sábado, 9 de abril de 2022

Família Silotto Cabernet Sauvignon 2019

 

Eu comecei a me interessar mais ferozmente, de forma mais veemente, pelos vinhos de pequenos produtores recentemente e o meu olhar para eles, para os seus rótulos, se deu graças aos vinhos brasileiros! Sim! Os vinhos brasileiros!

E não apenas pelo aspecto romântico da coisa, ou seja, por serem produtores familiares, de poucos recursos, de produções limitadas, mas para desmistificar o conceito de que vinho idôneo é aquele produzido por grandes, gigantes vinícolas com características de indústria.

Acredito, depois dos meus primeiros contatos com esses vinhos, de que sim, é possível degustarmos grandes e surpreendentes vinhos de produtores pequenos e artesanais, de vinhos de qualidade, que possa te trazer positivas surpresas, agradáveis e inesquecíveis.

E em um passado não muito distante tive o privilégio, a alegria de degustar um vinho artesanal, que jamais esperava ter degustado em minha vida de enófilo, de uma região que não é tida como um polo de produção vitivinícola do Brasil, chamada Serra Negra, que ficou no interior de São Paulo.

Então sem mais delongas vamos às apresentações desse rótulo que, já de imediato, digo que é especial: O Silotto da casta Cabernet Sauvignon da safra 2019, da região de Serra Negra, São Paulo. O vinho pertence a uma pequena adega pertencente a Família Silotto, considerada sim, como tradicional em Serra Negra.

Eu vou contar, brevemente, a história de como cheguei a esse produtor, cuja experiência eu já tive com a variedade Merlot, o Silotto Merlot 2019. Eu estava navegando pelas redes sociais e, como sempre, por acaso, visualizei uma publicação de uma pessoa que havia degustado o Silotto Merlot 2019 e tecendo ótimos comentários a respeito do mesmo. Nesta publicação vi a informação de que o vinho era artesanal. Isso me chamou a atenção.

Li também o site que o sortudo degustador obteve o Silotto Merlot: A Pemarcano Vinhos. Claro o acessei para conferir detalhes do vinho. Tive a grata surpresa de que o vinho estava com um valor muito atraente para o meu bolso, na faixa dos R$ 40,00! O comprei com outros rótulos e o degustei e gostei e muito!

O dono do site, o amigo Luciano, leu em minhas redes sociais a descrição do Silotto Merlot e, carinhosamente decidiu me presentear com o Cabernet Sauvignon na versão “seco” e, mais uma vez, me surpreendi positivamente com o rótulo da Família Silotto! Espero que o amigo Luciano continue me presenteando com os rótulos da Silotto (risos)!

Antes de falar do Silotto Cabernet Sauvignon 2019, falemos um pouco da região inusitada para a produção de vinhos, Serra Negra, bem como da breve história do Brasil vitivinícola e do conceito de vinho artesanal.

Serra Negra, o circuito das águas.

Encravada na Serra da Mantiqueira a 150 quilômetros da capital, em uma região de 927 metros de altitude com picos de até 1.300metros está localizada a Estância Turística Hidromineral de Serra Negra.

A cidade é cercada por montanhas da Serra da Mantiqueira, a vegetação é exuberante, compondo um cenário de extraordinária beleza natural. Em meio ao Circuito das Águas Paulista, Serra Negra possui um ambiente seguro e agradável. Aqui a tranquilidade e qualidade de vida estão presentes por meio da boa estrutura turística.

Serra Negra

A cidade possui uma das maiores redes hoteleiras da região do Circuito das Águas Paulista e por isso pode abrigar milhares de pessoas que fazem a população de visitantes aumentar durante as férias e feriados oferecendo total comodidade e conforto.

Além da exuberante riqueza natural, a cidade possui diversidade e amplos tesouros culturais, como a produção rural e a produção artesanal de queijos e bebidas.

Quem procura uma experiência única a Rota do Café, do Queijo e do Vinho excelente e rica opção de passeio. São 8 km de extensão, a estrada leva os visitantes para conhecer as delícias tradicionais e artesanais produzidas na cidade. Cada sítio é especializado em um produto, seja ele café, queijos ou vinhos.

Cidade de Serra Negra vista de cima

Breve história do Brasil vitivinícola e o conceito de vinho artesanal

O Brasil foi descoberto pelos Portugueses em 1500, e em 1532 Martim Afonso de Souza chegou com as primeiras mudas de videiras vitis viníferas que foram plantadas na Capitania de São Vicente, porém sem sucesso em função do clima e do solo. Mas Brás Cubas membro da expedição de Martim Afonso de Souza transfere as plantações do litoral para o Planalto Atlântico e em 1551 consegue elaborar o primeiro vinho brasileiro, mas sem muito sucesso, sua iniciativa não teve sequência devido as condições de solo e clima não serem adequados ao cultivo das videiras.

Em 1626 os Jesuítas chegaram à região das Missões e impulsionam a vitivinicultura no Sul do Brasil. O Padre Roque Gonzales de Santa Cruz recebeu os créditos pela introdução das videiras no Rio Grande do Sul, com ajuda dos Índios foi elaborado vinho utilizado nas celebrações religiosas.

Em 1640 foi promovida a primeira degustação no Brasil. A intenção foi de melhorar os vinhos comercializados no país. Em 1732, os Portugueses da Região do Açores, povoaram o litoral do Rio Grande do Sul e formaram-se colônias em Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande, plantaram mudas de videira provenientes do Açores e da Ilha da Madeira, mas as plantações não se desenvolveram adequadamente.

Em 1789 a corte portuguesa percebeu o grande interesse do Brasil pela vinicultura e proibiu o cultivo de uva no país, como forma de proteger a sua produção em Portugal. A medida inibiu a comercialização da bebida nas colônias e restringiu a atividade ao âmbito familiar.

Em 1808, quando da transferência da coroa portuguesa para o Brasil é derrubada à proibição ao cultivo da uva e são estimulados os hábitos no entorno do vinho, inclusive degusta-lo junto às refeições, encontros sociais e festas nas comunidades religiosas.

Em 1817, os gaúchos são considerados pioneiros na vinicultura e esse pioneirismo se materializa no lendário Manoel Macedo, produtor da cidade de Rio Pardo, até o ano de 1835 todo o vinho que produzia era documentado, em um dos anos ficou registrado a elaboração de 45 pipas, o que lhe rendeu a primeira carta patente para a produção da bebida no país.

Em 1824 tem início a colonização alemã e os mesmos tinham muito interesse em vinhos. Na mesma época o italiano João Batista Orsi se estabelece na Serra Gaúcha e recebe de Dom Pedro I a concessão para o cultivo de uvas europeias, torna-se um dos precursores do ramo na região.

Em 1840 pelas mãos do inglês Thomas Messiter, são introduzidas no Rio Grande do Sul as uvas Vitis Lambrusca e vitis Bourquina, de origem americana que são mais resistentes a doenças. Inicialmente foram plantadas na Ilha dos Marinheiros, na lagoa dos Patos e logo se espalharam pelo Estado.

Em 1860 a uva Isabel, uma das variedades americanas introduzidas no Rio Grande do Sul, ganha rapidamente a simpatia dos agricultores. Há registros de que, por volta de 1860 a uva Isabel formava vinhedos nas cidades de Pelotas, Viamão, Gravataí, Montenegro e municípios do Vale dos Sinos.

