sexta-feira, 19 de junho de 2020

Quinta do Casal Monteiro branco 2016


Às vezes a escolha de um vinho pode assumir contornos dramáticos. O processo de escolha pode ser difícil e complicada e não se enganem que essa etapa é irrelevante ou mera frescura, onde o importante é comprar o que “estiver na mão” ou aquele mais em conta e pronto. Não! Aos enófilos que se preocupam com um momento agradável e importante na hora da degustação, o processo de compra pode e é providencial. Neste vinho que degustei eu passei por esse momento, diria, crítico. Estava em um supermercado e logo estava no setor dos vinhos e logo também estava diante de um dilema: Avistei um vinho, sem muito destaque ou evidencia, o rótulo, nesse sentido, também não ajudava, era bem discreto. O valor foi o que me chamou a atenção! Claro que é sedutor um vinho que custa na faixa dos R$ 25,90, um branco, português, da região do Tejo. Tomei o mesmo em minhas mãos e passei a analisa-lo. Decidi, para ajudar, acessar o site do produtor, que levava o nome do vinho também. Vi e li as informações e decidi arriscar, afinal o risco pode ser recompensado também, mas com o mínimo de cálculo e cautela, ajuda. Decidi leva-lo, afinal, a proposta do vinho “harmonizava” com os dias quentes de verão que imperava no auge do mês de janeiro.

Mas ainda levou algum tempo na adega antes de abrí-lo, por isso que na foto, o rótulo está um pouco enrugado, mas, após ler um “review” na internet sobre o vinho e muito positivo, diga-se de passagem, me estimulou a degustar o meu. Aproveitei uma noite quente e abafada e abri o meu Quinta do Casal Monteiro, um DOC da região do Tejo, branco, da safra 2016, com um corte que, depois descobri ser bem típico de Portugal e, claro, do Tejo, das castas Arinto (50%) e Fernão Pires (50%). Sei que ainda não está na etapa das análises organolépticas, mas preciso dizer: Que vinhaço! Surpreendentemente bom! Logo se revelou no aroma que, ao desarrolhá-lo, explodiu, invadindo impiedosamente as minhas narinas, mas, espera! Agora não falarei! Falarei, brevemente, da região do Tejo, emblemática em Portugal.

Tejo

Nesta região vitivinícola, situada no Centro de Portugal, a arte de produzir vinho remonta a 2000 a.C., quando os Tartessos iniciaram a plantação da vinha junto às margens do rio que lhe dá o nome. Reza a História que já Afonso Henriques fez referência aos vinhos da região no Foral de Santarém, datado de 1170, e que o Cartaxo terá exportado 500 navios com tonéis de vinho que, em apenas um ano, terão atingido o valor de 12.000 reis. As histórias continuam pela cronologia fora, com o ano de 1765 a destacar-se pelo desaparecimento da vinha nos campos do Tejo, como consequência de uma ordem imposta por Marquês de Pombal.

Tejo

Em 1989, são fundadas seis Indicações de Proveniência Regulamentada para vinhos da região do Ribatejo e, em 1997, é criada a Comissão Vitivinícola Regional do Ribatejo, à qual se sucede a constituição por lei da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo, em 2008, seguindo-se a Rota dos Vinhos do Tejo.

E agora o vinho:

Na taça apresenta um amarelo palha, com detalhes em verde cítrico, muito brilhante.

No nariz é uma verdadeira explosão aromática, com notas evidentes de frutas brancas, como pera, maça-verde e frutas cítricas como limão, abacaxi, além de um agradável toque floral, com muito frescor e jovialidade.

Na boca repetem-se as impressões olfativas, sendo frutado, fresco, mostrando um bom corpo, um bom volume de boca, com ótima acidez que entrega um vinho fresco, direto, refrescante e saboroso. Com um final frutado, leve, mas de muito boa persistência.

Um vinho que te surpreendente pelo ótimo custo x benefício e que, sem sombra de dúvida, entrega muito mais do que vale. Um vinho fresco, harmonioso, fácil de degustar, de personalidade e que te convida a mais um gole, de forma frenética. Um vinho direto, correto e muito bem feito. Apesar do drama da escolha, quando constatamos que o vinho é maravilhoso, todo aquele processo faz valer a pena e nos ensina que vinho barato nem sempre é sinônimo de vinho ruim. Permita-se experimentar, sem visões pré-concebidas. Com 13% de teor alcoólico.

Sobre a Quinta do Casal Monteiro:

Fundada em 1979, a Quinta do Casal Monteiro engarrafa safras limitadas de produção exclusivamente a partir de sua propriedade de 80 hectares. Com idade média de 35 anos, as vinhas estão localizadas em solo arenoso aluvial fértil, enraizando-se em uma combinação incomum e resultando em uma produção de baixo rendimento de vinho de alta qualidade. Além disso, a característica do clima temperado sub-mediterrânico e a sua proximidade ao rio Tejo conferem aos vinhos uma identidade singular, revelada tanto nos aromas exuberantes como no paladar complexo, revestido por uma excelente acidez - são excelentes companheiros de comida. Em 2009, a nova geração / família assumiu a empresa e, desde então, uma reestruturação da vinícola e da vinha vem ocorrendo. Foram feitos investimentos consideráveis ​​em equipamentos modernos e a reabilitação das vinhas tem sido uma tarefa contínua. Como tal, todos os anos nossa qualidade tem aumentado e esperamos fazê-lo continuamente ao longo da década atual. O crescente número de prêmios internacionais e análises da imprensa internacional são uma prova da nossa qualidade contínua de produção.

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Degustado em: 2018



terça-feira, 16 de junho de 2020

Grilos Reserva Tinto 2014


Determinados caminhos são um tanto quanto inusitados ou improváveis que nos conduz até um vinho, um rótulo. Desde que degusto vinhos eu conheço a linha Rio Sol que são produzidos no Vale São Francisco no nordeste brasileiro. Eu praticamente fui “iniciado” no mundo dos vinhos com esses rótulos a quem tenho um valor sentimental muito grande. Pois bem, depois de algum tempo, depois de anos, para dizer a verdade, descobri que tais vinhos são produzidos por um grupo português chamado Global Wines. E quando conheci o portfólio desse grupo composto por algumas “Quintas” (vinícolas), descobri também que eles produzem alguns vinhos da emblemática e tradicional região do Dão. Sempre tive dificuldades para arranjar alguns rótulos dessa região, talvez a oferta aqui no Brasil seja incipiente ou as que têm não oferecem alguma segurança ou idoneidade quanto a qualidade. Então decidi ver os rótulos que a Global Wines poderia oferecer da referida região lusitana. E achei!

O vinho que degustei e gostei verdadeiramente vem, como disse do Dão, e se chama Grilos, um reserva, DOC (Denominação de Origem Controlada) composto pelas típicas castas da região: 40% de Tinta Roriz (Aragonez), 30% de Touriga Nacional e 30% de Jaen, da safra 2014. E, como a região do Dão, me parece ser pouco degustada em terras brasileiras, acho que vale a pena uma pincelada sobre a região, um pouco de sua história, antes de falar sobre as características organolépticas do Grilos.

Dão

O Dão é uma das mais antigas regiões vitivinícolas de Portugal, situada no centro-norte do país, logo abaixo do Douro, que carrega a reputação de produzir alguns dos melhores tintos portugueses.

Dão

O Dão é ainda conhecido como o berço da Touriga Nacional. De fato, dentre as tintas, a Touriga Nacional tem se mostrado a casta mais emblemática de Portugal, apresentando grandes qualidades para a vinificação e agindo como uma espécie de porta-voz da vitivinicultura do país. Plantada desde o Douro até ao Alentejo, é no Dão que a cepa se revela plenamente. Em 1908, o Dão foi oficialmente reconhecido como "Região Demarcada". Na década de 1940, entretanto, a região sofreu fortes intervenções governamentais. O intuito inicial era o de melhorar a qualidade dos vinhos e, por isso, novas regulações foram instituídas pelo governo de Salazar, criando um programa de participação de cooperativas no setor. Essas cooperativas tinham exclusividade na compra das uvas produzidas no local; empresas privadas podiam somente comprar vinhos já prontos. Infelizmente, os efeitos dessa política não foram positivos e a indústria do Dão, sem competição, acabou por produzir vinhos de qualidade inferior, com padrões de higiene por vezes abaixo do ideal. Após a entrada de Portugal na Comunidade Econômica Europeia, a legislação que então vigorava - monopolista e, obviamente, não alinhada aos princípios do bloco - foi revogada. Novos empreendimentos viníferos foram montados e um grande número de novas propriedades deu início ao renascimento do que havia sido uma das mais conhecidas regiões produtoras de vinho do país. Em 1990, o Dão se tornou uma Denominação de Origem Controlada. Cercada por altas montanhas de granito por três lados - Serra da Estrela, Serra do Caramulo e Serra da Nave -, a região fica protegida da influência do Oceano Atlântico. Assim, o clima local se mantém temperado. Os verões são secos e quentes, enquanto os inversos, frios e chuvosos, com grande amplitude térmica. Além disso, os solos são arenosos, de origem granítica e xistosa, bem drenados. Em conjunto, esses são fatores propícios para a obtenção de vinhos de alta qualidade. No Dão planta-se uma grande variedade de cepas e é notável o fato de a região ser rica em espécies autóctones. A maior parte dos vinhos é, todavia, produzido a partir de Touriga Nacional, Tinta Roriz, Jaen (conhecida na Espanha como Mencía), Alfrocheiro Preto e Encruzado. De fato, dados apontam que 80% da produção da região é de tintos, sendo que pelo menos 20% desses rótulos leva Touriga Nacional. A Encruzado é a principal cepa branca, por vezes combinada com Malvasia Fina e Bical. Fonte: Revista Adega, em: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/as-grandezas-do-dao_5228.html.

Agora o vinho:

Na taça apresenta um vermelho rubi brilhante com entornos violáceos com lágrimas em média intensidade e finas e que leva algum tempo para se dissipar.

No nariz mostrou-se muito frutado, sem ser enjoativo, aromas de frutas vermelhas, com agradáveis notas florais, terrosas e de especiarias, como pimentão, por exemplo.

Na boca é frutado, redondo, bom volume de boca, equilibrado, com taninos de boa textura, acidez refrescante, com notas discretas de chocolate e algum tostado, graças a passagem por barricas de carvalho por 6 meses. Um vinho muito fresco, de certa personalidade, com um final de média intensidade.

Um belo e contemporâneo vinho do Dão, revelando uma região nova, remodelada, com vinhos versáteis, frescos, jovens, mas que mantém a sua marcante personalidade, a sua essência e as mais evidentes características de seu belo terroir. Com 13,5% de teor alcoólico.

Sobre o rótulo “Grilos”:

Grilos nasceu em 1993 na Quinta dos Grilos, Tondela – Portugal. 

O Concelho de Tondela

Os vinhos Grilos – com um perfil jovem e uma imagem moderna – são feitos para pessoas simples, com espírito jovem. Estes vinhos do Dão são fabricados com a nova palavra, mas sem nunca deixar de ser vinhos do Dão, porque essa é a natureza dessa marca. Em 2017, o Grilos Reserva recebeu 90 pontos dos críticos da prestigiada revista americana Wine Enthusiast. O Grilos White também foi considerado, em 2016, um dos melhores vinhos brancos portugueses com preços abaixo de 10 dólares por outra importante publicação americana, a Wine & Spirit Magazine.

Sobre a Global Wines:

A Global Wines nasceu em 1990 no Dão, com o nome Dão Sul. Queriam ser a maior empresa da mais antiga região de vinhos tranquilos de Portugal, o Dão. Quando o objetivo foi atingido, decidiram partir para outros sonhos, outras aventuras, outras regiões e outros países. Ainda são ainda hoje a empresa de vinhos líder do Dão. Mas também uma empresa de vinhos da Bairrada, do Alentejo, de Portugal e até o Brasil. Tem atualmente 5 Espaços de Enoturismo, 3 dos quais com restaurante, onde procuram conjugar o vinho e a gastronomia, despertando como as melhores sensações, na experiência perfeita. A Global Wines recebe, diariamente, pessoas de todas as partes do mundo, a quem procuram dar a melhor experiência de vinho e gastronomia. Estão hoje presentes nos 5 continentes, com suas marcas atingindo a mais de 40 países. Com vinhos reconhecidos pelos principais críticos mundiais, as portas foram-se abrindo e o sonho foi sendo cumprido. Hoje, como sempre, o caminho é para frente e é o futuro que nos move. Todos os dias constroem mais um degrau no reconhecimento mundial, num trabalho feito por pessoas e para pessoas. Através da linguagem do vinho construíram a ponte entre a pequena região montanhosa do centro de Portugal e o mundo. Percorreram as rotas do vinho com determinação, porque sabem exatamente onde querem chegar: a todas as mesas do mundo.

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Degustado em: 2017




segunda-feira, 15 de junho de 2020

Nativa Reserva Carménère 2015


Estava em um supermercado e, como de costume, vou ao setor de vinhos para olhar alguns rótulos, nem sempre com a obrigação, a intenção de comprar alguma garrafa, apenas, em alguns casos, ver, como um bom e fiel enófilo. Até que avistei, em meio a poeira e meio que jogado de lado, no fundo da gôndola, um vinho chileno com um peculiar rótulo, simples, mas muito bonito e no mínimo sugestivo, com uma exuberante vegetação. Deduzi se tratar de um vinho orgânico e bingo! Era um vinho produzido com conceitos sustentáveis, um vinho, como alguns carinhosamente chamam, de “natureba” ou ecológico. O valor do vinho era muito baixo para um vinho orgânico vendido no Brasil que, convenhamos é exorbitante. Este estava, pasmem, na faixa dos R$ 25,00! Confesso que, de início, fiquei curioso pelo apresentação estética e o preço muito atraente, me estimulou em compra-lo, mas estava receoso. Será que é ruim? Mas decidi arriscar e afinal, se acaso fosse ruim, não teria gastado tanto. E, mesmo no escuro, pois no rótulo e contra rótulo não tinha tanta informação e não sou muito simpático em comprar vinhos dessa forma, e comprei.

O vinho é maravilhoso! Surpreendentemente bom! E de taça cheia e muito satisfeito do vinho que estava degustando e gostando, me aprofundei nos seus detalhes técnicos. O vinho, que se chama “Nativa”, da linha reserva, é um projeto da emblemática e tradicional vinícola chilena, Viña Carmen, com um corte das castas Carmenère (90%), Cabernet Sauvignon (5%) e Syrah (5%) da safra 2015 e produzido no Vale Central.

Na taça tem um impressionante vermelho rubi intenso, escuro e brilhante que, ao deslizar na taça, mostra-se caudaloso, com uma abundância de lágrimas finas que tingia as paredes do copo.

No nariz tem uma explosão aromática de frutas negras, com toques fantásticos de especiarias como pimenta negra e pimentão vermelho e notas de café, torrefação e baunilha.

Na boca é seco, estruturado, frutado, bem equilibrado, com taninos presentes, mas finos e sedosos, com acidez instigante, amadeirado e toques de baunilha, graças aos 8 meses de passagem por barricas de carvalho, conferindo-lhe alguma complexidade. Tendo ainda um final longo e persistente.

Um vinho arrebatador, surpreendente, com personalidade marcante, mas fácil de degustar. Gastronômico, harmoniza bem com massas condimentadas, carnes e queijos gordurosos. Com 14% de teor alcoólico.

Sobre o Projeto “Nativa”:

A Nativa nasceu em 1995 como parte da Viña Carmen, uma das vinícolas mais prestigiadas do Chile. Quatro anos depois, em 1999, a Nativa se tornou o primeiro vinho chileno elaborado com uvas orgânicas certificadas. A partir daí, a Nativa continuou desenvolvendo vinhos com as uvas Cabernet Sauvignon e Chardonnay do Vale Alto Maipo, obtendo excelente prestígio internacional e reconhecimentos importantes da imprensa especializada. Em 2007, a Nativa começa a trabalhar em estreita colaboração com produtores de uva cultivados organicamente no vale Maipo e em 2008 a Nativa recebe as primeiras uvas orgânicas de suas próprias vinhas em Marchigüe, no vale de Colchagua. Em 2009, foi criada a empresa Nativa Eco Wines, que se tornou parte do portfólio do Grupo Santa Rita, fortalecendo seu sólido compromisso com a agricultura orgânica, a sustentabilidade e um plano ambicioso para o futuro.

Sobre a Viña Carmen:

A Viña Carmen foi fundada em 1850 por Christian Lanz e batizada de "Carmen" em homenagem a sua amada esposa. A vinha possui mais de 160 anos de experiência marcados por grandes marcos e sucessos obtidos graças à sua experiência, seu patrimônio enológico e sua busca incansável por qualidade e excelência. Em meados do século XIX, o Chile, como país independente, começou a ver a indústria do vinho como um importante negócio voltado para a exportação. É por isso que os principais produtores se concentraram na qualidade do produto para serem percebidos mundialmente como um país competitivo. Com novos ares de crescimento, expansão e inovação, a Viña Carmen busca alcançar a mais alta qualidade e competitividade de seus vinhos. Um evento enológico de grande relevância no mundo que marcou um antes e um depois na indústria vinícola nacional e internacional. Após essa descoberta, Carmen se tornou uma força motriz por trás do desenvolvimento da Carmenère no Chile. A redescoberta do Carmenère em uma das vinhas de Carmen, especificamente no vale do Alto Maipo, é um marco histórico que retornou ao patrimônio mundial do vinho, uma espécie que se acreditava estar extinta há anos, depois de ter sido infectada pela praga da filoxera na região na metade do século XIX.



Mais informações acesse:


https://www.carmen.com/es/br/

Degustado em: 2018



Ysern Tannat 2007 e Ysern Tannat Roble 2013


Eu sou um assíduo defensor das variadas propostas do vinho. Prefiro não aceitar que exista vinho ruim, de baixa qualidade ou aquele vinho superior, apenas propostas de vinhos que não podem ser comparadas, a não ser que seja dentro das próprias propostas. Explico: Você não pode comparar um vinho de entrada, mais básico da vinícola com um barricado, mais complexo. Beira a injustiça! Infelizmente ainda pensamos de uma forma pré-concebida, que os vinhos baratos são ruins e de má qualidade. Nem todos! Não se engane que os caros sempre agradarão! Não devemos, a meu ver, encarar o vinho como status ou “grife”, ou seja, quanto mais caro melhor. Não podemos negligenciar o fator orgânico, que varia de degustador para degustador. Falo tudo isso porque tive uma satisfatória experiência com uma mesma linha de rótulos, uma básica e outro um pouco mais complexo, de um mesmo produtor e vou falar dos dois ao mesmo tempo.

Os vinhos que degustei e gostei são: Ysern da casta Tannat, da safra 2007, um vinho mais básico da vinícola tradicional uruguaia chamada Bodegas Carrau, e um mais complexo, também da linha Ysern, da linha “Roble” (Com passagem por barrica de carvalho), da safra 2013. Ambos são considerados “Blends de regiões”, ou seja, um varietal, neste caso da casta Tannat, que veio de duas regiões: Cerro Chapéu, que fica em Rivera (25%) e da região de Las Violetas, em Montevidéo (75%). Veja no mapa estas e as outras principais regiões vitivinícolas do Uruguai.


Sobre os vinhos:

Ysern Tannat 2007:

Na taça apresenta um vermelho rubi com reflexos violáceos com pouca incidência de lágrimas.

No nariz tem aroma de frutas vermelhas como morango, amora com um toque de especiarias, como pimenta do reino.

Na boca é frutado, seco, de leve para médio, redondo, harmonioso, com taninos sedosos e acidez quase imperceptível, com um final agradável, frutado e saboroso. Com 13% de teor alcoólico.

Ysern Tannat Roble 2013:

Na taça tem um vermelho rubi profundo, escuro meio acastanhado nas bordas com abundância de lágrimas, finas, que demoravam a dissipar desenhando as paredes do copo.

No nariz é extremamente aromático, revelando frutas negras com toques de especiarias, um toque abaunilhado, de torrefação e madeira muito bem integrada ao vinho, graças aos 9 meses de passagem por barrica de carvalho.

Na boca reproduzem-se as impressões olfativas sendo estruturado e complexo, devido também à passagem por madeira com taninos gulosos, presentes, mas redondos, com boa acidez. Um vinho de marcante personalidade, equilibrado, mas muito fácil de degustar. Com 13,5% de teor alcoólico.

Uma grande e satisfatória experiência com vinhos, embora distintos, mas muito bem feitos, corroborando a história plena e altiva da produção uruguaia dos vinhos da casta Tannat. Ouvi de alguém, não me recordo quem, de que a melhor forma de confirmar se um produtor é idôneo e que produz, com excelência, seus vinhos, e degustar os seus vinhos, mas básicos, de entrada. Por isso que, quando adquiri o de entrada da linha “Ysern” e degustei e gostei, não hesitei em comprar a linha “Roble”. Se permita a degustar todos os vinhos em todas as suas propostas, indiscriminadamente.

Sobre a Bodegas Carrau:

A tradição secular de uma família em um panorama que fortalece o crescimento dos bons vinhos uruguaios em pleno andamento dia a dia. A presença da família Carrau é um fato indesculpável desse processo no quadro de uma longa história que começa na Catalunha. Bodegas Carrau estabelece a qualidade constante como objetivo principal. comércios nobres são muitas vezes alojados na tradição familiar dentro da prática repetida passada de pai para filho. Dos avós aos netos, uma longa carreira de perfeição um dia foi cumprida na antiga mídia comercial. Parte disso ainda subsiste no campo dos enólogos que se prezam. Por esse motivo, a Família Carrau ainda preserva como um documento precioso que afirma que, em 2 de abril de 1752, Dom Francisco Carrau Vehils comprou a primeira vinha da família na Catalunha. Em 6 de fevereiro de 1783, o notário declara que foi esse o caso e que a vinha está em Vilassar de Mar. Hoje incorporado no corpo de Barcelona. Em 1840, Juan Carrau Ferrés dedicou-se ao negócio do vinho e também aos livros de sua vinícola, que eram zelosamente guardados por seus atuais herdeiros. Seu neto Juan Carrau Sust, formado em vinicultura em Villa Franca del Penades, concorda com a transferência, um verdadeiro transplante de família no Uruguai. Em 1930 Juan Carrau Sust chega com sua esposa Catalina Pujol e cinco filhos no Uruguai, entre eles Juan Francisco Carrau Pujol . A Carrau Sust se une à fundação da Vinícola Santa Rosa, que entre 1930 e 1940. Cresce com a tecnologia fornecida pelo viticultor catalão, que também fornece ao Uruguai o método champenoise e outros vinhos especiais. Em 1976, fundou Bodegas Carrau,  um projeto de grande ambição, para o qual importou videiras livres de vírus de seleção clonal com critérios revolucionários para a época. O projeto em andamento foi declarado de interesse nacional em novembro de 1977, pois, entre outras razões, o objetivo era exportar e divulgar os vinhos uruguaios no mercado internacional. A importância desse empreendimento justifica o fato de ser considerado o ponto de partida de uma nova etapa na Viticultura Nacional. Para implementar adequadamente, além das vinhas Cerro chapeu, a nova empresa adquire a vinícola Pablo Varzi, fundada em 1887 e faz parte da contribuição italiana para a história do vinho uruguaio.

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Ysern Tannat 2007 degustado em 2015

Ysern Tannat Roble 2013 degustado em 2016

sábado, 13 de junho de 2020

Garibaldi Vero Brut


Seria um mundo perfeito aliar preços baixos, aqueles valores que cabem no bolso de todos os brasileiros, aos nossos espumantes, esses mesmos espumantes que fazem um sucesso tremendo na Europa, Estados Unidos e vários outros cantos do mundo, sendo contemplados por premiações de excelência, mas tão distante da realidade dos brasileiros que não gozam de uma renda alta e que querem adentrar o mundo do vinho, tendo como porta de entrada a menina dos olhos da nossa produção vitivinícola, os nossos vinhos borbulhantes. É claro que os valores variam de acordo com a proposta e complexidade dos vinhos, mas o custo Brasil, os tributos destroem toda e qualquer expectativa de se democratizar a bebida, o vinho, como um todo, a todos os brasileiros, sem distinção social. Mas há esperanças, há espumantes bem feitos, premiados nacional e internacionalmente e que entregam ao mercado valores compatíveis, justos a todas as camadas da população. Falo da Vinícola Garibaldi. Já degustei alguns rótulos de seus espumantes e que muito me surpreendeu positivamente e este de hoje não fugiu à regra.

O vinho que degustei e gostei é da emblemática Serra Gaúcha, da tradicional Vinícola Garibaldi: Garibaldi Vero brut, produzido pelo método charmat (Leia aqui o significado desse método: Diferenças entre os métodos Champenoise e Charmat) composto pelas castas Trebbiano, Prosecco e Colombard (casta branca típica do sul da França), não safrado. Um espumante que realça a cara, a identidade do Brasil: informal, fresco, leve e com a cara dos dias quentes de um país tropical como o nosso.

Na taça tem um amarelo palha com reflexos esverdeados, límpidos e brilhantes com perlages finos e em abundância.

No nariz apresenta um agradável aroma de frutas brancas e cítricas como abacaxi e limão e um toque floral.

Na boca é seco, frutado, fazendo jus a sua proposta (brut), é leve, jovem, fresco, saboroso, que preenche bem a boca, diria discreta cremosidade, com uma boa acidez e um final saboroso e persistente.

Um espumante excelente, com atrativo custo X benefício e que pode sim rivalizar com qualquer bebida famosa que tenha os perlages do mundo, sem exageros ufanistas. Um espumante leve, fresco, despretensioso, diria com certa untuosidade e muito refrescante. Harmoniza muito bem com frituras, carnes brancas, saladas, sopas e queijos leves. Tem 11,5% de teor alcoólico.

Alguns prêmios:

Dupla Medalha de Ouro: Concurso VINUS 2019
Medalha de Prata: 4º Brinda Brasil - Júri Técnico

Sobre a Vinícola Garibaldi:

Situada em Garibaldi (120Km de Porto Alegre) no coração da Serra Gaúcha, a maior região vitivinícola do Brasil, a  empresa nasceu como Cooperativa Agrícola Garibaldi na quinta-feira, 22 de janeiro de 1931, na sede do Club Borges de Medeiros. Naquele dia, Monteiro de Barros reuniu representantes de 73 famílias para criar uma das mais importantes cooperativas da região. O sucesso da empreitada foi tanto que, em 1935, o grupo já contava com 416 associados.


A prosperidade, contudo, estancou no começo dos anos 1970. Em 1973, a empresa sofreu uma intervenção que durou cinco anos. O processo, porém, deu resultado e, no começo dos anos 1980, a Garibaldi passou a se modernizar. No entanto, o grande passo só seria dado no início dos anos 2000. No passado, a cooperativa trabalhava muito com vinho de mesa e até a granel, e isso não rentabilizava o produto. Era uma commodity. Então, teve a necessidade de agregar valor. Desde 2004, investiu-se fortemente na elaboração de espumantes para dar essa guinada, rentabilizar os produtos e remunerar a uva dos associados. Foi feito um intenso trabalho no campo de reconversão, tecnologia em produto, para chegar a esse reconhecimento de mercado que a vinícola tem hoje, como referência na produção de espumante. A cooperativa tem hoje 400 famílias associadas, que juntas formam um total de 900 hectares em 12 municípios diferentes do Rio Grande do Sul. Gerenciar tudo isso é um trabalho complexo. O departamento técnico visita todas as propriedades pelo menos três vezes ao ano. Tem um contato direto como produtor tanto na orientação técnica quanto reconversões, conforme os interesses da cooperativa. As 380 famílias são responsáveis pela produção da uva. Elas elegem um conselho para cuidar do negócio e cada área tem um responsável, um profissional contratado para gerir. É cooperativa, mas tem que ser profissional no que faz. Em 2010, a Garibaldi adquiriu os direitos de produção e comercialização da marca Granja União, que estava sob domínio da Vinícola Cordelier. Mais recentemente, lançou a linha Acordes. A vinícola hoje apresenta índices de crescimento superiores aos da média nacional. Resultado de uma história de investimentos, de profissionalização, de união e de uma trajetória que carrega em sua bagagem o trabalho e a vida de milhares de pessoas. O investimento é permanente em manutenção e melhoria dos processos produtivos e na qualidade dos produtos. Com uma área de 32 mil metros quadrados de construção e capacidade de processamento que ultrapassa os 20 milhões de quilos, utilizando tecnologia e equipamentos europeus para a elaboração de nossos vinhos e espumantes. Uma identidade marcante, personalidade e características próprias, aliadas ao terroir da Serra Gaúcha, fez com que os seus espumantes acumulassem uma série de premiações em concursos no Brasil e no exterior.

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quinta-feira, 11 de junho de 2020

Nederburg 1791 Syrah 2016


É sabido que os melhores vinhos da casta Syrah produzido no mundo atualmente vem do Novo Mundo, vem da Austrália. São vinhos frescos, alguns um pouco mais intensos, mas sempre privilegiando a fruta, o frescor, mas com muita personalidade, bem marcante. Foram com eles que a Syrah me foi apresentada e a por eles que eu tenho um elo sentimental quando me remete a essa cepa. Porém, dada o meu vertiginoso interesse pela Syrah ao longo do tempo, me aventurei nas pesquisas para conhecer novas regiões que são referências na produção da mesma e cheguei a África do Sul. A terra da Pinotage também abriga grandes Syrahs. Então fui à busca de bons vinhos com um custo x benefício em potencial, que me entregasse qualidade por um preço que fosse atrativo ao meu bolso e cheguei aos bons vinhos da grande Nederburg, rótulos que já tive a oportunidade de degustar em algumas de suas propostas e castas, principalmente o Pinotage, que analisei e deixei as minhas impressões aqui: Nederburg Foundation Pinotage.  

O vinho que degustei e gostei é o Nederburg 1791 da casta Syrah, safra 2016, da famosa cidade de Paarl, Western Cape. Um vinho que já trazia a boa expectativa por ser tratar da linha Nederburg e sua histórica e tradicional procedência, mas que me arrebatou por inteiro e me trouxe mais um terroir extraordinário para a casta Syrah.

Na taça traz um vermelho rubi escuro, profundo e brilhante com lágrimas finas e abundantes que teimava em se dissipar, desenhando as bordas, as paredes do copo.

No nariz traz um intenso aroma de frutas negras e vermelhas, que me remete a ameixa e cereja com toques de especiarias e discretas notas de especiarias, algo como pimentão, diria.

Na boca é seco, encorpado, uma estrutura que denuncia sua personalidade marcante, com bom volume de boca, frutado, com taninos presentes, mas sedosos, razoável acidez, um azedume típico da Syrah, com um toque amadeirado bem integrado ao vinho, graças ao período que varia entre 3 a 6 meses de passagem por barricas de carvalho, com final persistente.

Um vinhaço! Um Syrah maiúsculo e volumoso que, mesmo com sua personalidade e bom corpo, é macio, harmonioso e fácil de degustar. Tem um grande potencial enogastronômico, harmonizando com carnes vermelhas e massas bem condimentas. Tem 14% de teor alcoólico quase que imperceptíveis dado o seu bom equilíbrio.

Por que é “1791”?

Este rótulo é uma homenagem ao pioneiro Philippus Wolvaart, que em 1791 adquiriu o terreno que se tornaria a fazenda Nederburg. Uma porção de terra ainda selvagem nos arredores de Paarl preparou-a e plantou as primeiras vinhas lançando a base do que se tornaria um bem-sucedido negócio.

Sobre a Nederburg:

A história de Nederburg começou em 1791, quando o imigrante alemão Philippus Wolvaart adquiriu 49 hectares de terra no vale de Paarl. Ele nomeou sua propriedade Nederburgh, em homenagem ao comissário Sebastiaan Cornelis Nederburgh. Mais tarde, o 'h' foi retirado da grafia do nome da fazenda e tornou-se Nederburg como é conhecido hoje. A bela mansão holandesa do Cabo, coberta de palha e empena, que Wolvaart completou em 1800 é hoje um monumento nacional. E sobre a linha “56 Hundred” há uma curiosidade: Essa variedade de vinhos refrescantes, frutados e suave leva o nome ao preço de mil e seiscentos florins que Philippus Wolvaart pagou em 1791 pela fazenda em que deveria nomear Nederburg. Um visionário que reconheceu o potencial vitícola da terra, ele teve a tenacidade de domesticar a propriedade e estabelecer uma fazenda que continua a florescer hoje. Em 1810, vendeu a fazenda para a família Retief, que conservou a propriedade por 70 anos. Em seguida a Nederburg passou por diversos proprietários até ser adquirida, em 1937, por Johann Graue que foi buscar na Alemanha o talentoso enólogo Günter Brözel para comandar a produção. Durante anos, Brözel elevou a reputação da Nederburg a nível mundial. Quem o sucedeu foi o enólogo romeno Razvan Macici, que recebeu inúmeros prêmios ao longo dos anos. Macici aliava a capacidade de criar vinhos exclusivos à habilidade para a elaboração de rótulos acessíveis. A Nederburg é conhecida pela visão vanguardista, sempre valorizando os cuidados no vinhedo e na vinificação para a elaboração de exemplares famosos mundialmente.

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Degustado em: 2018

O Tal Vinho da Lixa 2018


Ter bons e verdadeiros amigos é maravilhoso, mas é muito melhor ter amigos que gosta de degustar bons vinhos e que ainda presenteia. Felizmente fui agraciado com um bom amigo, português, que, em visita ao Brasil, em outubro de 2019, mês do meu aniversário, me presenteou com alguns vinhos que trouxe na mala. Como outubro está na porta do verão ele escolhera alguns vinhos mais frescos, brancos para trazer e degustar com toda a família e no dia de sua chegada foi promovida uma reunião familiar para degustar alguns rótulos e um, em especial, ele separou, dizendo que este rótulo é um dos mais tradicionais e degustados de Portugal, um vinho que sempre está presente na mesa do português que, claro, é facilitado, pela forte cultura ao consumo da bebida naquele país.

E o vinho que ele escolheu foi da emblemática região dos Vinhos Verdes, da Quinta da Lixa, chamado O Tal Vinho da Lixa, um DOC, da safra 2018, das castas típicas da região como Trajadura, Loureiro, Azal e Pedernã. Um vinho que degustei e gostei, fantástico, fresco, jovem, como tem de ser um vinho verde. E, antes de degustar, o vinho já chamava a atenção no aspecto estético. Uma garrafa com as dimensões de um espumante, inclusive tinha uma rolha protegida com a típica gaiolinha. Mas talvez essa estrutura física da garrafa vai se explicar nas características organolépticas.

Na taça apresenta um amarelo palha com reflexos esverdeados muito brilhantes e com uma boa concentração de gás, as bolhas estavam em boa evidência, sobretudo nas primeiras taças servidas.

No nariz traz aromas de frutas brancas e amarelas, como pêra, maça-verde, abacaxi, limão, lima da persa, proporcionando toques citrino.

Na boca é muito fresco, refrescante, com um bom e surpreendente volume de boca, frutado e uma ótima acidez.

Ele não poderia ter escolhido melhoro início da nossa degustação naquele dia, um vinho fresco, saboroso, simples, mas honesto e que retrata com fidelidade o bom e despretensioso vinho verde que, embora tenha arestas lusitanas, traz o DNA brasileiro e de nosso clima e povo. Depois de algum tempo descobri, por intermédio do evento dos Vinhos Verdes que participei um mês após a nossa reunião familiar, com os representantes da Quinta da Lixa que lá estavam que o vinho não é exportado para o Brasil. Quanta honra e sorte da minha parte em degustar um vinho tão especial. Tem 11% de teor alcoólico.

Sobre a Quinta da Lixa:

A Quinta da Lixa é o testemunho vivo da paixão que a Família Meireles sempre teve pelos Vinhos Verdes. Presente em diversas áreas do mundo empresarial, esta família que já era proprietária de vinhedos localizados em redor da pequena Vila da Lixa, decide em 1986 criar uma pequena empresa que se viria a tornar naquela que é hoje a Quinta da Lixa - Sociedade Agrícola, Ltda. O vinho produzido era inicialmente vendido a granel, mas rapidamente se percebeu que a sua qualidade e aceitação eram tais que o engarrafamento na propriedade era imperativo. Devido ao aumento de produção, torna-se necessário a construção de novas instalações que viessem substituir a primitiva adega onde já não era possível a manutenção do padrão de qualidade que caracterizava os vinhos da Empresa. O desenvolvimento contínuo da empresa só é possível graças à satisfação dos Clientes em todos os serviços prestados. Faz parte da política de qualidade da Quinta da Lixa promover a satisfação de todas as partes interessadas, tais como Clientes, Fornecedores, Colaboradores e Sociedade em geral; cumprir os requisitos dos Clientes, bem como Normativos e Legais aplicáveis; estabelecer permanentemente práticas de melhoria continua, atingindo níveis de rentabilidade que garantam o crescimento sustentado da empresa e a eficácia do SGQ, fazendo desta forma que a Quinta da Lixa mereça a certificação ISO 9001:2015.

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