segunda-feira, 13 de abril de 2020

Torcello Tannat 2014


É inegável que a Tannat tem a sua credibilidade e a sua grande produção no Uruguai, embora a cepa seja oriunda de terras francesas. Para quem aprecia vinhos corpulentos, encorpados e de complexidade a Tannat é uma grande escolha. A propósito a palavra “Tannat” vem de taninos, uma das características marcante dessa casta: bem taninosa. Mas não só o Uruguai que vem se destacando, na América Latina, nesses últimos anos. O Brasil vem produzindo interessantes Tannats, mostrando tipicidade, sim, tipicidade! Não é uma cópia dos uruguaios, mas vinhos com a cara do Brasil, fáceis de degustar, harmoniosos, mas com a típica estrutura que confere reputação a Tannat. Vou contar uma história: Estive em um evento de degustação e li um ranking dos melhores rótulos degustados às cegas por especialistas e que estiveram presentes no evento. E o primeiro colocado foi um Tannat brasileiro do Vale dos Vinhedos. Claro que precisava conferir esse vinho!

E este vinho que degustei e gostei é o Torcello Tannat, da vinícola Torcello, que pertence a Casa Valduga, da safra 2014, da, como já disse emblemática região gaúcha do Vale dos Vinhedos.
Na taça já mostra as suas credenciais um vermelho rubi intenso, límpido e brilhante, com lágrimas finas e intensas que teimavam em sumir, tingindo de um vermelho profundo as paredes do copo.

No nariz uma explosão de frutas negras, como amora, com notas de especiarias, tabaco, couro e madeira graças aos 6 meses de passagem por barricas de carvalho, cerca de 50% do vinho.

Na boca repetem-se as impressões olfativas, revelando-se estruturado, com certa complexidade, com taninos presentes, mas sedosos, acidez correta e um final prolongado e persistente.

Um vinhaço! Um vinho que me estimulou a viajar e conhecer ainda mais os Tannats brasileiros que, acreditem, são especiais. O Torcello entregou um vinho harmonioso, poderoso, opulento, mas fácil de degustar. Esse, da safra 2014, estava muito boa, pronta para degustar, mas que poderia, sem sombra de dúvida, ser guardado, pacientemente, pois apresenta um razoável potencial de guarda. Com 13% de teor alcoólico bem integrado.

Sobre a Vinícola Torcello:

A História da Torcello inicia com a chegada do primeiro imigrante italiano da Família Valduga ao Brasil (Marco Valduga), em 1875. Com muita fé, trabalho e perseverança, desbravaram matas virgens e construíram o que hoje conhecemos como Vale dos Vinhedos. A Vinícola Torcello foi fundada no ano de 2000 por Rogério Carlos Valduga, quarta geração da Família Valduga, e filho de Remy Valduga (viticultor, escritor e bisneto de Marco). A Torcello surgiu do fascínio de Rogério pela vitivinicultura e pelo seu desejo de resgatar a tradição da família, a qual elaborava vinho de maneira totalmente artesanal no próprio porão de casa para consumo próprio.

Curiosidade sobre a Torcello:

Uma das menores ilhas de Veneza chama-se Torcello, e dessa forma, por sermos uma das menores vinícolas instaladas no Vale dos Vinhedos, fizemos alusão a ilha. Já a escolha do símbolo da Vinícola, Leão Alado de São Marcos, deu-se pelo fato de o Leão representar proteção. Sendo assim, o símbolo remete a proteção do Leão Alado sobre os vinhos por nós elaborados. Os primeiros vinhos foram elaborados em 2005, e a abertura do varejo aconteceu em 2007. Hoje a Vinícola elabora vinhos, espumantes e sucos em pequena escala, buscando sempre a qualidade.

Mais informações acesse:

https://www.torcello.com.br/

Vinho degustado em 2017.




Luccarelli Negroamaro 2014


Sabe quando você acerta nas suas decisões, mesmo que ela demande algum tipo de “risco”? Pois é, acredito que as decisões vêm do coração, ele pede, te impulsiona a tomar a decisão. Não posso negligenciar o quesito racional da coisa que se manifesta da pesquisa, nas ponderações, nas informações que você apura para dar suporte a sua escolha, a sua decisão. É possível que, não só na escolha de seus rótulos de vinhos, mas como na sua vida, a boa dosagem da emoção (coração) e da razão, você consegue colher bons frutos. E foi o que aconteceu com este rótulo que falarei agora. Embora seja de uma região amplamente conhecida e de uma casta também popular nesta região, eu só a conheci quando degustei este vinho.