Em 1875 ocorre o grande salto na produção nacional de vinhos em função da chegada em massa dos imigrantes italianos, pois, trouxeram de sua terra natal o conhecimento técnico de elaboração dos vinhos e a cultura do consumo, os italianos elevaram a qualidade da bebida e conferem importância econômica à atividade.

Em 1881 foi elaborado 500 mil litros de vinho na cidade de Garibaldi no Rio Grande do Sul, este número consta em um relatório feito em 1883 pelo cônsul da Itália, Enrico Perrod, após sua visita à região. Em 1928 é criado o Sindicato do Vinho, essa iniciativa foi articulada por Oswaldo Aranha, então secretário estadual do Governador Getúlio Vargas.

Em 1929 o associativismo é adotado pelos agricultores e em um período de 10 anos, 26 cooperativas são fundadas, algumas como a Cooperativa Garibaldi atuam até hoje. O modelo da competitividade entre os pequenos produtores os direciona a uma situação de equilíbrio, tal equilíbrio é alcançado na década seguinte.

Em 1951 a vinícola Georges Aubert é transferida da França para o Brasil e marca o início de um novo ciclo. O interesse de empresas estrangeiras no país se consolida na década de 70 e trouxe novas técnicas para os vinhedos e para as cantinas, além de ampliar as áreas de cultivo da uva.

Em 1990 temos as vinícolas melhoradas, pois ao longo da década de 80 os vinhedos passaram por uma tremenda reconversão, e à partir da abertura econômica do Brasil a produção de vinho ganha impulso. O acesso a diferentes estilos de vinhos e a concorrência com os importados levaram os produtores a melhorar a qualidade.

Em 2002 a vitivinicultura está consolidada em diferentes regiões, do Sul ao Nordeste do país, cada zona produtiva investe no desenvolvimento de uma identidade própria. O pioneiro é o Vale dos Vinhedos, que conquista a Indicação de Procedência em 2002.

E agora finalmente o vinho!

Na taça entrega um vermelho rubi intenso, com reflexos arroxeados, com lágrimas grossas e em profusão que desenham, marcam as paredes do copo.

No nariz explodem em aromas de frutas pretas e vermelhas bem maduras, onde se destacam cereja preta, amora e framboesas. A madeira figura discretamente, graças ao estágio de 6 meses em barricas de carvalho.

Na boca é seco, jovem, com média estrutura, a fruta madura em evidência, como no aspecto olfativo, tem taninos presentes, ótima acidez que saliva a boca e estimula a degustação, notas de terra molhada e madeira bem integrada, com final prolongado e frutado.

Sempre quis degustar um vinho artesanal! Esse longa distância se encurtou com o esforço, o interesse que, mesmo diante de olhar pessimista que nutri, ele veio de forma despretensiosa, de uma formal atípica, mas que construí com base no interesse que sempre pautou a minha enófila. A história desse rótulo, da Família Silotto é a personificação da rica, da prolífica história do Brasil dos imigrantes, do Brasil sofrido, de seu povo batalhador que, em um intercâmbio histórico, edificou a sua história vinífera. Degustar o Família Silotto Cabernet Sauvignon é como se estivéssemos degustando a história do Brasil e seus desdobramentos vínicos, mas com os pés calcados no presente, vislumbrando um olhar no futuro. Há sim lugar para os vinhos artesanais, para os vinhos produzidos por pequenos produtores que, apesar de pequenos, são gigantes para a construção de uma indústria do vinho em ascensão. Família Silotto Cabernet Sauvignon entregou as características mais essenciais da cepa, com os aromas de frutas vermelhas e pretas bem maduras, as notas especiadas, taninos presentes, boa acidez, um vinho redondo, equilibrado, porém com certa personalidade que a casta confere. Tem 12,5% de teor alcoólico.

Sobre a Família Silotto:

A História da família Silotto em Serra Negra começou quando o italiano da região de Treviso, Pietro Silotto, comprou suas terras no bairro das Três Barras, pois achou muita semelhança com as terras da Itália.

Neste bairro se iniciou a cidade de Serra Negra (O bairro das Três Barras seria inicialmente o centro de Serra Negra, porém pela região extremamente montanhosa, subiram a serra até chegar a um local mais plano, onde é o centro atual).

Veio acompanhado de seus irmãos, Fortunato, Ângela e Henrique. Aqui construiu sua família com treze filhos, dez homens (Basílio, Ermínio, José, Olívio, Quinto, Atílio, aqui todos lavoravam. Cada filho criou sua família, sempre juntos morando na casa acima construída em 1934 por Pietro Silotto. Já mais velho resolveu dividir suas terras entre seus filhos, sendo assim, cada um teve seu sítio e sua casa. Continuou aqui onde tudo começou Quinto Silotto, seu 5º filho.

Pietro viveu aqui até o final de seus dias, deixando a sede para Quinto Silotto. Quinto também trabalhou muito, teve dez filhos, sete mulheres (Nera, Maria Inês, Dalva, Maria Alice, Elza, Julietta, Bertina) e três homens (Décio, mais conhecido como Neno, Alfeu e José Carlos);

Dois de seus filhos começaram a trabalhar na lavora com sete anos e continuam até os dias de hoje. Cuidam das terras com muito amor, pois foi esse amor que veio desde o começo.

Aqui cuidam da videira centenária plantada por Pietro Silotto, do cultivo da cana e do café e da produção de bebidas artesanais, com a mesma tradição e dedicação de seus antepassados. Tudo isso com muito suor e orgulho.


Mais informações acesse:










quinta-feira, 7 de abril de 2022

Casa Geraldo Prosecco 2017

 

Não há como negar que degustar novidades é sempre muito gratificante. Fugir da famosa e silenciosamente temida zona de conforto é a personificação da liberdade, de se permitir novas e intensas experiências sensoriais.

Novos rótulos, novos produtores, novas castas, novas regiões torna-se necessário, urgente, diria, sem exageros, para ampliarmos, além da já dita experiência sensorial, como também o nosso portfólio de degustação, de conhecimento, afinal, não é só do vinho degustado que faz que constrói, a meu ver, o conceito de enófilo.

 De alguns anos para cá venho acompanhando com interesse a ascensão, o notório sucesso e reconhecimento do terroir mineiro, das Minas Gerais, com vinhos de excelência e de alguns prêmios conquistados.

Mas para mim, apesar de acompanhar, com alguma veemência, o crescimento da região, com o trabalho bem feito de abnegados profissionais e amantes do vinho, sempre pareceu ser um tanto quanto intransponível o contato com algum rótulo das Minas Gerais. Talvez pelo preço, sempre pelo preço, que ainda parece ser um entrave para o cidadão comum e assalariado como eu.

Para a minha alegria em maio de 2017 eu participei de um evento de degustação de vinhos brasileiros e observei um estande da Vinícola Luiz Porto das Minas Gerais e tive o privilégio de degustar alguns rótulos, poucos estavam disponíveis, infelizmente, mas ainda sim, foi maravilhoso e melhor: Consegui levar comigo um rótulo!


Os rótulos eram de uma linha que hoje é reconhecida nacionalmente chamada “Dom de Minas”, nome mais do que adequado. Degustei o Merlot e o Cabernet Franc, mas o que me encantou foi o Dom de Minas Cabernet Franc 2014 que redigi uma resenha que pode por aqui ser lida.

