O que faz de um vinho ser o melhor do mundo? O melhor de sua
categoria? Podemos categorizá-lo como o melhor levando em consideração que a
percepção do mesmo é relativa e pessoal? Definitivamente essa discussão rende e
muito boas e complexas discussões!
Cada um tem, diria, o seu melhor vinho, aliando sempre
experiências maravilhosas e únicas, sobretudo sentimentais. O melhor vinho é
aquele que você gosta de degustar! Mas não se deixe levar pela temida zona de
conforto! Arriscada e perigosa, o que pode ser considerado um especial carinho
para com um rótulo se torna uma espécie de subserviência a ele, te impedindo de
se aventurar com outros rótulos, regiões e castas.
E quando falo em “melhor vinho do mundo”, o “melhor vinho da
sua categoria” etc, é porque o rótulo de hoje conquistou simplesmente o título
de melhor vinho rosé do mundo! Sim! E não se enganem que o vinho veio de
Provence, na França, onde se produzem clássicos rosés, não! O vinho veio do
Brasil, sim!
E é um vinho famoso, que criou uma legião de fãs, admiradores
e é um vinho, uma linha de rótulos que fez parte da minha vida lá nos
primórdios de meus primeiros contatos com a poesia líquida.
Mas antes de revela-lo vou fazer um breve apanhado do prêmio
que essa “celebridade” conquistou o que é surpreendente, mas que não devemos
nos deixar cair em uma espécie de cilada mercadológica, embora possamos e
devemos reconhecer a sua representatividade, levando em conta o vertiginoso
crescimento de qualidade dos rosés nestas terras produzidas.
Esse rótulo foi eleito o melhor rosé do mundo no Top Tem
2019, Rio Wine & Food Festival, evento este que dissemina, no Rio de
Janeiro, à cultura do vinho com uma extensa e diversificada programação que tem
como protagonista o vinho. Leia mais aqui!
Então, sem mais delongas o vinho que degustei e gostei veio
da Campanha Gaúcha, da Campanha Meridional, em Candiota, dos vinhedos próprios
da Miolo e se chama Miolo Seleção Rosé, um blend das castas Cabernet Sauvignon
e Tempranillo, da safra 2020.
E não há como negar, negligenciar a sua qualidade, o seu
frescor, o seu sabor acentuado de frutas vermelhas. Essa linha de vinhos da
Miolo Seleção faz parte da minha história e ajudou a construir o conceito, a
percepção e amor que tenho pelos vinhos. Então já que falamos de história,
falemos de Miolo Seleção e do seu rosé que, curiosamente nunca havia degustado.
Miolo Seleção e o seu rosé
Impossível falar da trajetória da Vinícola Miolo sem falar da
linha Miolo Seleção, lançada em 1994. A marca se tornou conhecida e apreciada
em todo o Brasil e hoje é o vinho mais distribuído tanto no mercado interno
quanto externo com presença na Alemanha, Austrália, China, França, Guatemala,
Hong Kong, Japão, Nova Zelândia e Paraguai e, em breve, na Nigéria.
Os cinco rótulos, todos bi varietais, são elaborados a partir
de uvas cultivadas em vinhedos próprios na Campanha Meridional (Miolo Seleção
Pinot Grigio / Riesling, Miolo Seleção Tempranillo / Touriga, Miolo Seleção
Chardonnay / Viognier, Miolo Seleção Cabernet Sauvignon / Merlot e Miolo
Seleção Rosé – Cabernet Sauvignon / Tempranillo).
A aposta da Miolo no rosé surgiu ainda em 2006. De lá para
cá, o vinho sofreu algumas mudanças no corte, que em 2010 deixou de ter o
Merlot. Mas a principal transformação veio em 2017 com a renovação do conceito
do vinho, inspirado nos rosés de Provence, do Sul da França. A partir daí toda
concepção do produto partiu de um novo perfil no manejo do vinhedo. Com isso, a
revitalização da roupagem veio em 2018, sempre seguindo a filosofia de cultivar
um vinhedo para fazer este rosé.
Nessas 25 safras, o Miolo Seleção conquistou paladares em
todo o Brasil e hoje é sinônimo da qualidade Miolo, traduzindo a expressão do
vinho brasileiro. Diante de sua relevância na abertura do mercado de vinhos no
país e para o próprio crescimento da empresa, a Miolo investiu em sua repaginação
no ano passado, resgatando sua essência e reposicionando o produto que se
tornou o vinho mais querido do Brasil.
Candiota, Campanha Meridional
O Município de Candiota está situado na Metade Sul do Estado
do Rio Grande do Sul, estando a 387 km da Capital do Estado, via BR 293, a 45
km de Bagé e a 140 km de Pelotas. No cenário turístico, o município integra-se
a Região Turística denominada “Pampa Gaúcho”, a qual todos os elementos que
estão no imaginário do turista a respeito do Rio Grande do Sul e ao gaúcho
estão presentes (indumentária, danças, lidas campeiras, gastronomia e a própria
figura do gaúcho), o que nos remete ao turismo cultural e histórico, trabalhado
de forma a resgatar a História e Cultura Gaúcha, pois foi em meio ao Campo dos
Menezes, onde hoje fica Candiota, mais precisamente a localidade de Seival, que
Antônio de Souza Neto após vencer a Batalha do Seival proclamou, no dia 11 de
setembro de 1836, a República Rio-Grandense. Inclusive, no município, há um
monumento marcando o território que teria ocorrido tal confronto, além de
numerosas construções (em ruínas) que remetem a essas datas e esses momentos
históricos.