Falo do vinho Luccarelli da casta Negroamaro da região emblemática de Puglia ou Apuglia, da safra 2014. Mas antes de entrar nos pormenores do vinho, convém fazer uma breve dissertação sobre a casta Negroamaro, oriunda da região de Salento que fica em Puglia. A origem do nome “Negroamaro” não é nada mais do que a repetição da palavra "negro" em duas línguas: niger, em latim, e maru, em grego antigo. Antigamente, a Negroamaro era utilizada para dar cor aos vinhos produzidos no norte da Itália, hoje, essa uva origina vinhos tintos profundos, intensos e de coloração arroxeada. Bem já antecipei uma de suas características e que vos digo que é lindamente marcante.

Na taça, como já disse, entrega um vermelho rubi escuro, intenso e profundo, diria que tem reflexos arroxeados com lágrimas grossas de média intensidade que tingia com beleza as paredes da taça.

No nariz é frutado, notas evidentes de groselhas, cerejas, com toques agradáveis e na medida de especiarias.

Na boca é seco, com boa estrutura, frutado em destaque e evidência, mas sem ser enjoativo, com um agradável toque de madeira, graças a passagem por 4 a 5 meses por barricas de carvalho, com boa acidez e taninos elegantes e sedosos e um bom final de boca, sendo persistente.

Um bom início, uma apresentação digna de reverências a minha com a Negroamaro, um vinho de tipicidade, elegante, redondo, harmonioso, com 13% de teor alcoólico. Que venham mais Negroamaros e que possamos estabelecer uma sinergia calcada na celebração ao vinho, ao vinho italiano na sua mais profunda verdade, no âmago de seus terroirs.

Sobre a Luccarelli Vini del Sud:

Quando uma pequena cantina localizada na região de Apúlia, no sul da Itália, surgiu no caminho de Valentino Sciotti, um dos principais nomes da indústria do vinho naquele país, ele logo identificou o potencial para conquistar um mercado muito mais amplo que o local. Como a vinícola já contava com tradição, técnica e qualidade, o empresário precisou apenas promover umas poucas mudanças e fazer alguns investimentos, incluindo a contratação do renomado enólogo Mario Ercolino para comandar a produção. Não tardou para que os rótulos saídos da sede da empresa, na cidade de Manduria, ganhassem prêmios e passassem a ser distribuídos em cerca de 70 países.

Mais informações acesse:

http://luccarellivini.com/it/

Vinho degustado em 2015.






sábado, 11 de abril de 2020

Señorio de los Llanos Airén


Um dos encantos que o mundo do vinho pode nos proporcionar, simples mortais enófilos, além da degustação em si, é claro, são as grandes novidades, novas experiências. Novos rótulos, novas vinícolas, novas cepas nos faz viajar a regiões diferentes, até então por nós desconhecidas, abrangendo o nosso leque de opções, nos faz fugir da sedutora, mas pouco salutar zona de conforto. E hoje o vinho suscitou uma boa aula de geografia e de tradição e cultura vitivinífera, personificado em doses generosas de degustação, com as taças cheias. Mas como todo bom apreciador de vinho, não me limito a deixar o vinho tomar o nosso tempo no momento em que o degustamos, nós respiramos essa bebida nobre o tempo inteiro, lemos, buscamos a informação, tornando-o tangível em conhecimento. E foi assim que descobri a curiosa história da casta branca, autóctone da Espanha: Airén. Ela se materializou em minhas leituras por acaso e fui a busca de vinhos com essa casta. Contudo antes de apresentar e falar sobre o rótulo que escolhi, vamos falar sobre a Airén.

Sobre a Airén:

Essa uva, dominante na região central da Espanha, mais precisamente nas áridas áreas de La mancha e Valdepeñas, região esta que veio meu vinho e que logo falarei também, tem grande resistência ao clima seco e quente e lida bem com os solos pobres da região. Trata-se de uma cepa bem antiga, que também é conhecida como Lairén, nome este usado até hoje na região de Córdoba. Ela aparece em uma obra intitulada Agricultura General, escrita em 1513 pelo agrônomo Gabriel Alonso de Herrera (1470-1539). A Airén não goza de muita credibilidade, mas foi a uva vinífera mais plantada no mundo, até 1990. Isso porque ela é muito utilizada na produção de destilados na Espanha, bem como na produção de vinhos, é claro. Então por que é tão difícil ouvir falar na Airén e por que também é difícil encontrar rótulos da mesma no Brasil, por exemplo? Porque, além dos destilados, os espanhóis a utilizam mais para a produção de baratos vinhos de mesa, que não se enquadram em nenhuma denominação de origem, e que visam o consumo local, não sendo objeto de exportação. E também porque a Airén era a mais cultivada em termos de área ocupada, e não em número de videiras. Ou seja, Airén era a variedade que ocupava mais espaço no mundo, mas nem por isso era a uva mais colhida do mundo! Mas lendo algumas descrições de vinícolas que produzem rótulos com a Airén, pude observar que as mesmas investem em tecnologia, sobretudo nos processos de vinificação entregando vinhos de qualidade e muitos deles ostentam a DO (Denominação de Origem) da região de Valdepeñas. Fonte: “Tintos & Tantos” (http://www.tintosetantos.com/index.php/escolhendo/cepas/1049-airen) e “Vinho Perfeito” (http://vinhoperfeito.com/2017/02/01/airen-branca-numero-1/).