Foi assim o meu primeiro contato com os vinhos mineiros. Mas não parou por aí, para minha sorte. Ganhei de um amigo um Prosecco, a famosa casta italiana Glera, das Minas Gerais, de uma região, pelo menos para mim, nova em produção de vinhos chamada Andradas. Ele havia degustado e decidiu, carinhosamente, me presentear com um.

Então diante desse especial presente decidi degusta-lo no natal, tornar o momento mais especial ainda com as iguarias típicas gastronômicas desse período do ano e de antemão antecipo que a harmonização foi ótima, o Prosecco, muito versátil, harmonizou com quase todas as comidas natalinas. E o calor que fazia compactuou com o frescor da Glera.

Então não preciso dizer muito que o vinho agradou, na realidade direi sim! O vinho que degustei e gostei veio da região mineira de Andradas e se chama Casa Geraldo Prosecco e era safrado: 2017. Mas antes de falar desse belo espumante falemos um pouco de Andradas.

Andradas, Minas Gerais

Uma cidade que seduz não só pela tradição na produção de vinhos, mas por vários atrativos que tem a oferecer aos visitantes. Essa é Andradas (MG), localizada aos pés da Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas Gerais. Com pouco mais de 39 mil habitantes, é conhecida como "terra do vinho" e oferece diversos atrativos para os amantes da natureza, da culinária mineira e italiana, da cultura e do ecoturismo.


A história de Andradas começou em 1790 com a ocupação de suas terras pelo fazendeiro Felipe Mendes e o Guarda-Mor Antônio Rabelo de Carvalho e em 1888 teve início a relação da cidade com a vitivinicultura. Neste ano, o Coronel José Francisco de Oliveira plantou em duas propriedades vinte variedades de parreiras provenientes da França. Após realizar experimentos e obter êxito no plantio, o Coronel passou a produzir vinhos.

Mas foi no final do século XIX que a cidade passou a ganhar maior representatividade. Nessa época, passaram a chegar a terras andradenses imigrantes italianos - mais de 500 famílias - e com eles se intensificou a cultura da uva e do vinho, que mudariam para sempre o destino do município.

As primeiras videiras plantadas por italianos em Andradas datam de 1892, quando as famílias Marcon e Piagentini, recém-chegados ao país, se instalaram na cidade e iniciaram seus parreirais. Nos anos seguintes, diversas outras famílias vindas da Itália também se mudaram para a cidade, fazendo crescer a cultura vinífera.

Com pouco dinheiro no bolso, mas com muita vontade de construir um futuro próspero, o patricarca da família Marcon, Sr. João Maximiano Marcon, dividiu as experiências com o filho Geraldo Marcon. Em parceria com a família Piagentini, deram início aos primeiros parreirais na cidade. A sociedade foi encerrada anos depois, mas mesmo assim, Geraldo Marcon não deixou a tradição morrer. Hoje a família dele é detentora da maior produção de uvas da região que figura como uma das maiores vinícolas de Minas Gerais.

Sucessor do pai, Geraldo adquiriu a Fazenda São Geraldo e o Sítio Bom Fim. Foi então, que teve início a produção de vinho para vendas apenas à granel. Com a morte de Geraldo Marcon, em 1978, a vinícola foi assumida pelo filho dele, Luiz Carlos Marcon, que, posteriormente, passou a paixão para a 5ª geração da família: os filhos Carlos, Luiz e Michel.

Com um clima privilegiado por sua localização, o município se tornou referência na vitivinicultura, chegando a seu auge, a ter mais de 50 vinícolas. A crise no setor em meados do século XX fez com que várias delas fechassem as portas, mas algumas sobreviveram e ainda hoje mantêm viva a tradição. E mais, elevaram a qualidade de seus vinhos, colocando a cidade entre os maiores polos produtores do país, rendendo o apelido de “Terra do Vinho”.

Dessa tradição italiana que criou raízes em Andradas se originou também uma atração cultural na cidade: a Festa do Vinho. Criada em 1954, teve sua 1ª edição em junho do mesmo ano.

Seu início se deve à atuação do Dr. Pedro de Barros Duarte, chefe da subestação de enologia local e idealizador do evento, e Ivo Nohra, coordenador da primeira edição da festa. Os festejos foram realizados em um barracão de sapé construído no largo do Mercado Municipal para sediar o evento. Nos dias de festa, a cidade recebeu o então governador de Minas Gerais, Juscelino Kubitschek, responsável, inclusive, por coroar a primeira rainha da Festa do Vinho, Ana Maria de Oliveira. Além disso, em uma exposição no Mercado Municipal, os Irmãos Bertoli ficaram com o título de melhor vinho do evento.

Desde então a Festa do Vinho cresceu e teve ao longo de sua história fatos marcantes, ficando nacionalmente conhecida. Entre os destaques estão a presença do rei da música brasileira, Roberto Carlos, em 1968, e os tradicionais desfiles pelas ruas da cidade ao longo dos anos 1970.

Do Mercado Municipal em sua primeira edição, a Festa do Vinho de Andradas teve diversas mudanças de endereços, passando pelo Pavilhão do Vinho, pelas ruas centrais da cidade, pelo Poliesportivo Risoleta Neves, Clube Campestre e pelo Estádio Municipal JK, onde inclusive acontece em 2019, quando chega a sua 54ª edição.

Tradicionalmente contando com as vinícolas e associações da cidade, a Festa do Vinho reúne milhares de pessoas e, além disso, ajuda a divulgar aquela que é a grande marca da história andradense, o vinho.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um lindo amarelho palha, translúcido, com discretos rflexos violáceos, bem brilhantes, com uma profusão de perlages finos e consistentes.

No nariz explode as notas frutadas, frutas de polpa branca, como maçã-verde, pera, toques cítricos como abacaxi e um floral que traz a sensação real de frescor e leveza típica da cepa.

Na taça é leve, fresco, saboroso, mas que enche a boca, entregando alguma personalidade, a fruta protagoniza como no aspecto olfativo, com uma média acidez e um bom final, prolongado e frutado.

Vinho espumante tem cara de festa, alegria e descontração. O prosecco nos últimos anos vem conquistando o mundo com um sucesso fácil de decifrar e que cabe dentro de uma taça: qualidade, preço e forte identidade. O sabor frutado e leve faz com que o prosecco seja um vinho versátil, que pode ser consumido com diversos tipos de pratos, sobremesas ou simplesmente como um aperitivo. E esse da região de Andradas, tradicionalmente uma conhecida região, que ainda não tinha inundado a minha taça, trouxe um toque a mais, especial que, espero que se repita que o vinho mineiro esteja sempre na minha rota de intenções e que se efetivem trazendo alegria às minhas expressões sensoriais! Tem 12% de teor alcoólico.

Sobre a Casa Geraldo:

Mil novecentos e sessenta e oito é o ano da fundação. De origem bem mais recente quando comparada a outras vinícolas de Andradas, a Vinhos Campino e Casa Geraldo teve início com o descendente de italianos Geraldo Marcon, que adquiriu a Fazenda São Geraldo e o Sítio Bom Fim, onde passou a cultivar uvas para produção de vinhos.

Desde então, a família tem se dedicado à elaboração de vinhos, em um trabalho transmitido de geração a geração. "A história começa com Geraldo Marcon, que fundou outras duas vinícolas na cidade como sócio e depois fundou essa vinícola pra ele. Depois veio o filho, Luiz Carlos, e deu continuidade ao trabalho até 2010. Depois disso ele saiu da empresa e a nova geração, Michel e Luiz, veio a administrar a empresa.

Inicialmente com uma produção para vendas apenas à granel, não demorou para que seus produtos fossem ao mercado, com os vinhos Campino. Durante anos, essa foi a marca da adega, que mais recentemente lançou a linha de vinhos finos, a Casa Geraldo, que tem rendido reconhecimento internacional ao trabalho.

Pioneira na produção de uvas da espécie vitis vinifera na cidade, a Casa Geraldo é também responsável pela elaboração do "vinho do padre", um vinho litúrgico ou canônico que tem produção autorizada pela Diocese de São João da Boa Vista, em São Paulo e segue normas do Vaticano. Além disso, a adega aposta em um alto investimento para atrair o turista, com um moderno Complexo Turístico Enogastronômico erguido na propriedade. 

A empresa vem conquistando vários certificados, vários prêmios. Ano passado foram 35, mais de 20 só de ouro. Esse ano, nos dois mais importantes prêmios que se dão no começou do ano, em Londres, conseguiram 15 medalhas.











sábado, 2 de abril de 2022

Dark Horse Cabernet Sauvignon 2017

 

Sempre foi muito difícil, sobretudo para aqueles desprovidos de algum dinheiro, degustar os vinhos californianos, os vinhos dos Estados Unidos. Admitamos que ainda é complicado degusta-los por conta do alto valor, então quando surge uma oportunidade para tê-los em nossa adega e consequentemente em nossa taça, sem dúvida é um momento único, importante.

Oportunidade! Acredito ferozmente que essa palavra tem de ser efetivada no universo dos vinhos. Não temos que comprar vinhos por demanda, por modismos ou qualquer coisa que seja, mas por oportunidade.

Digo isso porque estamos em um período obscuro, mais complicado, principalmente para nós enófilos. Os vinhos estão aumentando, vertiginosamente, de preço. O dólar alto, o custo Brasil, tarifas, burocracias que só travam a disseminação da cultura do vinho em nossas terras e os californianos, os rótulos dos Estados Unidos não ficam atrás dessa realidade difícil.

E esse vinho que degustei e gostei, da Califórnia, foi o que chamei à época de uma oportunidade singular. Embora o rótulo seja, de acordo com os altos preços dos vinhos dessa região, barato, abaixo dos 3 dígitos de valor! Mas ainda assim muito caro para os padrões de consumo do brasileiro, do cidadão comum.

De um valor na faixa dos R$ 85, com alguns descontos e os famosos “cashbacks” que tinham à disposição eu o comprei à época por, pasmem, 34,90! Sim! R$ 34,90! Por isso que sempre compartilhei da questão da oportunidade para comprar uma garrafa de vinho e isso exige paciência, tranquilidade e serenidade para esperar. Às vezes você tem aquela vontade para comprar aquele vinho que há tempos está de olho, mas a oportunidade precisa ter como diria aquele Jedi famoso.

Então sem mais delongas façamos as devidas apresentações: o vinho que degustei e gostei veio da ensolarada Califórnia, nos Estados Unidos, e se chama Dark Horse da casta Cabernet Sauvignon da safra 2017. E apesar de ser uma casta já, diria, “corriqueira” nas mesas dos enófilos, a Cabernet Sauvignon, é sempre um prazer degusta-la, nas suas mais diversas facetas, nos mais diversos terroirs e da Califórnia traz o frescor das frutas vermelhas maduras, com a personalidade marcante e esse não foi diferente.

Mas antes de falar do Dark Horse, falemos um pouco da região emblemática da Califórnia, uma das localidades para a produção de vinho mais importante do Novo Mundo.

Califórnia

A Califórnia é o maior produtor de vinhos entre os estados americanos e sua vinicultura remonta a meados do século 19. Uma das maiores e melhores regiões produtoras de vinhos no Novo Mundo, assim é tida a Califórnia por especialistas e amantes da bebida dos deuses.

Depois dos três países mais tradicionais na vitivinicultura internacional, França, Itália e Espanha, o estado americano é o maior produtor de vinho no mundo, isto é, a quarta potência no que se refere ao cultivo, produção e comercialização da bebida em todo o planeta.

Os números são impressionantes: o ensolarado estado da costa oeste norte-americana é responsável por mais de 90% da produção vinícola dos Estados Unidos, e, todo o ano, recebe a visita de cerca de 20 milhões de pessoas em suas principais regiões produtoras, que além de tudo oferecem ótimas alternativas de turismo para os apreciadores do vinho.

Mas a importância da Califórnia no universo vinícola não está apenas nesses grandes números; os vinhos californianos são conhecidos, respeitados e prestigiados por serem de extrema qualidade, tintos complexos e encorpados, e brancos deliciosos produzidos a partir de uva bem maduras. O clima mediterrâneo, o frescor do vento constante, o sol imponente que às vezes dá lugar a chuvas bem localizadas, aliado às particularidades privilegiadas do solo em território cortado por pequenos vales dão à região um valor qualitativo muito alto para os vinhos lá produzidos.

Seu território é uma sucessão de pequenos vales, cada um com particularidades de clima e solo, criando um celeiro de terroirs propícios ao desenvolvimento de vinhos de qualidade.

As regiões californianas mais importantes são Napa Valley e Sonoma Valley, seguidas por Mendoncino e Lake Counties, situadas em direção norte a partir da cidade de São Francisco. Outras regiões californianas de destaque são Monterey, Paso Robles, Russian River Valley, Dry Creek Valley, Alexander Valley, San Luis Obispo, Santa Barbara, Santa Clara Valley, Lodi e Woodbridge.

Califórnia

Napa é conhecida mundialmente pela qualidade de seus vinhos. Ali se encontram mais de 500 vinícolas, tornando-a a mais densa região vinícola do mundo! Várias delas realizam trabalhos reconhecidos de enologia, produzindo vinhos ícones de prestígio mundial. O território de Napa é estreito, ladeado por colinas vulcânicas baixas.

Sonoma é um núcleo de 50 x 50 km, marcado por amplas planícies, colinas suaves e partes da costa do Pacífico, encontrando-se ali mais de 300 vinícolas. Aqui a vinicultura é de menor escala, com os principais produtores fornecendo uvas para vinícolas de alto nível. O clima é mais fresco que o de Napa, com variações a cada micro-região. As brisas marinhas e neblinas são características das áreas costeiras.

Napa Valley e Sonoma Valley são as duas principais regiões de produção vinícola na Califórnia, somente nelas existem mais de 800 vinícolas. A região da Napa concentra o maior numero de vinícola no mundo, e produz vinhos de categoria elevada; a região de Sonoma, por sua vez, é conhecida por fornecer uvas de grande qualidade para a produção de vinhos em outras regiões. Mendocino, Monterey, Paso Robles, Russian River Valley, Dry Creek Valley, Alexander Valley também são regiões vitivinicultoras bastante conhecidas na Califórnia.

História

As primeiras videiras plantadas na Califórnia foram trazidas por missionários franciscanos espanhóis no século XVIII, e, até o século XIX, foram eles que continuaram a cultivar uvas na região, produzindo vinhos para serem utilizados em seus ritos. Aos poucos, durante esse quase um século de plantio ligado à Igreja, a viticultura foi se espalhando em todo o estado, transformando-o no reduto da produção de vinho no país.

