segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Casa Silva Reserva Pinot Noir 2013

 

Os grandes Pinots Noir são franceses. Parece que essa afirmação é uma unanimidade! São vinhos delicados, elegantes, frutados, frescos, cheios de vida e expressividade, mas não se enganem caros e estimados leitores, há sim grandes vinhos dessa cepa sendo produzidos em outros solos, em outros cantos do planeta sem sombra de dúvida. Basta algum tempo na grande rede para descobrirmos que países como Nova Zelândia, por exemplo, estão produzindo vinhos de muita personalidade da casta Pinot Noir, de tipicidade, vinhos com identidade própria. Vinhos de personalidade marcante, mas que privilegia as características da casta, que preserva as suas mais interessantes nuances. Não podemos esquecer-nos da Argentina e até mesmo o Brasil, com seus vinhos despretensiosos, diretos, frescos e jovens, oriundos das mais distintas e emblemáticas regiões do bom e valoroso Rio Grande do Sul. Contudo não podemos esquecer , não podemos negligenciar os belos pinots do Chile. Conhecida por produzir grandes vinhos estruturados das emblemáticas castas Carmènére, Cabernet Sauvignon e Syrah, a Pinot Noir naquelas bandas se destacam pela delicadeza, elegância, mas também pela personalidade marcante e expressividade, muito comum entre os vinhos chilenos. E já tive o prazer e a alegria de degustar alguns chilenos dessa maravilhosa cepa e sempre me lembro de ter degustado vinhos frutados, elegantes e delicados, mas que não devem muito pelo contrário, serem conhecidos como “plágios” dos vinhos dessa casta produzidos na França. E antes de apresentar o meu Pinot Noir chileno que degustei e gostei, vale a leitura de uma resenha que fiz sobre o vinho Tripantu Grand Reserve Pinot Noir 2011.

Bem, já anunciei muita coisa do vinho que degustei e gostei, mas, para não perder o costume e o ritual agradável do anunciar, faço questão de fazê-lo: Casa Silva Reserva Pinot Noir da safra 2013 da tradicional região do Vale do Colchágua, no belíssimo Chile. E foi com ele que conheci essa excelente vinícola do Chile que, nesses últimos anos, vem se destacando pela tipicidade, pela tradição mesclada às propostas de contemporaneidade que faz com que o Chile recebe, com merecimentos, o título de “Novo Mundo”, não apenas pelo fato de ser um “jovem” país produtor de vinhos, mas pelo arrojo com que seus artesãos do vinho, aliado às filosofias de cada vinícola podem promover com os seus rótulos em toda a camada de propostas.

Então, para não provocar nenhum tipo de ansiedades, vamos direto às impressões do vinho!

Na taça tem a característica cor vermelho rubi com tons violáceos bem brilhantes e reluzentes com algumas lágrimas finas e que logo se dissipam das paredes do copo.

No nariz apresenta uma explosão de frutas vermelhas como morango, cerejas, framboesas, frutas vermelhas em compota que faz e que nos estimula a ficar com o nariz próximo ao copo de uma forma quase que patológica.

Na boca é fresco, jovial, alegre, mas que mostra uma incrível personalidade, com algum corpo, mas que não esconde, em momento algum, a sua leveza, a sua elegância e a delicadeza tão comum à casta. Confirma-se também a fruta, percebida no aspecto olfativo, com taninos finos e discretos, com uma boa acidez que corrobora a sua frescura, com uma discreta nota amadeirada, graças aos 70% do vinho que passou por quatro meses em barricas de carvalho, além dos 30% restantes estagiando em tanques de aço inoxidável. Tem um final prazeroso com retrogosto frutado.

Um vinho agradável! Um vinho apaixonante! São muitos os inebriantes adjetivos que conferem ao vinho, a casta. A Pinot Noir definitivamente nos anestesia dado o prazer que ela proporciona e o Casa Silva Reserva Pinot Noir revela todos esses predicados, com a “marca” indelével de seus vinhos produzidos com essa cepa: personalidade marcante, expressividade em plena harmonia com a delicadeza e elegância oriunda desta uva desde o seu parreiral até a mesa do mais feliz enófilo. Tem 13,5% de teor alcoólico quase que imperceptíveis ao paladar.

Sobre a Casa Silva:

Quando Emilio Bouchon veio de Bordeaux ao Chile em 1892, tinha o sonho de ser pioneiro na plantação de vinhas de alta qualidade no Vale do Colchágua, e assim criou a vinícola mais antiga do vale. Em 1977, Mario Silva Cifuentes, casado com Maria Teresa Silva Bouchon, recomprou a maioria dos terrenos vendidos, e hoje é considerado visionário e inovador por ser em grande parte responsável por reviver o negócio da família. Ao longo dos anos, a empresa tem acumulado prêmios, tornando-se a vinícola chilena mais premiada no século XXI. Tendo seu funcionamento com base familiar, a Casa Silva tem membro ativamente envolvido na gestão diária do negócio, trabalhando com paixão, empenho e dedicação – fatores que só podem ser encontrados dentro de um grupo familiar que sente apego à sua terra e a seus costumes.

Os novos rumos da Casa Silva e o ápice:

inha Casa Silva nasce em 1997, seguindo um antigo desejo familiar de projetar, em uma garrafa de vinho, o amor e carinho de uma família pela sua terra, o Vale de Colchagua. Com o senhor Emílio Bouchonchegou a primeira geração ao Chile no ano 1892, procedente de Burdeos, St. Emilion, França. Desde aqueles tempos, eles se dedicaram à produção de vinhos, sendo pioneiros no Vale de Colchagua. Mas não foi até o ano 1997, que Mário Pablo Silva, filho mais velho da quinta geração,compartilha com seu pai, Mario Silva, o sonho de produzir vinhos com marca própria. Este último havia dedicado grande parte da sua vida à recuperação dos antigos vinhedos e a adega de vinhos, adquirindo um conhecimento único do terroir do Vale de Colchagua. Aos poucos foram se integrando os outros filhos, Francisco, Gonzalo e Raimundo, contribuindo ao desenvolvimento da Vinha Casa Silva. Começa então o nascimento de um vinhedo familiar e o processo de modernização de todas as atividades que nele se desenvolvem. Vinha Casa Silva é na atualidade o vinhedo chileno mais premiado do século 21.

Mais informações acesse:

https://casasilva.cl/inicio

Degustado em: 2015

 


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