Sobre a Denominação de Origem (DO) de Valdepeñas:


A região demarcada de Valdepeñas localiza-se no sul da comunidade autônoma de Castilla-La Mancha, que fica no centro da Espanha.Trata-se de uma região muito propícia para o cultivo da vinha, com um clima continental de baixo índice pluviométrico, e que registra temperaturas extremas, com máximas que superam os 40°C, e mínimas que podem ser inferiores a -10°C. Os solos, pobres em matéria orgânica e de baixa fertilidade, obrigam as raízes das videiras a se desenvolverem, a se aprofundarem e a se fortalecerem. Nesse cenário, cultivam-se uvas que alcançam boa maturação, e que são capazes de produzir vinhos muito estruturados, complexos, aromáticos e de coloração muito profunda. Anualmente, são produzidos cerca de 57 milhões de litros de vinho rotulados com a denominação Valdepeñas, sendo que quase 40% da produção é destinada à exportação da Espanha para outros países. A grande maioria dos vinhos de Valdepeñas, cerca de 77% deles, são tintos. Os brancos representam cerca de 18%, e os rosés de Valdepeñas, tradicionalmente famosos, representam apenas 5%. A variedade mais importante de Valdepeñas é sem dúvida, a Tempranillo, que também é conhecida nessa região como Cencibel. Outras uvas autorizadas para cultivo em Valdepeñas são as tintas Garnacha, Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah e Petit Verdot, além das brancas Airén, Macabeo, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Moscatel de Grano Menudo e Verdejo. Fonte: Tintos & Tantos, em: http://www.tintosetantos.com/index.php/denominando/804-valdepenas.

Então finalmente vamos ao vinho que surpreendeu positivamente, que entregou bem a que se propôs: Señorio de los Llanos, da casta branca Airén, da tradicional espanhola Bodegas Los Llanos, da região de Valdepeñas, não safrado.

Na taça apresenta um amarelo palha, bem claro, diria translúcido, brilhante.

No nariz tem notas evidentes e agradáveis florais, de flores brancas, sendo também muito frutado, um prenúncio de muito frescor.

Na boca é seco, toques generosos de frutas brancas como melão e abacaxi, acidez moderada, com um retrogosto frutado, sendo muito delicado e equilibrado.

Um vinho fresco, jovem e despretensioso, que carrega a expressão de um terroir com todas as suas características, mesclada a cultura e tradição de vinificação e os recursos tecnológicos que faz desse vinho simples, mas honesto, correto entregando mais do que valeu. Um vinho de excepcional custo X benefício. Pasmem, custou R$ 24,90. Arrisquem, se permitam descobrir novas experiências. Tem 11% de teor alcoólico. Harmonizou muito bem com umas fatias de pizza bem gordurosa e depois um prato com bacalhau e batata.

Sobre a J García Carrión:

Na escuridão de um barril de vinho, começou a história de uma família burguesa que desde 1875 produzia vinho em suas adegas em Valdepeñas. A "Bodega Carabantes" conhecia todos os segredos e possibilidades oferecidas pelas uvas que cresciam nessa área. Esse conhecimento tornou-se propriedade da "Cosecheros Abastecedores" quando esta empresa moderna adquiriu a empresa familiar de Valdepeñas, denominada Bodega Los Llanos. A sabedoria de ambos, unida e anos depois, deram frutos com o lançamento de algumas marcas no mercado que agrupavam vinhos sofisticados, com potencial de envelhecimento, os reservas e gran reservas e que continuam a obter sucesso hoje: “Señorío de los Llanos” e” Pata Negra”. Hoje, a primitiva Bodega de 1875 é um dos museus de vinho mais prestigiados da Espanha. Em 2008, a Família García Carrión adquiriu a Bodega Los Llanos que detém hoje o posto de maior produtor europeu em volume (e quarto maior do mundo). Atualmente, Bodegas los Llanos tem uma capacidade de embalagem de 100 milhões de litros e uma capacidade de fabricação de 60 milhões de quilos. Está equipado com as mais avançadas técnicas enológicas para elaborar, produzir e engarrafar vinhos de alta qualidade. As vinícolas possuem uma das maiores cavernas subterrâneas do país, com capacidade para 30.000 barris, onde os vinhos atingem sua plenitude com doze metros de profundidade em carvalho, para garantir as melhores condições nesse processo delicado. A Bodega los Llanos, também chamada de Grupo de Bodegas Vinartis, mantém viva a tradição artesanal dos excelentes vinhos Valdepeñas em seus produtos, tais como: Señorío de los Llanos, Pata Negra, Armonioso, Torneo e Don Opas. Por muitos especialistas são sinônimo dos melhores padrões desta Denominação de Origem. Seus vinhos foram premiados em reconhecidas competições nacionais e internacionais de vinhos.

