domingo, 6 de setembro de 2020

Cooperativa Agrícola de Felgueiras (Vinho Verde)


Já ouviu falar que a nobreza vem da simplicidade? Quando li essa frase pela primeira vez e, embora eu não conheça o dono dela, a mesma se aplica fielmente aos vinhos e que infelizmente muitos “aristocráticos do vinho” não entendem. Não é porque o vinho é simples que ele será ruim, nem sempre é assim! Quando o vinho simples e básico atinge a sua proposta ele, apesar de simples, é nobre, é fantástico. É como costumamos dizer que o vinho vale mais do que entrega. Não se enganem com o status dos altos valores do vinho, vinho é prazer, é degustação, é celebração! Não é, não pode ser encarado como condição e poderio econômico de ninguém. Essa cultura ostentação e subjugação usando o vinho como um produto de poder tem de acabar. O mais importante é ter o vinho como alimento, como celebração e fonte inesgotável de cultura, democratizando-o a todos sem distinção de raça, credo ou condição socioeconômica. Esse vinho veio junto com novas amizades, veio junto com reencontros, esse vinho ajudou a protagonizar bons momentos entre velhos e novos amigos.

E nada mais apropriado para este momento do que um vinho verde, aquele típico e imprescindível vinho verde: leve, fresco, despretensioso, agradável e saboroso, como uma boa amizade deve ser. E, para ficar ainda melhor, o clima também conspirou maravilhosamente para a degustação de um vinho verde: um dia quente, agradável, solar, a combinação mais do que perfeita com os fatores da natureza a qual o vinho é oriundo, faz parte de forma ímpar.

O vinho que degustei e gostei, veio da famosa região dos Vinhos Verdes, de uma sub-região chamada Felgueiras e que leva o nome do vinho: Cooperativa Agrícola de Felgueiras, um DOC composto pelas típicas castas da região: Loureiro, Pedernã e Azal e não é safrado.

Descobri que a região de Felgueiras é conhecida pelos vinhos verdes, principalmente, de baixíssimo teor alcoólico, jovens, leves, para degustação rápida, sendo uma ode ao bem estar e bom convívio com pessoas que gostamos. Então, mesmo simples, ele foi especial, pois estava com velhos e novos amigos compartilhando momentos de grande celebração. E você já começa com o brasão da região com dois cachos de uvas, mostrando a vocação de uma região de produção de vinhos de excelência, de tipicidade, de identidade com os grandes vinhos verdes. Então vamos falar um pouco mais de Felgueiras.



Felgueiras

Felgueiras é uma cidade portuguesa no Distrito do Porto, região Norte e sub-região Tâmega, com cerca de 15.525 habitantes, inserida na freguesia de Margaride. É sede de um município com 115,62 km² de área e 58.922 habitantes (2006), subdividido em 32 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Fafe, a nordeste por Celorico de Basto, a sueste por Amarante, a sudoeste por Lousada e a noroeste por Vizela e Guimarães. O município é constituído por quatro centros urbanos: a Cidade de Felgueiras, a Cidade da Lixa, a Vila de Barrosas e a Vila da Longra. Verdadeiro coração da NUT Tâmega, constitui hoje uma centralidade importante no mapa de auto-estradas e itinerários principais, uma garantia sólida de afirmação das inúmeras potencialidades reais concelhias. Os bordados são uma das mais ricas tradições do concelho, que emprega cerca de dois terços das bordadeiras nacionais. O filé ou ponto de nó, o ponto de cruz, o bordado a cheio, o richelieu e o crivo são exemplos genuínos do produto artesanal de verdadeiras mãos de fada. Os sabores autênticos da gastronomia, a frescura e intensidade dos aromas dos vinhos e o ambiente de grande animação proporcionam momentos inesquecíveis. Dando corpo a essa riqueza, foi já constituída a “Confraria do Vinho de Felgueiras”, destinada a divulgar e defender o vinho e a gastronomia felgueirenses. Felgueiras, com 58 000 habitantes é um dos concelhos com a população mais jovem do país e da europa. Uma terra de excepção que aposta na valorização dos seus recursos humanos, na consolidação do campus politécnico, no desenvolvimento econômico (pleno emprego e centro de negócios) e na consolidação das suas infra-estruturas. Marcada pela invulgar capacidade empreendedora do seu povo é responsável por 50% da exportação nacional de calçado, por um terço do melhor Vinho Verde da Região e por um valioso patrimônio cultural. Felgueiras é um dos municípios com maior desenvolvimento do Norte do País.

Felgueiras

A primeira referência histórica a Felgueiras data de 959, no testamento de Mumadona Dias, quando é citada para identificar a vila de Moure: "In Felgaria Rubeans villa de Mauri". Felgueiras deriva do termo felgaria, que significa terreno coberto de fetos que, quando secos, são avermelhados (rubeans). Havendo quem afirme que o determinativo Rubeans se deve a que o local foi calcinado pelo fogo. Existem historiadores que afirmam que Felgueiras recebeu foral do conde D. Henrique. No entanto, apenas se conhece o foral de D. Manuel a 15 de Outubro de 1514. No entanto, já em 1220, a terra de Felgueiras contava com 20 paróquias (conhecidas hoje em dia como freguesias) e vários mosteiros e igrejas. Em 1855, ao ser transformado em comarca, Felgueiras ganhou mais doze freguesias. Em 13 de Julho de 1990 Felgueiras foi elevada à categoria de cidade.

E agora o vinho!

Na taça apresenta uma incrível cor amarela dourada, bem intensa, com alguns discretos tons esverdeados.

No nariz há a já típica predominância de frutas brancas, cítricas e tropicais com um agradável toque floral.

Na boca é seco, fresco, leve, com o toque frutado também em evidência, lembrando melão, maça verde, pera, lima, com uma média acidez que em contato com a língua trazia aquela já característica cócegas. Tem um final frutado e persistente.

Um vinho com a cara do Brasil, mesmo sendo tradicional e oriundo de terras lusitanas, sendo leve, fresco, saboroso, refrescante e com um teor alcoólico que traduz essa condição, em torno dos 10%. Um vinho simples, mas excelente, como a amizade e a sua celebração.

Sobre a Vercoope:

A Vercoope é uma união de sete Cooperativas Vitivinícolas da Região dos Vinhos Verdes: Amarante, Braga, Guimarães, Famalicão, Felgueiras, Paredes e Vale de Cambra. Foi criada em 1964 com o objetivo de engarrafar, comercializar e distribuir o vinho produzido pelos viticultores destas cooperativas. A união permitiu juntar a produção de 4 000 viticultores e lança-la no mercado, nacional e internacional, conseguindo mais qualidade, dimensão e competitividade. A qualidade dos vinhos é reconhecida e comprovada pelos consumidores, pelas vendas e pelas centenas de prémios conquistados em competições de vinhos e imprensa especializada. A Vercoope produz anualmente 8 milhões de garrafas de Vinho Verde, sendo 30% para exportação. A Vercoope – União das Adegas Cooperativas da Região dos Vinhos Verdes, U.C.R.L, está inserida na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, considerada a maior região demarcada de Portugal e uma das maiores do mundo, essencialmente devido à sua extensão e da área dos solos dedicados à cultura da vinha, a que acresce uma significativa percentagem de população diretamente dependente do sector vitivinícola e nomeadamente do Vinho Verde. A Vercoope é uma entidade vocacionada para o engarrafamento, comercialização e distribuição de Vinho Verde e integra na sua estrutura as adegas cooperativas de Amarante, Braga, Guimarães, Famalicão, Felgueiras, Paredes e Vale de Cambra que representam no seu conjunto explorações vitícolas de cerca de 5000 viticultores. Situada em Agrela, Santo-Tirso, numa estrutura moderna e tecnologicamente avançada, quer com meios técnicos quer com meios humanos, tem potenciado, desde a sua fundação, em 1964, o desenvolvimento da cultura do Vinho Verde, promovendo a sua divulgação, o seu consumo e a valorização do produtor. Com mais de meio século de atividade a defender uma política de qualidade e prestígio para os seus vinhos, espumantes e aguardentes, ocupa por direito próprio, um lugar de destaque no sector, sendo muito naturalmente considerada uma instituição de referência no panorama regional e nacional.

