sábado, 9 de maio de 2020

Panizzon Ancellotta 2015


Algumas discussões vêm se tornando recorrente entre os enófilos brasileiros: a disseminação da cultura do vinho, democratizando-a, a qualidade crescente do vinho brasileiro e o seu reconhecimento pela crítica especializada internacional, o custo Brasil que encarece os vinhos para os brasileiros etc. Por que falo tudo isso? Acredito que precisamos discutir tais temas e entender como e em que circunstâncias o vinho nacional enche as nossas taças. Não quero parecer ufanista e tão pouco ser um espírito de porco chato que critica os problemas pela qual a nossa cultura (ou falta de) viticultura brasileira passa. O fato é que os nossos vinhos ganha, a cada dia, em qualidade, adquirindo tipicidade, expressando o que há de mais genuíno de nossos mais significativos terroirs, embora o consumo per capita, por ano, insiste em não passar dos dois litros. Então prefiro unir o que há de bom e ruim na nossa viticultura.

Toda essa introdução é para dizer que o vinho que degustei e gostei é brasileiro, veio da famosa região gaúcha de Flores da Cunha, em Altos Montes, e é de uma casta que se notabilizou na Itália, é oriunda de lá, a Ancellotta. Falo do Panizzon da safra 2015.

Na taça revela um vermelho intenso, profundo, escura, proporcionando uma bebida caudalosa com lágrimas finas que se dissipam rapidamente.

No nariz aromas intensos de frutas maduras, com toques de baunilha e tostado, graças a passagem por 6 meses por barricas de carvalho.

Na boca é seco, com bom volume de boca, preenche maravilhosamente a boca, com taninos presentes, mas sedosos, em virtude da breve passagem por madeira, fazendo do vinho macio, equilibrado e fácil de degustar. Tem boa acidez e um final frutado de média persistência.

Um vinho de personalidade, porém refinado, equilibrado, harmonioso e elegante e apesar da cor intensa e escura não é nem um pouco encorpado, mas, como disse, macio e fácil de beber. Harmoniza muito bem com massas em geral, como macarrão e pizza, por exemplo. Uma curiosidade: as mudas que produziram este vinho vieram da Itália e aqui encontrou as condições naturais ideais para ser vinificado, para ser feito com a tipicidade brasileira. Um vinho nacional que, como muitos rótulos, premiados em todos os cantos do mundo, que, como costumo dizer, precisam ser conhecidos e reconhecidos por todos os brasileiros sem distinção de raça, cor, credo e, sobretudo nível social. E por falar em reconhecimento, o Panizzon Ancellotta da safra 2015 foi premiado no famoso “Grande Prova Vinhos do Brasil 2019” como o melhor Ancellotta do evento tão importante. Veja: https://blogs.oglobo.globo.com/luciana-froes/post/grande-prova-vinhos-do-brasil-premia.html. Embora não “bebamos prêmios” é um reconhecimento em tanto corroborado pela sua atestada qualidade. Tem 12% de teor alcoólico.

Sobre a Panizzon Vinhos:

Foi em 1960 que Ricardo Panizzon e seus filhos decidiram apostar em sua produção própria de vinhos. Com vasta experiência como fornecedores de matéria-prima para vinícolas da região, a família Panizzon teve a visão empreendedora de investir em um novo negócio. E foi a partir deste importante passo que nasce a Sociedade de Bebidas Panizzon Ltda., surgida e instalada até hoje no Travessão Martins, interior de Flores da Cunha, e atualmente capitaneada pela terceira geração da família. Até 1990, as atividades da empresa se concentravam na produção de vinhos de mesa. Em 1991, inicia-se a produção de vinagres, sob a marca Rosina, em homenagem à nona Rosina, esposa do fundador Ricardo. Ainda na primeira metade da década de 90, a Sociedade amplia seu mix de produtos com o lançamento de bebidas quentes e vinhos compostos. Com o aquecimento do mercado e a grande demanda por novos produtos, em 1999 a Panizzon lança seus primeiros vinhos finos e, em 2002, passa a fazer parte também do nicho de espumantes finos. Mas foi no ano 2003 que a empresa ampliou ainda mais sua atuação, apresentando ao mercado linhas de vinagre balsâmico e suco de uva. Um marco no setor produtivo da Panizzon foi a implementação de técnicas, equipamentos e infraestrutura de última geração aplicada na produção de suco de uva concentrado, no ano de 2006. s vinhedos Durans são o berço da produção das uvas dos Vinhos Panizzon. A produção de vinhos e espumantes realizada a partir de vinhedos próprios é garantia de excelência, devido ao controle rigoroso de qualidade que é feito desde o plantio, que é realizado em espaldeiras, até a vintage. Esses diferenciais únicos garantem reconhecimento aos Espumantes e Vinhos Finos Panizzon, premiados em concursos nacionais e internacionais. Hoje, presente há mais de 59 anos no mercado brasileiro de bebidas, a Panizzon se configura como referência por sua excelência, fruto da tradição do legado da família e do constante aprimoramento técnico e produtivo. A sua postura inovadora, responsável pela introdução de novos gêneros de produtos em território nacional evidencia a maturidade da empresa, que possui mais de 50 anos de mercado. Além da tradição e do legado da família, o que impulsiona a Panizzon é a responsabilidade de aprimorar constantemente os conhecimentos adquiridos, formar técnicos, investir em tecnologia e novos projetos como o plantio de grandes áreas de vinhedos próprios. O resultado deste incansável trabalho são os espumantes, vinhos finos, vinhos de mesa, vinagres, sucos e bebidas quentes, todos os produtos referência no mercado por sua excelência em qualidade.

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