sexta-feira, 10 de março de 2023

Colinas de Ançã bruto Bical e Arinto

 

Quando nos lembramos de espumante é impossível não referenciá-los aos nossos rótulos brasileiros! Inegavelmente os nossos espumantes está em um patamar altíssimo, sem discussões ufanistas.

E além da qualidade, da tipicidade dos nossos espumantes, a melhor harmonização com os espumantes é o nosso clima, quente, tropical, é o clima de calor humano que somente o povo brasileiro possui.

Assim é o espumante brasileiro! Um dos melhores borbulhas do mundo, extremamente solar e descontraído, mesmo que, alguns rótulos, algumas propostas descortinem vinhos complexos e de grande longevidade.

E falo com todo o devido respeito aos nossos “concorrentes”, tais como o Prosecco italiano, os cavas espanhóis, o famosíssimo Champagne etc. Coloco, sem medo de errar, que os nossos espumantes podem figurar entre esses ícones aqui mencionados.

Mas já que falei dos grandes borbulhantes espalhados pelo globo terrestre, hoje, pelo que denuncia, não degustarei um espumante brasileiro, falei deles apenas por uma referência, por serem tão especiais, mas de um espumante lusitano! Sim, um espumante português!

Não podemos nos deixar enganar e pensar que não tenha grandes espumantes produzidos na terrinha, pois tem sim, e os grandiosos vêm da bela e necessária Bairrada, que fica no coração de Portugal.

A terra da casta Baga, que também desfila em protagonismos em alguns espumantes feitos por lá, fazem bebidas borbulhantes extremamente vibrantes, de grande acidez e de marcante personalidade. Lembro-me do meu primeiro espumante bairradino que degustei com 7 anos de garrafa, sim, 7 anos!

E estava vivo, pleno e intenso em seus aromas e sabores. Falo do Bom Caminho Baga 2013 e que, depois de algum tempo, de um longo tempo, finalmente irei degustar o meu segundo espumante português, mas dessa vez, oriundo do Beira Atlântico, região muito próxima à Bairrada.

E não é apenas isso que será especial na minha degustação, mas também pelo fato de ser um rótulo da maravilhosa Adega de Cantanhede que dispensa comentários, pois foi com ela que descobri os rótulos da Bairrada e do Beira Atlântico a valores justos e acessíveis.

Então vamos às apresentações! O vinho que degustei e gostei veio, claro, do Beira Atlântico e se chama Colinas de Ançã, um espumante brut, feito no método champenoise ou tradicional, composto pelas castas, tipicamente regionais, Bical (60%) e Arinto (40%).

Antes de falar, com requintes de detalhes, do vinho, para não perder o costume falemos um pouco de história e de alguns conceitos que, de alguma forma, pode nos descortinar algumas propostas e percepções do vinho degustado em questão. Falemos do método tradicional e da região do Beira Atlântico.

O método natural do espumante ou champenoise

O método tradicional consiste principalmente em uma dupla fermentação do mosto, a primeira em grandes recipientes, e a segunda em garrafas, dentro das caves ou adegas, fazendo o processo de remuage (rotação das garrafas) regularmente.

A primeira fermentação, chamada fermentação alcoólica, é idêntica à que ocorre com os vinhos comuns, ou seja, os “não efervescentes”, ditos tranquilos. O vinho básico costuma ser vinificado em tanques de concreto, aço inoxidável ou madeira, mas alguns produtores preferem fazer a vinificação em barricas de carvalho (com muitos anos de uso).

No momento de engarrafar, a esse vinho básico, é acrescentado um composto denominado liqueur de tirage, uma solução de vinho adoçado com açúcar (de cana ou beterraba) ou suco de uva concentrado (aproximada 24 g/l de açúcar) e leveduras selecionadas, para iniciar a segunda fermentação.

Esse composto, dentro garrafa, provoca o início da segunda fermentação. É ela que gera as bolhas de dióxido de carbono, fruto da transformação química dos açúcares em álcool mais gás carbônico.

A garrafa então é tapada com uma cápsula metálica parecida com as de cerveja. Contudo, nessa segunda fermentação, ocorre o surgimento de borras que deverão ser retiradas do vinho. Assim, o próximo passo é conduzir o vinho para o período de descanso em garrafa, que pode ser de pouco mais de um ano chegando até 10 anos, ou mais. Normalmente os Champagne safrados, ou millésimes, permanecem mais tempo em garrafa antes de serem lançados ao mercado.

Para retirar as borras, faz-se a remuage. O processo consiste em dispor as garrafas em cavaletes especiais, ditos pupitres, com o gargalo para baixo. A cada dia, as garrafas são giradas em um quarto de volta. Isso tem como objetivo descolar as borras (resíduos) da parede da garrafa e fazê-las descer para o gargalo. Em muitos lugares, essa prática é feita ainda manualmente, enquanto os grandes produtores já o fazem com equipamentos automatizados, como os giropalets.

Finalmente, para retirar o depósito de borra, é realizada a degola (dégorgement, em francês). Para tal, congela-se o gargalo em um preparado de salmoura a 25ºC negativos. Nesse momento, a cápsula é retirada e a borra é expulsa pelo gás sob pressão. A pequena perda de volume de vinho é substituída por uma mistura de vinho e açúcar, chamado licor ou vinho de dosagem, também conhecido, principalmente na França, como liqueur d’expédition.

Normalmente, esse licor é um composto de vinho (de reserva), açúcar e SO2, como antioxidante e antimicrobiano. Sua função, além de recompor o volume da garrafa, é definir o estilo do espumante conforme a concentração de açúcar. Essa quantidade de açúcar presente no licor vai determinar se o espumante de método champenoise será Brut Nature (menos de 3 g/l), Extra-Brut (até 6 g/l), Brut (menos de 12 g/l), Extra-Sec (entre 12 e 17 g/l), Sec (entre 17 e 32 g/l), Demi Sec (entre 32 e 50 g/l) ou Doux (mais de 50 g/l). E há também alguns produtores que não utilizam o licor de expedição.

Nos últimos anos, muitas vinícolas passaram a produzir espumantes do tipo Nature. Essa bebida nobre extrai o sabor mais puro das uvas e do processo de fermentação, criando um resultado surpreendente.

Nature

O Nature passa pelo método tradicional de produção, conhecido como champenoise. Contudo, a diferença é que a categoria não passa pela etapa de correção de sabor – momento em que um licor de expedição, feito a partir do próprio vinho e do açúcar, é adicionado na bebida.

O interessante desse espumante é que ele geralmente vai ter uma qualidade maior de ingredientes. Como não passa pela correção de sabor, é importante que seja feito com perfeição.

Para ganhar o título de Nature, a bebida precisa conter até 3 gramas de açúcar por litro, enquanto o Brut pode conter entre 6 e 15 gramas por litro. Por isso, o sabor do espumante é mais seco. O tempo de maturação do vinho também é maior, o que resulta em um volume de boca considerável. Ou seja: é mais cremoso do que os outros estilos. Normalmente as variedades utilizadas para esse tipo de espumante é a Chardonnay e a Pinot Noir.

Beira Atlântico

A produção de vinho na região remonta ao tempo dos romanos, fazendo disso prova os diversos lagares talhados nas rochas graníticas (lagares antropomórficos), onde na época o vinho era produzido. Já nos reinados de D. João I e de D. João III, respectivamente, foram tomadas medidas de proteção para os vinhos desta área do país, dadas a sua qualidade e importância social e econômica.