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Fonte pesquisada sobre a região de Felgueiras: “Terras de Portugal” em: http://www.terrasdeportugal.pt/felgueiras



Real Grei Alicante Bouschet e Trincadeira 2018


Definitivamente o Alentejo é a minha região preferida de produção vitivinícola de Portugal. E não é apenas a predileção, tem também um aspecto sentimental, histórico em minha vida enófila. Conheci os vinhos portugueses pelo Alentejo. Foi a minha porta de entrada para os vinhos lusitanos. E lembro-me bem dos meus primeiros vinhos. O que deveria ser uma espécie de “ensaio” em meu primeiro contato com as autóctones castas portuguesas, bem como os seus rótulos, com vinhos mais básicos ou simples das vinícolas eu comecei com uma “prova de fogo”: com vinhos mais robustos e amadeirados. Talvez por esse motivo tenha sido marcante em minha vida de imediato. O impacto que, para muitos aspirantes do mundo do vinho, poderia ser um tanto quanto insólito e desastroso, para mim foi arrebatador, foi único. E hoje tive o prazer de rememorar os momentos fantásticos de outrora dos meus primeiros contatos com o Alentejo e suas castas e tipicidade com um belo e surpreendente rótulo que um grande amigo adquiriu e que me convidou, gentilmente, em sua casa, para degustarmos o mesmo. Melhor que ter amigos é ter amigos que nos presenteia e gosta de vinhos.

Então o vinho que degustei e gostei, como disse, veio da abençoada terra do Alentejo, em Portugal, se chama Real Grei composto pelas castas Alicante Bouschet e Trincadeira da safra 2018. Esse misto de castas autóctones e estrangeiras vem sendo adotada em Portugal e revela um mix muito interessante, trazendo personalidade aos vinhos e um caráter mais moderno, mas respeitando seus aspectos mais tradicionais. Então, já que falamos sobre tradição e terrior, falemos um pouco, antes de descrever o vinho, um pouco dessa fantástica região: Alentejo.

Alentejo

A história do Alentejo anda de mãos dadas com a história de Portugal e da Península Ibérica, ex-hispânicos, assim como, pertencentes a época de civilizações romana, árabe e cristãs. Em muitos lugares no Alentejo encontrar provas da civilização fenícia existente à 3000 anos atrás. Fenícios, celtas, romanos, todos eles deixaram um importante legado da era antes de Cristo, na região que é hoje o Alentejo. Uma terra onde a cultura e tradição caminham lado a lado. Os romanos deixaram nesta região o legado mais importante, escritos, mosaicos, cidades em ruínas, monumentos, tudo deixado pelos romanos, mas não devemos esquecer as civilizações mais antigas que passaram pela zona deixando legados como os monumentos megalíticos, como Antas. Após os romanos e os visigodos, os árabes, chegaram a esta terra com o cheiro a jasmim, antes da reconquista, que chegou com a construção de inúmeros castelos, alguns deles construídos sobre mesquitas muçulmanas e a construção de muralhas para proteger a cidade e as cidades que foram crescendo. Desde essa altura até hoje, o Alentejo tem continuado o seu crescimento, um crescimento baseada na agricultura, pecuária, pesca, indústria, como a cortiça e desde o último século até aos nossos dias, com o turismo com uma ampla oferta de turismo rural. Situado na zona sul de Portugal, o Alentejo é uma região essencialmente plana, com alguns acidentes de relevo, não muito elevados, mas que o influenciam de forma marcante. Embora seja caracterizada por condições climáticas mediterrânicas, apresenta nessas elevações, microclimas que proporcionam condições ideais ao plantio da vinha e que conferem qualidade às massas vínicas. 

Alentejo

As temperaturas médias do ano variam de 15º a 17,5º, observando-se igualmente a existência de grandes amplitudes térmicas e a ocorrência de verões extremamente quentes e secos. Mas, graças aos raios do sol, a maturação das uvas, principalmente nos meses que antecedem a vindima, sofre um acúmulo perfeito dos açúcares e materiais corantes na película dos bagos, resultando em vinhos equilibrados e com boa estrutura. Os solos caracterizam-se pela sua diversidade, variando entre os graníticos de "Portalegre", os derivados de calcários cristalinos de "Borba", os mediterrânicos pardos e vermelhos de "Évora", "Granja/Amarelega", "Moura", "Redondo", "Reguengos" e "Vidigueira". Todas estas constituem as 8 sub-regiões da DOC "Alentejo".

E finalmente falemos do vinho!

Na taça tem um vermelho rubi escuro, profundo, até um pouco caudaloso, o que se deve a participação da Alicante Bouschet, cuja característica, entre outras, é de uma casta muito escura, predominantemente escura. Uma profusão de lágrimas, grossas e que teimava em desenhar as paredes do copo.

No nariz é extremamente complexo, aromático, trazendo notas de frutas maduras, como figo, ameixa preta e frutas secas também. Apresenta um toque amadeirado, um discreto toque de baunilha, diria também um defumado, graças aos 9 meses de passagem por barricas de carvalho.

Na boca vem a percepção clara da fruta madura, das frutas secas, das notas de especiarias, de ervas, com a madeira em evidência, mas que, em nenhum momento, descaracterizou as castas, mostrando estrutura, corpo, graças ao Alicante Bouschet, tendo a Trincadeira com a missão de “abrandar” o vinho. Tem taninos presentes e gordos, mas domados, devido a passagem do vinho por madeira, com uma acidez correta. Um final particularmente agradável, com um toque de chocolate e muito persistente.

Um vinho robusto, ainda jovem, poderíamos degusta-lo em 5 a 8 anos tranquilamente, tinha vocação de guarda, mas foi uma experiência única e fantástica ter degustado esse rótulo com apenas dois anos de safra. O álcool estava na primeira taça um pouco desequilibrado, afinal, é um vinho jovem e de robustez etílica, com 14,5% de teor alcoólico, mas que logo na segunda taça, após um tempo com o vinho respirando logo ficou equilibrado, com o seu teor alcoólico equilibrado. É o que o vinho é: equilibrado, gastronômico, harmonioso, poderoso e saboroso, muito saboroso. Só tenho a agradecer o meu amigo Paulo por ter me convidado em sua casa e ter proporcionado a mim esse belo rótulo. E como curiosidade o nome do vinho, “Real Grei” é uma homenagem ao rei ao seu povo. Santo Povo ou Santa Nação é a sua benção.


