilhante amarelo palha, com reflexos esverdeados.

Nariz: tem uma personalidade floral que traz sensação de frescor e delicadeza, com notas de frutas cítricas e de polpa branca, como abacaxi, pera, maçã.  

Boca: apresenta-se fresco, leve, frutado, com excelente equilíbrio entre fruta e acidez, que se mostra salivante, vibrante. Com bom final de boca e boa estrutura.

 

Produtor:


domingo, 18 de junho de 2023

Varanda dos Reis Escolha 2021

 

Eu costumo dizer, usando um famoso jargão popular, que dou meu reino por um vinho verde! Acredito que tudo que eu dizer por aqui serei redundante, tamanho é meu apreço pela região do Minho, pela famosa região portuguesa dos Vinhos Verdes.

Mas que seja, melhor “pecar” pelo excesso do que qualquer outra coisa. Não deixo de exaltar a região e seus rótulos e não é por conta apenas de seu terroir especial, mas porque são vinhos que harmonizam muito bem com as características climáticas do Brasil, bem como as culturais também. Trata-se de vinhos solares!

É uma região que definitivamente entrou na rota de nosso mercado consumidor e se tornou um dos mais queridos de nosso país. Que sorte temos, pelo menos nesse quesito, de ser um grande exportador de vinhos do Velho Mundo.

De Velho Mundo os verdes nada têm. Eles têm a “cara”, o “DNA” do Brasil e de muitos outros países tropicais. São frescos, solares, frutados, cítricos, leves, agradáveis. São tradicionalmente saborosos. Claro que os produtores e a instituição que rege e regulamentam seus vinhos estão apostando em rótulos mais complexos e longevos, a Alvarinho tem essa vocação, mas o vinho verde que conhecemos é aquele que conheço desde sempre: leve, frutado e fresco!

Atualmente temos visto, bem timidamente é verdade, alguns produtores, pelo menos os mais famosos, trazer vinhos verdes mais complexos, com passagem por barricas de carvalho, com potencial de guarda, com os Alvarinhos, por exemplo.

Há quem diga que esses rótulos, essas propostas, são uma espécie de desserviço aos populares vinhos mais leves e despretensiosos, mas para outros os vinhos verdes mais estruturados e complexos traria mais credibilidade a região, sobretudo no quesito exportação, pois os mais leves são mais baratos e podem ser associados a vinhos ruins, ordinários, o que, convenhamos, é uma bobagem desmedida!

E o vinho de hoje está na “ala” dos mais simples, dos mais despretensiosos, de uma das belas vinícolas da região do Minho que eu descobri e que tem um acesso grande e variado de rótulos no Brasil. Falo da Vercoope! Tenho degustado bons e interessantes vinho desse belo produtor, ótimo custo X benefício.

O vinho de hoje é de uma linha de rótulos da Vercoope que recentemente entrou em nosso mercado chamada “Varanda dos Reis” e que, inclusive já degustei um 100% Loureiro, a minha casta preferida da região do Minho, e que vale a degustação, marquem o nome: Varanda dos Reis Loureiro 2021!

Sem mais delongas o vinho que degustei veio da Região dos Vinhos Verdes e se chama Varanda dos Reis Escolha, composto pelas castas Arinto (30%), Azal (30%), Loureiro (30%) e Trajadura (10%) da safra 2021. Já anima pelo fato de o blend trazer as castas típicas da região e também pela nomenclatura que traz: “Escolha”! 

Mas o que é, o que significa “Escolha” nos rótulos dos vinhos? Trata-se de uma denominação de qualidade, mas que não é uma denominação de origem, mas se assemelha a um reserva ou grande reserva, por exemplo. Significa que obteve uma qualificação, uns pontos acima do “normal”, dos vinhos regionais, por exemplo, pelo organismo ou instituição que certifica o vinho.

Mais um quesito que poderá tornar esse vinho interessante, um predicado, quem sabe. Mas antes de tecer os comentários, com requinte de detalhes, do vinho, vamos as histórias da famosa Região do Minho, dos Vinhos Verdes.

Vinhos Verdes: Entre-Douro-e-Minho

Desde o tempo da ocupação romana, antes da era cristã, a vinha era cultivada na margem sul do Rio Minho da forma característica e invulgar que se mantém até hoje. Não se trata de suposição. As referências à viticultura na região encontram-se nos escritos do naturalista Plínio, o Velho, em sua História Natural, e do filósofo Sêneca, em seu compêndio Questões Naturais. Está também documentada na legislação do Imperador Domiciano, entre 96 e 51 a.C.

Na Idade Média multiplicam-se as referências escritas ao cultivo das uvas e a elaboração de vinhos no noroeste lusitano, a partir das atividades nos mosteiros e do decisivo suporte da coroa portuguesa. O vinho entra definitivamente, entre os séculos XIII e XIV, nos hábitos das populações entre o Minho e o Douro ao mesmo tempo em que se dá a expansão econômica da região e a crescente circulação da moeda. Ainda que a exportação fosse pequena, os vinhos verdes foram, entre os vinhos portugueses, os primeiros conhecidos fora das fronteiras, particularmente na Inglaterra.

No início do século XX, ultrapassados os problemas das quebras de produção devido às pragas, foram tomadas medidas especiais para a colocação dos vinhos locais e escoamento dos excedentes. Tornava-se obrigatório, para isso, conservar a genuinidade e a qualidade dos produtos, assegurando-se seu valor do ponto de vista cultural e econômico.

O ano de 1908 é crítico na história portuguesa: o rei Carlos I e seu filho são assassinados, abrindo caminho para a República. Nesse mesmo ano, a região dos vinhos verdes é demarcada oficialmente e dividida em seis sub-regiões: Monção, Lima, Basto, Braga, Amarante e Penafiel. O limite a oeste é o Atlântico e, ao norte, a Espanha.

Região dos Vinhos Verdes

A Região Demarcada dos Vinhos Verdes está dividia em nove sub-regiões, cada uma com sua característica específica e suas castas de uva recomendadas:

Sub-região de Monção e Melgaço: utilizam-se apenas as castas Pedral (tinta) e Alvarinho (branca). É de lá o mais icônico Alvarinho, com notas cítricas misturadas com nuances de aromas florais e de frutos tropicais e paladar mineral.

Sub-região de Amarante: as castas brancas são Azal e Avesso e originam vinhos com aromas frutados e com o maior teor alcoólico da Região. Mas é dos tintos que vem a fama da sub-região. Elaborados com Amaral, Vinhão e Espadeiro, são vinhos com cor carregada e muito viva.

Sub-região de Baião: também tem muita notoriedade na produção dos brancos, a partir da casta Avesso.

Sub-região de Basto: a casta Azal atinge o seu máximo potencial e resultam vinhos com aroma de limão e maçã verde muito frescos, de alta acidez.

Sub-região do Cávado: têm vinhos brancos das castas Arinto, Loureiro e Trajadura com acidez moderada e notas de frutos cítricos e de pomar. Os vinhos tintos são na maioria cortes de Vinhão e Borraçal, cor intensa vermelho granada e aromas de frutos frescos.

Sub-região do Lima: Os vinhos brancos mais famosos são produzidos a partir da casta Loureiro. Os aromas são finos e elegantes e vão desde limão até rosas.

Sub-região de Paiva: produz alguns dos tintos mais prestigiados de toda a região a partir de Amaral e Vinhão.

Sub-região do Sousa: utiliza a casta Espadeiro, principalmente para a produção de rosés, sendo alguns dos mais destacados da Região.

Sub-região do Ave: Arinto e Loureiro Trajadura juntas compõem um blend perfeito com frescura viva e notas florais e de frutas cítricas.

