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quarta-feira, 1 de abril de 2020

Brancott Estate Pinot Noir 2012 e 2014




Ao longo da minha história de degustação tive a possibilidade de me presentear com algumas boas evoluções preponderantes para a qualidade das minhas experiências com os mais diversos rótulos, afinal cada garrafa de vinho guarda também boas e grandes histórias. Não é só degustação, não é só o prazer do líquido contido na garrafa, são as histórias dos produtores, das regiões, dos rótulos, do terrior, da terra e as suas mais essenciais particularidades que faz cada vinho único e especial. E uma região, na Nova Zelândia, me chamou muito a atenção que se chama Marlborough. E o que me fez chegar até ela foi, como sempre, a leitura, a curiosidade em conhecer os vinhos neozelandeses me fez viajar, com as asas do conhecimento, até a essa região. Instigou a minha curiosidade. No final deste texto tem um pouco da história da Marlborough que se combina com a história da vinícola Brancott State, mas vale saber, antecipadamente que apesar de algumas vinhas terem sido plantadas por colonos em 1870, a viticultura comercial de Marlborough teve início apenas em 1970, quando produtores de outras regiões compraram algumas áreas e plantaram suas vinhas. Os vinhos Marlborough começaram a ter maior prestígio e fama apenas no início dos anos 1980.

E o vinho, dessa região, que degustei e gostei, na realidade foram dois rótulos que, por serem os mesmos, porém, de safras distintas, decidi publicá-los juntos é o Brancott State da casta Pinot Noir, das safras 2012 e 2014. E por que decidi colocá-los juntos em uma única publicação? Porque foram vinhos especiais e que, independente das safras diferentes, revelaram características similares, inerentes a casta, porém com peculiaridades que me parecem ser oriundas da região que se fazem presentes nas descrições olfativas e gustativas. Então, lá vai:

No aspecto visual conta com um vermelho rubi, aquela típica cor granada brilhante da Pinot Noir, com lágrimas finas em média intensidade que se dissipavam não tão rapidamente.

No nariz é intenso, um ataque aromático de frutas vermelhas, como ameixas e cerejas, com toques herbáceos, de especiarias, como pimentão, diria.

Na boca é intenso, com certa estrutura para um Pinot Noir (me parece ser uma característica do Pinot Noir dessa região, pois foi perceptível nas duas safras), com bom volume de boca, graças a sua boa estrutura, mas com muito equilíbrio e elegância. Tem taninos macios, uma boa acidez, que corrobora o seu frescor, mesmo que o de 2014 eu tenha degustado somente em 2019, com 5 anos de safra!  Com um discreto toque amadeirado, de tosta, mas bem integrado, graças a passagem de 6 meses por barricas de carvalho, sendo uma parte, já a outra em tanques de aço inox pelo período de 6 meses também (o percentual de cada vinho não foi divulgada pelo produtor). Presença da fruta é evidente até o seu final, se mostrando persistente e agradável.

Um vinho atraente, elegante, delicado como todo Pinot Noir, mas com personalidade marcante, estrutura, complexidade que parece ser uma característica do terrior dessa região que preciso explorar mais e mais. O vinho conta com um robusto teor alcoólico de 14%, mas muito bem integrado ao conjunto do vinho.

Sobre a Brancott Estate:

Até a década de 1970, Marlborough era apenas mais um bolso bonito da Nova Zelândia, considerado frio demais para qualquer coisa, exceto pastar ovelhas. Em 1973, as primeiras mudas foram plantadas no Brancott Estate Vineyard. Mas, após dois anos de sucesso misto, repensamos a tradição de levar nossas videiras para uma nova direção - literalmente. Graças aos dias ensolarados da região e às noites frescas, nossas uvas desenvolveram um perfil de sabor único e fresco - e em 1979 nasceu o primeiro Sauvignon Blanc de Marlborough. Os anos oitenta começaram bem, com o nosso primeiro lançamento, Marlborough Sauvignon Blanc, ganhando ouro no New Zealand Easter Show de 1980. Em 1982, nosso primeiro embarque de Marlborough Sauvignon Blanc foi compartilhado além de nossas fronteiras, enquanto se dirigia para o Reino Unido. No final da década, nosso Marlborough Sauvignon Blanc foi selecionado entre mais de 1100 concorrentes para ganhar o prestigioso troféu Marquês de Goulaine na 21ª Competição Internacional Wine & Spirit. Em 1990, a indústria do vinho em Marlborough havia se tornado suficientemente significativa para receber uma visita de Sua Majestade, a rainha Elizabeth II, que plantou uma videira no Festival Block, casa do Marlborough Food and Wine Festival desde 1987. Nesse mesmo ano, foi marcada a nomeação de um novo porão, Patrick Materman, que se tornaria chefe enólogo e lideraria a exploração de novas expressões de Marlborough Sauvignon Blanc. Nosso Marlborough Chardonnay de 1996 foi eleito Vinho Internacional do Ano e o enólogo Andy Frost foi nomeado Enólogo Branco do Ano no London International Wine Challenge. Em 2006, a Brancott Estate plantou as primeiras videiras Sauvignon Gris em Marlborough, uma antiga variedade que desapareceu na obscuridade até que algumas videiras foram encontradas e transplantadas para a Nova Zelândia. Provando ser tão adaptado a Marlborough quanto seu primo próximo, Sauvignon Blanc, o primeiro Sauvignon Gris foi lançado em 2009. No ano seguinte, a Brancott Estate lançou sua linha orgânica, Living Land, e em 2011, a Brancott Estate Cellar Door and Restaurant abriu suas portas. Depois de lançar a primeira safra de Marlborough Sauvignon Gris, lançamos a Brancott Estate Chosen Rows, a nossa melhor Marlborough Sauvignon Blanc digna de idade. Também lançamos a primeira vindima do Flight, uma nova versão do Sauvignon Blanc que é naturalmente mais leve em álcool. A nossa gama de vinhos Sauvignon Blanc agora inclui vinhos espumantes, orgânicos, com influência de carvalho, naturalmente com baixo teor de álcool, dignos de idade e de colheita tardia. Enquanto isso, nossa assinatura Marlborough Sauvignon Blanc continua valendo, com um fluxo constante de prêmios e elogios de todo o mundo.

