sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Ernst Loosen Pinot Noir 2017

 

Os períodos de festas de fim de ano vêm chegando. As pessoas decidem ficarem legais e boazinhas talvez “contaminadas” pelo natal e ano novo, o cidadão fica meio maleável às coisas da vida. Eu nunca me importei com essas festas de fim de ano, não tem nenhuma relevância no que tange as quaisquer mensagens edificadoras, apenas um viés mercadológico, de consumo exacerbado e nada mais.

Não vou entrar na complexidade da questão, contudo não posso negligenciar que as iguarias gastronômicas são excelentes! Come-se maravilhosamente e demasiadamente nesses dias e para nós, enófilos de plantão, torna-se um desafio harmonizar um rótulo com essa grande demanda de pratos, com a diversidade de sabores e aromas.

E para quem não é um especialista em harmonizações como eu, ao longo desses anos, tem sido complicado escolher um vinho, uma casta, uma região, que seja, que pudesse ser uma espécie de “coringa” que harmonize muito bem com os diversos pratos sem ter que escolher diversos rótulos para cada tipo de comida.

Levou algum tempo escolher aquele vinho legal que tivesse esse “perfil” mais versátil. Mas sem querer eu consegui chegar a um rótulo, ou melhor, uma casta que sintetizasse o meu propósito. Eis que surgiu a já conhecida e maravilhosa Pinot Noir. Sim! Pinot é delicada, frutada, leve, na maior parte das propostas, e ideal para o período de clima quente como em dezembro, por exemplo.

Acho que cheguei a degustação “perfeita” para o natal e, claro que para este difícil e complicado ano de 2021 a Pinot Noir figuraria na minha degustação do dia do famigerado Papai Noel comercial. E já estou no terceiro ano seguido, tornando-se uma “nova tradição”. Os dois anos anteriores os vinhos Fazenda Santa Rita Pinot Noir 2017 e o francês do Languedoc, Domaine de la Motte 2018, foram os contemplados e o rótulo de hoje é especial também.

Esse rótulo vem da Alemanha! A minha segunda experiência com a Spätburgunder, como é chamada a Pinot Noir naquelas bandas. O primeiro que degustei fora com um grande amigo Paulo Roberto e se chama J. Meyer Pinot Noir da safra 2018. Então precisava ter uma nova experiência sensorial. Na realidade esse vinho já estava na minha adega há algum tempo, já estava quando o meu bom amigo Paulo trouxe esse rótulo germânico em minha casa, somente aguardava para abri-lo em um momento especial, conveniente, diria.

E eis que o dia chegou e na temperatura mais do que adequada, apesar da dificuldade de manter resfriado em dias quentes em Niterói, Rio de Janeiro, ele estava no ponto para ser degustado, deleitado. A rolha anunciou sua liberdade da garrafa, a bebida inundou a minha taça e... voilá! O vinho que degustei e gostei veio da icônica região de Pfalz, na Alemanha e se chama Ernst Loosen, da casta Pinot Noir, da safra 2017. E como a Alemanha tem sido desbravada, vagarosamente por mim, ao longo desse curto período de tempo, nada mais do que pertinente falar sobre a região que veio o vinho e das classificações dos vinhos alemães que ainda é um assunto muito novo em nossas terras. Ah surgiu também o nome Ernst Loosen, de um viticultor alemão que vem ganhando notoriedade ao longo dos anos e convém claro falar sobre ele também e falarei no desfecho dessa resenha. Chegarei lá!

Pfalz

Localizada no sudoeste da Alemanha e fazendo fronteira com a Alsácia, na França, Pfalz é famosa por seus vinhos. É a segunda maior das 13 regiões vinícolas do país, com mais de três mil famílias de vinicultores dedicadas à produção de vinho. Região estreita de 22.000ha, o Platinado se estende a oeste do Reno, por cerca de 80 km seguindo um eixo norte-sul. Divide-se em três setores: Mittelhaardt (Haardt média), Deutschen Weinstraße (Rota Alemã do Vinho) e Südliche Weinstrasse (Rota Sul do Vinho).

Os melhores vinhedos ladeiam as encostas a leste da Floresta do Platinado. A região é famosa pela qualidade de seus vinhos brancos, particularmente por seus Rieslings, vinhos de caráter, minerais, geralmente encorpados, mas também muito finos. A produção dos vinhos tintos é muito limitada, mas sua qualidade é geralmente excelente.

Pfalz

A região vinícola do Palatinado, denominada oficialmente de Pfalz, pode ser descoberta da melhor maneira pela Rota Alemã do Vinho (Deutschen Weinstraße). Essa rota turística de vinhos, a mais antiga do gênero no mundo, liga diversas cidades produtores de vinho, de Bockenheim, ao norte, a Schweigen, na fronteira com a França. A rota permite conhecer de maneira agradável a região vinícola entre a floresta Pfälzerwald e o Reno.

Pfalz possui uma grande variedade de solos: arenito (na maior parte da região), calcário erodido, ardósia, rocha basáltica e loess (sedimento fértil de cor amarela que só existe em algumas partes da Europa e da China), entre outros - o que permite o cultivo de amplo sortimento de castas de uvas tintas e brancas. Comparado a outras regiões alemãs, o clima de Pfalz é mais quente, porém ameno. Não há invernos rigorosos e verões de altíssimas temperaturas. A chuva acontece na medida certa e tudo isto beneficia o cultivo das uvas, influenciando diretamente na qualidade destas.

Em Pfalz são cultivadas 45 castas de uva branca e 22 de uva tinta. Aproximadamente 25% dos vinhedos do local são cultivados com a variedade Riesling, por isso, Pfalz é considerada a maior produtora destas uvas em todo o mundo. Entretanto, 40% dos vinhedos são de frutas tintas, e a região é a maior produtora de vinhos tintos do país. Além da Riesling, as uvas brancas Gewürztraminer e Scheurebe são destaque na região. Entre as tintas cultivadas em Pfalz temos Dornfelder, Portugieser, Spätburgunder (Pinot Noir) e Regent, além das mundialmente conhecidas Cabernet Sauvignon, Merlot, Tempranillo e Syrah. Em Pfalz a Pinot Noir dá os melhores resultados dentre as regiões alemãs.

O medo do desconhecido é o principal empecilho do vinho alemão. Devido aos conceitos, às expressões e ao idioma, o país possui um dos rótulos mais difíceis do mundo para compreender. Esse conteúdo vai além da safra, região de origem, teor alcoólico, uva e o nome do produtor, pois trazem dados como categoria de qualidade, número do teste de controle de qualidade, tipo e estilo do vinho. Aliás, existem alguns dados que são obrigatórios e outros que são apenas opcionais.

O vinho alemão passa por um rigoroso teste de controle de qualidade (A.P.NR.), desenvolvido pela Sociedade Alemã de Agricultura (DLG). Além disso, seus exemplares são divididos em categorias de qualidade. Essa categorização depende de dois fatores: maturidade e qualidade das uvas, e a especificidade e tipicidade da região. As categorias de qualidade podem ser consideradas um sinônimo das Denominações de Origem, por também conter regras e normas específicas como área delimitada, uvas autorizadas, entre outros.