De acordo com relatos orais, alguns gregos originários da
ilha de Cândia (hoje ilha de Creta), conhecidos como candiotos, teriam vindo da
Argentina no século XVIII. Estes fixaram-se às margens de um arroio, ao qual
posteriormente dariam o nome de Candiota, vindo daí a origem do nome da cidade.
Em 24 de março de 1992, o município se emancipou de Bagé e Pinheiro Machado.
No campo, o destaque fica por conta da criação de gado
leiteiro e a ovinocultura. A agricultura ganha força com o desenvolvimento da
orizicultura e da fruticultura. Candiota também é reconhecida nacionalmente
pela produção de sementes olerícolas e agroecológicas, e começa a se destacar
com a produção de soja. O clima é temperado, caracterizado por altas
temperaturas no verão chegando a 35°C. O inverno é marcado por geadas, chegando
a temperaturas negativas. É a região com mais horas de luz e a que possui maior
amplitude térmica do país, isto é, onde há maior variação de temperatura entre
o dia e a noite. Essas características possibilitam o cultivo de ameixa, caqui,
figo, nectarina, pêra, pêssego, maçã, marmelo, framboesa, nozes pecan e uva, o
que admite no turismo trabalhar em diversas frentes, como o enoturismo, turismo
gastronômico, turismo rural.
E falando em enoturismo Candiota, que está localizado na
região da Campanha Meridional, é reconhecida como uma das regiões mais
promissoras para o cultivo de uvas por estar no paralelo 31º, faixa do planeta
onde se encontram algumas das melhores regiões vitivinícolas do mundo.
E agora finalmente o vinho!
Na taça revela um rosado límpido, brilhante, cor casca de
cebola, bem clarinho, com discretas lágrimas finas e velozes.
No nariz tem discretas e delicadas notas de frutas vermelhas,
como morango, framboesa e cereja que traz um frescor e leveza, além de um toque
floral.
Na boca é leve, informal, macio, redondo, mas com um incrível
volume de boca, graças também a sua excelente acidez que saliva a boca e
entrega jovialidade. Tem um final prolongado e frutado.
Melhor do mundo? Não sei! Mas foi o melhor para mim! Melhor
pelo vinho que me surpreendeu positivamente e por ter me feito lembrar de um
passado que já me parecia ser distante e talvez até esquecido, de ter degustado
uma linha de rótulos sentimentalmente falando especial que praticamente foi
responsável pela minha iniciação ao mundo dos vinhos. O Miolo Seleção Rosé é o
que é: Descontraído, informal, versátil, acessível ao bolso. Um rosé como deve
ser: leve, fresco, frutado e com um toque solar de elegância, mas sem soar,
claro, austero. Um vinho que atingiu o status de mais vendido do Brasil porque
atingiu a um público jovem e até mesmo enófilos inveterados, com a famosa
“litragem”. E carrega consigo a campanha ótima do “Rosé Club” que visa
disseminar para o mercado a importância de se degustar os vinhos rosés tão
sinérgico com as características culturais e climáticas de nossas terras. Tem
12% de teor alcoólico.
Sobre a Vinícola Miolo:
A paixão pelo mundo fascinante do vinho é facilmente
explicada pela história da família Miolo que, além de trabalhar na
vitivinicultura desde a chegada de Giuseppe no Brasil em 1897, inova ano após
ano. Uma das fundadoras do projeto Wines of Brasil, a Miolo Wine Group é a
maior exportadora de vinhos do Brasil e a mais reconhecida no mercado
internacional. A produção dentre as 4 vinícolas do grupo soma, em média, 10
milhões de litros por ano numa área cultivada de vinhedos próprios com
aproximadamente 1.000 hectares.
A Miolo exporta para mais de 30 países de todos os
continentes. É o maior exportador de vinhos finos do Brasil. De 30 hectares em
1989, a Miolo cultiva hoje, 30 safras mais tarde, cerca de 950 hectares de
vinhedos em quatro terroirs brasileiros: Vale dos Vinhedos (Serra Gaúcha),
Seival/Candiota (Campanha Meridional), Almadén/Santana do Livramento (Campanha
Central) e Terranova/Casa Nova (Vale do São Francisco), sendo a única empresa
do setor genuinamente brasileira com atuação em quatro diferentes regiões
produtoras.
Com uma produção anual de cerca de 10 milhões de litros, é a
marca que detém o maior portfólio de rótulos verde amarelos, exibindo centenas
de prêmios conquistados no mundo inteiro. O pioneirismo na elaboração dos
vinhos se estendeu para o enoturismo, onde a marca gera experiência,
aproximando e formando novos apreciadores da bebida. Assim é no Vale dos
Vinhedos com o Wine Garden Miolo, assim é no Vale do São Francisco com o Vapor
do Vinho pelo Velho Chico, onde a Miolo transformou o sertão em vinhedo. Este
mesmo espírito empreendedor que fez da pequena vinícola familiar a maior
produtora de vinhos finos do Brasil em apenas 30 safras, é que move gerações e
aproxima quem sonha de quem quer fazer.
Mais informações acesse:
Referências:
“Campinas Café: https://campinascafe.com.br/miolo-selecao-rose-e-eleito-o-melhor-rose-do-mundo-no-top-ten-2019/
“Wikipedia”: https://pt.wikipedia.org/wiki/Candiota
“Prefeitura de Candiota”: https://www.candiota.rs.gov.br/apresentacao/
“Loja Miolo”: https://loja.miolo.com.br/vinicolaseival
“Blog dos Vinhos”: https://blogdosvinhos.com.br/miolo-e-vinicola-do-ano-2019/
“Sabores da Cidade”: https://saboresdacidade.com/miolo-selecao-rose-se-destaca-entre-os-rotulos-brasileiros/
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