Sobre a Carmin Reguengos:

CARMIM – Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz – foi criada em 1971 por um grupo de 60 viticultores com o objetivo de produzir e comercializar vinho, a partir da uva de um grupo de viticultores da região.


Contando hoje com cerca de 850 associados, a que correspondem 3.600 hectares de vinha, a CARMIM tem construído, ao longo destes anos de história, vinhos e azeites de qualidade CARMIM, os quais passaram a ser sinónimo de excelência. A empresa lidera o mercado nacional no segmento dos vinhos de qualidade. A CARMIM possui atualmente cerca de 900 associados e produz 74 referências de vinhos: dos brancos aos tintos, dos jovens aos reservas, passando pelos licorosos, rosé e espumantes. A CARMIM também produz aguardente e azeites de reconhecida qualidade. Os vinhos da CARMIM têm sido distinguidos com mais de 600 prémios em vários concursos nacionais e internacionais. Entre as marcas de vinho da CARMIM destacam-se o Monsaraz Premium, Espumante Monsaraz, Garrafeira dos Sócios, Bom Juiz, Régia Colheita, Monsaraz Millennium, Monsaraz, Reguengos, Terras d’el Rei e Olaria. Existem ainda os vinhos Monsaraz monovarietais – Gouveio, Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon e Syrah – bem como a Aguardente Terras d’el Rei, o Reguengos Licoroso, a Aguardente Vínica Velha e ainda o Vinho Licoroso Edição Comemorativa dos 40 Anos da CARMIM. Para além do vinho, a CARMIM também produz azeites de qualidade nas gamas Terras d’el Rei e Monsaraz. A qualidade da matéria-prima, oriunda de uma região de denominação de origem, é uma das mais-valias desta Cooperativa, a par do capital humano e de um complexo agroindustrial de 8 hectares, onde se destacam as adegas, uma para vinhos regionais, outra para vinhos DOC e o pavilhão de engarrafamento, dotados da mais alta tecnologia. Aqui podem ser vinificados 1.500.000 quilos de uva por dia, engarrafadas 21.000 garrafas por hora e armazenados até 33 milhões de litros. A CARMIM é a maior adega do Alentejo e uma das maiores do País, sendo um dos principais motores de desenvolvimento socio-económico da região de Reguengos de Monsaraz, funcionando como suporte essencial para as empresas agrícolas associadas e respetivas famílias. A Carmim possui uma das tecnologias mais avançadas da Península Ibérica, ao nível da produção e engarrafamento de vinhos, sendo uma adega de excelência em Portugal. O Grupo CARMIM aposta no mercado nacional com a empresa Monsaraz Vinhos S.A., responsável por toda a comercialização e distribuição no canal Horeca, já a empresa ENOFORUM é responsável pela exportação do Grupo CARMIM, exportando atualmente para mais de 34 países. As duas empresas, juntamente com a CARMIM, constituem o Grupo CARMIM.

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McGuigan Black Label Syrah 2016


O vinho verdadeiramente celebra e tem um poder de agregar. Há tempos não via um amigo de longa data e, depois de muitas tentativas, algumas frustradas, de promover um reencontro, finalmente esse tão esperado momento aconteceu. E vos digo, desde já que, o que motivou esse momento, além da amizade que nos une, foi o interesse comum pelo vinho. Ah o vinho, mais uma vez este sendo preponderante na vida das pessoas, na minha vida e das pessoas a quem tenho apreço. Ele decidiu adentrar o universo agradável do vinho. Ele sempre teve uma relação com a nobre bebida, mas a relação passou a ser mais amorosa a partir de agora e eu, como um zeloso amigo, tento, com todas as minhas energias, ajudar, de alguma forma a fazer com que ele siga, de forma intensa e passional, nessa adorável caminhada e descubra mais e mais, tendo muitas experiências. Então, após um convite para a sua casa, decidi caprichar na escolha do rótulo para levar e degustarmos, recheando o nosso tão esperado reencontro. Confesso que tenho esse momento, da escolha de um rótulo, como uma grande responsabilidade, afinal, proporcionar a uma pessoa que se entrega de corpo e alma ao vinho, um belo e inusitado rótulo, é no mínimo especial. Então fui às compras! Demorei em escolher, precisava caprichar escolher propostas que vai de encontro aos anseios e predileções do meu bom amigo. Procurei, rótulos dançaram em minhas mãos, até que um me chamou a atenção e percebi que poderia deixá-lo no mínimo curioso em degustar.

Afinal de contas não é sempre que degustamos um vinho australiano, até mesmo para o maior e mais experimentado dos enófilos. Então pensei: É este! Um típico Shiraz australiano! E não é por ser um típico Shiraz australiano que será algo banal, porém uma experiência arrebatadora, que sacudirá todos os sentidos que elevarão a nossa alma e coração a cada taça cheia. Não há como não se curvar para os Shirazs australianos, sobretudo os do Sul da Austrália. Tive algumas experiências com eles e sempre foram satisfatórias e com esse rótulo não foi diferente. O vinho que degustei e gostei, com o meu bom amigo, foi o McGuigan Black Label, da casta Shiraz, da safraa 2016. Então, para não perder tempo falemos um pouco do Sul da Austrália.

South Australia

É dessa região que provêm as uvas para a produção do mítico Grange. A cidade mais destacada é Adelaide. As macrorregiões vitivinícolas estão localizadas ao redor dela. As mais importantes são: ao sul, a Ilha Kangaroo, e, ao sudeste, Limestone Coast. Nos arredores de Adelaide estão Southern Fleurieu, Currancy Creek, Langhorne Creek, Adelaide Hills, McLaren Vale, Adelaide Plains, Eden Valley, Barossa Valley, Clare Valley, Coonawarra e Riverland etc. Todas elas produzem muito bons vinhos, mas deve-se destacar Barrossa Valley, Eden Valley, Clare Valley e McLaren Vale, como berço de verdadeiras obras-primas da Austrália. 

Sul da Austrália

São dessas quatro regiões os mais disputados vinhos do país. Além do Grange, ali se encontram Shiraz maravilhosos de Barossa, Clare e Eden Valleys e McLaren Vale. Neste último, temos - além dos mais prestigiados Shiraz do país - excepcionais tintos à base da casta Grenache. E, por último, vale mencionar que a região de Coonawarra produz muitos Cabernet Sauvignon de respeito. A diversidade de castas é vasta. Pelas dimensões, os climas variam muito, desde um mais quente e continental em Riverland, para um pouco menos quente, em Barossa Valley, para o mais frio em Coonawarra. As regiões costeiras ao redor de Adelaide recebem brisas marítimas, reduzindo a umidade.

 E agora vamos ao vinho!


Na taça tem um vermelho rubi escuro, mas não profundo, apresentando bonitos reflexos violáceos e muito brilhantes com finas e abundantes lágrimas mostrando, desde já, corpo e voluptuosidade.

No nariz é extremamente aromático, expressando toda a sua fruta, frutas vermelhas maduras como cereja, ameixa e frutas do bosque, algo terroso também.