A tradição destes vinhos remonta ao reinado de D. Afonso Henriques, que autorizou a plantação das vinhas na região, com a condição de ser dada uma quarta parte do vinho produzido. Estendendo-se desde o Minho ate a Alta Estremadura, e uma região de agricultura predominantemente intensiva e multicultural, de pequena propriedade, aonde a vinha ocupa um lugar de destaque e a qualidade dos seus vinhos justifica o reconhecimento da DOC "Bairrada".

Beira Atlântico

Os solos são de diferentes épocas geológicas, predominando os terrenos pobres que variam de arenosos a argilosos, encontrando-se também, com frequência, franco-arenosos. A vinha e cultivada predominantemente em solos de natureza argilosa e argilo-calcaria. Os Invernos são longos e frescos e os Verões quentes, amenizados por ventos de Oeste e de Noroeste, que com maior frequenta e intensidade se faz sentir nas regiões mais próximas do mar.

A região da Bairrada situa-se entre Agueda e Coimbra, delimitada a Norte pelo rio Vouga, a Sul pelo rio Mondego, a Leste pelas serras do Caramulo e Bucaco e a Oeste pelo oceano Atlântico. E uma região de orografia maioritariamente plana, com vinhas que raramente ultrapassam os 120 metros de altitude, que, devido a sua planura e a proximidade do oceano, goza de um clima temperado por uma fortíssima influencia atlântica, com chuvas abundantes e temperaturas médias comedidas. Os solos dividem-se preponderantemente entre os terrenos argilo-calcários e as longas faixas arenosas, consagrando estilos bem diversos consoantes à predominância de cada elemento.

Integrada numa faixa litoral submetida a uma fortíssima densidade populacional, a propriedade rural encontra-se dividida em milhares de pequenas parcelas, com dimensões medias de exploração que raramente ultrapassam um hectare de vinha, favorecendo a presença de grandes adegas cooperativas e de grandes empresas vinificadoras, a par de um conjunto de produtores engarrafadores que muito dignificam a região.

As fronteiras oficiais da Bairrada foram estabelecidas em 1867, por Antônio Augusto de Aguiar, tendo sido das primeiras regiões nacionais a adoptar e a explorar os vinhos espumantes, uma vez que na região, o clima fresco, úmido e de forte ascendência marítima favorece a sua elaboração, oferecendo uvas de baixa graduação alcoólica e acidez elevada, condição indispensável para a elaboração dos vinhos espumantes.

Integrada numa faixa litoral submetida a uma fortíssima densidade populacional, a propriedade rural encontra-se dividida em milhares de pequenas parcelas, com dimensões medias de exploração que raramente ultrapassam um hectare de vinha, favorecendo a presença de grandes adegas cooperativas e de grandes empresas vinificadoras, a par de um conjunto de produtores engarrafadores que muito dignificam a região.

As fronteiras oficiais da Bairrada foram estabelecidas em 1867, por Antônio Augusto de Aguiar, tendo sido das primeiras regiões nacionais a adoptar e a explorar os vinhos espumantes, uma vez que na região, o clima fresco, úmido e de forte ascendência marítima favorece a sua elaboração, oferecendo uvas de baixa graduação alcoólica e acidez elevada, condição indispensável para a elaboração dos vinhos espumantes.

E agora finalmente o vinho!

Na taça tem um amarelo palha, bem claro e brilhante com reflexos esverdeados, com perlages finas, abundantes e constantes.

No nariz aromas pronunciados, intensos de frutas frescas com destaque para maçã, limão, pêssego, tangerina, além de frutos secos como amêndoas e avelãs, com um discreto, mas intrigante, tostado, algo de pão, de panificação, com toques minerais e um floral que denuncia o frescor e a jovialidade do vinho.

Na boca é seco, fresco, untuoso, com as notas de brioche, de pão tostado, graças aos nove meses que ficou na cave, protagonizando juntamente com o mineral dominando todo o palato, além, é claro, do frutado, as frutas de cítricas e de polpa branca, com uma acidez vibrante, intensa e suculenta que saliva a boca, com um final cheio e persistente.

Aqui vale uma curiosidade, mesclada a história das regiões da Bairrada e do Beira Atlântico que a Adega de Cantanhede faz questão de estampar nos seus rótulos. Por que o nome do espumante é “Colinas de Ançã”?

Ançã é uma Vila Histórica da Bairrada - Região Demarcada de Viticultura no centro de Portugal, perto do Oceano Atlântico. A sua história tem uma forte relação a alguns dos mais antigos e icónicos monumentos em Portugal, uma vez que a maioria foi construída com um tipo especial de calcário proveniente das terras de Ançã. Este calcário faz parte do solo que, misturado com barros, é um dos elementos mais distintivos do terroir da Bairrada, terra de vinhos de vincado carácter.

E com esse apelo regional que é muito vívido nos rótulos portugueses enalteço também a tipicidade desse espumante que entrega vivacidade, frescor, mas personalidade, notas frutadas, juntamente com uma acidez envolvente, instigante, com um corte delicioso de Bical e Arinto mostrando que os lusitanos produzem bons espumantes. Ponto para a Adega de Cantanhede! Tem 12,5% de teor alcoólico.

Sobre a Adega de Cantanhede:

Fundada em 1954 por um conjunto de 100 viticultores, a Adega de Cantanhede conta hoje com 500 viticultores associados ativos e uma produção anual de 6 a 7 milhões de quilos de uva, constituindo-se como o principal produtor da Região Demarcada da Bairrada, representando cerca de 40% da produção global da região. Hoje certifica cerca de 80% da sua produção, sendo líder destacado nas vendas de vinhos DOC Bairrada DOC e Beira Atlântico IGP.

Reconhecendo a enorme competitividade existente no mercado nacional e internacional, a evolução qualitativa dos seus vinhos é o resultado da mais moderna tecnologia, com foco na qualidade e segurança alimentar (Adega Certificada pela norma ISO 9001:2015, e mais recentemente pela IFS Food 6.1.), mas também da promoção das castas Portuguesas, que sempre guiou a sua estratégia, particularmente das variedades tradicionais da Bairrada – Baga, Bical e Maria Gomes – mas também de outras castas.

Portuguesas que encontram na Bairrada um Terroir de eleição, como sejam a Touriga Nacional, Aragonez e Arinto, pois acredita que no inequívoco potencial de diferenciação e singularidade que este património confere aos seus vinhos.

O seu portfólio inclui uma ampla gama de produtos. Em tinto, branco e rose os seus vinhos vão desde os vinhos de mesa até vinhos Premium a que acresce uma vasta gama de espumantes produzidos exclusivamente pelo Método Clássico, bem como Aguardentes e Vinhos Fortificados. É um portfólio que, graças à sua diversidade e versatilidade, é capaz de atender a diferentes segmentos de mercado, com diferentes graus de exigência em qualidade, que resulta na presença dos seus produtos em mais de 20 mercados.

A sua notoriedade enquanto produtor, bem como dos seus vinhos e das suas marcas, vem sendo confirmada e sustentadamente reforçada pelos prémios que vem acumulando no seu palmarés, o que resulta em mais de 750 distinções atribuídas nos mais prestigiados concursos nacionais e internacionais, com destaque para Mundus Vini – Alemanha, Concours Mondial de Bruxelles, Selections Mondiales du Vins - Canada, Effervescents du Monde – França, Berliner Wein Trophy – Alemanha e Japan Wine Challenge, sendo por diversas ocasiões o único produtor da Bairrada com vinhos premiados nesses concursos e, por isso, hoje um dos mais galardoados produtores da região. Em 2015 integrou o TOP 100 dos Melhores Produtores Mundiais, pela WAWWJ – Associação Mundial dos Jornalistas e Críticos de Vinho e Bebidas Espirituosas. Nos últimos 8 anos foi eleita “Melhor Adega Cooperativa” em Portugal por 3 vezes pela imprensa especializada.

