sábado, 10 de abril de 2021

Autoritas Reserva Cabernet Sauvignon 2017

 

Sabe aquele Cabernet Sauvignon frutado, redondo, equilibrado, mas com personalidade, alguma expressividade e ainda ter um custo extremamente atrativo, o famoso “vinho baratinho”? Pois é estimados leitores, acreditem se quiserem, existe sim e que vem do Chile, a terra do Cabernet Sauvignon potente e robusto, aqueles “carnudos” que parece que comemos com garfo e faca de tão encorpados. Que fique bem claro que não tenho nenhuma objeção com relação a essa proposta de Cabernet Sauvignon, mas é possível, muito possível, encontrarmos vinhos dessa cepa com um valor acessível e, ao mesmo tempo entregar muito além do que se esperava. Ah esses vinhos que nos surpreendem...

E o vinho mencionado já foi degustado em outras oportunidades, em outra safra e, nesta ocasião, eu buscava uma proposta atraente de custo X qualidade, eu buscava preço baixo e o risco é alto, afinal, além do preconceito de que o vinho barato não presta, podemos, por outro lado, alimentar uma grande expectativa acerca de um rótulo cuja proposta é mais básica. Mas o vinho surpreendeu, um vinho que me arrebatou por inteiro, foi uma explosão sensorial!

Mas confesso que a procedência também ajudou bastante e diria que teve a preponderância e direi que foi a grande escolha, afinal um produtor de renome mundial e sendo do Chile, um Cabernet Sauvignon do Chile! Ah evidente que não poderia ter um erro completo! O vinho em questão era o belíssimo Autoritas Reserva Cabernet Sauvignon da safra 2015

Então está revelado o vinho que degustei e gostei que veio, claro, do Chile, da região do Vale do Colchagua e é o Autoritas Reserva Cabernet Sauvignon da safra 2017. Mas uma “rodada” dessa linha muito interessante da Autoritas da emblemática vinícola Luis Felipe Edwards. Não posso negligenciar a degustação do Autoritas Chardonnay também que foi outro vinho que me impressionou pela leveza e informalidade, bem diferente dos “pesadões” Chardonnays chilenos. E ainda teve a grata surpresa do valor pago. Essa linha de rótulos já tem um valor bem acessível ao bolso, mas no dia em que estive fazendo as minhas visitas ao supermercado, tive a sorte grande de encontra-lo a um incrível valor de R$ 22,90! Pasmem! Pasmem!! Antes de falarmos do tão esperado  vinho, falemos de uma tradicional região do Chile que vale a pena produzir algumas linhas: Vale do Colchagua.

Vale do Colchagua

O Vale do Colchágua está localizado à aproximadamente 180 km de Santiago no centro do país, exatamente entre a Cordilheira dos Andes e o Pacífico. É cortado pelas águas do rio Tinguiririca, suas principais cidades são San Fernando e Santa Cruz, e possui algumas regiões de grande valor histórico e turístico como Chimbarongo, Lolol ou Pichilemu. Colchágua significa na língua indígena “lugar de pequenas lagunas”.

Vale do Colchagua

A fertilidade de suas terras, a pouca ocorrência de chuva e constante variação de temperatura possibilita o cultivo de mais de 27 vinhas, que, com o manejo certo nos grandes vinhedos da região e padrões elevados no processo de produção, faz com que os vinhos produzidos no vale sejam conhecidos internacionalmente, com alto conceito de qualidade. Clima estável e seco (que evita as pragas), no verão, muito sol e noites frias, solo alimentado pelo degelo dos Andes e pelos rios que desaguam no Pacífico, o Vale de Colchágua é de fato um paraíso para o cultivo de uvas tintas e produção de vinhos intensos. Em Colchágua, predomina o clima temperado mediterrâneo, com temperaturas entre 12ºC como mínima e 28ºC, máxima no verão e 12ºC e 4ºC, no inverno. Com este clima estável é quase nenhuma variação de uma safra para a outra; e a ausência de chuva possibilita um amadurecimento total dos vários tipos de uvas cultivadas na região. Entre as principais variedades de uvas presentes no Vale de Colchágua estão as tintas Cabernet Sauvignon, Merlot, Carmenère, Syrah e Malbec, que representam grande parte da produção chilena. O cultivo das variedades brancas, apesar de em plena ascensão, ainda se dá de forma bastante reduzida se comparada às tintas; as principais uvas brancas produzidas no vale são a Chardonnay e a Sauvignon Blanc. Ambas as variedades resultam vinhos premiados e cultuados por especialistas e amantes do vinho.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um vermelho rubi intenso, vivo e com reflexos violáceos, com lágrimas finas e abundantes.