Na boca reproduz as impressões olfativas, além de ter um bom volume de boca, sendo encorpado, mas macio, equilibrado, harmonioso, com taninos gordos, mas sedosos, boa acidez que o torna fresco, com o famoso picante tão típico da casta Syrah. Com final marcante e persistente.

Um clássico Shiraz australiano desfilando em nossos copos que, tilintando, celebrou e promoveu o reencontro entre nós depois de muito tempo. A amizade foi corroborada e teve neste belíssimo vinho a testemunha para este momento. Saboroso e encorpado, mas macio, com bastante fruta. Um vinho versátil e eclético, com personalidade marcante, mas muito fácil de degustar. Harmonioso e equilibrado harmoniza com pratos mais simples, de refeição e outros mais elaborados. Tem 13,5% de teor alcoólicos muito bem integrados ao conjunto do vinho.

Sobre a McGuigan Wines:

Em 1880 Owen McGuigan, pai de Perc, mora em Hunter Valley. Trabalhando nas vinhas para complementar a renda de sua fazenda de gado leiteiro, Owen sempre encontrava tempo para convidar amigos e compartilhar um ou dois copos. Seu espírito pioneiro e trabalho árduo estabeleceram as bases para o legado da família McGuigan.

1930 – 1950

Perc McGuigan, uma figura maior do que a vida em Hunter Valley, trabalhou seu caminho desde o cultivo de vinhas até o gerenciamento de uma importante vinícola de Hunter Valley, onde a porta do porão estava sempre aberta para novas idéias e novos amigos. Em um momento de grandes mudanças na indústria vinícola australiana, Perc esteve sempre na vanguarda - transmitindo suas ideias pela linhagem familiar para os filhos Neil e Brian. Em reconhecimento ao seu papel na formação do sucesso do vinho de Hunter, Perc foi nomeado uma Lenda Viva de Hunter Valley.

1960 – 1980

O nome McGuigan se torna sinônimo da nova onda do vinho australiano. Brian McGuigan traz uma nova abordagem para a produção de vinho e administração de uma vinícola. Primeiro gerenciando uma vinícola de grande sucesso em Hunter Valley e, em seguida, construindo seu próprio grande negócio de vinhos com a ajuda da esposa Fay e do irmão mais novo Neil. Trabalhando na adega de sua vinícola no início dos anos 70, Brian McGuigan não era o enólogo isolado usual. Ansioso para descobrir quais vinhos e estilos seus clientes gostavam, Brian rapidamente se torna um campeão do consumidor de vinho. Mais tarde na vida, Brian se junta ao pai Perc ao ser nomeado uma Lenda Viva de Hunter Valley.

1992 – 1999

McGuigan Wines como o conhecemos agora é iniciado por Brian McGuigan e sua esposa Fay. O irmão mais novo Neil McGuigan traz seus talentos de vinificação para a vinícola. Compartilhando o amor pelo bom vinho, paixão, dedicação e um compromisso inabalável com vinhos de qualidade, o trio é a força motriz por trás da McGuigan Wines. Graças ao trabalho tenaz de Brian McGuigan e da esposa Fay, a McGuigan Wines conquistou o mundo, entrando em mais de 20 mercados de exportação diferentes. Vinho de qualidade ajudam McGuigan a se tornar um pioneiro na exportação de vinhos australianos.

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JP Azeitão tinto 2017


Esse vinho já não é nenhuma novidade para mim. Contudo por não ser novidade que o vinho é ruim ou coisa que valha muito pelo contrário! É um vinho estupendo, surpreendentemente ótimo! Um vinho básico da emblemática e tradicional vinícola Bacalhôa, mas que faz frente a qualquer medalhão por aí. Em 2018 ele me veio duplamente. Uma boa amiga, sabendo que sou um enófilo, mas advertiu sobre uma imperdível promoção de um vinho da região de Setúbal em um supermercado que estava sendo inaugurado. Quando ela me disse o valor não hesitei em pedi-la para comprar: R$ 18,90! Um eu fui gentilmente presenteado e o outro eu comprei. Na realidade era para comprar três rótulos da linha: rosé, tinto e o branco, mas veio, como disse, dois tintos e um rosé. Foi por acidente ter vindo dois tintos da mesma safra, mas, como um bom e honesto degustador de vinhos, não se pode rejeitar nenhum rótulo, independente das circunstâncias.

O vinho que degustei e gostei foi o JP Azeitão com um blend das castas Syrah (45%), Castelão (31%) e Aragonez (24%) da safra 2017, da fantástica região da Península de Setúbal. Mas antes de falar da segunda garrafa que degustei vou falar da primeira e da experiência que tive.

Quando o abri, em 5 de janeiro de 2019, já fui surpreendido pelo aroma delicado e agradável de fruta, frutas vermelhas em compota, lembrando morango e cerejas, por exemplo, o mesmo se reproduzindo no paladar, com uma estrutura tânica fresca, suave e com um final frutado e de alguma persistência.

JP Azeitão tinto degustado em Janeiro de 2019

Então, extasiado, decidi abrir a segunda garrafa em um momento especial, porque apesar, como disse, de ser um vinho básico da vinícola, se revela muito bom e honesto, dotado de uma personalidade marcante para a sua proposta, o que me surpreendeu positivamente, diria arrebatadora. Então o momento chegou. Um reencontro com um velho e bom amigo propiciou o momento deste belo JP Azeitão ser degustado, então, após o seu carinhoso convite a ir para sua casa, escolhi este vinho para compartilhar com ele. Mas antes de falar, com o devido prazer, de novo, desse belo vinho, preciso falar da história do Palácio da Bacalhôa, onde está a sede da Quinta da Bacalhôa.

A Quinta da Bacalhôa

é uma antiga propriedade da Casa Real Portuguesa. A quinta com o famoso Palácio da Bacalhoa - também conhecido como Palácio dos Albuquerques - situa-se na freguesia de Azeitão, Concelho de Setúbal, mais precisamente na pequena aldeia de Vila Fresca de Azeitão. É considerada a mais formosa quinta da primeira metade do século XVI, ainda existente em Portugal. 