Na segunda metade do século XIX, com a chamada Corrida do Ouro, a costa oeste dos Estados Unidos teve um aumento populacional significativo e a demanda por vinho acompanhou esse crescimento. Não demorou para que a área para o plantio e cultivo das uvas aumentasse exponencialmente, assim como os investimentos nos vinhedos, que fez com o que a produção de vinhos se estabelecesse definitivamente na região. Em 1870, as principais vinícolas da Califórnia hoje conhecidas mundialmente já existiam, e produzindo vinhos de qualidade.

Devido à ligação com os missionários da Igreja Católica, a primeira variedade de uva cultivada na Califórnia ficou conhecida como Mission Grape.

Mission San Gabriel

A vinícola mais antiga da Califórnia, que remonta a 1771, é este pequeno edifício, na foto acima, na parte traseira da antiga Missão de San Gabriel no sul da Califórnia. Sob este abrigo, índios supervisionados pelos Padres da Missão pressionavam uvas em pisos de pedra ainda intactos.

Ainda no final do século XIX, por volta de 1890, a praga conhecida como Phylloxera Vastatrix, que devastou grande parte dos vinhedos ao redor do mundo, chegou à Califórnia, e freou a indústria vinícola na região. Logo em seguida, no começo do XX, com a proibição legal de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos, muitas vinícolas foram obrigadas a fechar, os números que antes eram promissores decaíram de forma significativa. Mas, apesar de alguns anos de recessão, esses dois problemas sérios que tiveram impacto negativo na produção de vinhos na Califórnia foram superados e já no período da segunda grande guerra, a produção de vinhos se recuperou.

De maneira geral, o clima na Califórnia pode ser classificado como tipicamente mediterrâneo com dias ensolarados e noites frescas, mas grande parte dessas regiões tem seu micro clima específico, o que facilita o cultivo de uvas ou produção de tipo de vinhos também de forma muito específica e particular; cada região acaba se especializando em uma determinada variedade de uva ou vinho por causa disso. A região de Santa Barbara, por exemplo, é conhecida por suas tintas Pinot Noit e Syrah, apesar de cultivar a branca Chardonnay de forma bem sucedida.

A Califórnia vem construindo grande prestígio para seus vinhos tintos ricos e encorpados e brancos barricados feitos com uvas bem maduras. As principais uvas tintas utilizadas são Cabernet Sauvignon, Merlot e Zinfandel - esta tida como parente próxima da Primitivo italiana e considerada patrimônio nacional - mas ultimamente a Syrah e a Cabernet Franc têm crescido em resultados.

A variedade de uva branca dominante é a Chardonnay, quase um ícone dos vinhos americanos, mas vale citar a presença da White Zinfandel, que produz vinhos leves e simples.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um vermelho rubi intenso, escuro, com lágrimas finas, numerosas e que se dissipam vagarosamente, marcando o bojo.

No nariz traz uma explosão aromática de frutas negras bem maduras: ameixa, amora, groselha negra são os destaques, com notas amadeiradas, trazendo chocolate e baunilha, além de especiarias, tabaco, diria, pimenta.

Na boca é seco, volumoso, cheio, estruturado, mas é cadenciada pela maciez das notas frutadas, as notas de madeira em destaque, mas muito bem integrado ao conjunto do vinho, sendo equilibrado e macio, com toques de torrefação, café. Tem taninos polidos, aveludados, boa acidez e um final untuoso, prolongado, persistente.

Um privilégio degustar um vinho californiano depois de muito tempo sem fazê-lo. Um vinho com uma tipicidade única, que evidencia, em sua garrafa, o que entrega a emblemática região da Califórnia com seus micro climas específicos, com as suas castas volumosas, corpulentas, mas frutadas e cheias de vida, de plenitude. E com tudo isso ainda degustar um vinho concebido por uma enóloga, por uma mulher chamada Beth Liston, mostrando que a mulher pode sim, com sua sensibilidade, se emancipar e trazer novas percepções ao mercado vitivinícola.

Beth Liston

Um vinho que vai guardar grandes e memoráveis lembranças pela sua drincabilidade, pela sua personalidade, pela sua versatilidade, pela sua importância de representar uma tradicional e emblemática região de produção de vinho. Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Dark Horses Wines:

Primeiramente, Dark Horse Wine é uma marca de vinhos da Califórnia, propriedade da gigante das bebidas e maior exportadora de vinhos da Califórnia, a E. & J. Gallo. Dessa forma, ela faz uma série de vinhos tintos e brancos de variedades populares da   Califórnia, como Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Merlot, Sauvignon Blanc e Chardonnay.

a essência da vinícola Dark Horse é ter uma coleção de vinhos ousados ​​e saborosos produzidos na Califórnia, nos Estados Unidos, que quebram a regra de que “se não for caro, não é um bom vinho”.

O sucesso dos produtos tem por trás uma enóloga renomada, que tem como princípio a qualidade: Beth Liston que cresceu em localidades onde vinhedos praticamente fazem parte do caminho. E sendo assim, o envolvimento com a vitivinicultura acabou se tornando um caminho natural.

A inovação sempre fez parte do DNA da Dark Horse, pois foi com ela que originou a venda de vinhos em lata no Brasil, por exemplo, e embora a forma de consumir a bebida já faça sucesso entre os jovens americanos há algum tempo, foi por intermédio do Dark Horse em lata que os brasileiros passaram a conhecer e ter acesso a esses produtos.

Mais informações acesse:

https://www.darkhorsewine.com/

Referências:

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=CALIFORNIA

“Clube dos Vinhos”: https://www.clubedosvinhos.com.br/california-o-paraiso-dos-vinhos-no-novo-mundo/

 








quarta-feira, 30 de março de 2022

Miolo Seleção Rosé 2020

 

O que faz de um vinho ser o melhor do mundo? O melhor de sua categoria? Podemos categorizá-lo como o melhor levando em consideração que a percepção do mesmo é relativa e pessoal? Definitivamente essa discussão rende e muito boas e complexas discussões!

Cada um tem, diria, o seu melhor vinho, aliando sempre experiências maravilhosas e únicas, sobretudo sentimentais. O melhor vinho é aquele que você gosta de degustar! Mas não se deixe levar pela temida zona de conforto! Arriscada e perigosa, o que pode ser considerado um especial carinho para com um rótulo se torna uma espécie de subserviência a ele, te impedindo de se aventurar com outros rótulos, regiões e castas.

E quando falo em “melhor vinho do mundo”, o “melhor vinho da sua categoria” etc, é porque o rótulo de hoje conquistou simplesmente o título de melhor vinho rosé do mundo! Sim! E não se enganem que o vinho veio de Provence, na França, onde se produzem clássicos rosés, não! O vinho veio do Brasil, sim!

E é um vinho famoso, que criou uma legião de fãs, admiradores e é um vinho, uma linha de rótulos que fez parte da minha vida lá nos primórdios de meus primeiros contatos com a poesia líquida.

Mas antes de revela-lo vou fazer um breve apanhado do prêmio que essa “celebridade” conquistou o que é surpreendente, mas que não devemos nos deixar cair em uma espécie de cilada mercadológica, embora possamos e devemos reconhecer a sua representatividade, levando em conta o vertiginoso crescimento de qualidade dos rosés nestas terras produzidas.