Em 1926 foi criada a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), responsável por controlar e certificar os produtos elaborados na região. Quando a amostra apresentada à CVRVV não cumpre com os requisitos legais para ser certificada como DOC, o exemplar recebe o selo IG Minho.

Isso não quer dizer que o vinho é de pior qualidade, apenas que não se enquadra legalmente aos parâmetros pré-definidos. A IG Minho permite a utilização de maior variedade de castas, incluindo uvas internacionais, e regras distintas de vinificação.

Na maioria dos casos, os produtores não estão buscando necessariamente a tipicidade do vinho, mas a produção de vinhos inovadores. É comum encontrar vinhos IG Minho mais caros que os DOC Vinhos Verdes. Alguns produtores optam de forma intencional por rotular seus vinhos como Regional do Minho, até mesmo por questões de marketing e posicionamento de mercado.

A região dos Vinhos Verdes tem influência atlântica, reforçada pela orientação dos vales dos principais rios, que correndo de nascente para poente facilitam a penetração dos ventos marítimos. É observada elevada pluviosidade, temperatura amena, pequena amplitude térmica e solo majoritariamente granítico e localmente xistoso. Mas algumas regiões, por conta do microclima, apresentam características de terroir distintas. O que influencia diretamente no vinho.

Por que vinho verde?

Evidentemente, a cor do Vinho Verde não é verde. Então, por que esse nome? Duas são as versões mais conhecidas. O Vinho Verde leva esse nome porque as uvas da região, mesmo quando maduras, têm elevado teor de acidez, produzindo líquido cujas características lhes dão a aparência de vir de uvas colhidas antes da correta maturação.

A outra explicação diz que "Vinho Verde" significa "vinho de uma região verde", ou seja, a denominação deriva da belíssima paisagem local, onde o verde das terras cultivadas se perde no horizonte.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta linda cor citrina, aquele amarelo palha brilhante, com proeminentes reflexos esverdeados, com boa gaseificação denotando frescor.

No nariz traz aromas pronunciados de frutas de caroço, de polpa branca, de frutas cítricas, com destaque para tangerina, limão, maçã-verde, pera, abacaxi, algo de pêssego também, com um gostoso toque de mineralidade, entregando um incrível frescor e leveza.

Na boca é fresco, leve, saboroso, porém traz alguma untuosidade que o torna marcante, com alguma personalidade. As notas frutadas ganha protagonismo no paladar, como no aspecto olfativo, com uma acidez intensa, que faz salivar, com um final cheio e de discreto dulçor.

Perguntei ao produtor, por email, qual o motivo do nome “Varanda dos Reis”. E o Sr. José Castro, muito gentilmente, me respondeu que a Vercoope é a união de sete cooperativas da Região dos Vinhos Verdes, das vilas Amarante, Braga, Famalicão, Felgueiras, Guimarães, Paredes e Vale de Cambra. E essa linha de rótulos é uma homenagem à uma das “Varandas dos Reis”, que há também na Vila de Amarante, uma das adegas da Vercoope. Vinhos de excelente custo X benefício que dignificam a região dos Vinhos Verdes, da Região do Minho! Tem 11% de teor alcoólico.

Sobre a Vercoope:

A Vercoope é uma união de sete Cooperativas Vitivinícolas da Região dos Vinhos Verdes: Amarante, Braga, Guimarães, Famalicão, Felgueiras, Paredes e Vale de Cambra. Foi criada em 1964 com o objetivo de engarrafar, comercializar e distribuir o vinho produzido pelos viticultores destas cooperativas.

A união permitiu juntar a produção de 4.000 viticultores e lança-la no mercado, nacional e internacional, conseguindo mais qualidade, dimensão e competitividade. A qualidade dos vinhos é reconhecida e comprovada pelos consumidores, pelas vendas e pelas centenas de prémios conquistados em competições de vinhos e imprensa especializada.

A Vercoope produz anualmente 8 milhões de garrafas de Vinho Verde, sendo 30% para exportação. A Vercoope – União das Adegas Cooperativas da Região dos Vinhos Verdes, U.C.R.L, está inserida na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, considerada a maior região demarcada de Portugal e uma das maiores do mundo, essencialmente devido à sua extensão e da área dos solos dedicados à cultura da vinha, a que acresce uma significativa percentagem de população diretamente dependente do setor vitivinícola e nomeadamente do Vinho Verde.

A Vercoope é uma entidade vocacionada para o engarrafamento, comercialização e distribuição de Vinho Verde e integra na sua estrutura as adegas cooperativas de Amarante, Braga, Guimarães, Famalicão, Felgueiras, Paredes e Vale de Cambra que representam no seu conjunto explorações vitícolas de cerca de 5.000 viticultores.

Situada em Agrela, Santo-Tirso, numa estrutura moderna e tecnologicamente avançada, quer com meios técnicos quer com meios humanos, tem potenciado, desde a sua fundação, em 1964, o desenvolvimento da cultura do Vinho Verde, promovendo a sua divulgação, o seu consumo e a valorização do produtor. 

Com mais de meio século de atividade a defender uma política de qualidade e prestígio para os seus vinhos, espumantes e aguardentes, ocupa por direito próprio, um lugar de destaque no setor, sendo muito naturalmente considerada uma instituição de referência no panorama regional e nacional.

Mais informações acesse:

https://vercoope.pt/

Referências:

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/vinho-verde-bebida-portuguesa-do-verao_8317.html

https://revistaadega.uol.com.br/artigo/a-paisagem-que-deu-nome-ao-vinho_2744.html

“Reserva 85”: https://reserva85.com.br/vinho/indicacao-geografica-ig-denominacao-de-origem-do/regioes-demarcadas-de-portugal/regiao-dos-vinhos-verdes/

 

 

 

 

 

 

 




domingo, 26 de março de 2023

Varanda dos Reis Loureiro 2021

Eu costumo dizer, usando um famoso jargão popular, que dou meu reino por um vinho verde! Acredito que tudo que eu dizer por aqui serei redundante, tamanho é meu apreço pela região do Minho, pela famosa região portuguesa dos Vinhos Verdes.

Mas que seja, melhor “pecar” pelo excesso do que qualquer outra coisa. Não deixo de exaltar a região e seus rótulos não é por conta apenas de seu terroir especial, mas porque são vinhos que harmonizam muito bem com as características climáticas do Brasil, bem como as culturais também.

É uma região que definitivamente entrou na rota de nosso mercado e se tornou um dos mais consumidos de nosso país. Que sorte temos, pelo menos nesse quesito, de ser um grande exportador de vinhos do Velho Mundo.

De Velho Mundo os verdes nada têm. Eles têm a “cara”, o “DNA” do Brasil e de muitos outros países tropicais. São frescos, solares, frutados, cítricos, leves, agradáveis. São tradicionalmente saborosos. Claro que os produtores e a instituição que rege e regulamentam seus vinhos estão apostando em rótulos mais complexos e longevos, a Alvarinho tem essa vocação, mas o vinho verde que conhecemos é aquele que conheço desde sempre: leve, frutado e fresco!

E falando em desde sempre, já tem quase dez anos e falo por alto que degusto os bons e valoráveis vinhos verdes. Confesso, contudo, que não me recordo do meu primeiro rótulo, mas aposto firmemente que foi da Adega de Monção, grande produtor dessa região, com os seus vinhos mais simples, de entrada e rótulos intermediários.

Em 2019 com alguns anos degustando vinhos verdes, tive a alegria de participar de um evento em minha cidade voltado a esses rótulos chamado, com um título muito sugestivo e para lá de verdadeiro, “Vinho Verde Wine Experience”, na edição de 2020, está última em plena pandemia de Coronavírus.