Mais informações acesse:

https://www.cantanhede.com/

Referências:

Revista Adega: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/champenoise-tradicional-ou-classico-os-metodos-de-fazer-champagne_11987.html

Gaúcha ZH: https://gauchazh.clicrbs.com.br/destemperados/bebidas/noticia/2017/10/nature-um-espumante-puro-ckboenhcu004dmmslca2k2gtc.html

“IVV”: https://www.ivv.gov.pt/np4/503/

 

 








terça-feira, 7 de março de 2023

Ernst Loosen Dornfelder 2020

 

Quando comecei a degustar os meus primeiros vinhos, quando entrei neste vasto e apaixonante universo dos vinhos, alguns rótulos, algumas regiões, algumas castas, alguns países eu jamais pensei que fosse ter acesso.

Talvez pelo preço, talvez pela pouca oferta à época, os motivos podem ser inúmeros, mas sempre olhei para alguns rótulos com essa distância, com esses entraves, esses obstáculos.

E situações como essas fomenta, creio, a tão temida e famigerada “zona de conforto”, porque nos rendemos aos rótulos, aos produtores e as castas que tem maior incidência no mercado de vinhos. Evidente que há uma infinidade de rótulos para degustarmos e que teríamos de viver duas ou mais vidas para degustar todos, mas a zona de conforto existe e é sedutora.

De um tempo para cá, e não tem tanto tempo assim, descobri os vinhos alemães! Lembro-me que a cerca de 20, 23 anos, quando estava engatinhando nas minhas degustações pouco se tinha oferta de rótulos germânicos, na realidade não tínhamos tanto e-commerce como nos dias de hoje.

Atualmente com esse boom de sites especializados em venda de vinhos as ofertas, sobretudo de rótulos alemães, estão aparecendo com força! E são vinhos de todas as propostas, das mais simples aos mais complexos em sua característica.

O meu primeiro vinho foi degustado em 2020, há apenas três anos atrás, da casta emblemática daquele país, a Riesling, que se chamava Rebgarten da safra 2018. Foi em um dia muito agradável na casa de um nobre amigo e confrade que me recebeu e nos brindou com um belo e surpreendente Riesling alemão.

Outros foram sendo degustados, a Alemanha enfim estava, mesmo que de forma vagarosa, em termos quantitativos, sendo conhecida e a cada rótulo degustado era uma maravilhosa experiência!

Tão relevante e especial que algumas castas que nunca degustei estão abrilhantando a minha humilde e simplória adega! É o caso da Dornfelder. Nunca tinha ouvido falar dela! Claro que, quando vi sendo ofertada em um site de vendas de vinhos famoso, decidi adquirir e estava em um valor muito atrativo.

A minha curiosidade é tamanha que decidi não esperar muito tempo e degustar o quanto antes. E o momento, finalmente, chegou! A degustação não poderia mais esperar. Então sem mais delongas vamos às apresentações! O vinho que degustei e gostei veio da famosa região alemã de Pfalz e se chama Ernst Loosen da casta Dornfelder e a safra é 2020. E lembrar que tive uma ótima experiência anterior com esse mesmo produtor, mas com o Pinot Noir, o Ernst Loosen Pinot Noir 2017. E Para não perder o costume vamos de histórias! Vamos de Pfalz e Dornfelder.

Pfalz

Localizada no sudoeste da Alemanha e fazendo fronteira com a Alsácia, na França, Pfalz é famosa por seus vinhos. É a segunda maior das 13 regiões vinícolas do país, com mais de três mil famílias de vinicultores dedicadas à produção de vinho. Região estreita de 22.000ha, o Platinado se estende a oeste do Reno, por cerca de 80 km seguindo um eixo norte-sul. Divide-se em três setores: Mittelhaardt (Haardt média), Deutschen Weinstraße (Rota Alemã do Vinho) e Südliche Weinstrasse (Rota Sul do Vinho).

Os melhores vinhedos ladeiam as encostas a leste da Floresta do Platinado. A região é famosa pela qualidade de seus vinhos brancos, particularmente por seus Rieslings, vinhos de caráter, minerais, geralmente encorpados, mas também muito finos. A produção dos vinhos tintos é muito limitada, mas sua qualidade é geralmente excelente.

Pfalz

A região vinícola do Palatinado, denominada oficialmente de Pfalz, pode ser descoberta da melhor maneira pela Rota Alemã do Vinho (Deutschen Weinstraße). Essa rota turística de vinhos, a mais antiga do gênero no mundo, liga diversas cidades produtores de vinho, de Bockenheim, ao norte, a Schweigen, na fronteira com a França. A rota permite conhecer de maneira agradável a região vinícola entre a floresta Pfälzerwald e o Reno.

Pfalz possui uma grande variedade de solos: arenito (na maior parte da região), calcário erodido, ardósia, rocha basáltica e loess (sedimento fértil de cor amarela que só existe em algumas partes da Europa e da China), entre outros - o que permite o cultivo de amplo sortimento de castas de uvas tintas e brancas. Comparado a outras regiões alemãs, o clima de Pfalz é mais quente, porém ameno. Não há invernos rigorosos e verões de altíssimas temperaturas. A chuva acontece na medida certa e tudo isto beneficia o cultivo das uvas, influenciando diretamente na qualidade destas.

Em Pfalz são cultivadas 45 castas de uva branca e 22 de uva tinta. Aproximadamente 25% dos vinhedos do local são cultivados com a variedade Riesling, por isso, Pfalz é considerada a maior produtora destas uvas em todo o mundo. Entretanto, 40% dos vinhedos são de frutas tintas, e a região é a maior produtora de vinhos tintos do país. Além da Riesling, as uvas brancas Gewürztraminer e Scheurebe são destaque na região. Entre as tintas cultivadas em Pfalz temos Dornfelder, Portugieser, Spätburgunder (Pinot Noir) e Regent, além das mundialmente conhecidas Cabernet Sauvignon, Merlot, Tempranillo e Syrah. Em Pfalz a Pinot Noir dá os melhores resultados dentre as regiões alemãs.

O medo do desconhecido é o principal empecilho do vinho alemão. Devido aos conceitos, às expressões e ao idioma, o país possui um dos rótulos mais difíceis do mundo para compreender. Esse conteúdo vai além da safra, região de origem, teor alcoólico, uva e o nome do produtor, pois trazem dados como categoria de qualidade, número do teste de controle de qualidade, tipo e estilo do vinho. Aliás, existem alguns dados que são obrigatórios e outros que são apenas opcionais.

O vinho alemão passa por um rigoroso teste de controle de qualidade (A.P.NR.), desenvolvido pela Sociedade Alemã de Agricultura (DLG). Além disso, seus exemplares são divididos em categorias de qualidade. Essa categorização depende de dois fatores: maturidade e qualidade das uvas, e a especificidade e tipicidade da região. As categorias de qualidade podem ser consideradas um sinônimo das Denominações de Origem, por também conter regras e normas específicas como área delimitada, uvas autorizadas, entre outros.

