Quando falamos em vinhos da famosa região italiana de
Abruzzo, logo associamos para quem conhece a região, com a casta mais famosa:
Montepulciano! Tão famosa que carrega em seu nome o nome da cidade.
Mas a região ainda é capaz de nos reservar algumas gratas
novidades, mesmo que muito famosa e que, em tese, já ofereceu tudo que tinha de
oferecer. Mas o rótulo de hoje é da icônica região italiana de Abruzzo, mas a
sua sub-região é totalmente nova para mim: Falo da Comuna de Chieti.
Terre di Chieti, uma IGT, é pouco conhecida por aqui, pelo
menos para mim que, no auge da ignorância, foi conhecer apenas por intermédio
desse rótulo que adquiri por um valor excepcional! Será que o vinho seguirá na
mesma toada?
Então sem mais delongas vamos às apresentações! O vinho que
degustei e gostei veio da região italiana de Abruzzo, na Itália, na comuna de
Chieti, e se chama Passo dei Sani composto pelas castas Montepulciano (85%),
Merlot (5%), Cabernet Sauvignon (5%) e Sangiovese (5%) da safra 2019. E para
não perder o costume vamos de história: Abruzzo e Chieti.
Abruzzo
Abruzzo é uma região emergente na Itália, conhecida
principalmente pelos saborosos vinhos Montepulciano d’Abruzzo, que podem ser
exemplares muito agradáveis e cheios de fruta, com ótima acidez e, por vezes,
excelente relação qualidade e preço.
Localizada na parte centro-oriental da Itália peninsular, a
região de Abruzzo possui fundamental importância para a vinicultura italiana.
Abruzzo é a quinta maior área produtora de vinhos italianos. A produção de vinhos
anual da região é quase duas vezes maior do que a produção de Toscana, ainda
que Abruzzo apresente cerca de metade da área de vinhedos plantados.
A área de vinha em Abruzzo ultrapassa os 32.000 hectares, dos
quais quase 96% está localizado na serra, enquanto 4% é representado pela
viticultura de montanha. Como forma de criação, a Pergola, localmente
denominada “Capanna”, ainda é muito difundida, enquanto sistemas obsoletos como
a maritate de Alberate deram lugar a sistemas de formação mais modernos, como a
Controspalliera, Cordone speronato e Guyot. A produção total de vinho excede
2,6 milhões de hectolitros, dos quais mais de 30% são denominações DOC e DOCG.
A uva de maior predominância nos vinhedos de Abruzzo é a uva
Montepulciano que pode originar excelentes vinhos tintos. Outra casta que
também pode ser encontrada nos vinhedos da região italiana é a uva branca
Trebbiano, que dá origem a outro vinho famoso da área, o Trebbiano d’Abruzzo.
O vinho tinto Montepulciano d’Abruzzo não é somente o símbolo
da região de Abruzzo, como também é um dos vinhos italianos mais
comercializados em todo o mundo. Em 1968, o exemplar recebeu a DOC
Montepulciano d’Abruzzo. Tal denominação abrange a maior parte da região
italiana.
Desde os anos 1960, depois de ter sido reconhecido pelo
“DOC”, os vinhos da Abruzzo tornaram-se progressivamente conhecidos no mundo.
As denominações de origem mais conhecidas são: Montepulciano
d’Abruzzo Colline Teramane DOCG, Abruzzo DOC, Cerasuolo d’Abruzzo DOC,
Controguerra DOC, Montepulciano d’Abruzzo DOC, Ortona DOC, Terre Tollesi DOCG,
Trebbiano d’Abruzzo DOC, Villamagna DOC, Colli Aprutini IGT, Colli del Sangro
IGT, Colline Frentane IGT, Colline Pescaresi IGT, Colline Teatine IGT, Del
Vastese (o Histonium) IGT, Terre Aquilane IGT e Terre di Chieti IGT. Em suma
existe em Abruzzo apenas uma denominação DOCG, Montepulciano d’Abruzzo delle
Colline Teramane DOCG, 8 denominações DOC e 8 denominações IGT.
O relevo da região é formado por colinas e montanhas,
incluindo a imponente cordilheira dos Appennini, cuja altitude ultrapassa os
2.000 m. Abruzzo possui 150 km de costa, com características bastante
peculiares: ao norte, o cenário é baixo e retilíneo, composto por terrenos
amplos e arenosos; já na parte sul, encontram-se terrenos marcados por uma
densa vegetação mediterrânea.
A região de Abruzzo apresenta, portanto, clima marítimo e
continental, com temperatura média anual variando entre 8 e 12ºC na zona das
montanhas, e 12 e 16ºC na parte marítima.
Os melhores vinhos Montepulcianos são da parte norte da
região de Abruzzo, onde a cordilheira dos Apeninos (Appennini) aproxima-se do
mar. Dentre os 500 mil hectolitros do vinho Montepulciano d’Abruzzo produzidos
anualmente, cerca de dois terços provêm do distrito de Chieti.
A uva Montepulciano apresenta coloração profunda, baixa
acidez e taninos doces, conferindo aos vinhos caráter frutal delicado que o
torna bom enquanto jovem. No entanto, os exemplares elaborados a partir da uva
Montepulciano podem ser degustados também com 10 anos de vida.
Vale aqui também uma pertinente informação: Apesar do nome, a
uva Montepulciano não tem nada a ver com a cidade de mesmo nome localizada em
outra região da Itália, a Toscana. Lá são produzidos os vinhos Rosso di
Montepulciano e Nobile de Montepulciano, mas que não são feitos com a uva
Montepulciano, apenas levam esse nome em referência à cidade.