Esse rótulo foi eleito o melhor rosé do mundo no Top Tem 2019, Rio Wine & Food Festival, evento este que dissemina, no Rio de Janeiro, à cultura do vinho com uma extensa e diversificada programação que tem como protagonista o vinho. Leia mais aqui

Então, sem mais delongas o vinho que degustei e gostei veio da Campanha Gaúcha, da Campanha Meridional, em Candiota, dos vinhedos próprios da Miolo e se chama Miolo Seleção Rosé, um blend das castas Cabernet Sauvignon e Tempranillo, da safra 2020.

E não há como negar, negligenciar a sua qualidade, o seu frescor, o seu sabor acentuado de frutas vermelhas. Essa linha de vinhos da Miolo Seleção faz parte da minha história e ajudou a construir o conceito, a percepção e amor que tenho pelos vinhos. Então já que falamos de história, falemos de Miolo Seleção e do seu rosé que, curiosamente nunca havia degustado.

Miolo Seleção e o seu rosé

Impossível falar da trajetória da Vinícola Miolo sem falar da linha Miolo Seleção, lançada em 1994. A marca se tornou conhecida e apreciada em todo o Brasil e hoje é o vinho mais distribuído tanto no mercado interno quanto externo com presença na Alemanha, Austrália, China, França, Guatemala, Hong Kong, Japão, Nova Zelândia e Paraguai e, em breve, na Nigéria.

Os cinco rótulos, todos bi varietais, são elaborados a partir de uvas cultivadas em vinhedos próprios na Campanha Meridional (Miolo Seleção Pinot Grigio / Riesling, Miolo Seleção Tempranillo / Touriga, Miolo Seleção Chardonnay / Viognier, Miolo Seleção Cabernet Sauvignon / Merlot e Miolo Seleção Rosé – Cabernet Sauvignon / Tempranillo).

A aposta da Miolo no rosé surgiu ainda em 2006. De lá para cá, o vinho sofreu algumas mudanças no corte, que em 2010 deixou de ter o Merlot. Mas a principal transformação veio em 2017 com a renovação do conceito do vinho, inspirado nos rosés de Provence, do Sul da França. A partir daí toda concepção do produto partiu de um novo perfil no manejo do vinhedo. Com isso, a revitalização da roupagem veio em 2018, sempre seguindo a filosofia de cultivar um vinhedo para fazer este rosé.

Nessas 25 safras, o Miolo Seleção conquistou paladares em todo o Brasil e hoje é sinônimo da qualidade Miolo, traduzindo a expressão do vinho brasileiro. Diante de sua relevância na abertura do mercado de vinhos no país e para o próprio crescimento da empresa, a Miolo investiu em sua repaginação no ano passado, resgatando sua essência e reposicionando o produto que se tornou o vinho mais querido do Brasil.

Candiota, Campanha Meridional

O Município de Candiota está situado na Metade Sul do Estado do Rio Grande do Sul, estando a 387 km da Capital do Estado, via BR 293, a 45 km de Bagé e a 140 km de Pelotas. No cenário turístico, o município integra-se a Região Turística denominada “Pampa Gaúcho”, a qual todos os elementos que estão no imaginário do turista a respeito do Rio Grande do Sul e ao gaúcho estão presentes (indumentária, danças, lidas campeiras, gastronomia e a própria figura do gaúcho), o que nos remete ao turismo cultural e histórico, trabalhado de forma a resgatar a História e Cultura Gaúcha, pois foi em meio ao Campo dos Menezes, onde hoje fica Candiota, mais precisamente a localidade de Seival, que Antônio de Souza Neto após vencer a Batalha do Seival proclamou, no dia 11 de setembro de 1836, a República Rio-Grandense. Inclusive, no município, há um monumento marcando o território que teria ocorrido tal confronto, além de numerosas construções (em ruínas) que remetem a essas datas e esses momentos históricos.

Candiota, Campanha Gaúcha

De acordo com relatos orais, alguns gregos originários da ilha de Cândia (hoje ilha de Creta), conhecidos como candiotos, teriam vindo da Argentina no século XVIII. Estes fixaram-se às margens de um arroio, ao qual posteriormente dariam o nome de Candiota, vindo daí a origem do nome da cidade. Em 24 de março de 1992, o município se emancipou de Bagé e Pinheiro Machado.

No campo, o destaque fica por conta da criação de gado leiteiro e a ovinocultura. A agricultura ganha força com o desenvolvimento da orizicultura e da fruticultura. Candiota também é reconhecida nacionalmente pela produção de sementes olerícolas e agroecológicas, e começa a se destacar com a produção de soja. O clima é temperado, caracterizado por altas temperaturas no verão chegando a 35°C. O inverno é marcado por geadas, chegando a temperaturas negativas. É a região com mais horas de luz e a que possui maior amplitude térmica do país, isto é, onde há maior variação de temperatura entre o dia e a noite. Essas características possibilitam o cultivo de ameixa, caqui, figo, nectarina, pêra, pêssego, maçã, marmelo, framboesa, nozes pecan e uva, o que admite no turismo trabalhar em diversas frentes, como o enoturismo, turismo gastronômico, turismo rural.

E falando em enoturismo Candiota, que está localizado na região da Campanha Meridional, é reconhecida como uma das regiões mais promissoras para o cultivo de uvas por estar no paralelo 31º, faixa do planeta onde se encontram algumas das melhores regiões vitivinícolas do mundo.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um rosado límpido, brilhante, cor casca de cebola, bem clarinho, com discretas lágrimas finas e velozes.

No nariz tem discretas e delicadas notas de frutas vermelhas, como morango, framboesa e cereja que traz um frescor e leveza, além de um toque floral.

Na boca é leve, informal, macio, redondo, mas com um incrível volume de boca, graças também a sua excelente acidez que saliva a boca e entrega jovialidade. Tem um final prolongado e frutado.

Melhor do mundo? Não sei! Mas foi o melhor para mim! Melhor pelo vinho que me surpreendeu positivamente e por ter me feito lembrar de um passado que já me parecia ser distante e talvez até esquecido, de ter degustado uma linha de rótulos sentimentalmente falando especial que praticamente foi responsável pela minha iniciação ao mundo dos vinhos. O Miolo Seleção Rosé é o que é: Descontraído, informal, versátil, acessível ao bolso. Um rosé como deve ser: leve, fresco, frutado e com um toque solar de elegância, mas sem soar, claro, austero. Um vinho que atingiu o status de mais vendido do Brasil porque atingiu a um público jovem e até mesmo enófilos inveterados, com a famosa “litragem”. E carrega consigo a campanha ótima do “Rosé Club” que visa disseminar para o mercado a importância de se degustar os vinhos rosés tão sinérgico com as características culturais e climáticas de nossas terras. Tem 12% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Miolo:

A paixão pelo mundo fascinante do vinho é facilmente explicada pela história da família Miolo que, além de trabalhar na vitivinicultura desde a chegada de Giuseppe no Brasil em 1897, inova ano após ano. Uma das fundadoras do projeto Wines of Brasil, a Miolo Wine Group é a maior exportadora de vinhos do Brasil e a mais reconhecida no mercado internacional. A produção dentre as 4 vinícolas do grupo soma, em média, 10 milhões de litros por ano numa área cultivada de vinhedos próprios com aproximadamente 1.000 hectares.

