Ah os vinhos de Lisboa! Os vinhos que são a personificação de
Portugal, da identidade cultural deste país que, apesar de ser tão pequeno
geograficamente, mas que se mostra gigante na sua diversidade de terroirs e de
vinhos nas suas propostas e personalidades. Mas os vinhos lisboetas ganharam o
meu coração e afeto de forma infinita. Há se caminhar e ter que explorar sobre
esse chão, sobre essa região, sobre essa história que foi e está sendo escrita
e enraizada nas vinhas e na alma desse povo que respira e sintetiza o que há de
melhor no vinho, o que há de significativo nessa bebida sagrada que retrata
cada canto, cada manifestação cultural de um país, de uma região, de um povo. E
por mais que eu soe redundante no que tange aos meus comentários da região de
Lisboa e de seus vinhos, não hesitarei em fazê-los, pois, o que pode se tornar
um mero elogio, pode se tornar um mantra, entoado com muito respeito e
reverência.
E eu falei de região, de história, de terroir, de geografia e
não é que o meu rótulo de hoje abrange um pouco de tudo? E mostra isso de forma
significativa e evidente aos olhos e paladar. As expectativas que alimentei
saciaram minhas sensações, a minha taça se encheu de prazer e como exaltei cada
gole, cada degustação. Um vinho surpreendente, um vinho simples, mas nobre,
correto e delicioso, mas não quero começar falando do desfecho. Preciso mostrar
o rótulo, apresentar o vinho que degustei e gostei e que vem, é claro, de
Lisboa, em Portugal, e que se chama Vielas, um IG Lisboa, uma Indicação
Geográfica, com um blend tipicamente lusitano das castas Castelão, Aragonez e Trincadeira
e safra 2019. E por que disse que esse vinho, esse rótulo engloba história,
geografia e cultura? Porque o vinho promove esses momentos sempre, mas dessa
vez o faz de forma eloquente porque leva no seu nome uma região tradicional de
Lisboa: As suas vielas ou os seus becos e, para variar, não podemos deixar de
falar um pouco de cada canto, de cada rua que sintetiza a história de Lisboa e
que a Parras Wines decidiu homenagear e que falarei um pouco aqui além do
conceito de Indicação Geográfica (IG) e das regiões demarcadas com essa
classificação, não só em Lisboa, como em outros lugares de Portugal.
As Vielas de Lisboa
Lisboa conta com 153 Becos, sendo que no decorrer dos séculos
alguns deles ganharam o estatuto de travessa por via de alterações urbanísticas
ou por solicitação dos residentes. O Beco é uma rua estreita e curta, muitas
vezes sem saída, ou se quisermos numa só palavra, é sinónimo de viela. A
toponímia empregue nos becos lisboetas caracteriza-se pelo uso das suas
peculiaridades, do tipo de artesãos que lá trabalhavam, das referências
geográficas próximas como igrejas ou outras instituições passíveis de rápida
identificação e dos nomes dos seus moradores.
Primeiro, falemos da exceção que confirma a regra enunciada
no parágrafo anterior: o Beco Pato Moniz, em Benfica, que homenageia um
escritor (1781-1826) que faleceu no desterro a que o condenaram após a
Vilafrancada por ser liberal. Atribuído pelo Edital municipal de 18/06/1926, foi
acompanhado na mesma zona com a atribuição em Travessas e Largos dos também
escritores José Agostinho de Macedo e Curvo Semedo, de três intervenientes no
31 de Janeiro de 1891 – Abade Pais, Sargento Abílio e Miguel Verdial – e do
também republicano General Sousa Brandão, para além do compositor Marques
Lésbio e do pintor Francisco Resende.