Pirâmide de qualidade dos vinhos alemães

Deutscher Wein: São os vinhos mais simples de todas as categorias. Os vinhos podem ser produzidos com uvas colhidas em vinhedos de todo o território alemão.

Landwein: Assim como a Deutscher Wein, também possui vinhos simples, quando relacionado aos de outras categorias. Pode ser comparado aos IGP’s de outros países europeus. 85% das uvas devem ser provenientes de vinhedos de regiões reconhecidas pela categoria.

Qualitätswein bestimmter Anbaugebiet (QbA): É considerada a categoria dominante no país. As uvas precisam ser autorizadas e atingir um grau mínimo exigido de maturação. As uvas devem ser permitidas pela categoria e provenientes de uma das treze regiões vitícolas específicas. Além disso, o nome da região precisa estar estampado no rótulo. Os rótulos podem conter termos que indicam o nível de doçura do vinho como:

Trocken: vinho seco.

Halbtrocken: vinho meio-seco ou ligeiramente doce.

Feinherb: um termo não oficial para descrever vinhos semelhantes ao Halbtrocken.

Liebliche: vinho doce.

Em setembro de 1994, foi permitida a criação de uma subcategoria QbA, a Qualitätswein garantierten Ursprungs (QGU). Comparada a uma Denominação de Origem Controlada e Garantida, a QGU abrange uma região, vinha ou aldeia específica, que expressa além de alta qualidade, tipicidade. Nessa categoria, os vinhos passam por rigorosas análises sensoriais e analíticas.

Landwein: Assim como a Deutscher Wein, também possui vinhos simples, quando relacionado aos de outras categorias. Pode ser comparado aos IGP’s de outros países europeus. 85% das uvas devem ser provenientes de vinhedos de regiões reconhecidas pela categoria.

Qualitätswein bestimmter Anbaugebiet (QbA): É considerada a categoria dominante no país. As uvas precisam ser autorizadas e atingir um grau mínimo exigido de maturação. As uvas devem ser permitidas pela categoria e provenientes de uma das treze regiões vitícolas específicas. Além disso, o nome da região precisa estar estampado no rótulo. Os rótulos podem conter termos que indicam o nível de doçura do vinho como:

Trocken: vinho seco.

Halbtrocken: vinho meio-seco ou ligeiramente doce.

Feinherb: um termo não oficial para descrever vinhos semelhantes ao Halbtrocken.

Liebliche: vinho doce.

Em setembro de 1994, foi permitida a criação de uma subcategoria QbA, a Qualitätswein garantierten Ursprungs (QGU). Comparada a uma Denominação de Origem Controlada e Garantida, a QGU abrange uma região, vinha ou aldeia específica, que expressa além de alta qualidade, tipicidade. Nessa categoria, os vinhos passam por rigorosas análises sensoriais e analíticas.

Qualitätswein mit Prädikat (QmP) ou Prädikatswein

As uvas devem ser permitidas pela categoria e provenientes de uma das treze regiões vitícolas específicas. Além disso, o nome da região precisa estar estampado no rótulo. As uvas devem atingir um grau específico de maturação, açúcar e teor alcoólico natural. Os rótulos precisam estampar alguns atributos específicos referentes ao nível de maturação das uvas e ao método de colheita:

Kabinett: colheita realizada com uvas completamente maduras. Gera vinhos mais leves e com baixo teor alcoólico.

Spätlese: colheita tardia, ou seja, as uvas são colhidas em um período posterior ao considerado ideal. Gera vinhos concentrados e com intenso aroma, mas não especificamente com o paladar adocicado.

Auslese: uvas colhidas muito maduras, mas apenas os cachos selecionados. Gera vinhos nobres, com intensidade tanto no aroma quanto no paladar. A doçura no paladar não é uma regra.

Eiswein: uvas sobreamadurecidas como a Beerenauslese, porém colhidas e prensadas congeladas. Gera vinhos nobres e singulares, com alta concentração.

Trockenbeerenauslese (TBA): uvas sobreamadurecidas, infectadas por Botrytis cinerea, que secam por um determinado tempo adquirindo características próximas a de uvas passas. Gera vinhos doces, ricos e nobres.

Beerenauslese (BA): uvas sobreamadurecidas, infectadas por Botrytis cinerea, com seleção criteriosa dos bagos. Essas uvas são colhidas apenas em safras excepcionais. Gera vinhos longevos, ricos e doces.

Dornfelder

Na década de 1950, August Herold cruzou duas variedades alemãs que foram criadas por ele, a Helfensteiner e a Heroldrebe, no centro de pesquisa em Baden-Württemberg, no sul da Alemanha. O cruzamento consiste em fornecer o material genético de diferentes variedades de vinha. Para conseguir um indivíduo que mostre as características que se pretende obter diante da seleção de diferentes fenótipos.

August Herold

A nova variedade não recebeu o nome do criador, porque um dos pais da Dornfelder já tinha parte do nome de Herold, então Immanuel August Ludwig Dornfeld, um dos fundadores da escola de viticultura Weinsberg, foi homenageado.

São obtidos indivíduos resistentes às condições climáticas e edafológicas do lugar onde se pretende implantar. Além de terem maior resistência a doenças e pragas. Do mesmo modo, são obtidos vinhos com as características das variedades com as quais foram realizados os cruzamentos.

Estas características supõem uma melhora substancial das variedades que os genes forneceram para conseguir o cruzamento. Não se trata de manipulação genética, mas do cruzamento de indivíduos diferentes, buscando uma seleção ou cruzamento que, entre outros valores, ajude-nos a minimizar o uso de produtos fitosanitários no cultivo do vinhedo.

A Dornfelder é uma uva tinta que possui casca grossa, fator que impulsiona a resistência à Botrytis cinerea e também é uma ótima parceira para blends, por cooperar com cor profunda. É vigorosa e possui alta produtividade, e essas características fizeram os produtores ficarem atentos ao rendimento que deve ser controlado, para resultar em uvas com boa concentração de frutas, principalmente nos vinhos destinados ao amadurecimento em barricas de carvalho.

Esta variedade é pouco exigente quanto a solos, adapta-se bem em terrenos arenosos e pedregosos. Com esta variedade, são produzidos sobretudo vinhos tintos secos e também semi-secos com algo de açúcar residual.

Estes vinhos podem ser vendidos como jovens. Onde subtraiam os intensos aromas de frutas, tais como cereja, amora e sabugueiro, ainda que seja habitual a crianza, em barris ou tinas de carvalho. Desta maneira, os vinhos criados adquirem complexidade, destacando mais os taninos e a estrutura, reduzindo os aromas a frutas. Na maioria dos casos, trata-se de vinhos saborosos, suaves e harmônicos.

A Dornfelder é fácil de identificar pela sua cor intensa e escura. Primeiramente, estes são vinhos de consumo local, que tendem a ser bebidos, em sua maioria, na mesma região onde são produzidos. Visando uma quantidade muito pequena à exportação. As características destes vinhos são grande potencial aromático e suavidade. São redondos, expressivos e encorpados.