A Miolo exporta para mais de 30 países de todos os continentes. É o maior exportador de vinhos finos do Brasil. De 30 hectares em 1989, a Miolo cultiva hoje, 30 safras mais tarde, cerca de 950 hectares de vinhedos em quatro terroirs brasileiros: Vale dos Vinhedos (Serra Gaúcha), Seival/Candiota (Campanha Meridional), Almadén/Santana do Livramento (Campanha Central) e Terranova/Casa Nova (Vale do São Francisco), sendo a única empresa do setor genuinamente brasileira com atuação em quatro diferentes regiões produtoras.

Com uma produção anual de cerca de 10 milhões de litros, é a marca que detém o maior portfólio de rótulos verde amarelos, exibindo centenas de prêmios conquistados no mundo inteiro. O pioneirismo na elaboração dos vinhos se estendeu para o enoturismo, onde a marca gera experiência, aproximando e formando novos apreciadores da bebida. Assim é no Vale dos Vinhedos com o Wine Garden Miolo, assim é no Vale do São Francisco com o Vapor do Vinho pelo Velho Chico, onde a Miolo transformou o sertão em vinhedo. Este mesmo espírito empreendedor que fez da pequena vinícola familiar a maior produtora de vinhos finos do Brasil em apenas 30 safras, é que move gerações e aproxima quem sonha de quem quer fazer.

Mais informações acesse:

https://www.miolo.com.br/

 Referências:

“Campinas Café: https://campinascafe.com.br/miolo-selecao-rose-e-eleito-o-melhor-rose-do-mundo-no-top-ten-2019/

“Wikipedia”: https://pt.wikipedia.org/wiki/Candiota

“Prefeitura de Candiota”: https://www.candiota.rs.gov.br/apresentacao/

“Loja Miolo”: https://loja.miolo.com.br/vinicolaseival

“Blog dos Vinhos”: https://blogdosvinhos.com.br/miolo-e-vinicola-do-ano-2019/

“Sabores da Cidade”: https://saboresdacidade.com/miolo-selecao-rose-se-destaca-entre-os-rotulos-brasileiros/





domingo, 20 de março de 2022

Casa Perini Prosecco (Glera)

 

Quando falamos em Prosecco, a famosa casta Glera, pois Prosecco é a região, lembramos imediatamente da Itália. Não há muito que contestar que este país é a referência na produção desse vinho, mas o Brasil tem se destacado na produção de rótulos da casta Glera que claro tem uma simbiose muito grande com as características do nosso país, sobretudo no quesito climático. Terras quentes para casta predominantemente leve, fresca e frutada.

E há quem diga, mesmo com toda a tradição da casta e região, que se trata de um vinho “mais do mesmo”, tudo igual, sem atrativos, sobretudo os nacionais que privilegia e muito o frescor, a leveza.

De fato a característica da casta é marcante, mostra majoritariamente, frescor, leveza, refrescância, sabor frutado, mas ainda assim, para uma degustação informal, descontraída o Prosecco sempre será uma ótima pedida, principalmente para os atuais dias quentes de verão.

O vinho que degustei e gostei de hoje foi escolhido pela tradição do produtor e pelo excelente custo X benefício praticado, digo custo X benefício porque o vinho é surpreendentemente maravilhoso trazendo sim as essenciais características da Glera, mas com a cara do Brasil e uma destacada acidez que realmente encanta e entrega um vinho saboroso e com aquele frescor que anima a quem degusta.

Falo do Perini Prosecco, não safrado, da Serra Gaúcha. Um vinho premiado, que vem sendo laureado há anos e que mesmo com essas reverências, a duras penas, vem mantendo um valor bem acessível ao bolso do brasileiro, apesar de não “degustar prêmios”, mas que não podemos negar que atesta a qualidade desse belíssimo rótulo.

Então falemos um pouco da região italiana de Prosecco, bem como da região da Serra Gaúcha, emblemática região brasileira onde este rótulo foi concebido.

Prosecco

Vinho espumante tem cara de festa, alegria e descontração. O prosecco nos últimos anos vem conquistando o mundo com um sucesso fácil de decifrar e que cabe dentro de uma taça: qualidade, preço e forte identidade. O sabor frutado e leve faz com que o prosecco seja um vinho versátil, que pode ser consumido com diversos tipos de pratos, sobremesas ou simplesmente como um aperitivo.

A província de Treviso é a principal zona de produção de prosecco. A Itália, a exemplo da França, existe regras e legislações rígidas no que diz respeito à produção do vinho. O sistema de denominação de origem (DOC) é a garantia de que o produto é realizado seguindo uma série de regras que respeitam as técnicas, a matéria prima e todo o processo envolvido no desenvolvimento do vinho de certa região. É que cada uva e cada terroir têm suas características.

A área encontra-se no nordeste da Itália,entre o Mar Adriático e a cadeia de montanhas dos Alpes.

Regiões de produção (Prosecco)

Tipos de prosecco

Prosecco DOC

O prosecco DOC é o vinho produzido num território extenso que inclui algumas províncias da região do Vêneto e uma pequena área da região do Friuli. Geralmente feito com as uvas cultivadas em planície e quase sempre recolhidas com máquina.

Prosecco DOCG

O prosecco DOCG é produzido na zona histórica de Conegliano Valdobbiadene,nas colinas da província de Treviso, a 50km de Veneza, numa área onde o clima mais fresco ressalta os aromas e o sabor da uva glera. É interessante dizer que por ser uma região de colina, a colheita da uva é feita manualmente, o que significa que a cada taça de prosecco que a gente bebe tem um trabalho imenso e um envolvimento humano por trás. O prosecco DOCG pode ser Dry (mais doce), Extra Dry (doce) ou Brut (seco).

Cartizze

A ponta da pirâmide fica por conta da região Cartizze, que é uma colina de mais ou menos 106 hectares que dizem ser o metro quadrado mais caro da Itália, 1,2 milhões de euro por hectare. De lá vêm as uvas que produzem o prosecco mais precioso.

Além do vinho, o que chama mais atenção no território de produção do prosecco é a paisagem. As colinas de Valdobbiadene são belíssimas e as pequenas cidades da região têm grande importância histórica, já algumas das batalhas entre italianos e austríacos durante a I Guerra Mundial aconteceram nesta zona. Em 2019, as colinas de Conegliano e Valdobbiadene foram reconhecidas como Patrimônio UNESCO.

Com o mesmo nome dos famosos vinhos espumantes Proseccos, elaborados no nordeste da Itália, a variedade também é conhecida como uva Glera. Esses vinhos passam por um processo de fermentação em tanques, diferentemente dos espumantes franceses, cuja fermentação ocorre dentro da própria garrafa.

A uva apresenta bagos com coloração amarela e reflexos dourados, formando cachos grandes e alongados. As folhas verdes e brilhantes da uva Prosecco ficam sensíveis quando expostas a temperaturas elevadas e à alta incidência de raios solares, além de serem pouco resistentes à seca.

Essa uva branca acumula elevados níveis de açúcar e aromas, apresentando acidez propícia para a produção de excelentes vinhos espumantes. A uva participa de 85% da composição dos reputados vinhos Proseccos em blend com as uvas Chardonnay e a Pinot.

Sendo uma variedade de uva vigorosa, a Prosecco tem bons rendimentos e, durante o seu cultivo, brota rapidamente. Além disso, tem amadurecimento prolongado natural. Apenas uma pequena porção desse tipo de uva dá origem a vinhos sem gás, já que os principais tipos de vinho que levam a Prosecco em sua composição são os espumantes e frisantes.