Palácio dos Albuquerques

No século XV pertenceu, como quinta de recreio, a João, Infante de Portugal, filho do rei D. João I. Herdou-a sua filha D. Brites, casada com o segundo Duque de Viseu e mãe do Rei D. Manuel I. Ainda existentes os edifícios, os muros com torreões de cúpulas aos gomos e também o grande tanque foram beneficiações mandadas construir por D. Brites. Esta quinta viria a ser vendida em 1528 a Brás de Albuquerque, filho primogénito de Afonso de Albuquerque. O novo proprietário, além de ter enriquecido as construções com belos azulejos, mandou construir uma harmoniosa «casa de prazer», junto ao tanque, e dois robustos pavilhões, juntos aos muros laterais. Nos finais do século XVI, esta quinta fazia parte de morgadio pertencente a D. Jerónimo Teles Barreto — descendente de Afonso de Albuquerque. Este morgadio — em que estava incluída a Quinta da Bacalhoa — viria a ser herdado por sua irmã, D. Maria Mendonça de Albuquerque, casada com D. Jerónimo Manuel — da Casa da Atalaia — conhecido pela alcunha de “Bacalhau”. É muito provável que o nome de “Bacalhoa”, pelo qual veio a ficar conhecida a antiga Quinta de Vila Fresca, em Azeitão, tenha tido origem no facto de a mulher de D. Jerónimo Manuel também ser designada da mesma forma sarcástica. Esta quinta ficou consagrada entre os tesouros artísticos de Portugal. Após uma grande disputa judicial entre os descendentes, o morgado ficou para D. José Francisco da Costa de Sousa e Albuquerque (1740-1802), armeiro mor do Reino e armador mor do Rei, casado com Maria José de Sousa de Macedo, 2.ª viscondessa de Mesquitella, 5.ª baronesa de Mullingar (Reino Unido). O Morgado ficaria na família Mesquitella (posteriormente condes de Mesquitella e duques de Albuquerque), assim como os títulos palatinos de armeiro mor e armador mor do Reino e do Rei, até princípios do século XX. Tendo, naturalmente, sofrido algumas modificações, no decurso dos seus cinco séculos de existência, conserva ainda as abóbadas ogivais dos seus tempos mais remotos, o palácio com janelas ao estilo renascentista, os cubelos representativos da Via Sacra e elementos cerâmicos decorativos, do século XVI. Nos azulejos encontra-se a data de 1565 e a assinatura do ceramista Francisco de Matos. Medalhões de faiança de origem flamenga emolduram bustos de significação histórica. Em 1936, o Palácio da Bacalhoa foi comprado e restaurado por uma norte-americana, Orlena Scoville, cujo neto se incumbiu da missão de tornar a quinta num dos maiores produtores de vinho de Portugal. Mais tarde o Palácio e a Quinta da Bacalhôa pertenceram a José Antônio Borges. Atualmente a Quinta da Bacalhôa pertence à Fundação Berardo, liderada pela família Berardo, a nona mais rica de Portugal, cujo patriarca é o madeirense José Berardo.

E agora o vinho!

Na taça apresenta um vermelho rubi com reflexos violáceos, muito límpido e brilhante com lágrimas em profusão desenhando as paredes do copo.

No nariz traz aromas de frutas vermelhas maduras, como ameixa, cereja, frutas em compotas, com notas de especiarias.

Na boca é seco, frutado, leve, mas, ao mesmo tempo, tem uma personalidade marcante, com taninos presentes, mas domados, uma boa acidez que o torna vivaz e fresco, com um final frutado e persistente.

Pois é, um vinho que sempre te surpreende que te traz novas percepções, que te traz celebrações e alegria a cada taça servida. Um vinho fresco, leve, mas de presença marcante para a sua proposta e que harmoniza com momentos descontraídos, com amigos em uma boa conversa, mas harmoniza também com pratos leves e simples, uma refeição, uma comida caseira e gostosa ou degusta-lo sozinho também. Tem teor alcoólico de 13% muito bem integrado ao conjunto do vinho. Ah o meu amigo também gostou e muito do vinho! Missão cumprida!

Sobre a Quinta da Bacalhôa:

Bacalhôa Vinhos de Portugal foi  fundada em 1922, sob a denominação João Pires & Filhos, daí o nome do vinho “JP Azeitão”. Em 1998 o controle da empresa foi comprado por José Berardo, que adquiriu novas propriedades e celebrou um acordo de parceria com o grupo Lafitte Rothschild. No ano de 2008 o grupo Lafitte Rothschild adquiriu uma participação na empresa, que adquiriu mais propriedades e uma participação maioritária na vinícola Aliança. Sua sede está localizada na histórica. O Comendador José Berardo, sendo o principal acionista,  prosseguiu com a missão da empresa, investindo no plantio de novas vinhas, na modernização das adegas e na aquisição de novas propriedades, junto com a imprescindível parceria com o Grupo Lafitte Rothschild na Quinta do Carmo. Em 2007 a Bacalhôa tornou-se a maior acionista na Aliança, um dos produtores mais prestigiados nas categorias de espumantes de alta qualidade, aguardentes e vinhos de mesa. No ano seguinte, a empresa comprou a Quinta do Carmo, aumentando assim para 1200ha de vinhas a sua exploração agrícola. A Bacalhôa dispõe de adegas nas regiões mais importantes de Portugal: Alentejo, Península de Setúbal (Azeitão), Lisboa, Bairrada, Dão e Douro. O projeto implementado nas diversas quintas sob o tema “Arte, Vinho, Paixão” visa surpreender as expectativas mais exigentes. Das vinhas ao vinho, todo o processo vitivinícola é envolvido em vários cenários que incluem a tradição e modernidade, com exposições artísticas diversas, da pintura à escultura, nunca esquecendo as magníficas obras naturais. Com uma capacidade total de 20 milhões de litros, 15.000 barricas de carvalho e uma área de vinhas em produção de cerca de 1.200 hectares, a Bacalhôa Vinhos de Portugal prossegue a sua aposta na inovação no sector, tendo em vista a criação de vinhos que proporcionem experiências únicas e surpreendentes, com uma elevada qualidade e consistência. A Bacalhôa Vinhos de Portugal, S.A., uma das maiores e mais inovadoras empresas vinícolas em Portugal, desenvolveu ao longo dos anos uma vasta gama de vinhos que lhe granjeou uma sólida reputação e a preferência de consumidores nacionais e internacionais. Presente em 7 regiões vitícolas portuguesas, com um total de 1200ha de vinhas, 40 quintas, 40 castas diferentes e 4 centros vínicos (adegas), a empresa distingue-se no mercado pela sua dimensão e pela autonomia em 70% na produção própria. A cada uma das entidades que constituem a Bacalhôa Vinhos de Portugal, S.A. - Aliança Vinhos de Portugal, Quinta do Carmo e Quinta dos Loridos - corresponde um centro de produção com características próprias e um património com intrínseco valor cultural. É à dinâmica gerada pelo cruzamento destas várias identidades, explorada com recurso à tecnologia mais atual e aos conhecimentos de uma equipa de renome, que a Bacalhôa Vinhos de Portugal, S.A. deve a sua capacidade única no competitivo mercado português de oferecer o vinho perfeito para qualquer ocasião.

Mais informações acesse:


Fonte para pesquisa da história do Palácio da Bacalhôa:





sábado, 29 de agosto de 2020

Mula Velha tinto 2017


Tem certos vinhos que te cativam pela sua história, antes mesmo da grata experiência da degustação. Eu comecei a degustar os vinhos da região de Lisboa pela sua história, pelas características de sua região, pelas suas castas típicas. Eu, como ávido leitor sobre as coisas relacionadas ao vinho, decidi enveredar nas pitorescas histórias dos vinhos lisboetas e, claro, fui à busca de rótulos da referida região. Encontramos com relativa facilidade nos supermercados e sites de compras especializados, mas ainda não há uma diversidade de opções como o Alentejo, por exemplo. Mas com uma boa pesquisa, um bom garimpo, conseguimos encontrar vinhos com ótimo custo X benefício, outros nem tanto, afinal, em um país como o nosso, que tributa, de forma abusiva, os vinhos, lamentavelmente se tornou normal. Passei a degustar os rótulos que encontrava e, cada vez mais, passava a gostar desses belos lisboetas. E este vinho, em especial, consegue aliar, com maestria, os dois quesitos: qualidade e história. Um vinho tradicional e emblemático que personifica a história da região.

