quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Nederburg Foundation Sauvignon Blanc 2016


A minha primeira experiência com os vinhos sul africanos foi com os rótulos da Nederburg. Ainda em uma época, lembro-me bem, que tais vinhos da África do Sul ainda eram difíceis de entrar nas adegas dos brasileiros, seja pelo alto valor ou escassez de opção de rótulos. A Nederburg foi talvez a primeira vinícola a adentrar com força no mercado brasileiro com valores atrativos e possíveis aos bolsos, aliado a qualidade e tipicidade dos vinhos das mais emblemáticas regiões do país sul africano. Já degustei o Nederburg 1791 Syrah, o Nederburg Foundation Pinotage, casta oriunda daquele país e a linha básica do produtor, o 56 Hundred Chenin Blanc e digo que sempre terei um Nederburg na minha adega. Todas essas castas são muito bem cultivadas na África do Sul, tornando-a um dos mais famosos e importantes terroirs deste mundo.

Mas ainda há rótulos da Nederburg que me surpreendem positivamente e que ainda me oferecem grandes e doces recomeços no que tangem a grandes experiências dos vinhos da África do Sul. O vinho que degustei e gostei foi o Nederburg Foundation da casta Sauvignon Blanc, da região de Paarl, Western Cape, safra 2016. E antes de falar sobre o vinho que foi deveras arrebatador para os meus sentidos, falemos um pouco da importante região de Paarl.

Paarl

Paarl está localizada na província de Western Cape, ficando a 60 km da Cidade do Cabo, na África do Sul, sendo hoje uma região produtora dos melhores vinhos daquele país, exportados para o mundo todo.

Paarl

A região vitivinícola de Paarl é das mais importantes para a produção de vinho na África do Sul, podendo ser considerada como o grande portal para quem quer conhecer os vinhos da região do Cabo. O nome Paarl é derivado de pérola, sendo a designação da Montanha Pérola, uma rocha de granito que se sobrepõe à paisagem, tornando-se brilhante à luz do sol, principalmente em dias de chuva. A história da vitivinicultura na região de Paarl remonta ao século XVII, precisamente em 1680. A produção de vinhos teve início na África do Sul com os franceses, em 1652, com Jan Van Riebeek, o primeiro comandante da guarnição que fundou a Cidade do Cabo. Sua pretensão era produzir vinho para combater o escorbuto que grassava na época entre os marinheiros da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais. Os vinhedos foram se espalhando ao longo do tempo, ocupando a região de Stellembosch, em seguida Constantia, chegando a Paarl em 1680.

E agora o vinho!

Na taça apresenta um amarelo palha, bem brilhante, límpido, com algum reflexo esverdeado.

No nariz traz notas frutadas, aromas de maracujá, maça verde, pera, frutas brancas e cítricas, com um agradável toque floral, flores brancas e tropicais.

Na boca é fresco, leve, frutado sem ser enjoativo, com um bom volume de boca, uma boa acidez, com um final persistente, me remetendo a muita fruta.

Um belo Sauvignon Blanc, agradável, jovem, refrescante, bem despretensioso e equilibrado, redondinho. O meu primeiro sul africano com essa casta e que ficará na minha humilde história, na minha caminhada de um simples enófilo de um vinho, embora simples, mostra, com maestria, a tipicidade de um país que respira cultura do vinho. Harmoniza maravilhosamente com carnes brancas, massas leves, queijos igualmente leves ou simplesmente sozinho. Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Nederburg:

A história de Nederburg começou em 1791, quando o imigrante alemão Philippus Wolvaart adquiriu 49 hectares de terra no vale de Paarl. Ele nomeou sua propriedade Nederburgh, em homenagem ao comissário Sebastiaan Cornelis Nederburgh. Mais tarde, o 'h' foi retirado da grafia do nome da fazenda e tornou-se Nederburg como é conhecido hoje. A bela mansão holandesa do Cabo, coberta de palha e empena, que Wolvaart completou em 1800 é hoje um monumento nacional. E sobre a linha “56 Hundred” há uma curiosidade: Essa variedade de vinhos refrescantes, frutados e suave leva o nome ao preço de mil e seiscentos florins que Philippus Wolvaart pagou em 1791 pela fazenda em que deveria nomear Nederburg. Um visionário que reconheceu o potencial vitícola da terra, ele teve a tenacidade de domesticar a propriedade e estabelecer uma fazenda que continua a florescer hoje. Em 1810, vendeu a fazenda para a família Retief, que conservou a propriedade por 70 anos. Em seguida a Nederburg passou por diversos proprietários até ser adquirida, em 1937, por Johann Graue que foi buscar na Alemanha o talentoso enólogo Günter Brözel para comandar a produção. Durante anos, Brözel elevou a reputação da Nederburg a nível mundial. Quem o sucedeu foi o enólogo romeno Razvan Macici, que recebeu inúmeros prêmios ao longo dos anos. Macici aliava a capacidade de criar vinhos exclusivos à habilidade para a elaboração de rótulos acessíveis. A Nederburg é conhecida pela visão vanguardista, sempre valorizando os cuidados no vinhedo e na vinificação para a elaboração de exemplares famosos mundialmente.

Mais informações acesse:


Fonte de pesquisa sobre a região de Paarl:


Degustado em: 2017


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