Nomenclatura dos vinhos alemães

Deutscher Wein: São os vinhos mais simples de todas as categorias. Os vinhos podem ser produzidos com uvas colhidas em vinhedos de todo o território alemão.

Landwein: Assim como a Deutscher Wein, também possui vinhos simples, quando relacionado aos de outras categorias. Pode ser comparado aos IGP’s de outros países europeus. 85% das uvas devem ser provenientes de vinhedos de regiões reconhecidas pela categoria.

Qualitätswein bestimmter Anbaugebiet (QbA): É considerada a categoria dominante no país. As uvas precisam ser autorizadas e atingir um grau mínimo exigido de maturação. As uvas devem ser permitidas pela categoria e provenientes de uma das treze regiões vitícolas específicas. Além disso, o nome da região precisa estar estampado no rótulo. Os rótulos podem conter termos que indicam o nível de doçura do vinho como:

Trocken: vinho seco.

Halbtrocken: vinho meio-seco ou ligeiramente doce.

Feinherb: um termo não oficial para descrever vinhos semelhantes ao Halbtrocken.

Liebliche: vinho doce.

Em setembro de 1994, foi permitida a criação de uma subcategoria QbA, a Qualitätswein garantierten Ursprungs (QGU). Comparada a uma Denominação de Origem Controlada e Garantida, a QGU abrange uma região, vinha ou aldeia específica, que expressa além de alta qualidade, tipicidade. Nessa categoria, os vinhos passam por rigorosas análises sensoriais e analíticas.

Qualitätswein mit Prädikat (QmP) ou Prädikatswein

As uvas devem ser permitidas pela categoria e provenientes de uma das treze regiões vitícolas específicas. Além disso, o nome da região precisa estar estampado no rótulo. As uvas devem atingir um grau específico de maturação, açúcar e teor alcoólico natural. Os rótulos precisam estampar alguns atributos específicos referentes ao nível de maturação das uvas e ao método de colheita:

Kabinett: colheita realizada com uvas completamente maduras. Gera vinhos mais leves e com baixo teor alcoólico.

Spätlese: colheita tardia, ou seja, as uvas são colhidas em um período posterior ao considerado ideal. Gera vinhos concentrados e com intenso aroma, mas não especificamente com o paladar adocicado.

Auslese: uvas colhidas muito maduras, mas apenas os cachos selecionados. Gera vinhos nobres, com intensidade tanto no aroma quanto no paladar. A doçura no paladar não é uma regra.

Eiswein: uvas sobreamadurecidas como a Beerenauslese, porém colhidas e prensadas congeladas. Gera vinhos nobres e singulares, com alta concentração.

Trockenbeerenauslese (TBA): uvas sobreamadurecidas, infectadas por Botrytis cinerea, que secam por um determinado tempo adquirindo características próximas a de uvas passas. Gera vinhos doces, ricos e nobres.

Beerenauslese (BA): uvas sobreamadurecidas, infectadas por Botrytis cinerea, com seleção criteriosa dos bagos. Essas uvas são colhidas apenas em safras excepcionais. Gera vinhos longevos, ricos e doces.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta o típico e lindo vermelho rubi, claro, com reflexos violáceos, em tons vivazes e brilhantes, com lágrimas finas e em profusão.

No nariz explodem em aromas de frutas vermelhas frescas, mesmo com seus quatro anos de vida, de safra, tais como amora, cereja, framboesa e morango, em plena sinergia com a madeira, além de toques terrosos, que lembra floresta, florais e de especiarias.

Na boca ressalta-se a fruta vermelha mesclando, de forma equilibrada, com as notas discretas da madeira e baunilha, graças aos 50% do lote que passou por longos 15 meses em barricas de carvalho e a outra metade em tanque de inox pelo mesmo período. Revela-se um vinho harmonioso, fresco, saboroso, com estrutura média, complexo, de bom volume de boca, com taninos vivos, presentes, mas delicados, com grande acidez e um final prolongado e frutado.

Um cantinho desse planeta fértil em produção vitivinícola vem, aos poucos, com paciência e deleite, sendo explorado. Cada rótulo, cada casta, cada região vem demonstrando, de forma significativa seu potencial, sua magnífica história. É um grande prazer degustar, sentir os aromas, a experiência sensorial a toda prova, adicionando, claro, o fator histórico, da cultura dessas regiões que são definitivas para as degustações e todas as impressões. Ah e as harmonizações com as iguarias gastronômicas natalinas? Digo que, mais uma vez, foi uma acertada escolha. Trata-se de um vinho com longos 15 meses por barricas de carvalho, cerca de 50% do lote, que trouxe complexidade e até estrutura ao vinho, mas que se equilibrou maravilhosamente com a delicadeza, enaltecendo a fruta e a elegância tão comum e típica da Pinot Noir. Então celebre a vida, as pessoas que ama e pratique boas ações em todos os dias do ano e tenha sempre ao lado um bom e digno vinho! Tem 12,5% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Ernst Loosen:

Ernst Loosen nasceu em uma grande tradição de vinificação alemã e, dessa forma, a propriedade no rio Mosel é familiar há mais de 200 anos. Em 1988, sendo assim, Ernst assumiu a frente dos negócios. Ele concluiu os estudos na renomada escola de vinificação da Alemanha em Geisenheim e, em seguida, lançou uma revisão autodirigida dos grandes vinhos do mundo.

Ele viajou para a Áustria, Borgonha e Alsácia, até a Califórnia. O que ele descobriu, portanto foi que todos compartilham uma dedicação à produção de vinhos intensos e concentrados que proclamam corajosamente sua herança.

Eles também têm uma visão mundana que lhes permite manter o respeito pela tradição, enquanto a temperam com a razão. Isso lhes dá a liberdade de reconhecer então que nem todas as tradições merecem ser observadas obstinadamente e permitem o uso criterioso das técnicas modernas de vinificação quando isso melhora a qualidade.

É essa visão de mercado global à qual Ernst atribui com entusiasmo, uma filosofia que equilibra enfim o antigo com o novo. É uma maneira de pensar que lhe permitiu ir além do fácil e familiar, do experimentado e não necessariamente tão verdadeiro, para assim fazer vinhos que se destacam como verdadeiramente distintos e de classe mundial.

Desde que Ernst Loosen assumiu o controle da propriedade, reconheceu muito potencial que não estava sendo utilizado. Seu pai e seu avô estavam mais envolvidos na política do que na produção de vinho, então nada havia sido feito para manter as vinhas ou atualizar o porão.

Ironicamente, Ernst viu que o desinteresse de seus antepassados ​​havia lhe dado exatamente o que ele precisava para produzir o tipo de vinho rico e corajoso que ele prefere.

Como seus antecessores não estavam dispostos a investir em novas vinhas para o que era essencialmente um hobby em família, Ernst herdou pois um bom número de vinhas com mais de 100 anos – vinhas perfeitamente adequadas ao estilo de baixo rendimento e altamente concentrado que ele queria produzir.

E a propriedade não sucumbiu às tendências dos anos 60 e 70, no momento em que muitos produtores estavam replantando suas vinhas Riesling com variedades de menor qualidade e alto rendimento. A negligência de seu pai na adega também acabou trabalhando sem dúvida alguma a favor de Ernst.