A Alemanha autorizou a utilização oficial da Dornfelder em 1980 e prosperou muito bem durante os cinco ou seis anos seguintes, cuja área plantada cresceu exorbitantemente. Para se ter uma ideia, a área plantada passou de 124 hectares existentes no fim da década de 1970, para 7.649 em 2017, fazendo com que a Dornfelder ultrapassasse muitas castas no ranking das mais cultivadas, ficando apenas atrás da Spätburgunder (mais conhecida como Pinot Noir, com 11767 ha), entre as tintas cultivadas em solo alemão. Um dos motivos do sucesso pode ser devido ao fato de antes dela, os tintos locais terem a coloração pouco expressiva. Tanto é que no início a Dornfelder era mais utilizada nos blends justamente para corroborar com a cor do vinho e, atualmente, muitos varietais são encontrados.

As principais regiões produtoras são Rheinhessen e Pfalz, onde os vinhos elaborados com Dornfelder costumam ter cor intensa, são macios e possuem alta acidez. Alguns outros países confiam na potencialidade da casta, como a Suíça, a Inglaterra, a República Tcheca e, mais recentemente, a Austrália. Esses países estão enxergando na Dornfelder uma bela alternativa à uva Pinot Noir, para produzir vinhos tintos com uvas cultivadas em solos de climas frios.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um rubi profundo, escuro, com tonalidades arroxeadas nas bordas, com lágrimas finas, ocasionais e rápidas.

No nariz trazem aromas intensos de frutas vermelhas frescas, com destaque para cerejas, ameixas, framboesas e morango, com notas herbáceas, ervas, diria, com toques de especiarias e minerais.

Na boca é leve, fresco, elegante, com as notas frutadas protagonizando, como no aspecto olfativo, em uma efusiva e interessante geleia de frutas, com um residual de açúcar razoável, mas que não implica na qualidade e equilíbrio do vinho, com álcool integrado, taninos delicados, acidez destacada e saborosa, com um final persistente, contínuo e de retrogosto frutado.

Um cantinho desse planeta fértil em produção vitivinícola vem, aos poucos, com paciência e deleite, sendo explorado. Cada rótulo, cada casta, cada região vem demonstrando, de forma significativa seu potencial, sua magnífica história. É um grande prazer degustar, sentir os aromas, a experiência sensorial a toda prova, adicionando, claro, o fator histórico, da cultura dessas regiões que são definitivas para as degustações e todas as impressões. Que grata surpresa descobrir a Dornfelder e que grata surpresa descobrir, a cada rótulo, a Alemanha e as suas grandes regiões produtoras de vinho! E que possamos continuar a desbravá-la! Tem 12,5% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Ernst Loosen:

Ernst Loosen nasceu em uma grande tradição de vinificação alemã e, dessa forma, a propriedade no rio Mosel é familiar há mais de 200 anos. Em 1988, sendo assim, Ernst assumiu a frente dos negócios. Ele concluiu os estudos na renomada escola de vinificação da Alemanha em Geisenheim e, em seguida, lançou uma revisão autodirigida dos grandes vinhos do mundo.

Ele viajou para a Áustria, Borgonha e Alsácia, até a Califórnia. O que ele descobriu, portanto foi que todos compartilham uma dedicação à produção de vinhos intensos e concentrados que proclamam corajosamente sua herança.

Eles também têm uma visão mundana que lhes permite manter o respeito pela tradição, enquanto a temperam com a razão. Isso lhes dá a liberdade de reconhecer então que nem todas as tradições merecem ser observadas obstinadamente e permitem o uso criterioso das técnicas modernas de vinificação quando isso melhora a qualidade.

É essa visão de mercado global à qual Ernst atribui com entusiasmo, uma filosofia que equilibra enfim o antigo com o novo. É uma maneira de pensar que lhe permitiu ir além do fácil e familiar, do experimentado e não necessariamente tão verdadeiro, para assim fazer vinhos que se destacam como verdadeiramente distintos e de classe mundial.

Desde que Ernst Loosen assumiu o controle da propriedade, reconheceu muito potencial que não estava sendo utilizado. Seu pai e seu avô estavam mais envolvidos na política do que na produção de vinho, então nada havia sido feito para manter as vinhas ou atualizar o porão.

Ironicamente, Ernst viu que o desinteresse de seus antepassados ​​havia lhe dado exatamente o que ele precisava para produzir o tipo de vinho rico e corajoso que ele prefere.

Como seus antecessores não estavam dispostos a investir em novas vinhas para o que era essencialmente um hobby em família, Ernst herdou, pois, um bom número de vinhas com mais de 100 anos – vinhas perfeitamente adequadas ao estilo de baixo rendimento e altamente concentrado que ele queria produzir.

E a propriedade não sucumbiu às tendências dos anos 60 e 70, no momento em que muitos produtores estavam replantando suas vinhas Riesling com variedades de menor qualidade e alto rendimento. A negligência de seu pai na adega também acabou trabalhando sem dúvida alguma a favor de Ernst.

Sem nenhum equipamento de alta tecnologia para tentá-los, Ernst e seu mestre de adega não tiveram escolha a não ser fazer vinhos de maneira minimalista, com muito pouco manuseio e fermentações longas e lentas.

Desde que Ernst assumiu, os seus vinhos receberam inúmeros prêmios e críticas brilhantes na imprensa. Assim sendo, a propriedade tornou-se membro da prestigiada VDP, a associação alemã das melhores vinícolas do país, e foi nomeada uma das 10 melhores propriedades da Alemanha por quase todas as publicações de vinhos do mundo.

Ernst foi nomeado então o enólogo do ano na Alemanha na edição de 2001 do Weinguide Deutschland da Gault Millau e homem do ano da revista Decanter em 2005. Assim como foi o enólogo branco do ano do International WINE Challenge em 2005.

Anteriormente, em 1995, Ernst e seu irmão mais novo, Thomas, lançaram um segundo rótulo, Riesling, chamado “Dr. L”. Contratando produtores locais, eles podem obter frutas de alta qualidade para fazer um vinho não-embalado e com sabor muito característico da região.

Dr. L Riesling exibe os sabores de ardósia limpas e limonadas do Mosel Médio a um preço muito acessível. É uma introdução maravilhosa ao alemão Riesling e aos vinhos da propriedade Dr. Loosen.

“Ernst Loosen inseriu o vinho alemão no cenário mundial do século XXI” (Jancis Robinson).









sábado, 4 de março de 2023

Partridge Reserva Petit Verdot 2019

 

Nesses últimos anos, pelo menos para mim, Mendoza vem descortinando uma realidade que não se restringe apenas a clássica Malbec. O nosso mercado tem sido recebido e arriscaria dizer, bombardeado, com rótulos de outras castas que confesso não sabia que era cultiva na principal região vinícola dos nossos hermanos.

Claro que, além da emblemática Malbec, tem também a Bonarda que é a segunda casta mais cultivada naquelas terras, temos também a Cabernet Sauvignon, a Merlot, Syrah, mas jamais esperaria encontrar cepas como Cabernet Franc e Petit Verdot, por exemplo.

Talvez esteja imergido em uma total ignorância, mas é difícil encontrar castas na Argentina como a Petit Verdot sendo ofertado no mercado brasileiro, por exemplo e até mesmo a famosa e estabelecida Cabernet Franc, ouso dizer. Talvez eu esteja procurando nos lugares errados, mas o fato é que o cenário não é tão favorável para encontra-las até porque a “demanda” opta pelos famosos “malbecões” argentinos.

E como é fantástico a gente redescobrir, a cada degustação, regiões emblemáticas e conhecidas e que já degusta a décadas como a região argentina de Mendoza. É a comprovação de que o universo do vinho é vasto e inexplorado e não me canso de entonar isso, de gritar isso aos quatro cantos.

