sexta-feira, 28 de julho de 2023

Quinta de São João Reserva 2019

 

Nada melhor do que garimpar, buscar novas experiências sensoriais. Novas castas, novas regiões vitícolas. Tem sido maravilhoso viajar nessas novas percepções organolépticas e tenho feito de forma ávida, intensa, mas não podemos negligenciar os clássicos. Nunca!

Até porque os clássicos atingiram tal condição por serem exatamente especiais! A tradição e a credibilidade põem a mesa, na expressão literal da palavra. Os clássicos certamente construíram a minha predileção pela poesia líquida. 

Quem não começou a degustar um Merlot, Cabernet Sauvignon, Malbec e nunca se encantou? Quem não degustou um vinho de uma região emblemática e não gostou? Isso dada as devidas proporções, afinal nem tudo é sempre unânime.

E quando falamos de Portugal, não há como esquecer do quão tradicionais são as suas regiões! O que dizer de Alentejo, Porto, Madeira, Lisboa...? Não há como dissociar essas regiões de nosso imaginário e adega. E outra região lusitana, que eu não degustava um rótulo a exatamente um ano, volta a figurar em minha humilde taça: o Tejo.

Preciso degustar mais rótulos dessa clássica e importante região para a vitivinicultura portuguesa como o Tejo. Tenho a impressão de que a oferta de vinhos do Tejo não é tão grande, expansiva quanto regiões como Alentejo, Vinhos Verdes aqui em nossas terras, por exemplo. Mas há algumas boas dicas de rótulos e a preços competitivos, atraentes.

E esse produtor, a quem degustarei o primeiro vinho, tem um pouco do Brasil em sua história. Parte dos seus donos atuais são brasileiros e é gratificante ver apaixonados por vinhos investirem em terras lusitanas. Falo da Pinhal da Torre.

Todos os vinhos, de todas as propriedades do Pinhal da Torre são mantidos e trabalhados na Quinta de São João, uma adega histórica construída entre 1946 e 1947, sendo a única adega na região do Tejo pela sua construção moderna e estilo arquitetônico.

E o vinho que degustei e gostei carrega o nome da antiga e tradicional adega: Quinta de São João Reserva, em um blend com as castas Touriga Nacional (40%), Touriga Franca (30%), Tinta Roriz (20%) e Syrah (10%) da safra 2019. E para não perder o costume vamos de história, vamos de Tejo.

Tejo

Partilhada com vilas e olivais, a região do Tejo está localizada bem no coração de Portugal. Essencialmente ligada à produção de vinhos de elevada categoria, esta região é feita de apaixonados produtores, conhecidos por todos os cantos do país pela sua energia e determinação.

Homenageada pelo rio que marca a sua paisagem, a região foi, até 2009, conhecida como Ribatejo. Atualmente, a viticultura estabeleceu as suas raízes de vez e um conjunto de terroirs determinam a economia da região.

A história da Região do Tejo se confunde com a das suas Terras. Sob o comando do rio Tejo, influenciando economia, paisagem e clima, trata-se de uma das mais antigas regiões produtoras de vinhos de Portugal, cujo patrimônio remonta à presença Romana na antiga Lusitana.

A Região Vitivinícola do Tejo está localizada no centro de Portugal, a pouca distância de Lisboa. O rio não é o que separa, mas o que liga um território vitivinícola com 12.500 hectares de vinhas distribuídos por 21 municípios. Largo e imponente, o Tejo é o maior rio de Portugal. Como elemento primordial da paisagem, moldou a história dos que lá vivem, criam e trabalham, influenciando o clima e o terroir.

Tejo


História

A arte de produzir vinho, nesta região, remonta a 2000 a.C., quando os Tartessos iniciaram a plantação da vinha junto às margens do rio que lhe dá o nome. Reza a História que já Afonso Henriques fez referência aos vinhos da região no Foral de Santarém, datado de 1170, e que o Cartaxo teria exportado 500 navios com tonéis de vinho que, em apenas um ano, atingira o valor de 12.000 reis.

As histórias continuam pela cronologia fora, com o ano de 1765 a destacar-se pelo desaparecimento da vinha nos campos do Tejo, como consequência de uma ordem imposta por Marquês de Pombal.

O primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, tem uma ligação especial com os Vinhos do Tejo. Reza a história que o mesmo referiu estas produções na Foral de Santarém, que data de 1170. Mais tarde, no século XIII, dá-se o culminar do comércio das produções, com 30.000 pipas a serem enviadas apenas para a Inglaterra.