Sem nenhum equipamento de alta tecnologia para tentá-los, Ernst e seu mestre de adega não tiveram escolha a não ser fazer vinhos de maneira minimalista, com muito pouco manuseio e fermentações longas e lentas.

Desde que Ernst assumiu, os seus vinhos receberam inúmeros prêmios e críticas brilhantes na imprensa. Assim sendo, a propriedade tornou-se membro da prestigiada VDP, a associação alemã das melhores vinícolas do país, e foi nomeada uma das 10 melhores propriedades da Alemanha por quase todas as publicações de vinhos do mundo.

Ernst foi nomeado então o enólogo do ano na Alemanha na edição de 2001 do Weinguide Deutschland da Gault Millau e homem do ano da revista Decanter em 2005. Assim como foi o enólogo branco do ano do International WINE Challenge em 2005.

Anteriormente, em 1995, Ernst e seu irmão mais novo, Thomas, lançaram um segundo rótulo, Riesling, chamado “Dr. L”. Contratando produtores locais, eles podem obter frutas de alta qualidade para fazer um vinho não-embalado e com sabor muito característico da região.

Dr. L Riesling exibe os sabores de ardósia limpas e limonadas do Mosel Médio a um preço muito acessível. É uma introdução maravilhosa ao alemão Riesling e aos vinhos da propriedade Dr. Loosen.

“Ernst Loosen inseriu o vinho alemão no cenário mundial do século XXI” (Jancis Robinson).

Mais informações acesse:





quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Cantanhede Selecção 2016

 

Pode parecer demasiadamente desagradável falarmos sempre da questão do valor, do valor monetário do vinho e suas implicações na qualidade do rótulo. Mas sempre que compramos um vinho, principalmente os mais baratos, o assunto vem à tona.

E o conceito de “vinho barato” também é muito relativo, diga-se de passagem. O que é caro para mim, pode ser a entrada para outros. E por ser o assunto complexo, muitos tentam evita-lo, porém, embora seja difícil falar sobre ele, podemos sim mensurar, tornar tangível o conceito de qualidade no universo do vinho.

Um produtor idôneo, que produz grandes vinhos, em todas as suas escalas de propostas, uma região proeminente, os prêmios que determinados vinhos ganham (embora não seja determinante), pode caracterizar a qualidade de um rótulo, em especial.

É claro que quando você compra um vinho na faixa dos R$ 25,00 você não pode esperar complexidade, grande estrutura, longevidade ou coisa que o valha, é preciso entender a sua escala de proposta e isso também é preponderante para a qualidade de um vinho. Afinal em todas as suas escalas de propostas o vinho pode ser especial, não precisa ser aquele mais caro ou de grande complexidade para entregar satisfação ao enófilo.

E o exemplo dessas questões levantadas é o vinho que degustei e gostei que veio de uma região portuguesa chamada Beira Atlântico, próximo a clássica Bairrada. É um vinho que encontrei na faixa dos R$ 25,00, é um vinho de uma região que gosto, que venho gostando a cada rótulo degustado, de um produtor que admiro, que respeito. É um “combo” de satisfações que faz com que se arrisque em comprar o vinho e que, ao abri-lo, você confirma as suas expectativas. O nome do vinho é o Cantanhede Seleção da safra 2016 composto pelas castas Baga (50%), Aragonez (30%) e Touriga Nacional (20%).

E não podemos falar dos vinhos dessa região sem falar da sua autóctone casta Baga e quão longeva é, mesmo que em vinhos não tão complexos. Falar de Baga é falar da Bairrada, do Beira Atlântico, é uma questão de terroir, de história. E por falar em história, vamos textualiza-los aqui, pois são dignos de merecimento.

Beira Atlântico

A produção de vinho na região remonta ao tempo dos romanos, fazendo disso prova os diversos lagares talhados nas rochas graníticas (lagares antropomórficos), onde na época o vinho era produzido. Já nos reinados de D. Joao I e de D. Joao III, respectivamente, foram tomadas medidas de proteção para os vinhos desta área do país, dadas a sua qualidade e importância social e econômica.

A tradição destes vinhos remonta ao reinado de D. Afonso Henriques, que autorizou a plantação das vinhas na região, com a condição de ser dada uma quarta parte do vinho produzido. Estendendo-se desde o Minho ate a Alta Estremadura, e uma região de agricultura predominantemente intensiva e multicultural, de pequena propriedade, aonde a vinha ocupa um lugar de destaque e a qualidade dos seus vinhos justifica o reconhecimento da DOC "Bairrada".

Beira Atlântico

Os solos são de diferentes épocas geológicas, predominando os terrenos pobres que variam de arenosos a argilosos, encontrando-se também, com frequência, franco-arenosos. A vinha e cultivada predominantemente em solos de natureza argilosa e argilo-calcaria. Os Invernos são longos e frescos e os Verões quentes, amenizados por ventos de Oeste e de Noroeste, que com maior frequenta e intensidade se faz sentir nas regiões mais próximas do mar.

A região da Bairrada situa-se entre Agueda e Coimbra, delimitada a Norte pelo rio Vouga, a Sul pelo rio Mondego, a Leste pelas serras do Caramulo e Bucaco e a Oeste pelo oceano Atlântico. E uma região de orografia maioritariamente plana, com vinhas que raramente ultrapassam os 120 metros de altitude, que, devido a sua planura e a proximidade do oceano, goza de um clima temperado por uma fortíssima influencia atlântica, com chuvas abundantes e temperaturas médias comedidas. Os solos dividem-se preponderantemente entre os terrenos argilo-calcários e as longas faixas arenosas, consagrando estilos bem diversos consoantes à predominância de cada elemento.

Integrada numa faixa litoral submetida a uma fortíssima densidade populacional, a propriedade rural encontra-se dividida em milhares de pequenas parcelas, com dimensões medias de exploração que raramente ultrapassam um hectare de vinha, favorecendo a presença de grandes adegas cooperativas e de grandes empresas vinificadoras, a par de um conjunto de produtores engarrafadores que muito dignificam a região.

As fronteiras oficiais da Bairrada foram estabelecidas em 1867, por Antônio Augusto de Aguiar, tendo sido das primeiras regiões nacionais a adoptar e a explorar os vinhos espumantes, uma vez que na região, o clima fresco, úmido e de forte ascendência marítima favorece a sua elaboração, oferecendo uvas de baixa graduação alcoólica e acidez elevada, condição indispensável para a elaboração dos vinhos espumantes.

Baga

A uva Baga, conhecida também como Tinta da Bairrada, Tinta Fina ou Tinta Poeirinha, é uma das principais uvas nativas de Portugal e capaz de oferecer enorme complexidade aos rótulos que compõe. Demonstrando muita classe e estrutura, a variedade da casta de tintos é única no seu valor e possui um fantástico potencial de envelhecimento, que atua com o vinho na garrafa durante anos após sua fabricação.

Presente em alguns dos melhores vinhos tintos portugueses, a uva Baga é conhecida pela sua complexidade e peculiaridade, dando origem a vinhos interessantes, únicos e intensos. Encontrada, sobretudo na região da Bairrada, a uva Baga produz excelentes vinhos em uma das mais prestigiadas regiões produtoras de Portugal.