E dessa vez eis que me surge a Petit Verdot! A casta famosa de Bordeaux figurando nos rótulos argentinos de Mendoza! Quais são as características que entregará, além das essenciais típicas da uva? É no mínimo animador, quando as expectativas nos tomam de assalto dias antes de uma degustação como essa.

E ainda há outro ponto que merece ser ressaltado: há também poucas ofertas de rótulos 100% Petit Verdot por aí, figurando apenas em blends, em cortes. Porém de um tempo para cá temos testemunhado alguns varietais sendo produzidos na América do Sul, principalmente no Brasil.

Talvez essa realidade tem facilitado a oferta de tais rótulos em nosso mercado! O fato é que a animação é grande e decidi hoje desarrolhar um rótulo de um produtor que vem conquistando fama e reconhecimento no Brasil, como a Viña Las Perdices e a sua linha “Partridge”, de excelente custo X benefício.

Então já revelado o vinho que degustei e gostei que se chama Partridge Reserva da casta Petit Verdot (100%) da safra 2019. E já que a protagonista é a Petit Verdot nada mais justo e certeiro falar um pouco dela, da sua história.

Petit Verdot

A uva Petit Verdot é mais uma das castas que compõem o corte bordalês. Embora a Petit Verdot seja geralmente considerada proveniente do Gironde, no sudoeste da França, e de fato a primeira menção a casta foi lá em 1736, pesquisas ampelográficas apontam que a Petit Verdot se originou nos Pirineus, onde foi domesticada de videiras silvestres. Há ainda indícios de que teria sido trazida pelos romanos do Mediterrâneo.

Normalmente, é utilizada em pequenas doses nos cortes com a uva Cabernet Sauvignon para dar cor e corpo aos vinhos tintos (na região de Médoc se utiliza em torno de 1% a 5%). Dentre todas as uvas cultivadas na região de Bordeaux, a casta bordalesa Petit Verdot é uma das que mais demora para chegar à fase de maturação, contribuindo com a elaboração de vinhos tintos densos e bastante escuros. São poucos os varietais feitos com ela ao redor do mundo, mas há enólogos investindo bastante nesta casta principalmente em países como Chile e Argentina. 

Na Sicília, ilha localizada ao sul da Itália, por exemplo, a casta é responsável por vinhos tintos surpreendentes. A maior parte dos vinhedos estão localizados perto do vulcão Etna, proporcionando condições favoráveis para o cultivo da, muitas vezes incompreendida, Petit Verdot.

A casta Petit Verdot também pode aparecer em vinhos varietais, principalmente australianos e espanhóis da região de Jumilla, originando tintos intensos e vigorosos. Quando jovens, os vinhos tintos revelam aromas de bananas e madeira, e quando amadurecem, apresentam toques animais.

O nome Petit Verdot foi atribuído a casta por conta do pequeno tamanho de seu cacho e por existir em seus bagos frutos de cor escura e outros com tom esverdeado, graças a uma característica bastante predominante da cepa, o amadurecimento tardio. A tradução livre de Petit Verdot é “Pequeno Verde”. Sendo uma das castas com maior presença de flavonoides, a uva bordalesa Petit Verdot é uma das que mais trazem benefícios a saúde, contribuindo para o retardamento do envelhecimento e reduzindo os danos causados pelos radicais livres.

Petit Verdot

A Petit Verdot produz vinhos potentes, ricos, de cor profunda, tânicos, muitas vezes especiados e com bons níveis de álcool e acidez. Os vinhos desta cepa francesa harmonizam de excelente forma com alimentos que possuam bastante presença de proteína. Entretanto, os excelentes rótulos elaborados com a uva podem ser apreciados e degustados sozinhos, exaltando as características marcantes e únicas que a Petit Verdot concede ao paladar.

A evolução do Petit Verdot argentino é cativante. Não só porque conta com um nicho de fiéis seguidores, mas também porque entusiasma paladares internacionais. Sem ir muito além, em sua última visita ao país, Jancis Robinson destacou com entusiasmo: “Experimentei Petit Verdot mais consistentes que em Bordeaux”. Nesse cenário, um grupo de winemakers vem explorando o potencial da variedade em terroirs argentinos.

Como acontece com muitas variedades, pouco se sabe sobre como chegou à Argentina. Uma pista é que se encontra misturada com os vinhedos mais antigos de Malbec e, nos anos em que atinge o ponto ideal de maturação, contribui muito para a complexidade dos blends, dando cor, taninos, estrutura e acidez.

Jancis Robinson

A primeira menção em um rótulo veio justamente de um vinhedo antigo, quando Luigi Bosca lançou seu Finca Los Nobles Malbec Verdot 1995. “A Finca los Nobles é um vinhedo antigo, onde as variedades estavam misturadas desde seu plantio, e por isso quisemos transmiti-lo no rótulo e comunicá-lo como um fiel blend de Malbec e Petit Verdot”, conta Pablo Cúneo, Diretor de Enologia da Bodega Luigi Bosca.

No começo deste século, no entanto, alguns viticultores se animaram a elaborá-lo como um varietal puro. Um dos primeiros produtores em lançar um Petit Verdot argentino como varietal, e que, inclusive, o converteu no emblema da bodega graças a uma permanente consistência ano após ano, é a Finca Decero, em Agrelo, na província de Mendoza.

Pouco a pouco, foram aparecendo mais rótulos de Petit Verdot argentino no mercado. As primeiras vieram das zonas mais tradicionais de Mendoza e San Juan, inclusive alguma de La Rioja. Com o passar dos anos, enólogos e agrônomos foram se animando a plantá-lo em diferentes latitudes e altitudes. Hoje em dia, da Patagônia ao Valle Calchaquí, pode-se encontrar mais de 120 rótulos diferentes que mostram como o Petit Verdot se adaptou aos diferentes terrenos.

Segundo dados do INV (Instituto Nacional de Vitivinicultura da Argentina), existem 653 hectares plantados de Petit Verdot, dos quais 470 estão em Mendoza e praticamente não há região vitivinícola da Argentina onde não se encontra um vinhedo desta variedade.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um vermelho rubi intenso, escuro, mas que exibe um lindo brilho, com lágrimas finas e em profusão que desenham as bordas do copo.

No nariz traz aromas vívidos de frutas negras bem maduras, quase em compota, com destaque para cerejas pretas e amoras, com notas amadeiradas, baunilha, torrefação, chocolate, tabaco, couro, algo herbáceo, ervas e pimenta preta.

Na boca é de médio corpo a encorpado, intenso, complexo, com as frutas negras maduras protagonizando, como no aspecto olfativo, em total sinergia com a madeira, muito bem integrada, graças aos 12 meses em barricas de carvalho, bem como o álcool em evidência, propiciando bom volume de boca. Tem taninos presentes e marcados, acidez equilibrada, com toque de chocolate, café torrado, baunilha e mentolado. Final persistente.

Falamos de terroir demasiadamente, de tipicidade, um assunto, um tema tão complexo, tão deliciosamente interminável, com os seus solos, “microclimas” dentro de uma região que parece mesmo diante de nossa imensa capacidade enciclopédica acerca do assunto, parece que quando degustamos vinhos como o Partridge Reserva Petit Verdot este entrega com fidelidade tipicidade, olha a palavra aí de novo. Essas impressões, as experiências sensoriais se tornam tão aguçadas que quando, às vezes, falta a questão técnica sobre o entendimento do terroir, nos sobra os sentidos, o que já é, claro, relevante. Percebi que uma das filosofias da Viña Las Perdices, produtor responsável pela linha “Partridge”, é de que os vinhos têm de maturar em barricas de carvalho, tendo o aporte da madeira, sendo incorporados ao vinho, conferindo-lhe estrutura e complexidade, mas nunca mascarando as características essenciais da Petit Verdot. Tem 14% de teor alcoólico.