Foi de fato uma experiência singular, pois tive a alegria de descobrir um universo vastíssimo de propostas de vinhos verdes, que vai dos tradicionais leves e frescos com os barricados e longevos.

E hoje é dia de degustação de vinho verde! E hoje é degustação da minha cepa preferida dessa região: Loureiro. Quando costumamos falar de Vinhos Verdes torna-se inevitável falar da mais famosa e bem quista das cepas daquela região, a Alvarinho.

Mas a Loureiro hoje é a artista do espetáculo da degustação e é de um produtor que aprendi a gostar, graças evidentemente aos seus rótulos simples, mas que expressa o terroir do Minho, a Vercoope.

O vinho que degustei e gostei veio da região dos Vinhos Verdes, do Minho, no norte de Portugal e se chama Varanda dos Reis da casta Loureiro e safra 2021. Como de costume vamos de história, vamos de Minho e Loureiro.

Vinhos Verdes: Entre-Douro-e-Minho

Desde o tempo da ocupação romana, antes da era cristã, a vinha era cultivada na margem sul do Rio Minho da forma característica e invulgar que se mantém até hoje. Não se trata de suposição. As referências à viticultura na região encontram-se nos escritos do naturalista Plínio, o Velho, em sua História Natural, e do filósofo Sêneca, em seu compêndio Questões Naturais. Está também documentada na legislação do Imperador Domiciano, entre 96 e 51 a.C.

Na Idade Média multiplicam-se as referências escritas ao cultivo das uvas e a elaboração de vinhos no noroeste lusitano, a partir das atividades nos mosteiros e do decisivo suporte da coroa portuguesa. O vinho entra definitivamente, entre os séculos XIII e XIV, nos hábitos das populações entre o Minho e o Douro ao mesmo tempo em que se dá a expansão econômica da região e a crescente circulação da moeda. Ainda que a exportação fosse pequena, os vinhos verdes foram, entre os vinhos portugueses, os primeiros conhecidos fora das fronteiras, particularmente na Inglaterra.

No início do século XX, ultrapassados os problemas das quebras de produção devido às pragas, foram tomadas medidas especiais para a colocação dos vinhos locais e escoamento dos excedentes. Tornava-se obrigatório, para isso, conservar a genuinidade e a qualidade dos produtos, assegurando-se seu valor do ponto de vista cultural e econômico.

O ano de 1908 é crítico na história portuguesa: o rei Carlos I e seu filho são assassinados, abrindo caminho para a República. Nesse mesmo ano, a região dos vinhos verdes é demarcada oficialmente e dividida em seis sub-regiões: Monção, Lima, Basto, Braga, Amarante e Penafiel. O limite a oeste é o Atlântico e, ao norte, a Espanha.

Minho, Vinhos Verdes

A Região Demarcada dos Vinhos Verdes está dividia em nove sub-regiões, cada uma com sua característica específica e suas castas de uva recomendadas:

Sub-região de Monção e Melgaço: utilizam-se apenas as castas Pedral (tinta) e Alvarinho (branca). É de lá o mais icônico Alvarinho, com notas cítricas misturadas com nuances de aromas florais e de frutos tropicais e paladar mineral.

Sub-região de Amarante: as castas brancas são Azal e Avesso e originam vinhos com aromas frutados e com o maior teor alcoólico da Região. Mas é dos tintos que vem a fama da sub-região. Elaborados com Amaral, Vinhão e Espadeiro, são vinhos com cor carregada e muito viva.

Sub-região de Baião: também tem muita notoriedade na produção dos brancos, a partir da casta Avesso.

Sub-região de Basto: a casta Azal atinge o seu máximo potencial e resultam vinhos com aroma de limão e maçã verde muito frescos, de alta acidez.

Sub-região do Cávado: têm vinhos brancos das castas Arinto, Loureiro e Trajadura com acidez moderada e notas de frutos cítricos e de pomar. Os vinhos tintos são na maioria cortes de Vinhão e Borraçal, cor intensa vermelho granada e aromas de frutos frescos.

Sub-região do Lima: Os vinhos brancos mais famosos são produzidos a partir da casta Loureiro. Os aromas são finos e elegantes e vão desde limão até rosas.

Sub-região de Paiva: produz alguns dos tintos mais prestigiados de toda a região a partir de Amaral e Vinhão.

Sub-região do Sousa: utiliza a casta Espadeiro, principalmente para a produção de rosés, sendo alguns dos mais destacados da Região.

Sub-região do Ave: Arinto e Loureiro Trajadura juntas compõem um blend perfeito com frescura viva e notas florais e de frutas cítricas.

Em 1926 foi criada a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), responsável por controlar e certificar os produtos elaborados na região. Quando a amostra apresentada à CVRVV não cumpre com os requisitos legais para ser certificada como DOC, o exemplar recebe o selo IG Minho.

Isso não quer dizer que o vinho é de pior qualidade, apenas que não se enquadra legalmente aos parâmetros pré-definidos. A IG Minho permite a utilização de maior variedade de castas, incluindo uvas internacionais, e regras distintas de vinificação.

Na maioria dos casos, os produtores não estão buscando necessariamente a tipicidade do vinho, mas a produção de vinhos inovadores. É comum encontrar vinhos IG Minho mais caros que os DOC Vinhos Verdes. Alguns produtores optam de forma intencional por rotular seus vinhos como Regional do Minho, até mesmo por questões de marketing e posicionamento de mercado.

A região dos Vinhos Verdes tem influência atlântica, reforçada pela orientação dos vales dos principais rios, que correndo de nascente para poente facilitam a penetração dos ventos marítimos. É observada elevada pluviosidade, temperatura amena, pequena amplitude térmica e solo majoritariamente granítico e localmente xistoso. Mas algumas regiões, por conta do microclima, apresentam características de terroir distintas. O que influencia diretamente no vinho.

Por que vinho verde?

Evidentemente, a cor do Vinho Verde não é verde. Então, por que esse nome? Duas são as versões mais conhecidas. O Vinho Verde leva esse nome porque as uvas da região, mesmo quando maduras, têm elevado teor de acidez, produzindo líquido cujas características lhes dão a aparência de vir de uvas colhidas antes da correta maturação.

A outra explicação diz que "Vinho Verde" significa "vinho de uma região verde", ou seja, a denominação deriva da belíssima paisagem local, onde o verde das terras cultivadas se perde no horizonte. 

Loureiro

A uva Loureiro é uma variedade branca amplamente cultivada no norte de Portugal, famosa por fazer parte na composição do tradicional Vinho Verde, elaborado na região do Minho. Além disso, a Loureiro também é cultivada em pequenas quantidades na Galícia, comunidade autônoma espanhola, ao noroeste da península ibérica.

Originária do Vale do rio Lima, a uva Loureiro é uma variedade extremamente fértil e com rendimentos generosos e que, apenas recentemente, assumiu o papel de uma casta nobre. Em regiões espanholas, essa variedade é conhecida também como Loureira, dando origem a excelentes vinhos brancos em Rías Baijas e, muitas vezes, sendo misturada com a casta mais tradicional e emblemática do país, a uva Albariño.

O nome Loureiro vem de “louros” que, no dialeto espanhol, é como eram chamadas às folhas da vinha por causa do seu perfume muito característico. Além das folhas, a flor da uva Loureiro tem também qualidades aromáticas marcantes por conta da sua personalidade floral, com ênfase nos aromas de flor de acácia, tília e laranjeira.

Os vinhos produzidos a partir da uva Loureiro apresentam excelentes aromas, notável acidez e baixos índices alcoólicos, visto que os varietais estão se tornando cada vez mais populares entre consumidores e críticos. No entanto, os famosos Vinhos Verdes, sempre foram historicamente elaborados com as uvas Trajadura e Arinto – conhecida também como Perdenã na região do Minho.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um lindo amarelo palha brilhante, reluzente com discretos tons esverdeados, uma efervescência, a famosa concentração de bolhas, que denotam acidez e consequentemente frescor ao vinho.

No nariz traz abundância de aromas de frutas tropicais, de polpas brancas e cítricas como abacaxi, maracujá, pera, maçã-verde, limão, lichia e algo de pêssego também. Entrega um floral bem delicado, algo de flor de laranjeira e a sensação de grama cortada.

Na boca é saboroso, leve, fresco, com o protagonismo das notas frutadas, como no aspecto olfativo, com aquela agulha que pinica a ponta da língua, mas discreto, sem incomodar, trazendo ainda uma exuberante acidez que definitivamente nos faz salivar a boca, estimulando uma taça cheia atrás da outra. Entrega, apesar da frescura, como dizem os portugueses, alguma untuosidade que se prolonga no final da boca, sendo persistente.

Perguntei ao produtor, por email, qual o motivo do nome “Varanda dos Reis”. E o Sr. José Castro, muito gentilmente, me respondeu que a Vercoope é a união de sete cooperativas da Região dos Vinhos Verdes, das vilas Amarabnte, Braga, Famalicão, Felgueiras, Guimarães, Paredes e Vale de Cambra. E essa linha de rótulos é uma homenagem à uma das “Varandas dos Reis”, que há também na Vila de Amarante, uma das adegas da Vercoope. Vinhos de excelente custo X benefício que dignificam a região dos Vinhos Verdes, da Região do Minho! Tem 11% de teor alcoólico.

Sobre a Vercoope:

A Vercoope é uma união de sete Cooperativas Vitivinícolas da Região dos Vinhos Verdes: Amarante, Braga, Guimarães, Famalicão, Felgueiras, Paredes e Vale de Cambra. Foi criada em 1964 com o objetivo de engarrafar, comercializar e distribuir o vinho produzido pelos viticultores destas cooperativas.

A união permitiu juntar a produção de 4 000 viticultores e lança-la no mercado, nacional e internacional, conseguindo mais qualidade, dimensão e competitividade. A qualidade dos vinhos é reconhecida e comprovada pelos consumidores, pelas vendas e pelas centenas de prémios conquistados em competições de vinhos e imprensa especializada.

A Vercoope produz anualmente 8 milhões de garrafas de Vinho Verde, sendo 30% para exportação. A Vercoope – União das Adegas Cooperativas da Região dos Vinhos Verdes, U.C.R.L, está inserida na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, considerada a maior região demarcada de Portugal e uma das maiores do mundo, essencialmente devido à sua extensão e da área dos solos dedicados à cultura da vinha, a que acresce uma significativa percentagem de população diretamente dependente do setor vitivinícola e nomeadamente do Vinho Verde.

A Vercoope é uma entidade vocacionada para o engarrafamento, comercialização e distribuição de Vinho Verde e integra na sua estrutura as adegas cooperativas de Amarante, Braga, Guimarães, Famalicão, Felgueiras, Paredes e Vale de Cambra que representam no seu conjunto explorações vitícolas de cerca de 5000 viticultores.

Situada em Agrela, Santo-Tirso, numa estrutura moderna e tecnologicamente avançada, quer com meios técnicos quer com meios humanos, tem potenciado, desde a sua fundação, em 1964, o desenvolvimento da cultura do Vinho Verde, promovendo a sua divulgação, o seu consumo e a valorização do produtor.

Com mais de meio século de atividade a defender uma política de qualidade e prestígio para os seus vinhos, espumantes e aguardentes, ocupa por direito próprio, um lugar de destaque no sector, sendo muito naturalmente considerada uma instituição de referência no panorama regional e nacional.

Mais informações acesse:

https://vercoope.pt/

Referências:

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/vinho-verde-bebida-portuguesa-do-verao_8317.html

https://revistaadega.uol.com.br/artigo/a-paisagem-que-deu-nome-ao-vinho_2744.html

“Reserva 85”: https://reserva85.com.br/vinho/indicacao-geografica-ig-denominacao-de-origem-do/regioes-demarcadas-de-portugal/regiao-dos-vinhos-verdes/

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/loureiro








 

domingo, 3 de julho de 2022

Terras de Felgueiras Loureiro 2020

 

Meu reino por um vinho verde! Sempre costumo dizer essa frase e a digo sem medo da dependência, da subserviência. O amor pelo vinho verde é incondicional e antigo. Sou ainda da época do vinho verde leve, fresco, despretensioso, com aquela típica “agulha” e uma boa acidez!

Hoje tenho testemunhado uma proliferação de propostas de vinhos verdes com uma cara de “vinhos de boutique”, com estilo, com estrutura, com passagens por barricas de carvalho também. Estive inclusive em um evento que trazia essa multiplicidade dos vinhos verdes chamado Vinho Verde Wine Experience em duas edições.

Claro que não sou aquele tipo de gente que rejeita o novo, que vira os olhos para as novas propostas. Acho que oxigena o vinho verde e valoriza a região que já tem a sua importância e que traz, desde sempre, visibilidade aos vinhos portugueses no mundo, mas ainda me curvo para os frescos vinhos verdes e toda a sua nobre simplicidade.

Claro que a intenção da instituição que rege, regulamenta e dissemina a cultura dos vinhos verdes, bem como os seus produtores, querem trazer, com os vinhos mais complexos, a valorização de seus rótulos, pois, penso que, pelo fato de produzirem vinhos mais frescos, jovens e frutados, básicos e baratos, associa-se a produtos ruins, mas são apenas propostas, digo, apenas propostas.

E a degustação de hoje será de um produtor que aprendi a gostar pelos seus rótulos com excelente custo X benefício e que conheci por intermédio de um surpreendente Alvarinho que, quando chegam em terras brasileiras, sobretudo os varietais, vem com um alto valor que é o Terra de Felgueiras Alvarinho 2017.

Não preciso falar que é a linha de rótulos da “Terra de Felgueiras” do grupo Vercoope. Já degustei também alguns vinhos desse produtor, os ditos mais básicos, os de mesa não safrados e digo que também surpreenderam pela simplicidade, pela qualidade.

E hoje apresento um rótulo cuja casta é a minha preferida da região do Minho, da região dos Vinhos Verdes, que é a Loureiro. A Alvarinho é a rainha dos Vinhos Verdes, de toda aquela região, sobretudo das emblemáticas Monção e Melgaço, mas há de se reverenciar a Loureiro pela sua boa acidez, levez e mineralidade. Expressa com fidelidade os rótulos solares dessa região.

E esse vinho eu já havia degustado no evento mencionado antes, o “Vinho Verde Wine Experience” e dessa vez terei a garrafa toda a minha disposição. Então sem mais delongas o vinho que degustei e gostei vem da Região de Vinhos Verdes e se chama Terras de Felgueiras Loureiro da safra 2020. E antes de falar do vinho falemos da sub-região de Felgueiras, que estampa no rótulo do vinho e da minha queridinha Loureiro.

Felgueiras

Felgueiras é uma cidade portuguesa no Distrito do Porto, região Norte e sub-região Tâmega, com cerca de 15.525 habitantes, inserida na freguesia de Margaride. É sede de um município com 115,62 km² de área e 58.922 habitantes (2006), subdividido em 32 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Fafe, a nordeste por Celorico de Basto, a sueste por Amarante, a sudoeste por Lousada e a noroeste por Vizela e Guimarães. 

O município é constituído por quatro centros urbanos: a Cidade de Felgueiras, a Cidade da Lixa, a Vila de Barrosas e a Vila da Longra. Verdadeiro coração da NUT Tâmega, constitui hoje uma centralidade importante no mapa de auto-estradas e itinerários principais, uma garantia sólida de afirmação das inúmeras potencialidades reais concelhias. 

Felgueiras

Os bordados são uma das mais ricas tradições do concelho, que emprega cerca de dois terços das bordadeiras nacionais. O filé ou ponto de nó, o ponto de cruz, o bordado a cheio, o richelieu e o crivo são exemplos genuínos do produto artesanal de verdadeiras mãos de fada. Os sabores autênticos da gastronomia, a frescura e intensidade dos aromas dos vinhos e o ambiente de grande animação proporcionam momentos inesquecíveis.

Dando corpo a essa riqueza, foi já constituída a “Confraria do Vinho de Felgueiras”, destinada a divulgar e defender o vinho e a gastronomia felgueirenses. Felgueiras, com 58 000 habitantes é um dos concelhos com a população mais jovem do país e da Europa. Uma terra de exceção que aposta na valorização dos seus recursos humanos, na consolidação do campus politécnico, no desenvolvimento econômico (pleno emprego e centro de negócios) e na consolidação das suas infraestruturas.

Marcada pela invulgar capacidade empreendedora do seu povo é responsável por 50% da exportação nacional de calçado, por um terço do melhor Vinho Verde da Região e por um valioso patrimônio cultural. Felgueiras é um dos municípios com maior desenvolvimento do Norte do País.

A primeira referência histórica a Felgueiras data de 959, no testamento de Mumadona Dias, quando é citada para identificar a vila de Moure: "In Felgaria Rubeans villa de Mauri". Felgueiras deriva do termo felgaria, que significa terreno coberto de fetos que, quando secos, são avermelhados (rubeans).

Havendo quem afirme que o determinativo Rubeans se deve a que o local foi calcinado pelo fogo. Existem historiadores que afirmam que Felgueiras recebeu foral do conde D. Henrique. No entanto, apenas se conhece o foral de D. Manuel a 15 de outubro de 1514.

 No entanto, já em 1220, a terra de Felgueiras contava com 20 paróquias (conhecidas hoje em dia como freguesias) e vários mosteiros e igrejas. Em 1855, ao ser transformado em comarca, Felgueiras ganhou mais doze freguesias. Em 13 de Julho de 1990 Felgueiras foi elevada à categoria de cidade.

Loureiro

A uva Loureiro é uma variedade branca amplamente cultivada no norte de Portugal, famosa por fazer parte na composição do tradicional Vinho Verde, elaborado na região do Minho. Além disso, a Loureiro também é cultivada em pequenas quantidades na Galícia, comunidade autônoma espanhola, ao noroeste da península ibérica.

Originária do Vale do rio Lima, a uva Loureiro é uma variedade extremamente fértil e com rendimentos generosos e que, apenas recentemente, assumiu o papel de uma casta nobre. Em regiões espanholas, essa variedade é conhecida também como Loureira, dando origem a excelentes vinhos brancos em Rías Baijas e, muitas vezes, sendo misturada com a casta mais tradicional e emblemática do país, a uva Albariño.

O nome Loureiro vem de “louros” que, no dialeto espanhol, é como eram chamadas às folhas da vinha por causa do seu perfume muito característico. Além das folhas, a flor da uva Loureiro tem também qualidades aromáticas marcantes por conta da sua personalidade floral, com ênfase nos aromas de flor de acácia, tília e laranjeira.

Os vinhos produzidos a partir da uva Loureiro apresentam excelentes aromas, notável acidez e baixos índices alcoólicos, visto que os varietais estão se tornando cada vez mais populares entre consumidores e críticos. No entanto, os famosos Vinhos Verdes, sempre foram historicamente elaborados com as uvas Trajadura e Arinto – conhecida também como Perdenã na região do Minho.

E agora finalmente o vinho!

Na taça entrega um amarelo palha, límpido, brilhante e com reflexos esverdeados, com bolhas que mostram leveza e frescor.

No nariz explode em aromas de frutas tropicais, brancas e cítricas onde se destacam lima, abacaxi, pera, maçã-verde, que denotam um incrível frescor e leveza já denunciados no aspecto visual.

Na boca é seco, saboroso, com as notas frutadas e cítricas assumindo o protagonismo, como no aspecto olfativo, com aquela agulha típica da casta, com uma acidez evidente e agradável, que saliva. Tem um final longo, persistente e frutado.

Frescor, leveza, aquela “agulha”, simplicidade! Esses são os predicados dos vinhos verdes e sim, não devem ser taxados de ruins, de vinhos de baixa qualidade, mas uma proposta de vinho verde ideal para o nosso clima, o DNA, a identidade do brasileiro, do brasileiro enófilo, claro, que aprecia, em dias de sol e calor um bom vinho verde! Adotamos como o nosso vinho, adotamos porque ele sintetiza o estado de espírito solar e altivo do brasileiro, mesmo que em momentos difíceis em que um bom vinho na taça traz a harmonia necessária para os nossos males. E um viva ao vinho verde, um viva a Loureiro! Tem 11% de teor alcoólico.

Sobre a Vercoope:

A Vercoope é uma união de sete Cooperativas Vitivinícolas da Região dos Vinhos Verdes: Amarante, Braga, Guimarães, Famalicão, Felgueiras, Paredes e Vale de Cambra. Foi criada em 1964 com o objetivo de engarrafar, comercializar e distribuir o vinho produzido pelos viticultores destas cooperativas. A união permitiu juntar a produção de 4 000 viticultores e lança-la no mercado, nacional e internacional, conseguindo mais qualidade, dimensão e competitividade.

A qualidade dos vinhos é reconhecida e comprovada pelos consumidores, pelas vendas e pelas centenas de prémios conquistados em competições de vinhos e imprensa especializada. A Vercoope produz anualmente 8 milhões de garrafas de Vinho Verde, sendo 30% para exportação. A Vercoope – União das Adegas Cooperativas da Região dos Vinhos Verdes, U.C.R.L, está inserida na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, considerada a maior região demarcada de Portugal e uma das maiores do mundo, essencialmente devido à sua extensão e da área dos solos dedicados à cultura da vinha, a que acresce uma significativa percentagem de população diretamente dependente do sector vitivinícola e nomeadamente do Vinho Verde.

A Vercoope é uma entidade vocacionada para o engarrafamento, comercialização e distribuição de Vinho Verde e integra na sua estrutura as adegas cooperativas de Amarante, Braga, Guimarães, Famalicão, Felgueiras, Paredes e Vale de Cambra que representam no seu conjunto explorações vitícolas de cerca de 5000 viticultores. Situada em Agrela, Santo-Tirso, numa estrutura moderna e tecnologicamente avançada, quer com meios técnicos quer com meios humanos, tem potenciado, desde a sua fundação, em 1964, o desenvolvimento da cultura do Vinho Verde, promovendo a sua divulgação, o seu consumo e a valorização do produtor.

Com mais de meio século de atividade a defender uma política de qualidade e prestígio para os seus vinhos, espumantes e aguardentes, ocupa por direito próprio, um lugar de destaque no sector, sendo muito naturalmente considerada uma instituição de referência no panorama regional e nacional.

Mais informações acesse:

https://vercoope.pt/

Referências:

“Terras de Portugal” em: http://www.terrasdeportugal.pt/felgueiras

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/loureiro

 

 

 


 



 


domingo, 18 de julho de 2021

Quinta da Lixa Loureiro 2018

 

Minha adorável e querida afilhada fará 2 anos de idade! E o tempo é um grão de areia que se esvai com facilidade por entre os nossos dedos. Se não aproveitar a vida que temos, ela passa diante dos nossos olhos sem pestanejar e de forma implacável. Então para comemorar esse momento maravilhoso nada mais prudente e adequado escolher um rótulo à altura.