Base para elaboração de vinhos refrescantes, ideais para dias quentes, a uva Prosecco dá origem a exemplares com aromas que remetem a pêssegos brancos. São rótulos leves e de baixo teor alcoólico, nos quais a quantidade de álcool mínima aceita para sua comercialização foi fixada em 8,5%.

Serra Gaúcha

Situada a nordeste do Rio Grande do Sul, a região da Serra Gaúcha é a grande estrela da vitivinicultura brasileira, destacando-se pelo volume e pela qualidade dos vinhos que produz. Para qualquer enófilo indo ao Rio Grande do Sul, é obrigatório visitar a Serra Gaúcha, especialmente Bento Gonçalves.

Serra Gaúcha

A região da Serra Gaúcha está situada em latitude próxima das condições geoclimáticas ideais para o melhor desenvolvimento de vinhedos, mas as chuvas costumam ser excessivas exatamente na época que antecede a colheita, período crucial à maturação das uvas. Quando as chuvas são reduzidas, surgem ótimas safras, como nos anos 1999, 2002, 2004, 2005 e 2006.

A partir de 2007, com o aquecimento global, o clima da Serra Gaúcha se transformou, surgindo verões mais quentes e secos, com resultados ótimos para a vinicultura, mas terríveis para a agricultura. Desde 2005 o nível de qualidade dos vinhos tintos vem subindo continuamente, graças a esta mudança e também do salto de tecnologia de vinhedos implantado a partir do ano 2000.

O Vale dos Vinhedos, importante região que fica situada na Serra Gaúcha, junto à cidade de Bento Gonçalves, caracteriza-se pela presença de descendentes de imigrantes italianos, pioneiros da vinicultura brasileira. Nessa região as temperaturas médias criam condições para uma vinicultura fina voltada para a qualidade. A evolução tecnológica das últimas décadas aplicada ao processo vitivinícola possibilitou a conquista de mercados mais exigentes e o reconhecimento dos vinhos do Vale dos Vinhedos. Assim, a evolução da vitivinicultura da região passou a ser a mais importante meta dos produtores do Vale.

O Vale dos Vinhedos é a primeira região vinícola do Brasil a obter Indicação de Procedência de seus produtos, exibindo o Selo de Controle em vinhos e espumantes elaborados pelas vinícolas associadas. Criada em 1995, a partir da união de seis vinícolas, a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), já surgiu com o propósito de alcançar uma Denominação de Origem. No entanto, era necessário seguir os passos da experiência, passando primeiro por uma Indicação de Procedência.

O pedido de reconhecimento geográfico encaminhado ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) em 1998 foi alcançado somente em 2001. Neste período, foi necessário firmar convênios operacionais para auxiliar no desenvolvimento de atividades que serviram como pré-requisitos para a conquista da Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos (I.P.V.V.). O trabalho resultou no levantamento histórico, mapa geográfico e estudo da potencialidade do setor vitivinícola da região. Já existe uma DOC (Denominação de Origem Controlada) na região.

O Vale dos Vinhedos foi a primeira região entregue aos imigrantes italianos, a partir de 1875. Inicialmente desenvolveu-se ali uma agricultura de subsistência e produção de itens de consumo para o Rio Grande do Sul. Devido à tradição da região de origem das famílias imigrantes, o Veneto, logo se iniciaram plantios de uvas para produção de vinho para consumo local. Até a década de 80 do século XX, os produtores de uvas do Vale dos Vinhedos vendiam sua produção para grandes vinícolas da região. A pouca quantidade de vinho que produziam destinava-se ao consumo familiar.

Esta realidade mudou quando a comercialização de vinho entrou em queda e, consequentemente, o preço da uva desvalorizou. Os viticultores passaram então a utilizar sua produção para fazer seu vinho e comercializá-lo diretamente, tendo assim possibilidade de aumento nos lucros.

Para alcançar este objetivo e atender às exigências legais da Indicação Geográfica, seis vinícolas se associaram, criando, em 1995, a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale). Atualmente, a Aprovale conta com 24 vinícolas associadas e 19 associados não produtores de vinho, entre hotéis, pousadas, restaurantes, fabricantes de produtos artesanais, queijarias, entre outros. As vinícolas do Vale dos Vinhedos produziram, em 2004 9,3 milhões de litros de vinhos finos e processaram 14,3 milhões de kg de uvas viníferas.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um amarelo palha com reflexos esverdeados, muito brilhantes com perlages finos e abundantes.

No nariz explodem aromas de frutas cítricas e de polpa branca tais como pera, maçã-verde, abacaxi, com notas delicadas de flores brancas, notas florais que traz a sensação de leveza, de elegância.

Na boca é leve, fresco, delicado, saboroso, com a fruta protagonizando como no aspecto olfativo, com uma acidez média para alta que estimula degustar de forma intensa, com alguma cremosidade e um final frutado e persistente.

O Perini Prosecco reforça a força do Brasil para a produção de espumantes e a Glera definitivamente ganhou o seu lugar em nossos terroirs e pode não ter a tradição e representatividade do Prosecco italiano, mas conquistamos, temos conquistado, a cada dia, tipicidade, sem imitações, produzindo, entregando vinhos solares, frescos, alegres e despretensiosos, como tem de ser a casta Glera. É assim, com o seu sucesso facilmente identificado, que a Prosecco tem e terá o seu lugar na história e taça dos brasileiros. Tem 11,6% de teor alcoólico.

Sobre a Casa Perini:

Em 1876 chegava da Itália a família Perini com Giuseppe e Antônio Perini, mas somente em 1929 começaram a elaborar seus primeiros vinhos de forma artesanal no porão de sua casa, quando os fornecia para cerimônias festivas da comunidade local, no Vale Trentino, em Farroupilha.

Quatro décadas após o patriarca iniciar sua modesta produção, seu filho viria a promover mudanças maiores. Em outubro de 1970 resolve ampliar os negócios da família, fundando a Casa Perini.

Motivado e apaixonado por transformar a uva em vinho, buscam a cada ano aperfeiçoar a vinícola com equipamentos, tecnologia e equipe qualificada, pois sem uma equipe profissional a arte de elaborar vinhos perde criatividade e talento. Em 2005 a Família Perini adquire a unidade Bacardi Martini em Garibaldi agregando tecnologia ao seu processo produtivo através dos tanques “Vinimatics”, utilizados na maceração e fermentação dos vinhos tintos.

Em 2010 a vinícola foi pioneira no setor ao implantar o sistema de rastreabilidade no qual é possível, através do número do lote, rastrear todo o caminho do vinho desde o vinhedo até a garrafa. O reconhecimento vem a cada prêmio alcançado e a cada consumidor satisfeito, o que se comprova com a conquista de mais de 200 medalhas nacionais e internacionais e, principalmente, com a recente premiação do Casa Perini Moscatel, eleito o 5° melhor vinho do mundo de 2017 pela WAWWJ (World Association of Writers & Journalists of Wines & Spirits).

Mais informações acesse:

https://www.casaperini.com.br/home

Referências:

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=SERRAGAUCHA

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/prosecco

“Italia Per Amore”: http://italiaperamore.com/conheca-a-regiao-de-valdobbiadene-terra-do-prosecco/

“Reserva 85”: https://reserva85.com.br/vinho/indicacao-geografica-ig-denominacao-de-origem-do/regioes-vinicolas-italia/regioes-produtoras-de-prosecco-mapa-caracteristicas/