O vinho que degustei e gostei é claro, vem de Lisboa, Portugal, e se chama Mula Velha, tinto, com um blend tipicamente da região das castas Touriga Nacional (35%), Aragonez (35%) e Castelão (30%) e a safra é 2015. E já que falei de história, este vinho carrega um pouco dos primórdios da vitivinicultura lusitana que vale muito a pena conhecer.

Por que “Mula Velha”?

O nome do vinho é uma homenagem ao que foi considerado como o braço direito do homem na agricultura no passado, a mula. Muito utilizada em tarefas que requeriam força e resistência, tanto como meio de transporte, como na agricultura para lavrar os campos. Descendente do cruzamento entre um burro e uma égua, combinando as melhores características das suas origens: a sobriedade, paciência e o passo seguro do burro, com o vigor e a força da égua. A histórica propriedade Quinta do Gradil absorveu, nos anos de 1990 os vinhedos da Parras Vinhos, e desde então passou a produzir seus tintos e brancos. O Mula Velha, um tinto que já foi bem popular nos anos de 1900-1920, mas que desde a Grande Guerra deixou de ser produzido. Quando a família Gomes Vieira adquiriu a quinta e todos os seus vinhedos, resolveu reeditar o Mula Velha, uma tradição lisboeta.

A região de Lisboa

A região vinícola de Lisboa, também era conhecida como Estremadura e tem mais de 30 hectares de cultivo com mais de 9 mil aptas à produção de Vinho Regional de Lisboa e Vinho com Denominação de Origem Controlada. O nome passou em 2009 para Lisboa de forma a diferenciar da região de mesmo nome na Espanha, também produtora de vinhos. Suas características geográficas proporcionam certa complexidade à região, pois está situada climaticamente em zona de transição dos ventos úmidos e estios, com solo de idades variadas, secos, encostas e maciços montanhosos se contrapõem a várzeas e terras de aluvião. Ainda sofre influencia direta da capital do país localizada em um extremo da região. O conflito entre a vida urbana e a rural foi intensificado a partir do século XIX com a industrialização e recentemente pelo sistema viário que liga Lisboa a Leiria. Toda a região mantém de forma relevante as unidades de espaço designadas ainda no período romano, as quintas (subunidades de uma vila). As quintas em sua quase totalidade estão voltadas para a produção do vinho. A história revela que Fenícios trouxeram mudas da Síria e as introduziram na Foz do Tejo e as vinhas se adaptaram bem. A região ficou sob o domínio dos mouros durante quatro séculos e depois de retomada foi reorganizada para recuperar a produção vinícola.

Região de Lisboa

A região dispõe de grande pluralidade de condições de cultivo. Desta variedade, zonas de maior vocação são encontradas e é onde as diversas castas de uvas são utilizadas na produção de vinhos com denominação, regionais, leves, de mesa e licorosos, além de aguardente bagaceira e vínica, espumantes e de uso na mesa. A região é dividida em nove sub-regiões sendo a maioria Denominações de Origem. Próximo a Lisboa, no sul estão Colares, Bucelas e Carcavelos. Alenquer, Arruda, Torres Vedras, Lourinhã e Óbidos ocupam a parte central e Encostas D’Aire ao norte.

E agora o vinho!

Na taça tem um vermelho rubi com reflexos violáceos e muito brilhantes, com lágrimas finas e em média intensidade que logo se dissipam das paredes do copo.

No nariz traz a evidência de frutas vermelhas maduras com um toque de especiarias, que me remete a ervas.

Na boca também é frutado e com notas especiadas e de couro, com taninos presentes, mas muito sedosos, tendo médio corpo, mas fácil de degustar e uma boa acidez que faz do vinho fresco e jovial. Tem um final de média persistência.

Um belo vinho que alia muito frescor, caracterizado pela fruta, sem soar enjoativo e pela agradável acidez, aliado ao médio corpo com alguma personalidade, revelando harmonia e equilíbrio, envolto em um atrativo valor. Pena não ser muito fácil encontrá-lo nos supermercados e lojas especializadas apesar de ser um vinho tradicional e popular em Portugal. Um vinho também muito versátil nas harmonizações, mas que também pode ser degustado sozinho, sem acompanhamentos. Tem 13% de teor alcoólico muito bem integrados ao conjunto do vinho.

Sobre a Quinta do Gradil:

Não muito distante do sopé da vertente poente da Serra de Montejunto, entre Vilar e Martim Joanes, está instalada a Quinta do Gradil. Considerada uma das mais antigas, senão a mais antiga, herdade do concelho do Cadaval, a Quinta do Gradil tem uma forte tradição vitivinícola que se prolonga desde há séculos. A propriedade é composta por uma capela nobre ornamentada por um torreão artisticamente decorado, um núcleo habitacional, uma adega e uma área agrícola de 200 hectares ocupados com produções vinícolas e frutícolas. A Quinta do Gradil foi adquirida, nos finais dos anos 90, pelos netos de António Gomes Vieira, precursor da tradição de vinhos na família desde 1945. Os novos proprietários iniciaram, em 2000, o processo de reconversão de toda a área de vinha primando por castas de maior qualidade. A adega sofreu melhoramentos, estando projetada uma reformulação profunda nos próximos 2 anos, e as cocheiras recuperadas deram lugar a uma sala de tertúlias. O palacete e capela, em fase muito avançada de degradação aquando da aquisição da Quinta pelos novos proprietários, foram limpos e contam agora com um projecto ambicioso de recuperação, sendo que a herdade tem marcas históricas seculares e constitui um marco arquitetônico significativo. As mais antigas referências documentais encontradas sobre a Quinta do Gradil remontam ao final do século XV, num documento Régio. Em de 14 de Fevereiro de 1492, data do documento, D. Martinho de Noronha recebeu de D. João II a carta de doação da jurisdição e rendas do Concelho do Cadaval e da Quinta do Gradil. Por ocasião da ascensão de D. Manuel I ao trono português e a sua atuação a favor dos membros da Casa de Bragança, a Quinta do Gradil torna a ser referenciada na confirmação de doação concedida por D. Manuel I a D. Álvaro de Bragança, irmão mais novo do 3º Duque de Bragança, D. Fernando II, que acusado de traição foi mandado degolar por D. João II, em 1483. A Quinta terá sido adquirida pelo Marquês de Pombal por ocasião do movimento que a partir de 1760 levou à ocupação de terras municipais, admitindo-se que já na altura contasse com o cultivo de vinha, fator que terá sido decisivo para o estadista que criou a Companhia das Vinhas do Alto Douro. Manteve-se na pretensa da família até meados do século XX, quando foi comparada por Sampaio de Oliveira. Já nos finais dos anos 90 que os atuais proprietários, a família Vieira, adquirem a herdade.