Além de refinados e inimitáveis, os vinhos produzidos com esta variedade de uva apresentam muita personalidade e distinção. No passado, a Baga era conhecida por ser empregada na produção de vinhos rústicos, excessivamente ácidos e tânicos e de pouca concentração. Porém, após a chegada do genial Luís Pato, conhecido como o “revolucionário da Bairrada” e maior expoente desta variedade, a casta da uva Baga foi “domesticada”.

Luis Patto

Luís Pato foi o responsável por fazer com que a fruta desse origem a alguns dos melhores vinhos tintos da região da Bairrada. Produzindo grandes exemplares de tintos, finos, estruturados e complexos, a variedade é, sem dúvida, uma ótima referência de Portugal.

O cultivo da Baga é árduo e trabalhoso, demorando para que o amadurecimento ocorra. A fruta desenvolve-se melhor quando plantada em solos argilosos e necessita de uma excelente exposição ao sol durante o processo de cultivo. Entretanto, após os devidos cuidados e maturação, a Baga produz preciosos rótulos, podendo envelhecer na garrafa durante anos, garantindo complexidade e elegância para seus exemplares, além de tornar os vinhos concentrados, aromáticos e possuidores de uma coloração escura.

A casta Baga atualmente é considerada uma das maiores uvas portuguesas, com enorme complexidade, estrutura e classe, sendo muito apreciada no mundo do vinho. A casta Baga dá origem a vinhos portugueses com muita personalidade, altamente interessantes e únicos.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um vermelho rubi de média intensidade e brilhante, graças aos reflexos violáceos, com razoável proliferação de lágrimas finas e de média persistência.

No nariz prevalecem os aromas de frutas vermelhas maduras, tais como cereja, framboesa, ameixa, morango, frutas secas, bem como um discreto toque de especiarias.

Na boca tem média estrutura, sendo equilibrado, frutado e elegante, com um volume de boca pronunciado, taninos comportados, acidez na medida e um final agradável e muito sedoso.

O exemplo cabal de que vinho bom é aquele com que você se identifica, com que você gosta, fundamentado no produtor que você aprecia, na região que você gosta. E convenhamos, quando compramos um vinho de 3 ou 4 dígitos de valor, por exemplo, é neste que esperamos que sempre será ótimo e não os mais baratos, lembrando, mais uma vez, que valores são relativos. Como sempre a Adega de Cantanhede sempre entregando o melhor da Bairrada e do Beira Atlântico e graças a esse produtor, podemos degustar grandes e especiais vinhos com valores um pouco mais justos, acessíveis ao máximo possível de pessoas em um país como o nosso onde o salário mínimo infelizmente perde, a olhos vistos, o seu poder de compra. E apesar da discussão do vinho caro e vinho barato pareça ser interminável, algo não pode fugir de nossas percepções: não podemos nos esconder em uma bolha social e achar que sempre os vinhos caros são os melhores, é um desserviço a difusão da cultura do vinho. Tem 13% de teor alcoólico.

Fundada em 1954 por um conjunto de 100 viticultores, a Adega de Cantanhede conta hoje com 500 viticultores associados ativos e uma produção anual de 6 a 7 milhões de quilos de uva, constituindo-se como o principal produtor da Região Demarcada da Bairrada, representando cerca de 40% da produção global da região. Hoje certifica cerca de 80% da sua produção, sendo líder destacado nas vendas de vinhos DOC Bairrada DOC e Beira Atlântico IGP.

Reconhecendo a enorme competitividade existente no mercado nacional e internacional, a evolução qualitativa dos seus vinhos é o resultado da mais moderna tecnologia, com foco na qualidade e segurança alimentar (Adega Certificada pela norma ISO 9001:2015, e mais recentemente pela IFS Food 6.1.), mas também da promoção das castas Portuguesas, que sempre guiou a sua estratégia, particularmente das variedades tradicionais da Bairrada – Baga, Bical e Maria Gomes – mas também de outras castas Portuguesas que encontram na Bairrada um Terroir de eleição, como sejam a Touriga Nacional, Aragonez e Arinto, pois acredita que no inequívoco potencial de diferenciação e singularidade que este património confere aos seus vinhos.

O seu portfólio inclui uma ampla gama de produtos. Em tinto, branco e rose os seus vinhos vão desde os vinhos de mesa até vinhos Premium a que acresce uma vasta gama de Espumantes produzidos exclusivamente pelo Método Clássico, bem como Aguardentes e Vinhos Fortificados. É um portfólio que, graças à sua diversidade e versatilidade, é capaz de atender a diferentes segmentos de mercado, com diferentes graus de exigência em qualidade, que resulta na presença dos seus produtos em mais de 20 mercados.

A sua notoriedade enquanto produtor, bem como dos seus vinhos e das suas marcas, vem sendo confirmada e sustentadamente reforçada pelos prémios que vem acumulando no seu palmarés, o que resulta em mais de 750 distinções atribuídas nos mais prestigiados concursos nacionais e internacionais, com destaque para Mundus Vini – Alemanha, Concours Mondial de Bruxelles, Selections Mondiales du Vins - Canada, Effervescents du Monde – França, Berliner Wein Trophy – Alemanha e Japan Wine Challenge. Sendo por diversas ocasiões o único produtor da Bairrada com vinhos premiados nesses concursos e, por isso, hoje um dos mais galardoados produtores da região. Em 2015 integrou o TOP 100 dos Melhores Produtores Mundiais, pela WAWWJ – Associação Mundial dos Jornalistas e Críticos de Vinho e Bebidas Espirituosas. Nos últimos 8 anos foi eleita “Melhor Adega Cooperativa” em Portugal por 3 vezes pela imprensa especializada.

Mais informações acesse:

https://www.cantanhede.com/

Referências:

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/baga

“Soul Wines”: https://www.soulwines.com.br/uvas-de-vinhos/baga

“IVV”: https://www.ivv.gov.pt/np4/503/


Degustado em: 2019

 

 

 






sábado, 18 de dezembro de 2021

Sanjo Nobrese Cabernet Sauvignon

 

Ter boas referências sempre te dá um norte para tomar certas decisões na vida ou para construir, edificar a sua formação nas mais diversas áreas, âmbitos da vida. E penso que no universo do vinho não seja diferente. Eu explico!

Aquele produtor que você passa a gostar, aquela região cujos rótulos você se identificou, uma casta preferida etc. Enfim, é uma soma de vários fatores que vai construindo a sua percepção de vinho.

De um tempo para cá estava a procura de alguns rótulos da Serra Catarinense, da região de São Joaquim, conhecida como uma das cidades mais frias do Brasil. Me coloquei a garimpar alguns rótulos e observei que, a cada rótulo localizado, me esbarrava na impossibilidade de tê-los por conta dos altos valores.

Mas não desisti, continuei em busca de algum vinho dessa região, para conhecê-la, pois nunca havia degustado um vinho sequer dessa região brasileira. A missão era árdua, para muitos poderia ser o fim, a desistência. Mas localizei uma linha de rótulos de uma vinícola que não conhecia e que estava em um site que sempre comprei vinhos. Como que nunca tinha visto aqueles vinhos?

Era de uma Cooperativa, de uma empresa, fundada por japoneses que iniciou a sua história produzindo maçãs, isso mesmo, maçãs e que no início dos anos 2000 começou a sua produção de vinhos! Falo da Sanjo.

Por ser tratar de uma vinícola cooperativada os valores dos vinhos eram bem atrativos e logo comprei o Sanjo Núbio Cabernet Sauvignon da safra 2010. O degustei com 11 anos de vida, amigos! São conhecidos os vinhos de altitude de São Joaquim como os mais longevos do Brasil, os amados vinhos velhos que tanto gosto. O vinho estava maravilhoso!

Continuei a investir nos vinhos desse produtor e dessa vez foi o Sanjo Núbio Sauvignon Blanc da safra 2017. Quando o comprei descobri que os vinhos dessa casta na Serra Catarinense é o carro-chefe da região, sendo considerado como um dos melhores Sauvignon Blanc produzido no Brasil. Isso me encheu de euforia para degusta-lo. E não deu outra de novo: sucesso!

Talvez seja uma sorte nas escolhas, mas eu senti a necessidade de comprar um novo rótulo desse produtor, afinal percebia que estava em terreno fértil, os rótulos dessa vinícola é bom! Dessa vez eu queria “ousar” um pouco mais e comprar um vinho mais básico, simples, de proposta mais jovem dessa vinícola.

Lembrei-me do especialista em vinhos Didu Russo, onde o mesmo disse: “A gente mede a qualidade de um produtor pelos seus vinhos de entrada”. Então não hesitei e comprei um dos vinhos mais básicos da Sanjo e prometi que logo iria abri-lo para degusta-lo.

Esse momento chegou e quando chegou tive, mais uma vez, uma surpresa arrebatadora! O vinho que degustei e gostei veio da região da Serra Catarinense, de São Joaquim, e se chama Sanjo Nobrese da casta Cabernet Sauvignon sem safra. Na realidade esse vinho é um blend de safras, que consiste na junção de algumas safras, mais um atrativo. Então, antes de entrar na descrição do vinho, falemos um pouco de São Joaquim.

A vitivinicultura no Brasil ficaria restrita a pequenas áreas em distintos pontos do território nacional até 1875, quando se inicia, no Rio Grande do Sul a instalação de imigrantes italianos. Concebe-se então, como marco da indústria vitivinícola brasileira a chegada destes imigrantes italianos (século XIX) e sua instalação na Serra Gaúcha. Em Santa Catarina, as primeiras mudas de uva plantadas pelos imigrantes italianos que chegaram, em 1878, na região onde seria fundada a cidade de Urussanga, são as responsáveis pelo início da vitivinicultura catarinense que conhecida atualmente.

Os italianos trouxeram mudas e sementes de vitis viníferas, mas elas não se adaptaram à úmida região”. A cultura da uva e o hábito do consumo do vinho faziam parte do patrimônio cultural acumulado dos imigrantes italianos oriundos na sua maioria da região do Trento, acostumados a dispor do vinho em seu ritual à mesa. Diante das condições naturais adversas, foram buscar videiras que se adaptassem às características climáticas da região de Urussanga, mesmo que o vinho resultante se apresentasse diferente da bebida já consumida na Itália. Recorreram então às variedades americanas e híbridas, como a Isabel, mais resistentes a pragas e ao clima tropical.

Atualmente, a região Meio-Oeste é a maior produtora de vinhos do estado de Santa Catarina. Foi nela que, na primeira metade do século XX, italianos que haviam migrado do Rio Grande do Sul deram início à construção da mais expressiva cadeia vitivinícola de Santa Catarina. A produção da uva e do vinho no Meio-Oeste catarinense é constituída principalmente de uvas de origem americana e híbrida. Apenas na década de 70, com a criação em Santa Catarina do PROFIT (Projeto de Fruticultura de Clima Temperado) é que houve um grande incentivo para o plantio de castas europeias. Desde o final da década de 1990, entretanto, vem ocorrendo uma reversão das expectativas no plantio das variedades de castas europeias, representada por novos plantios, inclusive em áreas não tradicionais para o cultivo da videira, como é o caso das regiões de elevada altitude (acima de 950 metros). Assim como ocorreu com o setor macieiro, as condições geográficas da região do planalto catarinense favorecem a produção de uvas, especialmente as da variedade vitis viníferas.

A partir de estudos visando o desenvolvimento da vitivinicultura no planalto serrano, iniciados na década de 1990 pela EPAGRI e de investimentos de empresas de outras regiões identificados no mesmo período, a produção de vinhos finos vem crescendo. Além das características geoclimáticas adequadas para a produção das castas europeias, há que se considerar também o emprego de sofisticadas técnicas enológicas, bem como as modernas instalações produtivas. Pode-se também atribuir o início do cultivo de parreiras e da fabricação de vinhos na serra catarinense à fixação de descendentes de italianos oriundos da região sul do estado de Santa Catarina que migraram para o planalto.

O início dos experimentos da EPAGRI e o plantio de 50 plantas experimentais de uvas Cabernet Sauvignon realizado pela vinícola Monte Lemos que detém a marca Dal Pizzol foram o incentivo que faltava para que Acari Amorim, Francisco Brito, Nelson Essenburg e Robson Abdala adquirissem uma propriedade em São Joaquim, no ano de 1999, dando início a Quinta da Neve.

Em 2000, o empresário Dilor de Freitas adquiriu uma propriedade no município de Bom Retiro, onde em 2001 iniciou o cultivo de uvas finas. No ano de 2002, adquiriu sua propriedade de São Joaquim e lançou a construção de sua vinícola onde localiza-se a sede da Villa Francioni e o centro de visitações. O empresário Nazário Santos, a partir de uma sociedade com um grupo de profissionais liberais paulistas, idealizou a Quinta Santa Maria, sendo um dos pioneiros produtores de vinhos de uvas vitis viníferas em São Joaquim.

Os novos terroirs de Santa Catarina, localizados em altitudes que podem chegar a 1.400 metros no Estado que registra as temperaturas mais baixas do País, têm vantagens para quem planta uvas viníferas. Em regiões mais frias e altas, o ciclo da videira se desloca para mais tarde, e esse ciclo longo ajuda a concentrar açúcares e taninos, além de melhorar a sanidade dos grãos. Atualmente, na região vitivinícola de São Joaquim, já é possível destacar osmunicípios de São Joaquim, Urubici, Urupema e Bom Retiro.

Rota do Vinho (Serra Catarinense)

Ao investigar a vitivinicultura de altitude de São Joaquim, observa-se a tendência e a existência de significativos acertos no processo de desenvolvimento do setor. A identificação de recursos naturais raros e diferenciados se apresenta como um fator capaz de gerar vantagens competitivas, estruturando a atividade produtiva com o foco na segmentação de mercado.

Através do suporte de instituições de pesquisa como mecanismo de desenvolvimento de todo o setor produtivo da uva e do vinho, da articulação entre os recursos disponíveis, dos maiores investimentos em publicidade e propaganda realizados pelas empresas do setor e dos projetos que visam o diferencial do produto afirmado pelas indicações geográficas identifica-se a importância das tipicidades que procedem dos vinhos finos de altitude, confirmando então, a criação de um produto diferenciado no país.