Terre di Chieti (IGT)
Terre di Chieti IGT é um título de Indicazione Geografica
Tipica / Protetta para a província de Chieti de Abruzzo, Itália central. Foi
criado em 1995, quando a categoria IGT foi lançada pela primeira vez na Itália.
É complementado pelo título mais específico do local, Colline Teatine IGT, que
se concentra apenas nas colinas ao redor da cidade de Chieti, a capital da
província.
Os regulamentos de produção para todos os títulos IGT/IGP são
flexíveis em comparação com DOCs e DOCGs. Os vinhos “Terre di Chieti” podem (em
teoria) ser qualquer coisa, desde brancos secos e rosés doces até tintos e espumantes.
No entanto, a maioria são vinhos de mesa secos feitos a partir de apenas um
punhado de castas clássicas. Algumas delas já estabelecidas na região, outras
são importações comerciais de outras regiões vitivinícolas.
Os vinhos tintos são predominantemente baseados em
Sangiovese, Montepulciano e Merlot. Essa ênfase não é surpreendente, afinal a Montepulciano
é de longe a variedade de uva mais plantada em Abruzzo. A Sangiovese é uma uva
para vinho tinto italiana clássica e confiável que prospera no terroir local.
Merlot é um prazer para todos e um componente de mistura útil.
Em um cenário semelhante, Chardonnay, Pecorino e Pinot Grigio
compõem a maioria dos vinhos brancos. A primeira é indiscutivelmente a uva para
vinho mais comercializável do mundo e cresce bem em Chieti, tornando-a uma
opção óbvia.
Pecorino é uma variedade de uva branca central em todo
Abruzzo e Marche apenas ao norte. Tornou-se um grampo dos IGTs locais,
principalmente do Colline Teatine e do Colline Pescaresi que cercam Pescara. As
plantações de Pinot Grigio cresceram em muitas partes da Itália desde 2000, não
apenas no coração do Nordeste.
Além disso, os regulamentos da IGT permitem a produção de
vinhos monovarietais a partir de uma variedade relativamente ampla de outras
uvas. Estes incluem clássicos locais como Passerina, Cococciola, Bombino Bianco
e Falanghina, bem como o mundialmente popular Cabernet Sauvignon e Sauvignon
Blanc.
1.786 hectares (4.411 acres) de vinhedos foram registrados
para a classificação em 2015. A produção para o ano seguinte foi de cerca de
1.670.000 casos.
E agora finalmente o vinho!
Na taça entrega um vermelho rubi intenso, profundo, mas que
apresenta algum brilho, com lágrimas grossas, lentas e em profusão.
No nariz revela aromas frutados, garantido pela Cabernet
Sauvignon e Merlot, de frutas pretas maduras, com destaque para ameixas e
cerejas. Um discreto amadeirado, devido ao pequeno lote que estagiou em
barricas de carvalho é percebido, trazendo baunilha. Percebem-se também
especiarias, como pimenta, couro, tabaco, graças a Montepulciano e a
Sangiovese.
Na boca tem corpo médio, boa estrutura, alcoólico, mas sem
agredir, trazendo bom volume, algo de untuoso, traz também um agradável e
discreto residual de açúcar que marca também a sua presença. Tem as notas
frutadas, como no aspecto olfativo, bem como a madeira, taninos pujantes, mas
domados, acidez média e um final persistente e saboroso.
Mais uma descoberta, mais conhecimento adquirido, mais uma
grata e satisfatória degustação, que surpreendente experiência com esse vinho
que é um verdadeiro rótulo com excelente custo X benefício. Um vinho de Abruzzo
que carrega, em sua predominância, a mais emblemática das castas de Abruzzo: a
Montepulciano. E por ter a predominância da cepa, traz as notas frutadas,
mesclada a uma marcante personalidade. Castas autóctones e as mais famosas
cepas francesas e do mundo! Belo vinho! Tem 14% de teor alcoólico.
Sobre a Vinícola Conti Sani:
A Conti Sani representa a paixão e o profissionalismo com que
os seus viticultores cuidam das vinhas e vinhos todos os dias. As uvas
produzidas e criteriosamente selecionadas são transportadas para as adegas de
última geração para uma produção total de mais de 100 milhões de garrafas por
ano. Na Itália, a Conti Sani está entre os líderes em varejo moderno.
A Conti Sani foi fundada em Verona em 1991 a partir da união
estratégica de algumas das realidades mais importantes do setor vitivinícola
das regiões vinícolas mais conhecidas da Itália.
Até à data, a Conti Sani pode ostentar uma vasta área de
produção, uma das maiores do setor vitivinícola, podendo contar com uma área de
vinha de: 2.600 hectares na Toscana, 840 hectares no Veneto, 420 hectares na
Puglia, 340 hectares na Sicília, 240 hectares no Piemonte, 800 hectares na
Emilia Romagna e 200 hectares em Abruzzo.
Mais informações acesse:
Referências:
“Mistral”: https://www.mistral.com.br/regiao/abruzzo
“Vinho Italiano.com”: https://vinhoitaliano.com/os-vinhos-da-regiao-abruzzo/
“RBG Vinhos”: https://www.rbgvinhos.com.br/blog/abruzzo-a-terra-da-uva-montepulciano-uma-das-mais-famosas-da-italia
“Parada 21”: https://parada21.com.br/vinhos-italianos-abruzzo-a-regiao-de-excelentes-vinhos-frutados/
“Wine
Searcher: https://www.wine-searcher.com/regions-terre+di+chieti+igt
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