Sobre a Parras Wines:

A Parras Vinhos de Luís Vieira nasce no ano de 2010, atualmente com sede em Alcobaça, onde também está instalada a unidade de engarrafamento do grupo. Cinco anos depois, com a empresa consolidada e voltada para o mercado internacional, surge a necessidade de se fazer um reposicionamento de marca e “vesti-la” de outra forma, mais atual. É assim que no início de 2016 aparece a Parras Wines, mais jovem, mais flexível, e numa linguagem universal para que possa ser facilmente compreendida por todos, mesmo os que estão além-fronteiras. Descendente de um pai e de um avô que sempre trabalharam com vinho, Luís Vieira é o único dono deste projeto. Aos cinco anos caiu num depósito de vinho e quase morreu afogado, não fosse um colaborador do avô na altura, que atualmente é seu, tê-lo salvo. Hoje, recorda com graça esse episódio e diz mesmo que simboliza o seu “batismo nestas andanças do vinho”. A empresa começa então a formar-se com terra própria na Região Vitivinícola de Lisboa, mais exatamente na freguesia do Vilar, Cadaval, com duzentos hectares de propriedade em extensão, sendo que 120 são hoje de vinha plantada. Na mesma região do país, um bocadinho mais acima, na zona de Óbidos, a Parras Wines é também responsável pela exploração de 20 hectares de vinha que dão origem aos vinhos Casa das Gaeiras. Com sede em Alcobaça, nas antigas instalações de uma fábrica de faianças, deu-se início a uma nova área de negócio – uma Unidade de Engarrafamento de Bebidas, que hoje serve também de sede à Parras Wines e que se chama Goanvi. Cinco anos mais tarde, em 2010, constitui-se então a Parras Vinhos, hoje Parras Wines. Para além de terra na Região de Lisboa, o grupo começou paralelamente a produzir vinhos de outras regiões do país. Através de parcerias com produtores locais, a empresa consegue assim dar resposta às necessidades globais que iam surgindo do mercado, produzindo vinhos do Douro, Vinhos Verdes, Dão, Lisboa, Tejo, Península de Setúbal e Alentejo.

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Fonte de pesquisa sobre a região de Lisboa:





terça-feira, 25 de agosto de 2020

Miolo Reserva Tannat 2015


Tem vinícolas que fazem parte da nossa vida, da nossa caminhada de enófilo. As histórias parecem se completar, se complementar. Sabe aquela simbiose em que falamos que o vinho de um produtor não pode faltar na nossa adega? Pois é, é exatamente dessa forma que a Miolo faz parte da minha vida há pelo menos 20 anos! Os seus rótulos foram os primeiros que degustei na transição dos vinhos de mesa, aqueles famosos vinhos de garrafão, para os vinhos finos, produzidos por uvas vitiviníferas. Como todo enófilo brasileiro, esses períodos fazem parte de nossa história de degustador. E lá esteva a Miolo nos momentos mais emblemáticos: Miolo Seleção, os vinhos da Terranova, os espumantes, os brancos, os tintos...Todos eles foram imprescindíveis! E quando decidi enveredar nos Tannats brasileiros, não se enganem que só há bons Tannats uruguaios, um dos primeiros que degustei, adivinhem: foi da Miolo.

Então o vinho que degustei e gostei veio da Campanha Gaúcha, um dos mais importantes terroirs do Brasil, da casta Tannat e é o Miolo Reserva da safra 2015. Um dos primeiros contatos com o Tannat brasileiro mais impactante e avassalador dos que eu degustei até agora.

Na taça apresenta um vermelho rubi intenso e escuro, mas com um reluzente e belo brilho. Lágrimas finas e em abundância que insistia em desenhar as paredes do copo.

No nariz traz a lembrança de aromas de frutas vermelhas bem maduras, como cereja, por exemplo, com notas inusitadas, mas agradáveis de menta, que traz um frescor, uma leveza.

Na boca é seco, intenso, encorpado, com a repetição das notas frutadas, com taninos gulosos, presentes, mas sedosos, com uma boa acidez e um final frutado e persistente.

Esse vinho definitivamente para a minha história e descortinou a evidência de que os Tannats brasileiros estão na crista da onda, sendo muito bem feitos, com a cara do Brasil, com a nossa tipicidade, sem soar ou plagiar os icônicos vinhos uruguaios. E por falar em Uruguai, o Miolo Reserva Tannat tem participado anualmente de um concurso dos melhores rótulos da casta realizado nas terras uruguaias e sempre vem abocanhando medalhas, atestando que sim, os brasileiros estão fazendo ótimos Tannats. O Miolo Reserva Tannat é poderoso, de personalidade forte, mas fácil de degustar, mostrando equilíbrio sendo eclético nas harmonizações que vai de uma simples refeição a um bom churrasco. Teor alcoólico de 13,5% e sem passagem por barricas de carvalho. Vinhaço!

Sobre a Vinícola Miolo:

A história da família Miolo no Brasil começa em 1897. Entre os milhares de imigrantes italianos que vieram ao país em busca de oportunidades, estava Giuseppe Miolo, um jovem que já tinha nas veias a paixão pela uva e pelo vinho, vindo da localidade de Piombino Dese, no Vêneto. Ao chegar ao Brasil, Giuseppe foi para Bento Gonçalves, de um pedaço de terra no vale dos vinhedos, chamado Lote 43. Já em 1897, o imigrante começou a plantar uvas, dando início a tradição vitícola da família no Brasil. Na década de 70, a família foi pioneira no plantio de uvas finas, fazendo com que os netos de Giuseppe Miolo, Darcy, Antônio e Paulo, ficassem muito conhecidos na região pela qualidade de suas uvas. No final da década de 80, uma crise atingiu as cantinas dificultando a comercialização de uvas finas e forçando a família Miolo, a partir de 1989, a produzir o seu próprio vinho para a venda a granel para outras vinícolas. Surge a Vinícola Miolo, com apenas 30 hectares de vinhedos. Em 1992 a primeira garrafa assinada pela família foi um Merlot safra 1990, que na partida inicial teve 8 mil garrafas produzidas. Em 1994 é lançado o Miolo Seleção, que logo se torna o vinho mais distribuído da Miolo. Inicia-se em 1998 o Projeto Qualidade. Desde então o crescimento da empresa foi significativo: com investimentos constantes na terra, tecnologia, recursos humanos e no próprio consumidor, iniciou-se também o Projeto de Expressão do Terroir Brasileiro.

Aquisições da Miolo

Instalado na Estância Fortaleza do Seival, localizada no Sul do Brasil, no município de Candiota, próximo à divisa com o Uruguai. A Família Miolo juntamente com a família Benedetti (Lovara) iniciam o projeto Terranova no Vale do São Francisco, adquirindo a antiga propriedade do Sr. Mamoro Yamamoto chamada Fazenda Ouro Verde. A família Miolo, juntamente com a familia Benedetti e a familia Randon adquirem a Vinicola Almadén pertencente a Pernod Ricard. A Vinícola Almadén, uma das mais importantes do segmento de vinhos no mercado nacional, introduziu a colheita mecânica.

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Degustado em: 2017



sábado, 22 de agosto de 2020

Traversa Chardonnay 2018


Atualmente tenho investido fortemente em degustações de rótulos de castas pouco populares e difíceis de encontrar em terras brasileiras. Regiões também estão no meu rol de prioridades, bem como castas sendo produzidas e vinificadas em regiões que jamais você esperaria encontrar. Pois bem esse vinho se enquadra em todos os quesitos que mencionei e digo mais: se puxarmos pela memória elencaria esse vinho em vários outros quesitos pouco usuais em minha história de enófilo, de um simples apreciador da nobre bebida. Talvez esteja com um portfólio aquém do que espera para achar que o rótulo que degusto hoje, mas o fato é que estou radiante com o rótulo de hoje e mais feliz ainda pelo valor atrativo que paguei por ele. Pasmem: R$ 22,00! Já adianto que é um Chardonnay! Agora vem a pergunta: a rainha das castas brancas, pouco popular? Claro que não! Uma das mais cultivadas do planeta e uma das mais famosas, como popular! Mas esse veio do Uruguai, da região de Montevidéu, de sua capital. Já digo de antemão: Um Chardonnay uruguaio é um achado, pelo menos para mim! Um chileno, um argentino, um brasileiro, a gente encontra com facilidade, mas um uruguaio? Ah esse, com orgulho, irei falar e, claro, degustar!