E agora finalmente o vinho!

Na taça tem um vermelho rubi intenso, com tonalidade brilhante e vívida, com reflexos violáceos com lágrimas finas e em média intensidade.

No nariz conta com um exuberante aroma de frutas vermelhas e pretas maduras, onde se destacam cereja, amora, framboesa e ameixa, com as típicas notas de especiarias, um discreto toque herbáceo.

Na boca é seco, equilibrado, de corpo leve para médio, média estrutura, expressivo, com um ótimo volume de boca, frutado, com taninos macios e uma acidez equilibrada e um final longo, prolongado e frutado.

Eu vislumbrava seguir o meu caminho na degustação dos vinhos da Sanjo em todos os seus patamares de proposta e faltava um da linha mais jovem e simples para embarcar na experiência sensorial. E que experiência agradável! Um blend de castas, um vinho que desce redondo, saboroso, elegante, equilibrado, mas que demonstra alguma personalidade, enaltecendo as características genuínas da Cabernet Sauvignon. Um Cabernet Sauvignon que não traz a estrutura e a complexidade, não passa por barricas, exatamente para exaltar as propostas que o vinho deveria ostentar, porém mostra o Cabernet Sauvignon como deve ser. Um vinho extremamente versátil que pode ser apreciado sem harmonização ou acompanhado por carnes vermelhas, grelhadas, massas como pizza e macarrão ou aqueles queijos semi duros. Mais uma vez a Sanjo disse a que veio. A história continua... Tem 12% de teor alcoólico.

Sobre a Sanjo Cooperativa Agrícola de São Joaquim:

Formada originalmente por 34 fruticultores, em sua maioria imigrantes e descendentes de japoneses oriundos da cooperativa paulista de Cotia, a Sanjo construiu uma história de sucesso comercial investindo em qualidade e tecnologia agrícola. Nossa produção alcança mais de 50 mil toneladas anuais de maçãs, em uma área plantada de 1240 hectares.

No Brasil, as variedades mais consumidas de maçãs são a Gala e a Fuji. A Sanjo produz ambas em grande volume, comercializadas em todo o país, e divididas entre as marcas Sanjo, Dádiva, Pomerana e Hoshi, conforme a categoria. A empresa também comercializa com sucesso a linha de maçãs em sacolas Sanjo Disney, destinada ao público infantil.

A partir de 2002, aliando os valores da tradição japonesa à qualidade das uvas francesas e à experiência de enólogos de descendência italiana, vindos das tradicionais vinícolas da Serra Gaúcha, a Sanjo passou a investir também com sucesso na produção de vinhos finos de altitude, contribuindo para o reconhecimento alcançado pelos vinhos produzidos na Serra Catarinense. São 25,7 hectares das variedades Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay e Sauvignon Blanc, cultivadas com as mais avançadas tecnologias de produção de uvas para a elaboração de vinhos.






quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Cruz Andina Chardonnay 2017

 

Quando a gente fala de “terroir”, essa palavrinha bonita que assume um caráter modista entre os enófilos, ela meio que se perde por conta do caminho que segue e da forma como é inserida no conteúdo verbal e textual dos apreciadores da poesia líquida. Está além da questão da moda e assume um contexto de suma importância para a compreensão do vinho que degustamos.

E o rótulo que escolhi para a degustação dessa tarde de domingo aprazível e ensolarada veio de uma região chilena muito importante para o cenário vitivinícola do todo o Cone Sul: Vale de Casablanca. E uma casta nascida nas terras francesas da Borgonha e que ganhou notoriedade no Chile, sobretudo na região do Vale de Casablanca: falo da rainha das uvas brancas, o Chardonnay.

E o rótulo de hoje traz uma personalidade marcante, potência e untuosidade, sobretudo quando vem de uma região que é banhada pelo Oceano Pacífico conferindo aos vinhos dessa cepa, que se beneficiam de regiões de clima frescos. Brisas, a maresia, o clima temperado, traz boa acidez, frescor, leveza, aliada a personalidade, aos toques de frutas de polpa branca e tropicais.

Combinações maravilhosas quando se espera versatilidade de um vinho branco, frescor e leveza, mas também corpo e cremosidade. Delicadeza, mas presença de boca, um bom volume que entrega aquela “pegada”.

E a essa porta de entrada adiciona-se a madeira que traz um aporte de aromas de tosta, de untuosidade. A Chardonnay proporciona essa possibilidade, é uma das poucas castas brancas que suporta com êxito a madeira. Há tempos não degusto um Chardonnay tão gostoso e versátil como esse rótulo.

O vinho que degustei e gostei desembarcou do Vale de Casablanca, no Chile, e se chama Cruz Andina Reserva da casta Chardonnay da safra 2017. E para fundamentar, pelo menos um pouco, o conceito de “terroir”, vamos de história do Vale de Casablanca para explicar o vinho que degustamos de uma forma didática, mas aplicada, sobretudo quando derramamos o vinho em nossa taça.

Valle de Casablanca, Aconcágua

Os primeiros espanhóis no Vale de Casablanca foram os expedicionários liderados, em 1536, pelo avançado Dom Diego de Almagro. O Conquistador, em suas incursões ao longo da costa, entrou na rota Inca, que de Quillota cruzou Limache e Villa Alemana, penetrando o vale de Margamarga em direção aos campos de Orozco. De lá avistou o vale (que os nativos chamavam de Acuyo) cruzando-o para continuar até Melipilla pelo Cordón Ibacache, visitou as colônias de 'Mitimaes' de Talagante, avançou mais para o Leste e depois voltou para Quillota. Em 1540, D. Pedro de Valdivia passou com os seus anfitriões, imitando a estrada para Almagro.

O vale, localizado entre Santiago e o maior porto do Chile, Valparaíso (recentemente declarado Patrimônio da Humanidade) combina todas as condições para tornar-se essencial para todos que visitam o país. Casablanca se caracteriza por ser um vale pre-litoral, localizado na planície costeira da região, a apenas 18 km do mar e rodeado pela serra costeira.

Vale de Casablanca

A origem do nome Casablanca (Casa Branca) está no século XVI, quando foi construída uma casa de adobe caiada a oeste da cidade. Em 1755, os trabalhos preparatórios para a nova cidade prosseguiram e o seu traçado original foi delineado - de acordo com a tradicional grelha espanhola - por Dom Joseph Bañado y Gracia, juiz agrimensor do Bispado.

Quando as primeiras casas foram construídas, algumas medidas foram ditadas a fim de garantir o progresso da população. Foi nomeado um Tenente General do Partido Casablanca, dependente do prefeito de Quillota, que também recebeu ordens do Governador de Valparaíso em caso de defesa do referido porto.

Embora, no início, a população tenha crescido, a rivalidade entre José Montt e Dom Francisco de Ovalle pôs em risco o seu desenvolvimento, quando este último reivindicou os direitos sobre o terreno onde fora construída a vila, visto que os habitantes iam abandonando o terreno por entender que eles iriam perdê-los se Ovalle ganhasse o processo.

O contencioso durou toda a segunda metade do século XVIII e a situação normalizou-se quando os herdeiros dos litigantes encerraram a ação, reconhecendo o fundamento e os direitos dos seus habitantes.

Casablanca tem uma clara influência marítima, clima bem mais frio, com neblinas matinais e uma amplitude térmica de até 19 graus entre o dia e a noite, o que favorece a lenta maturação das uvas.

A temperatura media do verão é de 14,4 graus, as chuvas se concentram entre os meses de maio e outubro, com um amédia anual de 450 mm. A influência marítima que o vale recebe faz com que a temperatura média seja moderada, alcançando não mais do que 20º C durante o período vegetativo. Isso cria excelentes condições para as variedades brancas, como Sauvignon Blanc e Chardonnay, refletindo-se na frescura e no intenso aroma cítrico de seus vinhos.

Os meses com riscos de geadas são setembro e outubro, ficando bem mais seco entre novembro e abril, época do crescimento e maturação das uvas. A colheita, diferente de outros vales, acontece mais tarde, a partir de 15 de março até final de abril. Essas características climáticas trazem vinhos de qualidade superior, com muita concentração de fruta, acidez muito boa e um final brilhante.

A região é dominada pelas castas brancas, que correspondem a 75% da área plantada. Lá reina a Chardonnay, que ocupa mais de 1.800 hectares. Outras variedades importantes são a Sauvignon Blanc (mil hectares), a Merlot (430 ha) e a Pinot Noir (426 ha). Esta última, apesar de ser apenas a quarta mais plantada, forma, junto com a Chardonnay, a dupla de uvas emblemáticas da região.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um lindo amarelo claro com tendências douradas e reflexos esverdeados muito brilhantes com lágrimas finas e abundantes.

No nariz explode em aromas de frutas brancas e cítricas, tais como maçã-verde, pera, abacaxi e limão, com notas sutis e elegantes de madeira, de tosta.

Na boca é fresco, saboroso, mas de bom volume de boca, com alguma untuosidade, cremoso, sendo de corpo leve para médio e muito, muito versátil e equilibrado. Goza de boa acidez, uma acidez equilibrada, com notas discretas de madeira, pois 15% do vinho passou 8 meses por barricas de carvalho, com um final longo, prolongado.

Um autêntico Chardonnay do Vale de Casablanca! A história, o terroir (olha a palavrinha bonita) denuncia isso de forma veemente. A assinatura de uma região personificada em seus rótulos, a fidelidade da terra, o DNA de seus traços geológicos delimitam as belíssimas características desse Cruz Andina Chardonnay. Entrega ainda uma filosofia calcada nas práticas sustentáveis, entregando vinhos singulares, com o respeito ao ambiente natural, levando à mesa de nós, felizes enófilos, não somente um belo produto, mais um produto que entrega prazer e sinônimo de saúde. Um vinho expressivo, saboroso, que entrega o Chardonnay chileno de que estamos todos habituados. Vida longa a rainha das uvas brancas! Tem 13,5% de teor alcoólico em perfeito equilíbrio com acidez, madeira e fruta.

Sobre a Vinícola Veramonte:

A vinha em Veramonte é a maior vinha contígua do Chile, já que se estende por mais de 350 hectares na área de cultivo principal do Vale do Casablanca, no Chile. Em 1990, Agustin Huneeus escolheu este local para a Vinícola Veramonte, reconhecendo então que os microclimas e solos deste belo vale são semelhantes às prestigiadas regiões vinícolas da Califórnia, Napa Valley e Carneros.

O Veramonte Vineyard Manager utiliza os mais recentes avanços na tecnologia vitícola a fim de produzir frutos da mais alta qualidade possível. Ele gerencia cuidadosamente os rendimentos, eliminando a colheita, controlando a irrigação e experimentando diferentes técnicas de poda com a finalidade de maximizar a maturidade e a maturação das uvas.

Portanto, ele limita a produção de 5 a 7 toneladas por hectare para colher uvas de alta qualidade com sabor, definição e concentração intensos.

Veramonte foi introduzido pela primeira vez em 1996 e, desde então, recebeu elogios da crítica internacional por Chardonnay, Merlot, Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc e Primus, um rico e picante proprietário vermelho, misturado com Carménère (uma bela variedade de Bordeaux, agora praticamente exclusiva do Chile), e Cabernet Sauvignon.

A vinícola de Veramonte é uma instalação de fato moderna de vinificação, projetada por um dos principais arquitetos líderes do Chile, Jorge Swinburn. Inaugurada em 1998, a vinícola de 7.896 metros quadrados inclui dessa forma a mais recente tecnologia em linhas de engarrafamento, fermentadores alimentados por gravidade e tanques ultramodernos de aço inoxidável.

Assim como é projetado para vinificação em pequenos lotes, permitindo fermentação e envelhecimento separados de blocos individuais de vinha e parcelas experimentais de vinha. Quando os hóspedes entram na vinícola, são recebidos no “Casona”, uma sala, inegavelmente, de tirar o fôlego, com uma rotunda alta, tetos de 16 metros e paredes de vidro que revelam as cavernas do barril abaixo.

No momento em que a família Huneeus era pioneira no Vale do Casablanca, no Chile, em 1990, havia menos de 40 hectares plantados em videiras. Posteriormente, nos dias atuais, a propriedade Veramonte Alto de Casablanca ganhou reconhecimento mundial pela qualidade de seus vinhos.

Todas as propriedades aderem a práticas orgânicas que garantem assim as melhores condições para o desenvolvimento das vinhas e a obtenção de vinhedos sustentáveis ao longo do tempo. Solos vigorosos e equilibrados cultivam uvas de qualidade que sem dúvida alguma expressam o potencial máximo de seu terroir.

Mais informações acesse:

https://www.veramonte.cl/disclaimer

Referências:

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=CASABLANCA

“Portal Casablanca”: http://valle.casablanca.cl/zona/zona1.shtm 



sábado, 11 de dezembro de 2021

El Toqui Reserva Especial Cabernet Sauvignon 2020

 

Há quem diga que os vinhos da região chilena do Vale Central são ruins pelo fato de ser uma das maiores em termos de volume produzido de vinho, logo entregam rótulos de baixa qualidade. Não sou um enciclopédico em terroir ou coisa que o valha, mas não consigo falar, ou melhor, degustar vinhos chilenos sem pensar em regiões como o Vale Central.

Quem nunca degustou um chileno do Central Valley que atira a primeira taça, ou melhor, a primeira pedra. Gosto dessa região pela sua diversidade, de vinhos simples, de proposta simples, de vinhos frutados, jovens a vinhos mais estruturados e complexos. Sinto um pouco de preconceito, de uma intolerância com a região. Não nos esqueçamos de que temos, como distritos, ou micro regiões, ou ainda sub-regiões do Vale Central os emblemáticos Vale do Maipo e outra pequena região que muito aprecio, o Maule.

E o rótulo que escolhi para degustar traz uma novidade: é a primeira vez que degusto um Cabernet Sauvignon de uma jovem safra, com apenas um ano de vida. Bem isso pode parecer uma coisa banal, sem importância, sobretudo se o vinho for de proposta mais simples, de vinhos de entrada. Porém esse me parece um vinho que pode entregar alguma estrutura, um pouco mais de personalidade, fazendo jus aos Cabernets produzidos nesse pequeno, mais significativo país vitivinícola. Ah e já que falei do Maipo, a mesma é uma das grandes produtoras de Cabernet Sauvignon de todo o Chile. Pois é, acho que já é meio caminho andado.