Dos outros 152 Becos alfacinhas, encontramos 32 relativos às
características do próprio local: Beco do Norte (Carnide); Beco do Casal, Beco
da Pedreira da Caneja (Campo de Ourique); Beco da Galheta por corruptela de
Calheta junto ao Tejo, Beco do Olival, Beco do Tremoceiro (Estrela); Beco do
Sabugueiro (Alcântara); Beco dos Aciprestes, Beco da Boavista do Alto de Santa
Catarina (Misericórdia); Beco da Achada, Beco do Alfurja, Beco do Funil, Beco
da Amendoeira, Beco do Azinhal, Beco das Barrelas, Beco das Canas, Beco
Cascalho, Beco do Forno junto ao Largo da Severa, Beco da Lapa, Beco do
Loureiro, Beco da Oliveira, Beco do Pocinho, Beco do Quebra Costas por ser tão
íngreme e dois Becos do Jasmim (todos em Santa Maria Maior); Beco da Bombarda,
Beco do Monte de S. Gens (Arroios); Beco da Laje (São Vicente e Santa Maria
Maior); Beco da Bica do Sapato, Beco da Era, Beco do Mirante (São Vicente);
Beco das Taipas (Marvila). Referindo as
profissões neles exercidas temos 23: Beco dos Ferreiros (Santa Clara); Beco da
Mestra (Carnide); Beco da Botica (São Domingos de Benfica); Beco do Fogueteiro
(Campo de Ourique); Beco da Bolacha, Beco dos Contrabandistas, Beco do
Funileiro (Estrela); Beco dos Armazéns do Linho, Beco do Carrasco (Misericórdia);
Beco do Almotacé, Beco da Atafona, Beco das Atafonas, Beco dos Cortumes por
curtumes, Beco das Farinhas, Beco do
Imaginário pelo escultor de imagens de santos, Beco das Olarias, Beco do Surra, Beco dos Surradores, Beco dos
Três Engenhos (Santa Maria Maior); Beco dos Agulheiros, Beco da Mó, Beco dos
Vidros (São Vicente); Beco dos Toucinheiros (Beato).
Com referências próximas são 38: Beco do Vintém das Escolas (Benfica);
Beco da Enfermaria por referência a um pequeno hospital que ali existiu no séc.
XIX para os criados da Casa Real (Belém); Beco das Fontaínhas (Alcântara); Beco
do Paiol da pólvora, Beco de Santa Quitéria por referência à Travessa do mesmo
nome para substituir o Beco dos Mortos (Campo de Ourique); Beco dos Apóstolos
que queria dizer jesuítas (Misericórdia); Beco da Cruz pela proximidade à Rua
da Cruz dos Poiais, Beco do Forno a São Paulo, Beco da Moeda por estar junto à
Casa da Moeda (Misericórdia); Beco do Colégio dos Nobres, Beco de Santa Marta
do Convento da mesma invocação que hoje vemos como Hospital (Santo António);
Beco do Arco Escuro, Beco do Benformoso junto à Rua do Benformoso, Beco da
Caridade por via da Ermida do mesmo nome, Beco do Castelo e Beco do Forno do
Castelo de São Jorge, Beco dos Cavaleiros para substituir o Beco do Forno junto
à Rua dos Cavaleiros, Beco das Cruzes em Alfama, Beco do Espírito Santo da
Ermida da mesma invocação que depois passou a ser dos Remédios, Beco do Forno
da Galé junto à Rua da Galé, Beco das Gralhas pela proximidade ao Largo das
Gralhas para substituir o Beco do Jasmim, Beco da Guia por mor de um oratório
embutido numa parede, Beco do Outeirinho da Amendoeira, Beco do Penabuquel por
proximidade ao Arco do Penabuquel da muralha fernandina, Beco de Santa Helena
pelo Palácio seiscentista conhecido pelo mesmo nome, Beco de São Francisco por
estar junto ao Terreirinho de São Francisco que depois passou a Largo da Achada,
Beco de São Miguel pela proximidade à igreja da mesma invocação, Beco do
Recolhimento de Nossa Senhora da Encarnação (Santa Maria Maior); Beco de São
Lázaro junto à Rua do mesmo nome, Beco de São Luís da Pena por mor da Igreja da
mesma invocação (Santa Maria Maior e Arroios); Beco do Forno do Sol junto à Rua
do Sol à Graça, Beco do Hospital de Marinha, Beco dos Lóios pela proximidade ao
Largo dos Lóios e para substituir o Beco das Cabras, Beco dos Peixinhos por
proximidade à Quinta dos Peixinhos, Beco do Salvador da Ermida de Jesus
Salvador da Mata, Beco da Verónica pela proximidade à Ermida de Santa Verónica (São
Vicente); Beco do Grilo dos Conventos dos Agostinhos Descalços (Beato) e Beco
da Mitra (Marvila).