No nariz explodem os aromas frutados, frutas vermelhas como cereja, framboesa, com notas agradáveis de madeira, bem integradas ao conjunto do vinho, devido a passagem de 6 meses por barricas de carvalho, baunilha e toques de especiarias e pimentão.

Na boca é seco, saboroso, macio, mas com alguma estrutura, as frutas vermelhas em destaque, como no aspecto olfativo. A madeira aparece, mas em perfeito equilíbrio com o vinho, deixando sobressair as características da cepa. Tem taninos finos, sedosos, boa acidez e um final de média persistência.

A palavra “Autoritas” vem do latim auctoritas, que significa prestígio, honra, respeito, autoridade. Esses valores foram o que inspirou a criação desta marca, desenvolvida por Luis Felipe Edwards Family Wines. A crista (brasão) da família, presente em cada garrafa, é o selo que reúne esses valores, passados ​​de geração em geração e expressos em cada copo da Autoritas. Esse prestígio é a assinatura desse produtor que, graças aos seus rótulos, independente de valores e propostas, foi conquistado ao longo desses anos. E é com autoridade que conquistou o meu coração definitivamente. A cada experiência sensorial com a linha “Autoritas” traz a certeza de que a tradição, qualidade e idoneidade personificam em tipicidade, o terroir dentro de uma garrafa que vai diretamente para a taça, para a nossa taça, a nossa degustação de cada dia. Um vinho redondo, honesto e, primordialmente, com um valor justo, que cabe no bolso em tempos bicudos! Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Viña Luis Felipe Edwards:

A Viña Luis Felipe Edwards foi fundada em 1976 pelo empresário Luis Felipe Edwards e sua esposa. Após alguns anos morando na Europa, o casal decidiu retornar ao Chile e, ao conhecer terras do Colchágua, um dos vales chilenos mais conhecidos, se encantou. Ali, aos pés das montanhas andinas, existia uma propriedade com 60 hectares de vinhedos plantados, uma pequena adega e uma fazenda histórica que, pouco tempo depois, foi o marco do início da LFE. De nome Fundo San Jose de Puquillay até então, o produtor, que viria a se tornar uma das maiores vinícolas do Chile anos mais tarde, começou a expandir sua atuação. Após comprar mais 215 hectares de terras no Vale do Colchágua nos anos de 1980, começou a vender vinho a granel, estudar a fundo seus vinhedos e os resultados dos vinhos, e cultivar diferentes frutas para exportação. O ponto de virada na história da Viña Luis Felipe Edwards veio na década de 1990, quando Luis Felipe Edwards viu a expectativa do mercado sobre os vinhos chilenos. Sabendo da alta qualidade dos rótulos que criava, o fundador resolveu renomear a vinícola e passou a usar o seu próprio nome como atestado de qualidade. Após um período de crescimento e modernização, especialmente com o início das vendas do primeiro vinho em 1995, a LFE se tornou um importante exportador de vinho chileno no começo do século XX. A partir de então, o já famoso produtor começou a adquirir terras em outras regiões do país. Na busca incessante por novos terroirs de qualidade, ele encontrou no Vale do Leyda um dos seus maiores tesouros: 134 hectares de videiras plantadas em altitude extrema, a mais de 900 metros acima do nível do mar.

Mais informações acesse:

https://www.lfewines.com/

Referências:

Site Clube dos Vinhos em: https://www.clubedosvinhos.com.br/um-passeio-pelo-vale-do-colchagua/

 




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