Também terei algumas “estreias”, pois será minha primeira degustação dos vinhos das Casas del Toqui e, convenhamos, é sempre excitante degustar novos rótulos, de novos produtores e dos pequenos e “undergrounds” vinícolas, fugindo um pouco do “mainstream”, da grife dos vinhos famosos de produtores renomados.

Então sem mais delongas façamos as apresentações: o vinho que degustei e gostei, como já havia dito, vem do Vale Central, no Chile, e se chama El Toqui Reserva Especial, da casta Cabernet Sauvignon da safra 2020. E, para não perder o costume, vamos às histórias que também alimenta e fomenta a celebração às degustações: Um pouco de Central Valley.

Valle Central: o centro vitivinícola do Chile

Valle Central, ou Central Valley como é conhecida, é uma região vinícola do Chile, estando entre uma das mais importantes áreas produtoras de vinho de toda a América do Sul, em termos de volume.

Além disso, o Central Valley é uma das regiões que mais se destaca com relação a extensão, indo desde o Vale do Maipo até o final do Vale do Maule. Uma ampla variedade de vinhos é produzida na região, elaborados a partir de uvas cultivadas em diferentes terrenos. Tal exemplar vão desde vinhos finos e elegantes, como os produzidos em Bordeaux, até os vinhedos mais velhos e estabelecidos em Maule. A região do Valle Central é também lar de diversas variedades de uvas, porém, as plantações são ocupadas pelas castas Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc, Merlot, Chardonnay e Syrah.

A uva ícone do Chile, a Carmenère, também é importante na região, assim como a Malbec é referência em Mendoza, do outro lado dos Andes. As áreas mais frias do Central Valley estão ganhando cada vez mais destaque perante o mundo dos vinhos, onde são cultivadas as uvas Riesling, Viognier e até mesmo a casta Gewürztraminer. O Central Valley é dividido em quatro sub-regiões vinícolas, de norte a sul, cada qual com características e diferenças marcantes.

O Maipo é a sub-região mais histórica do país, onde as vinhas são cultivadas desde o século XVI, abrigando as videiras mais antigas existentes na região. O Rapel Valley é lar das tradicionais sub-regiões Cachapoal e Colchagua, enquanto Maule Valley é uma das sub-regiões vinícolas mais prolíferas de toda a América do Sul. Por fim, a última sub-região Curico Valley foi a pioneira no cultivo vinícola na década de 1970, onde Miguel Torres deu início a vinicultura moderna.

Vale Central

A Cabernet Sauvignon pode ser cultivada com sucesso tanto no Vale do Maipo quanto no Vale de Rapel, cada um por um motivo diferente. No Vale de Rapel, a presença de um solo rochoso e com baixa atividade freática (pouca disponibilidade hídrica) aliado à alta taxa de amplitude térmica (diferença entre a maior e a menor temperatura nessa área em um dia) vai favorecer o grau de maturação da Cabernet Sauvignon, aprofundando seu sabor.

Essa parte do vale, portanto, produz uvas com um sabor mais profundo e maduro. Já a Cabernet Sauvignon que é cultivada no vale do Maipo (de onde provém mais da metade da produção dessa cepa) conta com a influência direta do Rio Maipo. Onde as águas do rio servem para regular a temperatura e fornecer a irrigação dos vinhedos. E para não deixar de destacar a área a sotavento da Cordilheira da Costa, o Vale do Curicó possui um clima quente e úmido, já que todo o ar frio é impedido de passar pela barreira natural da montanha.

Quem se beneficia com isso é a produção de Carménère, que por tamanha perfeição em seu desabrochamento são conhecidos por todo o mundo, não sendo surpresa o fato de que somente desse Vale derivem vinhos para mais de 70 países ao redor do mundo. Em outras palavras, o Vale Central se constitui como uma mina de ouro de cepas premiadas e irrigadas com tradição centenária.

O Vale Central é uma área plana, localizada na Cordilheira Litoral e Los Andes, caracterizada por seus interessantes solos de argila, marga, silte e areia, que oferece ao produtor uma extraordinária variedade de terroirs. Excepcionalmente adequada para a viticultura, o clima da região é mediterrâneo e se traduz em dias de sol, sem nuvens, em um ambiente seco.

A coluna de 1400 km de vinhas é resfriada devido à influência gelada da corrente de Humboldt, que se origina na Antártida e penetra no interior de muito mais frio do que em águas da Califórnia. Outra importante influência refrescante é a descida noturna do ar frio dos Andes.

E agora o vinho!

Na taça apresenta um vermelho rubi intenso e brilhante com reflexos arroxeados, com lágrimas finas e abundantes.

No nariz é pouco aromático, mas percebem-se as notas de frutas vermelhas e negras, como amora, ameixa e cereja, com toques de baunilha, especiarias, como um discreto pimentão.

Na boca estrutura leve para média, com a fruta em evidência, as notas amadeiradas, graças aos 8 meses em barricas de carvalho, são sentidas e em equilíbrio com a acidez, bem elevada, talvez pelo curto tempo de vida do vinho e os taninos firmes, presentes, porém sedosos. Um final de média persistência.

Independente de sua safra, do tempo de vida do vinho, ele entregou o que eu verdadeiramente esperava de um Cabernet Sauvignon chileno, aquele Cabernet Sauvignon que aprendi a gostar nos tempos de outrora das minhas experiências de degustação: um vinho com alguma imponência, de marcante personalidade, vivaz, jovem e pleno, mostrando-se frutado, as especiarias protagonizando, aquele toque que gosto do pimentão, as notas amadeiradas em sinergia com a fruta. Um vinho redondinho, bem feito e muito bom pelo que valeu, entregando, inclusive, mais do que valia. Digam o que quiserem do Vale Central, mas eu nunca rejeitarei seus vinhos. Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Casas del Toqui:

Com o objetivo de criar vinhos finos e de alta qualidade que expressem o verdadeiro terroir chileno, a Casas del Toqui nasceu da união de uma tradicional família de produtores do Chile e o Château Larose Trintauton, uma grande propriedade vinícola de Bordeaux, na França, em 1994.

A soma de distintas experiências com vinhedos de alta qualidade e uma adega dotada da mais alta tecnologia tornaram a empresa um destaque constante na imprensa mundial, posicionando-a como uma das bodegas mais respeitadas do Chile.

Em 2010, a Família comprou a “Estate and Winery”, logo após o terremoto que a danificou severamente, e a modernizou. Hoje, sua principal adega está localizada próxima de Totihue, Alto Cachapoal, cerca de 100 km ao sul da capital Santiago.

Mais informações acesse:

https://www.casasdeltoqui.cl/index.html

Referências:

“Portal Vinci”: https://www.vinci.com.br/c/regiao/valle-central

“Portal Winepedia”: https://www.wine.com.br/winepedia/enoturismo/valle-central-chile/

“Portal Enologuia”: https://enologuia.com.br/regioes/186-o-vale-central-no-chile-ponto-de-encontro-de-vinhos-reconhecidos-mundialmente