Com nomes ou alcunhas de moradores e/ou proprietários temos
36 : Beco do Chão Salgado do Palácio do Duque de Aveiro arrasado e salgado o
seu chão, Beco de Domingos Tendeiro (Belém); Beco da Ferrugenta, Beco dos
Galegos, Beco de João Alves (Ajuda); Beco de Estêvão Pinto (Campolide); Beco do
Batalha, Beco do Julião ( Campo de
Ourique ); Beco do Machadinho do Tabaco
(Estrela); Beco do Caldeira por estar próximo da Travessa do Caldeira e
substituir o Beco do Esfola Bodes, Beco de Francisco André ( Misericórdia );
Beco do Alegrete por estar junto ao Palácio dos Marqueses do Alegrete, Beco da
Barbadela, Beco do Belo, Beco da
Cardosa, Beco do Chanceler de D. Dinis de seu nome Pedro Salgado, Beco dos
Clérigos, Beco da Corvinha, Beco dos Fróis, Beco do Garcês, Beco do Guedes,
Beco do Maldonado, Beco do Maquinez, Beco de Maria da Guerra, Beco do Marquês
de Angeja, Beco do Melo, Beco do Mexias, Beco da Ricarda, Beco do Rosendo que seria
Resende, Beco do Vigário (Santa Maria Maior); Beco dos Birbantes que esmolavam,
Beco do Borralho de António de Moura Borralho, Beco do Félix, Beco de Maria Luísa,
Beco do Petinguím (Arroios) e Beco da
Amorosa (Beato). Outros de ainda indefinida génese e alvo de discussão entre os
olisipógrafos são 23: Beco da Ré por ser uma arguida ou um termo naval?(Belém);
Beco do Viçoso por ser alcunha ou um local verdejante, Beco do Xadrez por ser
alcunha ou um padrão na arquitetura local? (Ajuda); Beco do Monteiro por ser
alcunha ou sítio de montado? (Campolide); Beco dos Capachinhos por alcunha ou
local de feitura de capachos, Beco das Pirralhas por alcunha ou pela presença
de crianças? (Estrela); Beco da Rosa por ser nome de moradora ou pela presença
da flor? (Misericórdia); Beco da Bicha por ser alcunha ou um animal, Beco do
Bugio por se cravarem estacas no chão ou por haver um macaco, Beco do Carneiro
por ser apelido ou alcunha ou animal, Beco dos Cativos por ter escravos ou
presos, Beco das Flores por ser inócuo ou por ter mesmo flores, Beco da Formosa
por uma mulher ou por uma paisagem bonita, Beco do Leão por alcunha ou por
símbolo, Beco das Mil Patacas por uma lenda ou por uma comunidade macaense,
Beco dos Paus em sentido literal ou figurado, Beco dos Ramos em sentido literal
ou um apelido, Beco de São Marçal por um azulejo do santo ou por um oratório
dessa invocação? (Santa Maria Maior); o Beco da Bempostinha por alcunha ou
outra coisa, o Beco do Índia, o Beco da Índia aos Anjos uma alcunha ou alguém
que esteve na Índia?(Arroios); Beco das Beatas e o Beco dos Beguinhos (São
Vicente).
IG (Indicação Geográfica)
Indicação Geográfica (IG) é um selo que reconhece uma área de
vinha determinada dentro de um país pela sua qualidade diferenciada. Esse selo
garante que os produtos daquela região apresentam características específicas
devido a sua origem. Denominação de Origem (DO) é uma subdivisão mais
restritiva dentro da IG. A regulamentação dessas áreas é extremamente rigorosa.
No entanto, não existe uma regulamentação global para as IGs. Cada país utiliza
regras próprias e define suas normas para que uma área seja Indicação
Geográfica. As normas estabelecem as metodologias de produção e também
características dos vinhos, como doçura e teor alcoólico. Esses selos não
apenas delimitam a área de cultivo como também impõe regras de viticultura e vinificação.
Por exemplo, quantidade de videiras permitidas e rendimento de cada uma delas,
castas autorizadas, teor alcoólico. No geral, os selos protegem os produtores e
tornam o consumidor mais consciente sobre o produto. Para que o vinho seja
rotulado com algum desses selos, a produção anual é submetida a provas e testes
para assegurar que a qualidade e características daquela região estão presentes
na bebida. As áreas de plantio e as vinícolas também são inspecionadas
anualmente para garantir que as normas de cultivo e produção estão sendo
seguidas. Leia mais sobre como os vinhos são feitos. Não ter um selo desses não
significa que o produto é ruim. Apenas que ele não segue regras predefinidas ou
não está em uma área delimitada. A qualidade de produtos com selos de
procedência acaba sendo alta, pois os produtores têm de seguir a riscas as
especificações, garantindo assim o padrão da região. Ter conhecimento sobre as
características dos vinhos produzidos em cada IG é muito importante na hora de
escolher ou harmonizar um vinho. Mas essa não é uma tarefa tão simples. Um
especialista pode indicar o que se espera obter de um vinho apenas sabendo sua
origem.