Então o vinho que degustei e gostei veio, como disse do Uruguai, da região de Montevidéu, e se chama Traversa, da casta Chardonnay (100%), da safra 2018. E sem parecer sugestionável ou envolvido por um êxtase que cega aos olhos, digo sem medo de ser feliz que o vinho é maravilhoso! Surpreendentemente positivo aos meus sentidos! O meu primeiro vinho branco uruguaio veio arrasando quarteirão! E como não me contento com a degustação, que já é fantástico, busquei mais informações sobre o cenário dos vinhos brancos no Uruguai e encontrei algumas gratas novidades.

Os brancos uruguaios

Boa variedade de estilos, tipos de vinificação, e boa diversidade de cepas permitem levar à mesa rótulos que antes não existiam acompanhados de pratos ligeiramente a medianamente encorpados.Desde o fresco, herbáceo e cítrico Sauvignon Blanc – um vinho que no Uruguai promete e que já conta com muitos seguidores – até os mais clássicos Chardonnays – às vezes fermentados em barricas, a elegância e finesse são de nominadores comuns nesses brancos saborosos e muitas vezes versáteis nas harmonizações. Porém não apenas tipos clássicos dão o que falar atualmente. Também exclusividades como o Torrontés e o Albariño agradam consumidores locais e do mundo todo, que ávidos por provarem novos sabores, uma vez os aprovem, acabam maravilhados com esses brancos diferentes e intrigantes, incorporando esses vinhos a seus rótulos do dia-a-dia. Condições geoclimáticas, especialmente no sul do Uruguai, fazem com que a região reúna fatores imprescindíveis para se obtiver bons brancos. Outro capítulo merecem os espumantes, ainda escassos se considerarmos apenas os que conseguiram alcançar um nível de qualidade que os coloque entre os melhores do mundo. Mesmo assim, o país conta com alguns poucos excelentemente bem elaborados e que demonstram que no Uruguai também se pode alcançar um verdadeiro champenoise quando assim se propõe. Agora, se há algo que realmente chama a atenção, é que nem sempre um vinho expressa o seu melhor quando jovem. Depende, claro, do estilo, da forma como é elaborado, e da forma como é conservado. Aspectos que todo bom enófilo leva em conta. Já sobre a gastronomia que acompanha esses líquidos, ainda que aquela regra que diz que “vinho branco acompanha carne branca, peixes e frutos do mar” deva ser respeitada, nem sempre são essas as melhores opções para esses vinhos modernos, que acompanham uma variedade maior de pratos, permitindo um prazeroso desfrute durante a refeição. Qual é o motivo pelo qual o Uruguai apresenta tanta aptidão para a produção de vinhos brancos? Uma simples resposta explica esta questão: as condições geoclimáticas contribuem para que o terroir – especialmente no sul do Uruguai – reúna os fatores imprescindíveis para se obter vinhos brancos elegantes. Temperaturas moderadas que são influenciadas diretamente por grandes massas de água – como é o caso do Rio da Prata – com influência marítima e grande amplitude térmica, somadas ao fato de que na temporada de colheita é comum que nesta região do país chova mais do que o necessário. Todas essas características fazem com que variedades com ciclo de maturação curto (como é o caso da Sauvignon Blanc, por exemplo) se beneficiem e acabem oferecendo o frescor, a acidez e as notas cítricas tão buscadas nesse estilo de vinho. Vinhos brancos que, diferentemente dos produzidos pela Argentina e Chile – dois países onde a vitivinicultura é praticada em clima semi-desértico –, se expressam com grande potencial de fruta fresca, sem dar lugar a notas de fruta cozida e sobrematuração que, às vezes, conspiram contra a tipicidade varietal.

E finalmente falemos do vinho!

Na taça apresenta um amarelo palha com reflexos esverdeados.

No nariz uma explosão aromática de frutas brancas, tropicais como abacaxi, pera, maçã verde, com notas de flores brancas, um vinho que, apesar de muito aromático, é delicado ao nariz.

Na boca é fresco, mas de personalidade marcante, com certo corpo, um bom volume de boca que nos faz salivar de tão saboroso, um toque muito agradável de cremosidade, apesar de discreta, com boa acidez e um curioso e discreto toque amadeirado. No site oficial do produtor, em sua descrição, não menciona passagem por madeira, mas traz essa impressão.

A experiência com o Traversa Chardonnay foi catártica! Um vinho com excelente custo X benefício, um belo exemplar de Chardonnay sul americano, moderno, com belíssima drincabilidade, com tipicidade, com identidade própria e que não segue preceitos do Velho Mundo ou coisa que valha. Um vinho fresco, leve, jovem, mas com personalidade, ousado, com uma cremosidade corroborando suas características encorpadas. Um vinho versátil, eclético, que harmoniza sim com queijos leves, carnes brancas, mas arrisco que “aguente” uma carne mais encorpada, uma massa como um macarrão, uma pizza ou algo do tipo. 

Traversa Chardonnay com um queijo minas

Um vinho que, apesar de barato, nos faz dedicar um bom tempo para analisa-lo, falando, escrevendo sobre ele, ostentando como um troféu esse belo vinho. Teor alcoólico de incríveis 14%, mas muito bem integrados ao conjunto do vinho.

Sobre a Família Traversa:

Esta empresa, com as suas vastas vinhas e fábricas de processamento de vinho, conta com a presença constante da Família Traversa. Sessenta anos de muito trabalho e três gerações que sustentam a qualidade dos seus vinhos. Cada novo plantio e manutenção, processamento, embalagem e distribuição de vinho, marketing e atendimento ao cliente são sempre supervisionados por um membro da família. Assim são e ambicionam qualidade, e este é o resultado do trabalho da Família Traversa. A história desta família é o legado de bondade e esperança que estão unidos nas vinhas e há três gerações. Em 1904, Carlos Domingo Traversa veio para o Uruguai com seus pais. Filho de imigrantes italianos, foi em sua juventude peão rural em fazendas de vinhedos, e em 1937 com sua esposa, Maria Josefa Salort, conseguiu comprar cinco hectares de terras em Montevidéu. Suas primeiras plantações de uvas de morango e moscatel foram em pequena escala. Em 1956 fundou a adega com os seus filhos, Dante, Luis e Armando, que hoje com os seus netos têm muito orgulho de continuar o seu sonho. A atitude constante de crescimento contínuo, com dedicação e desenvolvimento levou a vinícola a ser um exemplo de moagem em todo o país e os seus vinhedos um exemplo do vinho uruguaio. Em mais de 240 hectares próprios, as variedades plantadas são: Tannat, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay e Sauvignon Blanc.

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Fonte de pesquisa para o cenário dos vinhos brancos no Uruguai: