Seria um mundo perfeito aliar preços baixos, aqueles valores
que cabem no bolso de todos os brasileiros, aos nossos espumantes, esses mesmos
espumantes que fazem um sucesso tremendo na Europa, Estados Unidos e vários
outros cantos do mundo, sendo contemplados por premiações de excelência, mas
tão distante da realidade dos brasileiros que não gozam de uma renda alta e que
querem adentrar o mundo do vinho, tendo como porta de entrada a menina dos
olhos da nossa produção vitivinícola, os nossos vinhos borbulhantes. É claro
que os valores variam de acordo com a proposta e complexidade dos vinhos, mas o
custo Brasil, os tributos destroem toda e qualquer expectativa de se
democratizar a bebida, o vinho, como um todo, a todos os brasileiros, sem
distinção social. Mas há esperanças, há espumantes bem feitos, premiados
nacional e internacionalmente e que entregam ao mercado valores compatíveis,
justos a todas as camadas da população. Falo da Vinícola Garibaldi. Já degustei
alguns rótulos de seus espumantes e que muito me surpreendeu positivamente e
este de hoje não fugiu à regra.
O vinho que degustei e gostei é da emblemática Serra Gaúcha,
da tradicional Vinícola Garibaldi: Garibaldi Vero brut, produzido pelo método
charmat (Leia aqui o significado desse método: Diferenças entre os métodos Champenoise e Charmat) composto pelas castas
Trebbiano, Prosecco e Colombard (casta branca típica do sul da França), não
safrado. Um espumante que realça a cara, a identidade do Brasil: informal,
fresco, leve e com a cara dos dias quentes de um país tropical como o nosso.
Na taça tem um amarelo palha com reflexos esverdeados,
límpidos e brilhantes com perlages finos e em abundância.
No nariz apresenta um agradável aroma de frutas brancas e
cítricas como abacaxi e limão e um toque floral.
Na boca é seco, frutado, fazendo jus a sua proposta (brut), é
leve, jovem, fresco, saboroso, que preenche bem a boca, diria discreta cremosidade,
com uma boa acidez e um final saboroso e persistente.
Um espumante excelente, com atrativo custo X benefício e que
pode sim rivalizar com qualquer bebida famosa que tenha os perlages do mundo,
sem exageros ufanistas. Um espumante leve, fresco, despretensioso, diria com
certa untuosidade e muito refrescante. Harmoniza muito bem com frituras, carnes
brancas, saladas, sopas e queijos leves. Tem 11,5% de teor alcoólico.
Alguns prêmios:
Dupla Medalha de Ouro: Concurso VINUS 2019
Medalha de Prata: 4º Brinda Brasil - Júri Técnico
Sobre a Vinícola Garibaldi:
Situada em Garibaldi (120Km de Porto Alegre) no coração da
Serra Gaúcha, a maior região vitivinícola do Brasil, a empresa nasceu como Cooperativa Agrícola
Garibaldi na quinta-feira, 22 de janeiro de 1931, na sede do Club Borges de
Medeiros. Naquele dia, Monteiro de Barros reuniu representantes de 73 famílias
para criar uma das mais importantes cooperativas da região. O sucesso da
empreitada foi tanto que, em 1935, o grupo já contava com 416 associados.
A prosperidade, contudo, estancou no começo dos anos 1970. Em
1973, a empresa sofreu uma intervenção que durou cinco anos. O processo, porém,
deu resultado e, no começo dos anos 1980, a Garibaldi passou a se modernizar.
No entanto, o grande passo só seria dado no início dos anos 2000. No passado, a
cooperativa trabalhava muito com vinho de mesa e até a granel, e isso não
rentabilizava o produto. Era uma commodity. Então, teve a necessidade de
agregar valor. Desde 2004, investiu-se fortemente na elaboração de espumantes
para dar essa guinada, rentabilizar os produtos e remunerar a uva dos
associados. Foi feito um intenso trabalho no campo de reconversão, tecnologia
em produto, para chegar a esse reconhecimento de mercado que a vinícola tem
hoje, como referência na produção de espumante. A cooperativa tem hoje 400
famílias associadas, que juntas formam um total de 900 hectares em 12
municípios diferentes do Rio Grande do Sul. Gerenciar tudo isso é um trabalho
complexo. O departamento técnico visita todas as propriedades pelo menos três
vezes ao ano. Tem um contato direto como produtor tanto na orientação técnica
quanto reconversões, conforme os interesses da cooperativa. As 380 famílias são
responsáveis pela produção da uva. Elas elegem um conselho para cuidar do
negócio e cada área tem um responsável, um profissional contratado para gerir. É
cooperativa, mas tem que ser profissional no que faz. Em 2010, a Garibaldi
adquiriu os direitos de produção e comercialização da marca Granja União, que
estava sob domínio da Vinícola Cordelier. Mais recentemente, lançou a linha
Acordes. A vinícola hoje apresenta índices de crescimento superiores aos da
média nacional. Resultado de uma história de investimentos, de
profissionalização, de união e de uma trajetória que carrega em sua bagagem o
trabalho e a vida de milhares de pessoas. O investimento é permanente em
manutenção e melhoria dos processos produtivos e na qualidade dos produtos. Com
uma área de 32 mil metros quadrados de construção e capacidade de processamento
que ultrapassa os 20 milhões de quilos, utilizando tecnologia e equipamentos
europeus para a elaboração de nossos vinhos e espumantes. Uma identidade
marcante, personalidade e características próprias, aliadas ao terroir da Serra
Gaúcha, fez com que os seus espumantes acumulassem uma série de premiações em
concursos no Brasil e no exterior.
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