Mais informações acesse:







sexta-feira, 10 de abril de 2020

Vinho chora? Descubra o significado das “lágrimas”




Durante o processo de degustação de um vinho, os profissionais e enófilos de maneira geral, giram o líquido na taça por alguns instantes. Certamente, após essa ação você verá surgir alguns filetes escorrendo pelas paredes da taça que são chamados de lágrimas do vinho, ou de pernas, arcos, abóbadas, arcadas, entre outras inúmeras denominações existentes. Mas qual a importância dessas lágrimas? E o que elas significam?

A esse efeito dá-se o nome de “Marangoni”, em homenagem ao físico italiano Carlo Marangoni, que em meados do século dezenove, juntamente com o inglês James Thompson, esclareceram em definitivo a causa desse fenômeno. Após muitos estudos e vários testes, os dois comprovaram que esse efeito ocorre, pois há uma grande diferença entre a tensão superficial da água e do álcool e também devido ao fato do álcool evaporar com muita facilidade.

Ao girar o vinho, forma-se nas paredes internas da taça uma fina película de vinho. O álcool, por ser mais volátil, começa a evaporar com uma velocidade maior que a água e a alta tensão superficial que permanecerá na parede da taça fará com que surjam as famosas lágrimas, que retornam em forma de filete, devido à ação da força da gravidade.


Evidentemente, por esse motivo pode-se afirmar que o choro do vinho está diretamente ligado ao seu teor alcoólico. Quanto mais elevada for a concentração alcoólica, maior o número de lágrimas, mais juntas e mais lentas elas irão escorrer. Quanto menos alcoólico o vinho, menor o seu número de lágrimas, mais afastadas e mais rapidamente elas descerão pela taça.



Vinhos amadeirados: saiba a diferença no uso das barricas de carvalho


Responsáveis por adicionar complexidade e aromas aos vinhos, os barris de carvalho são ferramentas importantíssimas para os enólogos. Aprenda a diferença entre eles e as suas principais aplicações.

São muitos os fatores responsáveis pelo desenvolvimento de um rótulo memorável. A escolha correta das uvas, o blend (ou a ausência dele), o período de maturação, e claro, a decisão de maturar ou fermentar o vinho em barricas de carvalho.

Mas qual é a importância da madeira para o sabor da bebida? E por qual motivo alguns vinhos são maturados em barricas francesas, americanas ou até mesmo nas exóticas barricas do leste Europeu?

Para que servem as barricas de carvalho?

A resposta mais simples e direta a esta questão é: nos dias atuais, as barricas de carvalho servem para incrementar o vinho. Dando a eles complexidade, que vem através dos toques e aromas característicos de cada madeira.

Outra particularidade do carvalho está no fato dele possuir poros por onde o vinho pode trocar oxigênio com o ambiente externo. Esse fenômeno é denominado micro oxigenação, serve tanto para aliviar os taninos do vinho (suavizando o sabor), quanto para maturar o vinho e garantir que ele chegue ao estado perfeito de consumo.

A história da utilização dos barris de carvalho passa pela própria história da humanidade. Existem provas de que os vinhos eram guardados em ânforas de barro e porcelana em algumas partes da Ásia. Contudo, foi na Europa que a utilização do carvalho ganhou forma – no princípio por pura necessidade – e hoje por uma questão de gosto e padrão estético dos enólogos.

Quais são os tipos de barris?

A tanoaria – a construção dos barris – é uma arte específica em si mesma, portanto, seria leviano da nossa parte resumir a sua fabricação e a sua aplicação em apenas algumas palavras. De todo modo, para não sobrecarregar o leitor com informações em excesso, nós vamos dar uma breve resumida dos principais barris para a fabricação dos vinhos.

Vale ressaltar que entre as características do carvalho está a troca de tanino com o vinho. Isso significa que dependendo da intenção do enólogo, a barrica poderá deixar o vinho “mais seco” ou mais aveludado, é claro que aí estão inseridos o tempo da fermentação e a permanência do vinho dentro da barrica.

Uma barrica de carvalho possui 12 características distintas que vão influenciar diretamente o sabor da bebida. Estas doze características estão divididas em 5 categorias. Vamos explicar aqui para ficar tudo bem claro.

1ª categoria: local de cultivo do carvalho. Essa categoria está dividida em 3 itens:

França
Estados Unidos e Canadá
Leste Europeu

Detalhamento:

O carvalho francês é conhecido por ser uma peça de estrutura maleável, com grande capacidade de absorção e oxigenação. Muito utilizado em vinhos com sabor elegante e carácter estético relevante. Brancos e frutados são os preferidos para essas barricas.

Já a construção das barricas americanas e canadenses garante uma barrica mais robusta. O corte e o tratamento da madeira também fazem com que o vinho seja encorpado e muito influenciado pelo tanino. Tintos e rótulos de corpo forte são indicados para esse tipo de barrica.

Por fim, as barricas do leste Europeu possuem características variadas. Graças a grande quantidade de tanoeiros na Rússia, Rep. Tcheca, entre outros, é difícil resumir essa categoria em um perfil de paladar. Em geral, as barricas do leste europeu são utilizadas para acrescentar sabores exóticos ao vinho.

2ª categoria: processo de tosta da barrica. Na sua construção, a barrica de carvalho pode passar por 3 formas de tosta distintas. A tosta é a aproximação da madeira ao fogo para transformar as suas características físicas, aumentando a resistência e diminuindo a absorção.

Tosta leve
Tosta média
Tosta intensa ou agressiva

Na tosta leve o carvalho não perde as suas características principais, entrando em contato praticamente inalterado com a bebida.

A tosta média já aumenta a robustez da madeira e diminui a sua absorção. Muitos poros são fechados pelo calor, o que faz uma barrica com micro oxigenação reduzida. Aqui o vinho já começa a ganhar tons de tostado e gosto acentuado.

Tosta intensa ou agressiva é o nome utilizado para o processo onde o carvalho é completamente transformado pela fornalha. Sua oxigenação fica completamente comprometida e a natureza da tosta faz com que a madeira influencie diretamente o sabor do vinho com tons bem acentuados de tostado.

3ª categoria: número de utilizações da barrica de carvalho. Como o nome sugere, a quantidade de vezes que uma barrica de carvalho foi utilizada influência diretamente o resultado final do vinho.

Barris de primeira utilização
Barris de segunda utilização
Terceira utilização em diante.

Trata-se de uma categoria muito simples de ser explicada. Como você já deve ter imaginado, a quantidade de vezes que um barril é utilizado modifica as estruturas do carvalho.

A primeira utilização é perfeita, a madeira mantém-se com suas qualidades originais e os poros estão livres para que o vinho possa respirar. Na segunda utilização a madeira já está impregnada com os aromas e sabores do vinho, o que certamente influenciará a bebida.

A partir da terceira utilização é possível que os poros já estejam entupidos (o que dificulta a micro oxigenação) e o carvalho já estará completamente dominado pelos aromas das utilizações anteriores.

É bom ressaltar que essa categorização não é feita com base em juízo valor. Para um bom enólogo, as barricas de primeira utilização são tão importantes quanto as barricas antigas e já muito utilizadas.

Tudo depende da aplicação e da intenção do produtor.

4ª categoria: tamanho das barricas.

Outra categoria simples. Basta ter consciência de um fator, quanto menor a barrica, maior será o contato entre o vinho e a madeira, por consequência, maior será a influência da barrica no sabor e nos aromas da bebida.

É possível fazer um exercício de imaginação. Se você imaginar um grande barril de vinho, poderá ver como a quantidade de líquido em contato com a madeira é proporcionalmente menor do que se você imaginar um pequeno barrilzinho repleto da bebida.

Relação entre quantidade total x quantidade em contato com o carvalho é o que garante a influência da madeira no vinho.

5ª construção da barrica: Aqui nós temos basicamente duas maneiras de construir uma barrica de carvalho:

Construção por corte: utilizada, sobretudo nas barricas francesas. A madeira não passa por um processo de serragem e nem aplainamento por laser. Toda a construção é feita com características “não industriais”, quase artesanal.

Construção por serragem e industrial: diferente da construção anterior, essa é feita com a utilização de serras, processos a laser para o aplainamento da madeira e todo o aparato industrial possível. As barricas americanas e canadenses são conhecidas por fazerem parte dessa forma de construção.

Processo de produção, o que é feito nas barricas afinal?

Agora você já compreende como cada barrica é construída e quais são as suas principais características. Vamos falar sobre a produção do vinho e como a barrica é utilizada para esse processo.

Entre tantos outros fatores, é preciso salientar que cada produtor terá a suas maneiras e singularidades na fabricação de um rótulo. Até por que se houvesse uma maneira específica de elaborar um vinho, nós não teríamos uma variedade tão imensa de opções.

Vamos às principais utilizações:

Fermentação

É o processo onde o vinho é enriquecido com todos os elementos que constituirão a bebida. Para tentar trazer isso para o cotidiano, é como se o produtor estivesse fazendo um bolo. O processo de fermentação é quando o vinho recebe os ingredientes.

A barrica é utilizada para a mistura do vinho e dos seus ingredientes. Que variam bastante: baunilha, noz moscada, café, frutas, canela, entre outros.

É claro que o processo de fermentação é muito mais complexo do que apenas a adição dos ingredientes, de toda maneira seria loucura tentarmos explicar o passo a passo de um processo de fermentação.

Maturação e armazenamento

Esse é o processo de descanso do vinho e onde a barrica de carvalho é mais conhecida. Muitos rótulos famosos têm em sua descrição “armazenado em barricas de carvalho”.

O armazenamento varia muito conforme o tempo de vida de cada vinho. Nós temos um artigo que explica em detalhes esse tempo de vida e quais são as características que compõem um vinho de guarda.

Para resumir, o vinho é colocado dentro da barrica selecionada para adquirir sabores, tons e nuances. Essa transformação é gradativa, podendo levar de meses até alguns anos. Alguns vinhos de guarda especiais são armazenados por 24 anos em barricas de carvalho.

Por ser um processo demorado, os vinhos armazenados em barricas de carvalho estão entre as bebidas mais requintadas que existem atualmente. Deixando para trás até os famosos whiskys.

Blend e utilizações variadas

É claro que muitos produtores encontram suas próprias maneiras de utilizar uma barrica de carvalho. Alguns gostam de fermentar o vinho em um tipo específico para depois deixá-lo armazenado em outra barrica.

Já outros fazem verdadeiros blends entre diversas barricas, garantindo com que cada uma delas dê ao vinho o teor exato das suas principais qualidades. Começando uma produção em barricas de tostagem alta para dar ao vinho sabor encorpado e depois armazenando ele em madeira menos agressiva.

Existem ainda os enólogos pouco experientes que se fazem valer das barricas para “corrigir” erros no processo de fabricação de um vinho. Uma vez que uma barrica bem construída e de madeira bem tratada garantem que o sabor do vinho seja encorpado e receba teores agradáveis de tanino. A micro oxigenação também é responsável por suavizar o vinho, o que para um produtor inexperiente costuma ser o caminho certeiro.

Todos os vinhos amadeirados foram produzidos em barricas de carvalho?

Essa é a parte onde nós teremos que falar o português bem claro e talvez isso assuste um pouco o consumidor médio. Não, nem todos os vinhos ditos amadeirados foram produzidos ou armazenados em barricas de carvalho.

A tanoaria é um processo caro e complexo. Ou seja, barris de carvalho são produtos caros, muitos produtores não possuem o dinheiro para esse investimento. O que faz com que eles encontrem soluções.

Alguns produtores compram placas de carvalho (chamadas chips) e deixam elas em contato com o vinho. Já outros preferem a utilização de lascas que são misturadas à bebida e depois filtradas. Existe ainda um terceiro modo que é a mistura de pó de carvalho ao vinho, esse material também será filtrado depois.

Essas três maneiras de “amadeirar” um vinho são utilizadas no mercado. A parte negativa é que ainda não existe nenhuma legislação que obrigue o produtor a escrever no rótulo da bebida a forma como ele foi amadeirado. Se foi estocado em carvalho ou através dos métodos “menos naturais”.

Outra má notícia está no fato de que tais práticas não deixam traços marcantes na bebida. Apenas os especialistas mais experientes são capazes de distinguir quando um vinho foi feito em barrica.

A única solução para evitar esse problema e comprar um autêntico vinho em barrica é escolher um fornecedor de confiança e pesquisar sempre sobre os rótulos e os produtores.

Contudo, é sempre bom lembrar que os vinhos processados dessa maneira também têm o seu valor e todos eles passam por rigorosos controles de qualidade em relação a filtragem da bebida. Ninguém corre o risco de tomar vinho misturado com lascas de madeira.



segunda-feira, 6 de abril de 2020

Festival "Vinhos do Alentejo 2018"


A região do Alentejo, em Portugal, é a minha favorita. Parece ser leviano pontuar com tanta veemência uma região vitivinícola favorita em terras lusitanas, dada a infinidade de terrioirs, de regiões com suas peculiaridades e características tão marcantes, mas eu conheci Portugal e seus vinhos graças ao Alentejo, então, diria que, antes da minha preferência tem o aspecto sentimental.

E para dimensionar o tamanho do meu carinho por essa região que se traduz em seus rótulos e tipicidade tive a alegria e o prazer de participar de um evento de degustação, em outubro de 2018, mais precisamente no dia 11, no Hotel Sheraton, no Leblon, Rio de Janeiro, de nome “Vinhos do Alentejo”, organizado pela CVRA (Comissão Vitivinícola Regional Alentejana) e, para quem não sabe, a CVRA A Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) foi criada em 1989 e é um organismo de direito privado e utilidade pública que certifica, controla e protege os vinhos DOC Alentejo e os vinhos Regionais Alentejanos. É também responsável pela promoção dos Vinhos do Alentejo, no mercado português e em mercados-alvo internacionais. Sua atividade é financiada através da venda dos selos de garantia que integram os contrarrótulos dos Vinhos do Alentejo.

Os produtores que levaram seus rótulos ao evento foram: Adega de Borba; Adega de Redondo; Cartuxa – Fundação Eugênio de Almeida; Casa Agrícola HMR – Cave D’or; Casa Relvas (Herdade de São Miguel); Comenda Grande; Cortes de Cima; Esporão; Herdade da Malhadinha Nova; João Portugal Ramos; José Maria da Fonseca; Monte da Capela; Segur Estates (Roquevale); Sogrape Vinhos; Tapada do Fidalgo; Vinhos Folha do Meio.

Antes de falar sobre os rótulos que mais me chamaram a atenção (foram muitos, mas tive de fazer uma seleção), falarei, de forma breve, sobre a região do Alentejo para que possamos ter uma dimensão de sua importância para Portugal e milhares de apreciadores espalhados pelo mundo, a qual me incluo.

A região do Alentejo representa a maior província de Portugal, que se estende desde o Tejo ao norte até o Algarve no sul, assim cobrindo 1/3 do território Português. Os vinhos do Alentejo são controlados pela CVRA (Comissão Vitivinícola Regional Alentejana), que certifica, controla e protege os DOC e Regionais Alentejanos. A Comissão também é responsável pela promoção dos vinhos Mundo afora. O cultivo das vinhas na região vem desde o domínio do Império Romano, tanto que até hoje alguns vinhos permanecem sendo preparados em Talhas e Ânforas (as uvas são maceradas e fermentadas nos jarros de cerâmica). As ânforas são tampadas com cera de abelha e ficam enterradas por até 7 meses. O barro não interfere no sabor, apenas realça a qualidade do vinho. A composição dos solos do Alentejo é bastante variada em suas várias sub regiões: Granítico em Portalegre; Derivados de Calcários Cristalinos em Borba; Mediterrânicos pardos e vermelhos em Évora, Granja / Amareleja e Moura e Xistosos em Redondo, Reguengos de Monsaraz e Vidigueira. No continente, com altitudes que variam entre 50 a 200 metros apenas, o efeito moderador do Oceano diminui muito, principalmente numa região com pouca chuva (entre 500 e 800 mm) e onde os verões são intensos e os invernos são pouco rigorosos. Essas condições favorecem o cultivo de uvas autóctones como as tintas Trincadeira, Aragonez e Alicante Bouchet, assim como as brancas Roupeiro, Antão Vaz e Arinto. Além destas castas, outras como Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Syrah e Chardonnay são também utilizadas nos Vinhos Regionais Alentejanos. No geral, vinhos encorpados com aromas de frutos silvestres e vermelhos são algumas das características dos tintos e os brancos geralmente se apresentam ligeiramente ácidos com aromas de frutas tropicais. A utilização de ânforas geralmente provoca mineralidade, taninos mais redondos em vinhos mais cheios e equilibrados. O Brasil é o maior mercado dos vinhos do Alentejo representando quase 20% do total das exportações da região, na frente de EUA e China.


E finalmente a minha seleção dos melhores vinhos por mim degustados no “Vinhos do Alentejo” em 2018:

De cara já começo com os vinhos da Cortes de Cima, que conheci ao degustar o excelente rótulo “Chaminé” que, infelizmente não levaram para o evento, mas que foi compensado por outros tão quanto especiais.

O “Corte de Cima” é considerado por eles o vinho emblemático e passa por 12 meses por barricas de carvalho. Um blend com as castas 30% Aragonez, 30% Syrah, 15% Touriga Nacional, 10% Petit Verdot, 10% Alicante Boushet e 5% Cabernet Sauvignon se mostrou um vinho encorpado, frutos negros no aroma e no palato, com taninos presentes, boa acidez e muito equilibrado. Um vinhaço redondo e harmonioso, com álcool bem integrado.


O “Dois Terriors” me surpreendeu! Não o conhecia, mas o produtor havia me dito que era um novo rótulo. Com um inusitado blend das castas 55% Aragonez, 30% Pinot Noir, 15% Syrah revelou um vinho de personalidade, mas fresco e delicado, graças a Pinot Noir. Excelente vinho!


Outro que não conhecia e que me encheu de alegria ao degusta-lo, pois o vinho expressa essa proposta. O Courela tinto é um vinho fresco, jovem e despretensioso. Composto pelas castas 50% Aragonez, 40% Syrah e 10% Touriga Nacional.


Há a versão branca do Courela também um vinho fresco, com boa acidez e muito fácil de degustar. Com um blend interesse com as castas 55% Verdelho, 25% Sauvignon Blanc. 20% Viognier.


Outros vinhos maravilhosos por mim degustados no evento foram os da Adega Cooperativa de Borba.


E começo com um velho conhecido, um dos primeiros alentejanos que degustei e que reencontrei no evento, o Adega de Borba tinto reserva, com rótulo de cortiça. Das castas Aragonez, Trincadeira, Castelão e Alicante Bouschet, tem 12 meses de passagem por barrica de carvalho e mais 6 meses em garrafa e se mostra um vinho aromático, com frutas negras e especiarias, o que se repete no paladar, com taninos redondos, acidez na medida, um vinho amadeirado e delicioso.

E a versão branca me surpreendeu, afinal um branco com 9 meses de passagem por madeira (cerca de 30% do vinho) não é muito comum na realidade dos brasileiros. Composto pelas castas Arinto, Alvarinho e Verdelho é fresco, jovem, um pouco untuoso, com agradável cremosidade e uma ótima acidez.


O Adega de Borba branco também segue basicamente a mesma proposta, mas sem passagem por madeira. Um blend com as castas Roupeiro, Arinto e Antão Vaz é fresco, jovem, ótimo para o dia a dia, com uma acidez mais discreta, mas muito frutado.


Indo agora ao tradicional Herdade do Esporão onde destaco três ótimos rótulos e o primeiro também é um velho conhecido, o Monte Velho branco. Um vinho para todas as ocasiões. Com perfil equilibrado e gastronómico, retrata os melhores aromas e sabores das uvas alentejanas. Blend: Antão Vaz, Perrum, Roupeiro.


O emblemático Esporão Reserva tinto não poderia ficar de fora. Um blend tipicamente alentejano das castas Aragonês, Trincadeira, Cabernet Sauvignon e Alicante Bouschet tem 12 meses de passagem por barricas de carvalho, tem no nariz intenso toque de frutos negros, especiarias e toque amadeirado e de chocolate, o que se repete na boca com taninos gulosos e acidez correta.


O 2 castas (Viosinho e Alvarinho) tem o destaque da acidez e mineralidade. Fresco, cremoso, e que cairia como uma luva ao clima brasileiro. Um vinho de excelente tipicidade e expressividade.


Há o destaque para os vinhos da Herdade de São Miguel e começo com o excelente “Escolha dos Enólogos”. Das castas Alicante Bouschet, Touriga Franca e Touriga Nacional e 9 meses de passagem por barricas de carvalho, tem aromas de ameixas e flores e especiarias. Na boca é estruturado, suculento e boa acidez, com boa textura dos taninos.


Mas o destaque ficou reservado para a versão reserva. Um vinho robusto, poderoso e com ótimo potencial de guarda. Das castas Alicante Bouschet, Aragonez, Cabernet Sauvignon e Touriga Nacional, passa por 18 meses em barricas de carvalho e se revelou complexo, amadeirado, com notas de baunilha no nariz, o que se confirma no palato, com taninos carnudos e boa acidez.


E agora um momento para não esquecer, afinal não é todo dia que degustamos o tradicional, emblemático e importante Cartuxa, de Évora, um colheita, que sintetiza a região alentejana. Das castas Aragonês, Trincadeira, Alfrocheiro e Alicante Bouschet, passou por 12 meses em barrica de carvalho e mais 8 meses em garrafa. Apresenta uma cor granada e um aroma de frutos silvestres, com notas de tabaco e especiarias. Na boca tem uma boa estrutura, com taninos maduros, boa concentração, fresco e equilibrado. Excelente!


Outro que foi muito especial, mas que não é muito badalado como o Cartuxa e que não conhecia até então: Fonte Seca, um reserva, pasmem, da safra 2007! São um fã e apreciador dos vinhos evoluídos e esse veio a calhar. Da Herdade do Carvalhal, esse vinho passou por 12 meses por barricas de carvalho e é um corte das castas Aragonês e Trincadeira e, quando o expositor o abriu, ainda está arredio, adstringente, mas que já mostrava seu potencial e vivacidade, mesmo com seus mais de 10 anos de vida, de safra! Mas apresentava aromas de frutas vermelhas maduras, torrefação e notas especiadas. Na boca é estruturado, acidez viva e final de boca persistente.



Outro momento especial para mim no evento foi a degustação de um símbolo de tradição no Alentejo que são os vinhos de Talha, que nunca, até o momento, havia degustado. Esse da Roquevale é composto pelas castas Trincadeira, Castelão e Aragonês. nos aromas com discretas notas balsâmicas, chocolate sobre discreto toque herbáceo. Na boca taninos firmes, alta acidez, álcool generoso, tudo entrelaçado formando um conjunto potente e concentrado. Termina com média persistência, sem amargor.



Em suma, foi um espetacular evento de degustação que, embora tenha sido temático, trazendo rótulos da região do Alentejo, não foi nem um pouco linear e enfadonho, pois mostrou a diversidade, a riqueza de sabores, experiências e sensações de uma terra rica, cheia de tipicidade e singularidade, porém complexa. Aprendizado, degustações, conhecimento foram as tônicas desse evento, além das excelentes instalações e estrutura que só realçaram a qualidade e importância dos vinhos do Alentejo.

Outros rótulos que degustei:







Vídeo institucional que divulgou o festival "Vinhos do Alentejo 2018":



Mais informações sobre o Alentejo acesse o site do CVRA (Comissão Vitivinícola Regional Alentejana):