Mais informações acesse:


O Brancott State da safra 2012 degustado em: 2014

O Brancott State da safra 2014 degustado em: 2019


terça-feira, 24 de março de 2020

Club des Sommeliers Sauvignon Blanc 2011



Um vinho brasileiro, mas com os principais terroirs do mundo. Pode parecer confuso, mas é isso mesmo. Um vinho cuja marca foi desenhada e concebida no Brasil, pelo Grupo Pão de Açúcar, mas feito, produzido, selecionado nas melhores regiões vinícolas do planeta, os países emblemáticos na produção de vinhos como Itália, Portugal, França, Itália, Portugal, Espanha, Chile, Argentina, África do Sul, Nova Zelândia, Austrália e o próprio Brasil. Vinhos que foram concebidos para trazer a todos os brasileiros, indiscriminadamente, as melhores regiões, personificados em vinhos de baixo custo e com qualidade, ou seja, vinhos possíveis com o intuito de democratizar e difundir a cultura do vinho, fazendo com que muitos tenham acesso a bebida, degustando-a.

Falo do “Club dos Sommeliers” e o vinho que degustei e gostei foi um belíssimo e surpreendente Sauvignon Blanc, produzido pela gigante Yealands Wines, da Nova Zelândia, da emblemática região de Marlborough, da safra 2011.

Na taça apresenta um amarelo palha com lindos e brilhantes reflexos esverdeados, límpido e transparente.

No nariz mostra aromas de frutas brancas, tropicais e cítricas, acompanhadas por notas herbáceas, vegetais e um envolvente toque floral.

Na boca é leve, mas com personalidade, frutado, equilibrado, com uma acidez proeminente, que traz um frescor e jovialidade ao vinho. Final mineral e persistente.

Um vinho de ótima tipicidade, que entrega além do que se propõe e harmoniza com o clima quente e solar do Brasil, além de comidas leves, frituras e queijos variados, além de uma boa pizza gordurosa para aguentar um vinho de acidez deliciosa e evidente. Possui 13% de teor alcoólico. A minha ressalva com relação a essa linha de rótulos que, na sua concepção tinha uma missão fantástica, de romper com paradigmas com relação a democratização do vinho, mas que hoje, lamentavelmente, os preços estejam bem acima do que se espera para a realidade assalariada da população brasileira.

Sobre o Club dos Sommeliers:

Club des Sommeliers é uma marca de vinhos exclusiva do Grupo Pão de Açúcar. Lançada em 2000, a linha possui mais de 60 rótulos de 10 países selecionados pelo enólogo e consultor de vinhos Carlos Cabral. Os vinhos Club des Sommeliers são selecionados nas melhores regiões vinícolas do mundo: França, Itália, Portugal, Espanha, Chile, Argentina, Brasil, África do Sul, Nova Zelândia e Austrália. Em 2011, foi lançada a linha Reserva Club dos Sommeliers, com vinhos que passam por um processo de envelhecimento em barricas de carvalho.

Mais informações acesse:


Sobre a Yealands Wines:

Quando abriram as portas da vinícola em 08.08.08, a visão era se tornar um dos produtores de vinho mais sustentáveis ​​do mundo, determinando que a única maneira de criar vinhos verdadeiramente lindos e premiados era em parceria com a natureza. Hoje, essa filosofia é verdadeira e forma a base da abordagem à produção de vinho. A atitude de "fazer" da marca registrada de Peter Yealands, fundador, é lenda. Uma imaginação irreprimível, aliada a uma energia inesgotável e uma paixão inabalável pela terra, impulsionaram esse rapaz de Marlborough de terceira geração através de uma incrível carreira de inovação de ponta nas indústrias marítima, florestal e vitícola. Desde a instalação do maior painel de painéis solares no telhado da adega, até o resgate e a queima das podas de videiras para aquecer a água, a visão é ultrapassar limites, pensar de forma inovadora e produzir alguns dos vinhos mais excepcionais e sustentáveis ​​do mercado.

Mais informações acesse:

https://www.yealands.co.nz/

Degustado em: 2015