E para esses momentos o que vem à mente? Um vinho complexo, estruturado, aqueles que os entendidos costumam dizer que devem ser desarrolhados em momentos de grande e singular celebração. Confesso que concordo e inclusive pensei em vinhos desse naipe quando passei os meus olhos pela adega. Mas pensei e tentei, para variar, subverter a máxima, as conveniências que rondam o universo do vinho.

Optei por um vinho como a minha adorável sobrinha: solar, delicado, leve e agradável. E quando fiquei sabendo dos quitutes que servirão nos festejos de seu aniversário, pensei: Que tal um vinho verde? Sim! Um vinho verde é leve, agradável, solar e delicado e que harmoniza, penso eu, perfeitamente com as frituras típicas de aniversários tais como aqueles salgadinhos, tão gostosos e indispensáveis.

E escolhi um rótulo muito especial também. Um presente de um amigo que ganhei que veio de Vila Nova de Gaia, de Portugal, quando aqui esteve em terras brasileiras com a mala repleta de rótulos, carinho e amizade! Como é bom ter amigos e que gosta e te presenteia com vinhos, melhor ainda!

Demorei em escolhê-lo, escolher o rótulo, talvez estivesse esperando o melhor momento. O aniversário de 2 anos de minha adorada afilhada! E é um vinho verde de uma casta que considero a melhor para esses vinhos que tem a cara do nosso Brasil: a Loureiro! Vão achar que estou blasfemando! É claro que é a Alvarinho! Talvez estejam, os defensores desta casta, com razão, mas não posso deixar de negligenciar a importância da Loureiro por se tratar de uma casta leve, delicada e que goza de uma vibrante acidez.

Então o vinho que degustei e gostei veio das terras dos Vinhos Verdes, a emblemática região dos Vinhos Verdes, é pertence a um produtor que descobri recentemente e que é um dos melhores na produção de Vinho Verde em Portugal: Quinta da Lixa e a casta, claro, a Loureiro, da safra 2018. E já que teci meus melhores comentários para essa tão importante região e que mais parece ser a sucursal do Brasil em Portugal, por ter vinhos, majoritariamente leves, frescos e delicados, nada mais interessante, para massagear também o nosso ego cultural, falar um pouco dessa importante região chamada de Vinhos Verdes e uma de suas principais cepas: a Loureiro.

Vinhos Verdes: Entre-Douro-e-Minho

Desde o tempo da ocupação romana, antes da era cristã, a vinha era cultivada na margem sul do Rio Minho da forma característica e invulgar que se mantém até hoje. Não se trata de suposição. As referências à viticultura na região encontram-se nos escritos do naturalista Plínio, o Velho, em sua História Natural, e do filósofo Sêneca, em seu compêndio Questões Naturais. Está também documentada na legislação do Imperador Domiciano, entre 96 e 51 a.C.

Na Idade Média multiplicam-se as referências escritas ao cultivo das uvas e a elaboração de vinhos no noroeste lusitano, a partir das atividades nos mosteiros e do decisivo suporte da coroa portuguesa. O vinho entra definitivamente, entre os séculos XIII e XIV, nos hábitos das populações entre o Minho e o Douro ao mesmo tempo em que se dá a expansão econômica da região e a crescente circulação da moeda. Ainda que a exportação fosse pequena, os vinhos verdes foram, entre os vinhos portugueses, os primeiros conhecidos fora das fronteiras, particularmente na Inglaterra.

No início do século XX, ultrapassados os problemas das quebras de produção devido às pragas, foram tomadas medidas especiais para a colocação dos vinhos locais e escoamento dos excedentes. Tornava-se obrigatório, para isso, conservar a genuinidade e a qualidade dos produtos, assegurando-se seu valor do ponto de vista cultural e econômico.

O ano de 1908 é crítico na história portuguesa: o rei Carlos I e seu filho são assassinados, abrindo caminho para a República. Nesse mesmo ano, a região dos vinhos verdes é demarcada oficialmente e dividida em seis sub-regiões: Monção, Lima, Basto, Braga, Amarante e Penafiel. O limite a oeste é o Atlântico e, ao norte, a Espanha.

Região dos Vinhos Verdes

A Região Demarcada dos Vinhos Verdes está dividia em nove sub-regiões, cada uma com sua característica específica e suas castas de uva recomendadas:

Sub-região de Monção e Melgaço: utilizam-se apenas as castas Pedral (tinta) e Alvarinho (branca). É de lá o mais icônico Alvarinho, com notas cítricas misturadas com nuances de aromas florais e de frutos tropicais e paladar mineral.

Sub-região de Amarante: as castas brancas são Azal e Avesso e originam vinhos com aromas frutados e com o maior teor alcoólico da Região. Mas é dos tintos que vem a fama da sub-região. Elaborados com Amaral, Vinhão e Espadeiro, são vinhos com cor carregada e muito viva.

Sub-região de Baião: também tem muita notoriedade na produção dos brancos, a partir da casta Avesso.

Sub-região de Basto: a casta Azal atinge o seu máximo potencial e resulta vinhos com aroma de limão e maçã verde muito frescos, de alta acidez.

Sub-região do Cávado: tem vinhos brancos das castas Arinto, Loureiro e Trajadura com acidez moderada e notas de frutos cítricos e de pomar. Os vinhos tintos são na maioria cortes de Vinhão e Borraçal, cor intensa vermelho granada e aromas de frutos frescos.

Sub-região do Lima: Os vinhos brancos mais famosos são produzidos a partir da casta Loureiro. Os aromas são finos e elegantes e vão desde de limão até rosas.

Sub-região de Paiva: produz alguns dos tintos mais prestigiados de toda a Regiãoa a partir de Amaral e Vinhão.

Sub-região do Sousa: utiliza a casta Espadeiro, principalmente para a produção de rosés, sendo alguns dos mais destacados da Região.

Sub-região do Ave: Arinto e Loureiro Trajadura juntas compõem um blend perfeito com frescura viva e notas florais e de frutas cítricas.

O uso indiscriminado dos termos “Vinhos Verdes” ou “Vinho Verde” gera muita confusão. Pode parecer uma questão simplesmente ligada ao plural, mas não é. Os termos se referem à Região dos Vinhos Verdes (plural), uma das 14 regiões demarcadas de Portugal e à Denominação de Origem Controlada (DOC) Vinho Verde (singular). Para receber o selo de Denominação de Origem Vinho Verde, os vinhos devem respeitar as normas estabelecidas pela lei. Não há restrição de área de cultivo, toda a produção realizada dentro da Região dos Vinhos Verdes pode receber o selo se respeitarem as diretrizes da DOC.

A legislação permite a elaboração de vinhos brancos, rosés e tintos dos tipos tranquilo e espumante. Os tranquilos devem ter um volume alcoólico entre 8,5% e 14% e os espumantes entre 10% a 15% de álcool. Todos são elaborados exclusivamente com castas autóctones da região, são elas: as brancas Alvarinho, Arinto, Avesso, Loureiro, Azal, Batoca, Trajadura, e as tintas Vinhão, Alvarelhão, Amaral, Borraçal, Espadeiro, Padeiro, Pedral e Rabo de Anho. É permitida a criação de varietais e blends. Contanto, varietais de Alvarinho só recebem a certificação DOC Vinhos Verdes quando elaborados na sub-região de Monção e Melgaço. Exemplares de qualquer outra sub-região recebe a certificação de Vinho Regional do Minho.