Sobre a Viña Las Perdices:

Em 1952, Juan Muñoz López decidiu deixar sua cidade natal, Andalucia, no sul da Espanha, e ele e sua família emigraram para Mendoza, na Argentina, a fim de buscar novos horizontes.

Em seguida, já em solo argentino, não pôde deixar de notar as perdizes que vagavam pela terra. Com efeito, um vizinho disse a ele que essas aves geralmente são vistas em grupos de três.

Assim sendo, com o passar dos dias, as perdizes se tornaram as companheiras constantes de Don Juan em seus longos dias de trabalho. Assim, ele decidiu nomear sua vinícola Partridge Vineyard: “Viña las Perdices”.

A adega hoje é uma operação familiar criada por Juan Muñoz López, sua esposa Rosario, seus filhos Nicolas e Carlos e sua filha Estela.

A vinícola, assim, se localiza no sopé da Cordilheira dos Andes a 1.030 metros acima do nível do mar, em Agrelo, Luján de Cuyo – a primeira zona DOC (denominação de origem controlada) argentina. Do mesmo modo, as uvas são provenientes de duas de suas vinhas em Agrelo em Lujan de Cuyo e Barancas em Maipu.

Por fim, hoje Las Perdices continua a ser uma vinícola de pequena produção e com um espírito entusiasmado em apresentar os vinhos finos de Mendoza.

Sobre a Partridge Vineyard:

A linha Partridge foi criada em 2009 para complementar o portfólio da Viña Las Perdices nos mercados internacionais. São vinhos de perfil clássico e de qualidade, que ganhou a preferência dos consumidores.

A linha tem quatro divisões, que variam de acordo com o perfil dos rótulos:Partridge Flying, Partridge Reserva, Partridge Gran Reserva e Partridge Selección de Barricas.

A sub-linha Partridge Flying oferece vinhos fáceis de beber que são excelentes para o dia a dia. Em Reserva, os rótulos amadurecem em barricas de carvalho, agregando mais corpo e complexidade aos vinhos. Já na Gran Reserva, os vinhos são sofisticados e passam no mínimo 12 meses em carvalho, garantindo grande intensidade. E, por último, a Selección de Barricas, conta com exemplares de alta gama.

Mais informações acesse:

https://www.lasperdices.com/index.php

Referências:

“Blog Wines of Argentina”: https://blog.winesofargentina.com/pt-pt/breaking-pt/petit-verdot-argentino/

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/conheca-bordalesa-petit-verdot-e-dicas-de-vinhos-para-amar-casta_13628.html

“Blog Famiglia Valduga”: https://blog.famigliavalduga.com.br/petit-verdot-conheca-as-particularidades-desta-casta-francesa/

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/petit-verdot

 



 




sexta-feira, 3 de março de 2023

Prahova Valley Feteasca Alba 2020

 

É sabido que os vinhos que tem maior sucesso, logo maior fatia do nosso mercado, entre os consumidores tupiniquins são os chilenos e argentinos. Claro que é até, de certa forma, normal, haja vista que a questão logística favorece, são países vizinhos que estimula a tráfego de tais vinhos em nossas terras.

Claro que também a força do marketing mesclado, em alguns casos, com a relação custo X benefício de alguns! Os vinhos amadeirados, potentes têm um peso preponderante para a escolha dos brasileiros por esses vinhos que, evidente, são ótimos! Como não se render aos belíssimos Malbecs amadeirados, encorpados de Mendoza, na Argentina? O que dizer dos envolventes Cabernet Sauvignon do Chile?

Não podemos deixar que essa percepção nos contamine, essa percepção de que os amadeirados e encorpados são sinônimos de qualidade de vinho! São propostas de vinhos apenas e todas elas precisam ser levadas em consideração e todas essas propostas podem, sim, trazer qualidade e prazer ao enófilo. Claro que há a predileção e que precisa ser respeitada, mas nunca pode ser o amadeirado e encorpado ser sempre melhor que os que não passam por madeira e leves. Não há sentido!

Mas como estou naquela levada tão profunda de desbravar o vasto e desconhecido universo do vinho com as suas regiões, com as suas castas e, evidentemente, propostas de vinhos, experimentar o diferente e pouco usual torna-se algo quase que necessário e urgente. Afinal, sair da famigerada e perigosa “zona de conforto” no universo do vinho, é algo quase que obrigatório.

E hoje estou enveredando para os países exóticos, para os pouco populares, mas que goza de uma tradição centenária. Falo da Romênia! Não se enganem a Romênia não é apenas as terras que eternizaram o Conde Drácula, mas entregam vinhos bem interessantes com apelos regionais bem evidentes com suas castas autóctones e que somente lá são cultivadas.

E o vinho que degustei e gostei veio de uma famosa região produtora de vinhos romeno chamada Dealurile Munteniei e o nome do vinho é Prahova Valley da casta branca Feteasca Alba e a safra é 2020. Eu já tive uma ótima experiência com essa mesma linha de rótulos, porém a “versão” tinta, o Prahova Valley da casta Feteasca Neagra da safra 2018 e que maravilha, que grata surpresa! Antes de falar da “versão” branca, vamos de história, vamos de Dealurile Munteniei e da casta Feteasca Alba.

Dealurile Munteniei

Dealurile Munteniei é uma região romena famosa e conhecida por ser a “terra do vinho tinto”, que, aliás, é marcada por outonos longos.

Dealurile Munteniei (em inglês: “Muntenia's Hill s”) GI é uma região vinícola localizada na parte sul da Romênia nos condados de Buzău, Prahova, Argeş, Dâmboviţa e Olt . A região pertence à área de Subcarpaţii de Curbură e as plantações de videiras estão localizadas nas encostas e depressões das colinas.

Além disso, a região é famosa pelos notáveis ​​vinhos tintos, e também tem muito bom potencial para o plantio de variedades brancas aromáticas, como Muscat Ottonel ou Tămâioasă Românească.

A origem da viticultura na área de Dealurile Munteniei é muito antiga, prova disso são os achados arqueológicos, peças cerâmicas e toponímia. Uma das primeiras menções data do século IV, quando o rei visigodo Athanaric enterrou o seu famoso tesouro conhecido como “Cloşca cu puii de aur ” (“A Galinha com Pintos Dourados”) ou “Tezaurul de la Pietroasa” (“ The Piertroasele Thesaurus”).

Mais tarde nos arquivos, há várias menções do século XV sobre os locais onde se praticava a viticultura e a vinificação como Bucov, Valea Călugărească, Ceptura, Urlaţi e Tohani.

Um momento que ajudou no desenvolvimento de Dealurile Munteniei foi a proximidade com cidades como Bucareste, Ploieşti e Buzău, que atraiu muitas personalidades e famílias nobres do século XVII para investir em adegas e adegas. Um exemplo bem conhecido é o de Constantin Brâncoveanu (1688-1714), que construiu em Tohani uma adega, uma mansão e uma igreja como ponto de paragem a caminho da Moldávia.