Muitos anos depois, em 1989, as produções passam a ser regulamentadas com as Indicações de Proveniência Regulamentada para vinhos da região e, em 1997, a Comissão Vitivinícola Regional do Ribatejo é fundada. Esta comissão é substituída, em 2008, pela Comissão Vitivinícola Regional do Tejo e seguiu-se da criação da Rota dos Vinhos do Tejo.

Muitas das quintas produtoras pertencem às famílias nobiliárquicas. Cada uma com a sua história, em comum têm o objetivo de produzir vinhos de qualidade, que expressem as caraterísticas da região. Como resultado, os vinhos incorporam tradições (o pisa pé, método de esmagar as uvas com os pés), o entusiasmo e empenho das suas gentes, a natureza que predomina nas terras ribatejanas e as mais modernas tecnologias.

A região do Tejo, nos dias de hoje, constitui cerca de 17 mil hectares de terreno, representando uma produção anual de 650 mil hectolitros, 10% da produção no país. Destes valores, 110 mil hectolitros são alvo de certificação, 90% dos mesmos estando distinguidos com a Indicação Geográfica Protegida (IGP), enquanto que 10% têm Denominação de Origem Controlada (DOC).

O Tejo tem alguns dos mais vibrantes e acessíveis vinhos de Portugal, oferecendo uma gama diversificada e diferenciada de estilos, para todos os gostos, orçamentos e ocasiões. A produção anual, que cresce safra após safra, atingiu, no último ano, 2021, cerca de 23,3 milhões de litros.

Características do terroir

Pelo clima moderado e a versatilidade dos solos, os terroirs do Tejo possuem um alto grau de adaptabilidade. Se por um lado os solos xistosos e as areias na margem esquerda do rio sofrem de fraca produtividade, os solos de aluvião e os argilo-calcários vieram salvar este panorama.

Devido às planícies que, periodicamente, são inundadas pelo rio, os solos de aluvião são extremamente férteis. Por outro lado, é nos solos argilo-calcários que se reúne a maior parte das vinhas e olivais da região devido à irregularidade dos campos, fruto da alternância entre montanhas e planícies.

Vamos tornar o assunto ainda mais interessante ao lhe confidenciar que a região se divide em três zonas dedicadas a diferentes tipos de produção: a Charneca, o Bairro e o Campo.

Charneca

Apesar desta zona não ser a mais produtiva, devido às características secas do seu solo e às temperaturas elevadas, estes terrenos ainda têm potencial na produção de vinhos brancos e tintos.

Localizados na margem esquerda do Tejo, com direção a sul estendendo-se até ao Alentejo, os solos são essencialmente arenosos, o que se reflete na complexidade das uvas e, consequentemente, dos vinhos.

Bairro

Este terroir distingue-se no cultivo de castas tintas e localiza-se a norte do rio Tejo. Pela sua divisão em solos argilo-calcários e xistosos, as videiras são capazes de estabelecer as suas raízes no terreno a um nível mais profundo.

Para além disso, as terras são consideradas altas, compostas tanto por colinas como por vastas planícies, o que confere uma riqueza inigualável aos solos que as constituem.

Campo

Exatamente nas margens do rio Tejo, estes terroirs são alvo de um clima mais marítimo que influencia na frescura e na acidez dos vinhos aqui produzidos. Porém, o que mais caracteriza estes solos são as inundações periódicas que lhes conferem um alto índice de fertilidade. Ideal para a produção de vinhos brancos, estes terrenos em planície exigem uma viticultura extremamente precisa.

As principais castas

Na Região do Tejo, a legislação permite a utilização de diversas castas, tanto nacionais como internacionais. As brancas mais comuns são Chardonnay e Sauvignon Blanc. Entre as tintas destacam-se as Cabernet Sauvignon e Merlot.

As castas tintas nativas do Tejo incluem a Touriga Nacional, a casta portuguesa por excelência, bem como a Trincadeira, Castelão e Aragonês. O aromático Fernão Pires e o Arinto produzem alguns dos vinhos brancos mais refrescantes da região.

Estas castas autóctones prosperaram em climas quentes e solos complexos da Região do Tejo, mantendo a elevada acidez natural, para produzir vinhos equilibrados com características de frutas ricas.

A Região dos Vinhos do Tejo é composta por um total de 17 mil hectares de terreno vinícola, que produzem anualmente cerca de 650 mil hectolitros, o que representa cerca de 10% do total de vinho produzido em Portugal. Destes cerca de 110 mil hectolitros são certificados, dos quais 90% são vinhos com Indicação Geográfica Protegida (IGP) e 10% são vinhos com Denominação de Origem Controlada (DOC).

E agora finalmente o vinho!

Na taça traz um rubi vivo, intenso, praticamente escuro, mas com um incomum brilho, além de uma viscosidade que mancha a taça, bem como lágrimas finas, lenta e em profusão, denotando personalidade e estrutura.

No nariz inicialmente se mostrou tímido, mas com o tempo foi evoluindo para frutas vermelhas e pretas maduras, com destaque para ameixas, amoras, framboesas, cerejas, com fortes notas de especiarias como noz-moscada, cravo, pimenta, além de um floral, cortesia da Touriga Nacional, bem como a madeira presente, mas bem integrada, graças a passagem de doze meses em barricas de carvalho.

Na boca se revelou complexo, como no olfato, entregando personalidade e alguma estrutura, bem como frutado, a fruta protagoniza também no paladar, fazendo do vinho saboroso e volumoso, cheio, com as notas amadeiradas mais presentes, trazendo algo de chocolate, caramelo, baunilha. As especiarias aparecem também e os taninos ainda presentes, vivos, consistentes, assim segue a acidez que goza de plenitude. Tem final persistente, longo.

Novidades, garimpos, propostas arrojadas, moderno e clássico. Todos os quesitos são consistentes quando falamos em vinho! Tudo é válido para quem ama a poesia líquida! Um vinho de traços modernos, mas que respeita o terroir do Tejo, trazendo o inquestionável quesito da tradição que construiu e ainda constrói a história dessa emblemática região. Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Pinhal da Torre:

A exaltação da vinha e do vinho define as origens da Pinhal da Torre, uma empresa familiar detida pela família Saturnino Cunha, que há várias gerações se dedica exclusivamente à criação de vinhos exigentes e sofisticados.

A Pinhal da Torre é uma produtora de vinhos premium, de alta qualidade, caráter distintivo e artesanal. A paixão pelo vinho e a experiência adquirida ao longo de várias gerações, conduziu-nos à compreensão da singularidade de cada casta e do nosso terroir.

A Pinhal da Torre, tem, por isso, conquistado o reconhecimento internacional das suas marcas e alavancado a sua expansão global em cumprimento com os seus valores fundamentais:

1-      Compromisso da mais alta qualidade;

2-      Cumprimento de rigorosas práticas vitícolas e procedimentos de vinificação sustentáveis;

3-      Seleção exigente de fornecedores e distribuidores;

4-      Design e inovação no packaging, com utilização da linguagem Braille nos seus rótulos;

5-      Promoção de uma cultura de responsabilidade social corporativa.

Mais informações acesse:

https://pinhaldatorre.com/

Referências:

“Viva o Vinho”: https://www.vivaovinho.com.br/mundo-do-vinho/regioes-vinicolas/regiao-do-tejo-terra-de-vinhos-e-tradicao/

“Comissão Vitivinícola Regional do Tejo”: https://www.cvrtejo.pt/historia-do-vinho-e-da-regiao

“Conceito Português”: https://www.conceitoportugues.com.br/artigo/regiao-do-tejo

“Wines of Portugal”: https://winesofportugal.com/pt/descobrir/regioes-vitivinicolas/tejo/

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




sábado, 22 de julho de 2023

Ravanal Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2018

 

Conhecida como a rainha das uvas tintas, a Cabernet Sauvignon hoje pode se considerar “senso comum”, algo óbvio nas degustações do inveterado enófilo, mas para mim sempre terá um contorno afetivo pela representatividade que está tem para a minha iniciação no mundo vínico.

Quando degustei meus primeiros vinhos encorpados lá estava a Cabernet Sauvignon para me mostrar o conceito dessa proposta de vinho, principalmente os rótulos chilenos, aqueles mais amadeirados, os gran reservas, principalmente.

Foi com os chilenos que eu descobri a Cabernet Sauvignon! Definitivamente são os melhores produtores da casta no Cone Sul! Poderia enumerar e me perder de vista de todos os grandes rótulos de grandes vinícolas que degustei e gostei que ajudaram a construir o meu apreciar pela Cabernet Sauvignon.

E ainda há, sem sombra de dúvida, espaço para novas experiências sensoriais, cujo produtor também é de “primeira viagem”. Então, sem mais delongas, vamos às apresentações do vinho! O vinho que degustei e gostei veio da emblemática Vale do Colchagua, no Chile, e se chama Ravanal Gran Reserva, um 100% Cabernet Sauvignon, da safra 2018.

E para não perder o costume, vamos de história! Vamos daquela que é para muitos, a mais prestigiada região produtora de vinhos da América do Sul: O Vale do Colchagua.

Vale do Colchágua

O Brasil mal acabara de ser descoberto e os chilenos já iniciavam a produção de vinho no ano de 1550, antes mesmo da Argentina, que também tem tradição no setor e começou o plantio das uvas sete anos depois.

Com quatro mil quilômetros de costa, o Chile é um país estreito e muito comprido, o que sugere uma rota turística, seguindo em frente, de norte a sul. Como não dá para percorrer tudo, a pedida é concentrar esforços no que pode dar mais prazer: o Vale do Colchágua, considerado a região vinícola de maior prestígio da América do Sul.

Encravado no coração da zona central, localizado a 150km da capital Santiago, o Colchágua é o ícone da produção da bebida no país e se caracteriza por vinícolas ambiciosas, que trabalham há décadas para criar uma bebida fina e elegante.

Está exatamente no centro do país, exatamente entre a Cordilheira dos Andes e o Pacífico. É cortado pelas águas do rio Tinguiririca, suas principais cidades são San Fernando e Santa Cruz, e possui algumas regiões de grande valor histórico e turístico como Chimbarongo, Lolol ou Pichilemu. Colchágua significa na língua indígena “lugar de pequenas lagunas”.

Valle do Colchágua

O terroir de seus vinhos é formado por alguns fatores importantes, como seu clima característico e por seu solo, banhados pela Cordilheira dos Andes. Outro fator importante é a agricultura, presente desde as civilizações mapuches.

Conta-se que no século XV, antes mesmo da chegada de colonizadores espanhóis, esse povo nativo da região já apresentava métodos de agricultura e irrigação sofisticados. No país, porém, não havia uvas ditas finas e que pudessem gerar bons vinhos.

Foi só no século XIX, com a chegada de cepas como Cabernet Sauvignon, Merlot, Carménère e Malbec que a região passou a produzir bebidas de qualidade. Seu terroir entre o oceano e as montanhas favoreceu a condição dos frutos, que se desenvolveram positivamente.

Clima

A fertilidade de suas terras, a pouca ocorrência de chuva e constante variação de temperatura possibilita o cultivo de mais de 27 vinhas, que, com o manejo certo nos grandes vinhedos da região e padrões elevados no processo de produção, faz com que os vinhos produzidos no vale sejam conhecidos internacionalmente, com alto conceito de qualidade.

Clima estável e seco (que evita as pragas), no verão, muito sol e noites frias, solo alimentado pelo degelo dos Andes e pelos rios que desaguam no Pacífico, o Vale de Colchágua é de fato um paraíso para o cultivo de uvas tintas e produção de vinhos intensos.

Em Colchágua, predomina o clima temperado mediterrâneo, com temperaturas entre 12ºC como mínima e 28ºC, máxima no verão e 12ºC e 4ºC, no inverno. Com este clima estável é quase nenhuma variação de uma safra para a outra; e a ausência de chuva possibilita um amadurecimento total dos vários tipos de uvas cultivadas na região.

A excelência dos vinhos se dá pela localização da região, que apresenta vários microclimas e terroirs (diversos tipos de terrenos), além de ser protegida das pragas por barreiras naturais (as cordilheiras, o deserto do Atacama e as geleiras). Essas condições fizeram do local um paraíso para vinhos reservas, gran reservas, premiuns e super premiuns.

Entre as principais variedades de uvas presentes no Vale de Colchágua estão as tintas Cabernet Sauvignon, Merlot, Carmenère, Syrah e Malbec, que representam grande parte da produção chilena.

O cultivo das variedades brancas, apesar de em plena ascensão, ainda se dá de forma bastante reduzida se comparada às tintas; as principais uvas brancas produzidas no vale são a Chardonnay e a Sauvignon Blanc. Ambas as variedades resultam vinhos premiados e cultuados por especialistas e amantes do vinho.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um rubi intenso, escuro, vívido e brilhante, com halos granada, além de lágrimas grossas, lentas e de média intensidade.

No nariz explode em aromas de frutas vermelhas e pretas maduras, com destaque para amoras, ameixas e cerejas, com as notas amadeiradas bem presentes, graças aos 12 meses em barricas de carvalho, porém bem integradas, que entrega baunilha, carvalho, tosta, chocolate e torrefação. Traz ainda especiarias e um agradável herbáceo. Pimenta, pimentão, tabaco e terra molhada são perceptíveis.

Na boca é seco, macio, redondo, com alguma estrutura, personalidade, volumoso, cheio no paladar, revelando-se equilibrado. As notas frutadas ganham protagonismo, bem como a madeira, em uma perfeita sinergia que o torna equilibrado como no aspecto olfativo, trazendo igualmente a baunilha e o tostado. Tem taninos amáveis, domados, com uma acidez correta e um final de média persistência.