Em 1926 foi criada a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), responsável por controlar e certificar os produtos elaborados na região. Quando a amostra apresentada à CVRVV não cumpre com os requisitos legais para ser certificada como DOC, o exemplar recebe o selo IG Minho. Isso não quer dizer que o vinho é de pior qualidade, apenas que não se enquadra legalmente aos parâmetros pré-definidos. A IG Minho permite a utilização de maior variedade de castas, incluindo uvas internacionais, e regras distintas de vinificação. Na maioria dos casos, os produtores não estão buscando necessariamente a tipicidade do vinho, mas a produção de vinhos inovadores. É comum encontrar vinhos IG Minho mais caros que os DOC Vinhos Verdes. Alguns produtores optam de forma intencional por rotular seus vinhos como Regional do Minho, até mesmo por questões de marketing e posicionamento de mercado.

A região dos Vinhos Verdes tem influência atlântica, reforçada pela orientação dos vales dos principais rios, que correndo de nascente para poente facilitam a penetração dos ventos marítimos. É observada elevada pluviosidade, temperatura amena, pequena amplitude térmica e solo majoritariamente granítico e localmente xistoso. Mas algumas regiões, por conta do microclima, apresentam características de terroir distintas. O que influencia diretamente no vinho.

Por que vinho verde?

Evidentemente, a cor do Vinho Verde não é verde. Então, por que esse nome? Duas são as versões mais conhecidas. O Vinho Verde leva esse nome porque as uvas da região, mesmo quando maduras, têm elevado teor de acidez, produzindo líquido cujas características lhes dão a aparência de vir de uvas colhidas antes da correta maturação. A outra explicação diz que "Vinho Verde" significa "vinho de uma região verde", ou seja, a denominação deriva da belíssima paisagem local, onde o verde das terras cultivadas se perde no horizonte.

Loureiro

A uva Loureiro é uma variedade branca amplamente cultivada no norte de Portugal, famosa por fazer parte na composição do tradicional Vinho Verde, elaborado na região do Minho. Além disso, a Loureiro também é cultivada em pequenas quantidades na Galícia, comunidade autônoma espanhola, ao noroeste da península ibérica.

Originária do Vale do rio Lima, a uva Loureiro é uma variedade extremamente fértil e com rendimentos generosos e que, apenas recentemente, assumiu o papel de uma casta nobre. Em regiões espanholas, essa variedade é conhecida também como Loureira, dando origem a excelentes vinhos brancos em Rías Baijas e, muitas vezes, sendo misturada com a casta mais tradicional e emblemática do país, a uva Albariño.

O nome Loureiro vem de “louros” que, no dialeto espanhol, é como eram chamadas às folhas da vinha por causa do seu perfume muito característico. Além das folhas, a flor da uva Loureiro tem também qualidades aromáticas marcantes por conta da sua personalidade floral, com ênfase nos aromas de flor de acácia, tília e laranjeira.

Os vinhos produzidos a partir da uva Loureiro apresentam excelentes aromas, notável acidez e baixos índices alcoólicos, visto que os varietais estão se tornando cada vez mais populares entre consumidores e críticos. No entanto, os famosos Vinhos Verdes, sempre foram historicamente elaborados com as uvas Trajadura e Arinto – conhecida também como Perdenã na região do Minho.

E agora finalmente falemos do vinho!

Na taça apresenta um amarelo dourado com reflexos esverdeados com um lindo e intenso brilho, além daquele pitoresco gaseificado.

No nariz uma explosão de frutas cítricas e brancas como abacaxi, limão, pera, maça verde, entregando certa complexidade, além de um agradável e delicado toque floral, lembrando flores brancas.

Na boca é seco, muito fresco e jovial que enaltece o seu caráter frutado, com uma incrível acidez muito típica da casta com um final prolongado e um retrogosto frutado.

Ah minha querida, idolatrada e adorável sobrinha Gabriela seu aniversário, seu momento simbólico de mais um ano de vida foi celebrado por todos a sua volta que te ama, que te quer bem e esse belíssimo e desconcertante vinho verde da também adorável e delicada casta Loureiro soube representar, de forma indelével, esse momento especial de sua e nossas vidas. Um vinho como você: solar, agradável, delicado, floral, perfumado. Um vinho simples, como todo vinho verde que se preze, mas com a nobreza da celebração que personifica esse vinho que parece ter o DNA de todos nós brasileiros e que os nossos patrícios nos presenteou, presenteou o mundo. É o mundo que você merece minha adorável Gabriela, que tenhas uma vida longa e próspera e que eu possa, a cada celebração de um ano de sua vida, degustar um grande rótulo para brindar. Tem 11% de teor alcoólico.

A doce Gabriela e eu

Ah e por curiosidade, o “Pingo doce”, estampado no rótulo no vinho, se trata de um famoso e popular supermercado de Portugal, onde este vinho é exclusivo para venda. Mais um motivo para celebrar, pois se está degustando um vinho exclusivo para venda em Portugal, apenas! Saúde!

Sobre a Quinta da Lixa:

A Quinta da Lixa é o testemunho vivo da paixão que a Família Meireles sempre teve pelos Vinhos Verdes. Presente em diversas áreas do mundo empresarial, esta família que já era proprietária de vinhedos localizados em redor da pequena Vila da Lixa, decide em 1986 criar uma pequena empresa que se viria a tornar naquela que é hoje a Quinta da Lixa - Sociedade Agrícola, Ltda. O vinho produzido era inicialmente vendido a granel, mas rapidamente se percebeu que a sua qualidade e aceitação eram tais que o engarrafamento na propriedade era imperativo. Devido ao aumento de produção, torna-se necessário a construção de novas instalações que viessem substituir a primitiva adega onde já não era possível a manutenção do padrão de qualidade que caracterizava os vinhos da Empresa. O desenvolvimento contínuo da empresa só é possível graças à satisfação dos Clientes em todos os serviços prestados. Faz parte da política de qualidade da Quinta da Lixa promover a satisfação de todas as partes interessadas, tais como Clientes, Fornecedores, Colaboradores e Sociedade em geral; cumprir os requisitos dos Clientes, bem como Normativos e Legais aplicáveis; estabelecer permanentemente práticas de melhoria continua, atingindo níveis de rentabilidade que garantam o crescimento sustentado da empresa e a eficácia do SGQ, fazendo desta forma que a Quinta da Lixa mereça a certificação ISO 9001:2015.

Mais informações acesse:

https://www.quintadalixa.pt/index.php



Referências:

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/vinho-verde-bebida-portuguesa-do-verao_8317.html

https://revistaadega.uol.com.br/artigo/a-paisagem-que-deu-nome-ao-vinho_2744.html

“Reserva 85”: https://reserva85.com.br/vinho/indicacao-geografica-ig-denominacao-de-origem-do/regioes-demarcadas-de-portugal/regiao-dos-vinhos-verdes/

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/loureiro








domingo, 6 de setembro de 2020

Cooperativa Agrícola de Felgueiras (Vinho Verde)


Já ouviu falar que a nobreza vem da simplicidade? Quando li essa frase pela primeira vez e, embora eu não conheça o dono dela, a mesma se aplica fielmente aos vinhos e que infelizmente muitos “aristocráticos do vinho” não entendem. Não é porque o vinho é simples que ele será ruim, nem sempre é assim! Quando o vinho simples e básico atinge a sua proposta ele, apesar de simples, é nobre, é fantástico. É como costumamos dizer que o vinho vale mais do que entrega. Não se enganem com o status dos altos valores do vinho, vinho é prazer, é degustação, é celebração! Não é, não pode ser encarado como condição e poderio econômico de ninguém. Essa cultura ostentação e subjugação usando o vinho como um produto de poder tem de acabar. O mais importante é ter o vinho como alimento, como celebração e fonte inesgotável de cultura, democratizando-o a todos sem distinção de raça, credo ou condição socioeconômica. Esse vinho veio junto com novas amizades, veio junto com reencontros, esse vinho ajudou a protagonizar bons momentos entre velhos e novos amigos.