A viticultura é há muito tempo a principal atividade dos moradores de Dealurile Munteniei IG, razão pela qual em 1893 foi criada a Fazenda Vitícola Pietroasa, para recuperar o vinhedo após a invasão da filoxera. Mais tarde, em 1924, junto à Quinta, foi fundada a Estância Vitícola e Enológica Pietroasa, uma estreia na Romênia.

A região de Dealurile Munteniei é famosa por suas excelentes condições naturais (terroir) no cultivo de videiras:

1 - Um clima temperado-continental com verões quentes, outonos longos e secos e invernos curtos;

2 - Solos castanho-avermelhados juntamente com porções ricas em argila vermelha, marga e calcário em algumas áreas, abundantes em óxido de ferro e carbonato de cálcio;

3 - Altitude variando entre 137 e 550 metros;

4 - A exposição da vinha é predominantemente sul, sudeste e sudoeste;

5 - Ótima exposição solar e precipitação.

Em Dealurile Munteniei os vinhos brancos apresentam aromas intensos, corpo cheio, bom equilíbrio e boa acidez. E os vinhos tintos podem ser descritos como extrativos, aromáticos e de cor rubi intensa.

Nos últimos anos, muitas vinícolas de alto padrão como Serve, Davino, Aurelia Vişinescu ou Viile Metamorfosis foram estabelecidas. Isso realmente criou um verdadeiro renascimento dos vinhos de assinatura. Entre as castas que contribuíram para a reputação da região, podemos citar Fetească Albă, Tămâioasă Românească, Chardonnay, Muscat Ottonel, Merlot, Cabernet Sauvignon ou Fetească Neagră.

Feteasca Alba

Feteasca Alba é uma variedade romena cultivada principalmente nas regiões da Moldávia e Transilvânia, bem como na bem como na região vinícola húngara de Eger.

Na Moldávia, utiliza a maior área plantada entre as variedades locais, com cerca de 900 hectares (2.200 acres). Esta uva é muito utilizada para a produção de espumante, mas também para vinhos varietais tranquilos. Seus bagos atingem altos teores de açúcar e muitos componentes aromáticos, mas é necessário cuidado para reter uma boa acidez.

A Feteasca Alba, conhecida como “donzela branca”, carrega mais de 2000 anos de história e é cultivada desde o Império Romano. Hoje, é uma uva branca muito popular na Romênia, e dessa forma conta 23 mil hectares de vinhedos somente destinados a ela.

A Fetească Albă também é conhecida sob os sinônimos Baratik, Bulgarien Feteasca, Devcenco Hrozno, Devicii Belii, Dievcenske Hrozno, Dievcie Hrozno, Divci Hrozen, Fehér Leányka, Feniaska Belaii, Fetiasca Alba, Fetiasca Belii, Fetiaska Alba, Fetisoara, Fetjaska Belaja, Fetyaska, Fetyaska Belaya, Fetyaska Koroleva, Fetysare, Janyszölde, Jányszőlő, Kanigl Weiss, Lányszőlő, Leanicazea, Leanika, Leánka, Leány Szőlő, Leányka, Leanyszölde, Leányszőlő, Lyan Szölö, Mädchentraube, Medhentraube, Paparyaska, Parsaryaska, Pasareasca Alba, Pasarjaska, Peseryaska, Poama Fetei, Poama Fetei Alba, Poama Pasareasca, Roszas Leányka, Feteasca, Fetjaska, Leanyka e Varatik.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um vívido e brilhante amarelo palha, bem claro com reflexos esverdeados e um frisante bem discreto que denuncia o frescor e leveza.

No nariz traz aromas intensos de frutas amarelas, de polpa branca e cítrica com destaque para pêssego em calda, abacaxi, limão, lichia, abacaxi e pera e um floral que entrega delicadeza e muito frescor.

Na boca confirma o frescor, a leveza e refrescância percebida nos aspectos visual e olfativo, mas traz alguma untuosidade talvez por conta de um residual de açúcar, um dulçor discreto que não compromete que lembra mel, com notas frutadas bem definidas, além de um toque herbáceo, algo que remete a grama cortada, acidez correta e um final de média persistência e frutado.

Mágica a experiência! Não pelo simples fato de ser diferente ou pouco usual, mas também pelo que o rótulo e a sua região e variedade apresentaram, proporcionaram a este humilde e reles enófilo. A esse humilde e reles enófilo que, modéstia à parte, está promovendo uma verdadeira viagem pelo universo tão rico e vasto e tão inexplorado do vinho dada a sua diversidade, pluralidade. Como nos render a zona de conforto quando se tem uma infinidade de terroirs disponíveis para inundar as nossas taças literalmente? Estou feliz, me sinto um privilegiado por ser agraciado em degustar rótulos desse naipe. E que venha a Romênia a te proporcionar grandes e arrebatadoras surpresas com seus rótulos! Tem 12,5% de teor alcoólico.

Sobre a The Iconic State:

The Iconic Estate, membro do Alexandrion Group, é um fabricante, exportador e importador seletivo de vinhos tranquilos bem como espumantes. A empresa possui então instalações de produção e armazenagem, linhas de engarrafamento, armazém com temperatura controlada e caves subterrâneas.

A vinícola em Tohani, Gura Vadului, é uma das maiores adegas da região de Dealu Mare, pois possui capacidade de processamento de 5.000 toneladas por ano, sendo produzida cerca de 3,6 milhões de litros por ano e cerca de 5 milhões de garrafas por ano.

A Iconic Estate possui mais de 255 hectares de vinhedos, a maioria deles em uma das regiões vinícolas mais férteis da Romênia, Dealu Mare – uma região que fornece uma parte significativa das uvas usadas para obter vinhos excepcionais, semelhantes de fato a duas famosas regiões vinícolas europeias: Piemonte na Itália e Bordeaux na França.

A qualidade dos vinhos, o valor, o requinte e a sua distinção fazem de The Iconic Estate sem dúvida um dos melhores produtores de vinho romenos, que têm explorado o potencial e a diversidade vinícola do país através dos seus próprios vinhos: Rhein Extra, Hyperion, Neptunus, Kronos, Rhea, Theia, Colina Piatra Albă, Bizâncio, Vale Prahova, Floare de Lună, Floarea Soarelui, La Umbra, La Crama e outros.

Ao longo dos anos, as marcas do portfólio de The Iconic Estate foram premiadas em importantes competições nacionais assim como internacionais, tais como: International Wine Contest Bucareste, Concours Mondial de Bruxelles, International Wine Challenge ou Decanter World Wine Awards.

As Caves Rhein & CIE Azuga, integrantes de The Iconic Estate, são o local mais antigo onde se produz, sem interrupção desde que quando foi criada a vinícola, em 1892. Os vinhos espumantes são elaborados de acordo com o método tradicional da França.

A Royal House of Romania aprecia os vinhos das adegas da vinícola pela sua qualidade superior, nomeando, portanto The Iconic Estate o fornecedor oficial dos vinhos tranquilos e espumantes.

Mais informações acesse:

https://dar1892.com/

Referências:

“Premium Wines of Romania”: https://premiumwinesofromania.com/ig-dealurile-munteniei/

“Center Gourmet”: https://centergourmet.com.br/la-crama-merlot/       e https://centergourmet.com.br/tanarve-traditional-feteasca-alba-2018/

“Blog Sobre Vinhos e Afins”: http://www.sobrevinhoseafins.com.br/2015/12/artisan-feteasca-alba-barrique-2012.html

“Wikipedia”: https://en.wikipedia.org/wiki/Feteasc%C4%83_alb%C4%83