IG em Portugal e outras denominações
Cada uma das 14 regiões vinícolas demarcadas de Portugal
corresponde a uma Indicação Geográfica (IG), dentro das quais se encontra
disposta ao menos uma DOC. Existem hoje 31 DOCs em Portugal e outras dezenas de
Indicações de Proveniência Regulamentada aguardando para tornarem-se DOC.
Cada região vinícola possui sua própria identitade. Contudo,
para iniciar o processo de estudo, podemos agrupá-las em três grandes perfis:
Atlântico, Continental e Mediterrâneo. Primeiro tem o “Perfil Atlântico”, com
as seguintes regiões: Vinho Verde (Minho), Bairrada (Beira Atlântico) e Lisboa.
As suas características são: Vinhos com pouco açúcar e por isso o teor
alcoólico varia de baixo a médio. Possuem acidez natural elevada e alto
frescor, com efeito “crispy”, que os tornam bem apelativos e agradáveis ao
consumidor. O corpo vai de ligeiro a médio e os tintos são marcantes. Mesmo
assim, são vinhos mais diluídos em sabor e textura. São bem aromáticos, com
notas florais. O segundo é “Perfil Montanhoso ou Continental”, com as regiões
do Douro, Dão, Beira Interior e Alentejo Norte. As características são de vinhos
com acidez que varia de média a alta; no geral, são encorpados, mas há alguns
exemplares mais jovens que têm corpo médio. Os taninos são intensos, mas
redondos e possuem alto grau alcoólico, que está integrado à bebida. São vinhos
com alto potencial de envelhecimento e que valorizam o terroir. É comum a
utilização de Vinhas Velhas para a produção. Como em muitos casos não há
distinção de castas plantadas nessas vinhas velhas, a importância e
características estão ligadas ao terroir. E por fim o terceiro, o “Perfil
Mediterrâneo ou Planície”, das regiões do Tejo, Península de Setúbal, Alentejo
Sul e Algarve e as características são de vinhos com maior indicie de açúcar e
com álcool que vai de médio a alto. A acidez é media/baixa, graças a correção
feita durante a vinificação. Os taninos são suaves e pouco marcantes. São
vinhos frutados, macios, com corpo médio e boa concertação e fáceis de beber. A
produção é em grande volume, mecanizada e moderna. Muitas vinícolas seguem os
parâmetros do Novo Mundo, tanto na característica do vinho quanto na produção.
E agora finalmente o vinho!
Na taça conta com um vermelho rubi intenso, pleno, brilhante,
mas com lindos reflexos violáceos, com uma boa aglomeração de lágrimas.
No nariz tem um toque frutado, de frutas negras maduras, como
ameixa e amora, com um toque floral muito agradável, que traz um frescor e delicadeza
ao olfato.
Na boca é seco, leve, redondo, muito equilibrado, macio e fácil
de degustar, mas mostrando a personalidade de um vinho tipicamente lisboeta,
tendo taninos polidos e sedosos, com acidez mediana e um final de média persistência
com retrogosto frutado.
Dos cantos e recantos da região de Lisboa estão sendo
transitadas história e tradição e que são personificadas nesse rótulo. Um
vinho, como disse no início desse texto, simples, mas nobre, pois revela toda a
sua tipicidade, parece que a geográfica abençoa esse vinho, o mar atlântico
traz frescor e certa personalidade a esse Vielas, um vinho com o DNA de Lisboa
com seus vinhos informais e despretensiosos, com a máxima expressão da fruta,
das características mais marcantes das cepas autóctones que entregam com
fidelidade a região na sua cultura vitivinícola. Um vinho descomplicado, mas
versátil, harmoniza com refeições simples e massas leves ou pode degusta-lo
simplesmente sozinho. Um vinho fresco e jovem que vem de uma região banhada
pelo atlântico. 13% de teor alcoólico.
Sobre a Quinta do Gradil:
Não muito distante do sopé da vertente poente da Serra de
Montejunto, entre Vilar e Martim Joanes, está instalada a Quinta do Gradil.
Considerada uma das mais antigas, senão a mais antiga, herdade do concelho do
Cadaval, a Quinta do Gradil tem uma forte tradição vitivinícola que se prolonga
desde há séculos. A propriedade é composta por uma capela nobre ornamentada por
um torreão artisticamente decorado, um núcleo habitacional, uma adega e uma
área agrícola de 200 hectares ocupados com produções vinícolas e frutícolas. A
Quinta do Gradil foi adquirida, nos finais dos anos 90, pelos netos de António
Gomes Vieira, precursor da tradição de vinhos na família desde 1945. Os novos
proprietários iniciaram, em 2000, o processo de reconversão de toda a área de
vinha primando por castas de maior qualidade. A adega sofreu melhoramentos,
estando projetada uma reformulação profunda nos próximos 2 anos, e as cocheiras
recuperadas deram lugar a uma sala de tertúlias. O palacete e capela, em fase
muito avançada de degradação aquando da aquisição da Quinta pelos novos
proprietários, foram limpos e contam agora com um projecto ambicioso de
recuperação, sendo que a herdade tem marcas históricas seculares e constitui um
marco arquitetônico significativo. As mais antigas referências documentais
encontradas sobre a Quinta do Gradil remontam ao final do século XV, num
documento Régio. Em de 14 de Fevereiro de 1492, data do documento, D. Martinho
de Noronha recebeu de D. João II a carta de doação da jurisdição e rendas do
Concelho do Cadaval e da Quinta do Gradil. Por ocasião da ascensão de D. Manuel
I ao trono português e a sua atuação a favor dos membros da Casa de Bragança, a
Quinta do Gradil torna a ser referenciada na confirmação de doação concedida
por D. Manuel I a D. Álvaro de Bragança, irmão mais novo do 3º Duque de
Bragança, D. Fernando II, que acusado de traição foi mandado degolar por D.
João II, em 1483. A Quinta terá sido adquirida pelo Marquês de Pombal por
ocasião do movimento que a partir de 1760 levou à ocupação de terras
municipais, admitindo-se que já na altura contasse com o cultivo de vinha,
fator que terá sido decisivo para o estadista que criou a Companhia das Vinhas
do Alto Douro. Manteve-se na pretensa da família até meados do século XX,
quando foi comparada por Sampaio de Oliveira. Já nos finais dos anos 90 que os
atuais proprietários, a família Vieira, adquirem a herdade.
Sobre a Parras Wines:
A Parras Vinhos de Luís Vieira nasce no ano de 2010,
atualmente com sede em Alcobaça, onde também está instalada a unidade de
engarrafamento do grupo. Cinco anos depois, com a empresa consolidada e voltada
para o mercado internacional, surge a necessidade de se fazer um
reposicionamento de marca e “vesti-la” de outra forma, mais atual. É assim que
no início de 2016 aparece a Parras Wines, mais jovem, mais flexível, e numa
linguagem universal para que possa ser facilmente compreendida por todos, mesmo
os que estão além-fronteiras. Descendente de um pai e de um avô que sempre
trabalharam com vinho, Luís Vieira é o único dono deste projeto. Aos cinco anos
caiu num depósito de vinho e quase morreu afogado, não fosse um colaborador do
avô na altura, que atualmente é seu, tê-lo salvo. Hoje, recorda com graça esse
episódio e diz mesmo que simboliza o seu “batismo nestas andanças do vinho”. A
empresa começa então a formar-se com terra própria na Região Vitivinícola de
Lisboa, mais exatamente na freguesia do Vilar, Cadaval, com duzentos hectares
de propriedade em extensão, sendo que 120 são hoje de vinha plantada. Na mesma
região do país, um bocadinho mais acima, na zona de Óbidos, a Parras Wines é
também responsável pela exploração de 20 hectares de vinha que dão origem aos
vinhos Casa das Gaeiras. Com sede em Alcobaça, nas antigas instalações de uma
fábrica de faianças, deu-se início a uma nova área de negócio – uma Unidade de
Engarrafamento de Bebidas, que hoje serve também de sede à Parras Wines e que
se chama Goanvi. Cinco anos mais tarde, em 2010, constitui-se então a Parras
Vinhos, hoje Parras Wines. Para além de terra na Região de Lisboa, o grupo
começou paralelamente a produzir vinhos de outras regiões do país. Através de
parcerias com produtores locais, a empresa consegue assim dar resposta às
necessidades globais que iam surgindo do mercado, produzindo vinhos do Douro,
Vinhos Verdes, Dão, Lisboa, Tejo, Península de Setúbal e Alentejo.
Mais informações acesse:
https://www.quintadogradil.wine/pt/
Referências de pesquisa:
Portal “Toponímia Lisboa”: https://toponimialisboa.wordpress.com/2017/06/19/os-becos-ou-vielas-de-lisboa/
Portal “Reserva 85”: https://reserva85.com.br/vinho/indicacao-geografica-ig-denominacao-de-origem-do/regioes-demarcadas-de-portugal/
https://reserva85.com.br/vinho/indicacao-geografica-ig-denominacao-de-origem-do/