E nada mais apropriado para este momento do que um vinho verde, aquele típico e imprescindível vinho verde: leve, fresco, despretensioso, agradável e saboroso, como uma boa amizade deve ser. E, para ficar ainda melhor, o clima também conspirou maravilhosamente para a degustação de um vinho verde: um dia quente, agradável, solar, a combinação mais do que perfeita com os fatores da natureza a qual o vinho é oriundo, faz parte de forma ímpar.

O vinho que degustei e gostei, veio da famosa região dos Vinhos Verdes, de uma sub-região chamada Felgueiras e que leva o nome do vinho: Cooperativa Agrícola de Felgueiras, um DOC composto pelas típicas castas da região: Loureiro, Pedernã e Azal e não é safrado.

Descobri que a região de Felgueiras é conhecida pelos vinhos verdes, principalmente, de baixíssimo teor alcoólico, jovens, leves, para degustação rápida, sendo uma ode ao bem estar e bom convívio com pessoas que gostamos. Então, mesmo simples, ele foi especial, pois estava com velhos e novos amigos compartilhando momentos de grande celebração. E você já começa com o brasão da região com dois cachos de uvas, mostrando a vocação de uma região de produção de vinhos de excelência, de tipicidade, de identidade com os grandes vinhos verdes. Então vamos falar um pouco mais de Felgueiras.



Felgueiras

Felgueiras é uma cidade portuguesa no Distrito do Porto, região Norte e sub-região Tâmega, com cerca de 15.525 habitantes, inserida na freguesia de Margaride. É sede de um município com 115,62 km² de área e 58.922 habitantes (2006), subdividido em 32 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Fafe, a nordeste por Celorico de Basto, a sueste por Amarante, a sudoeste por Lousada e a noroeste por Vizela e Guimarães. O município é constituído por quatro centros urbanos: a Cidade de Felgueiras, a Cidade da Lixa, a Vila de Barrosas e a Vila da Longra. Verdadeiro coração da NUT Tâmega, constitui hoje uma centralidade importante no mapa de auto-estradas e itinerários principais, uma garantia sólida de afirmação das inúmeras potencialidades reais concelhias. Os bordados são uma das mais ricas tradições do concelho, que emprega cerca de dois terços das bordadeiras nacionais. O filé ou ponto de nó, o ponto de cruz, o bordado a cheio, o richelieu e o crivo são exemplos genuínos do produto artesanal de verdadeiras mãos de fada. Os sabores autênticos da gastronomia, a frescura e intensidade dos aromas dos vinhos e o ambiente de grande animação proporcionam momentos inesquecíveis. Dando corpo a essa riqueza, foi já constituída a “Confraria do Vinho de Felgueiras”, destinada a divulgar e defender o vinho e a gastronomia felgueirenses. Felgueiras, com 58 000 habitantes é um dos concelhos com a população mais jovem do país e da europa. Uma terra de excepção que aposta na valorização dos seus recursos humanos, na consolidação do campus politécnico, no desenvolvimento econômico (pleno emprego e centro de negócios) e na consolidação das suas infra-estruturas. Marcada pela invulgar capacidade empreendedora do seu povo é responsável por 50% da exportação nacional de calçado, por um terço do melhor Vinho Verde da Região e por um valioso patrimônio cultural. Felgueiras é um dos municípios com maior desenvolvimento do Norte do País.

Felgueiras

A primeira referência histórica a Felgueiras data de 959, no testamento de Mumadona Dias, quando é citada para identificar a vila de Moure: "In Felgaria Rubeans villa de Mauri". Felgueiras deriva do termo felgaria, que significa terreno coberto de fetos que, quando secos, são avermelhados (rubeans). Havendo quem afirme que o determinativo Rubeans se deve a que o local foi calcinado pelo fogo. Existem historiadores que afirmam que Felgueiras recebeu foral do conde D. Henrique. No entanto, apenas se conhece o foral de D. Manuel a 15 de Outubro de 1514. No entanto, já em 1220, a terra de Felgueiras contava com 20 paróquias (conhecidas hoje em dia como freguesias) e vários mosteiros e igrejas. Em 1855, ao ser transformado em comarca, Felgueiras ganhou mais doze freguesias. Em 13 de Julho de 1990 Felgueiras foi elevada à categoria de cidade.

E agora o vinho!

Na taça apresenta uma incrível cor amarela dourada, bem intensa, com alguns discretos tons esverdeados.

No nariz há a já típica predominância de frutas brancas, cítricas e tropicais com um agradável toque floral.

Na boca é seco, fresco, leve, com o toque frutado também em evidência, lembrando melão, maça verde, pera, lima, com uma média acidez que em contato com a língua trazia aquela já característica cócegas. Tem um final frutado e persistente.

Um vinho com a cara do Brasil, mesmo sendo tradicional e oriundo de terras lusitanas, sendo leve, fresco, saboroso, refrescante e com um teor alcoólico que traduz essa condição, em torno dos 10%. Um vinho simples, mas excelente, como a amizade e a sua celebração.

Sobre a Vercoope:

A Vercoope é uma união de sete Cooperativas Vitivinícolas da Região dos Vinhos Verdes: Amarante, Braga, Guimarães, Famalicão, Felgueiras, Paredes e Vale de Cambra. Foi criada em 1964 com o objetivo de engarrafar, comercializar e distribuir o vinho produzido pelos viticultores destas cooperativas. A união permitiu juntar a produção de 4 000 viticultores e lança-la no mercado, nacional e internacional, conseguindo mais qualidade, dimensão e competitividade. A qualidade dos vinhos é reconhecida e comprovada pelos consumidores, pelas vendas e pelas centenas de prémios conquistados em competições de vinhos e imprensa especializada. A Vercoope produz anualmente 8 milhões de garrafas de Vinho Verde, sendo 30% para exportação. A Vercoope – União das Adegas Cooperativas da Região dos Vinhos Verdes, U.C.R.L, está inserida na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, considerada a maior região demarcada de Portugal e uma das maiores do mundo, essencialmente devido à sua extensão e da área dos solos dedicados à cultura da vinha, a que acresce uma significativa percentagem de população diretamente dependente do sector vitivinícola e nomeadamente do Vinho Verde. A Vercoope é uma entidade vocacionada para o engarrafamento, comercialização e distribuição de Vinho Verde e integra na sua estrutura as adegas cooperativas de Amarante, Braga, Guimarães, Famalicão, Felgueiras, Paredes e Vale de Cambra que representam no seu conjunto explorações vitícolas de cerca de 5000 viticultores. Situada em Agrela, Santo-Tirso, numa estrutura moderna e tecnologicamente avançada, quer com meios técnicos quer com meios humanos, tem potenciado, desde a sua fundação, em 1964, o desenvolvimento da cultura do Vinho Verde, promovendo a sua divulgação, o seu consumo e a valorização do produtor. Com mais de meio século de atividade a defender uma política de qualidade e prestígio para os seus vinhos, espumantes e aguardentes, ocupa por direito próprio, um lugar de destaque no sector, sendo muito naturalmente considerada uma instituição de referência no panorama regional e nacional.

Mais informações acesse:


Fonte pesquisada sobre a região de Felgueiras: “Terras de Portugal” em: http://www.terrasdeportugal.pt/felgueiras