A cada degustação de um Cabernet Sauvignon chileno vai se tornando “o” Cabernet Sauvignon, dado o seu momento especial, aliado, claro, a fatores afetivos que foram construídas graças as essas experiências sensoriais tão especiais. Ravanal Gran Reserva traz, além das gratas experiências aqui mencionadas, um atrativo excepcional de qualidade X preço, fugindo da “normalidade” de alguns caros, mas não menos excelentes, gran reservas chilenos disponíveis no mercado consumidor de vinhos. Tem 13,5% de teor alcoólico.

Sobre a Viña Ravanal:

Com a palavra Mário Ravanal, fundador da Viña Ravanal:

Sou Mario Ravanal, proprietário e fundador da Viña Ravanal. Com mais de 90 anos, percorri um longo caminho para estar aqui a contar-vos a minha história, que é também a história desta vinha.

Nasci em Ligüeimo, uma pequena cidade agrícola, localizada no coração da região vinícola chilena, não sei a data exata do meu nascimento, minha mãe disse que foi em outubro de 1926, mas fui registrado no registro civil em 5 de maio de 1927.

Sou o mais velho de 8 irmãos, de pai agricultor, que desde muito novo me incutiu o amor pelo campo e pelas suas vinhas.

Estudei agronomia na Universidade do Chile e em 1960 continuei meus estudos de pós-graduação em Enologia e Viticultura na França nas Universidades de Montpellier e Bordeaux.

Em 1965, em visita aos meus pais, soube da venda de uma bela propriedade na comuna de Placilla. Motivado pelos vinhedos que já estavam em produção naqueles anos, comprei o que hoje é a Viña Ravanal, com o inestimável patrimônio de ter atualmente vinhedos com mais de cem anos.

Meus filhos, Carmen Paz, Pía e Mario Sebastián, enólogos que deram continuidade ao meu trabalho, amor e trabalho duro pelo vinho, agregaram juventude, força e inovação à Viña Ravanal. As vinhas ganharam em anos e em valor, tal como a nossa família de enologia e tradição enológica, trabalhando na produção de vinhos com os mais elevados padrões de qualidade e profissionalismo.

Os nossos vinhos têm esta história gravada no seu sabor, um terroir e microclima privilegiados geram vinhos finos, com sabores frutados e maturação muito lenta. A nossa zona é um verdadeiro paraíso, o contraste de temperaturas durante o dia e à noite permite que as uvas se desenvolvam de forma extraordinária, destacando-se os vinhos tintos robustos, de grande corpo e persistência, e os vinhos brancos de aromas intensos.

A minha história, como a da minha família, está indissociavelmente ligada a esta Vinha. Vivi meus últimos 60 anos intensamente entre esses vinhedos centenários. Nossa vinícola é uma das mais antigas do Vale de Colchagua. 

Nosso processo criteriosamente elaborado inclui colheita e seleção manual, somadas a tecnologias avançadas e estágio em barricas de carvalho francês e americano que resultam em vinhos excepcionais, sofisticados e elegantes, com grande caráter frutado, excelente corpo, complexidade e intensidade.

Convidou-os a degustar os nossos vinhos, resultado da conjugação perfeita entre a experiência enológica, a tradição familiar e o árduo trabalho diário de uma grande equipe.

Mais informações acesse:

https://www.ravanal.cl/es/

Referências:

“Correio Braziliense”: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/turismo/2016/12/28/interna_turismo,562828/valle-do-colchagua-oferece-varias-atracoes-na-companhia-de-grandes-rot.shtml

“Blog Divvino”: https://www.divvino.com.br/blog/colchagua-chile/#:~:text=Hoje%2C%20o%20Valle%20do%20Colchagua,Melhor%20Regi%C3%A3o%20Vitivin%C3%ADcola%20do%20Mundo%E2%80%9D.

“Clube dos Vinhos” em: https://www.clubedosvinhos.com.br/um-passeio-pelo-vale-do-colchagua/





sexta-feira, 21 de julho de 2023

Rifugio del Vescovo Chianti Riserva Sangiovese e Merlot 2018

 

Definitivamente a Itália é o país dos vinhos clássicos! Não há nenhum outro centro vitivinícola que produz, em larga escala e com tanta qualidade, vinhos do naipe de um Barolo, Brunello di Montalcino, Amarone, Ripasso e tantos outros.

Vinhos longevos, vinhos de marcante personalidade, vinhos potentes, poderosos e de plenitude jamais vista, jamais sentida em taça. Incluiria entre esses nomes, porém fora da Itália, Bordeaux.

Vinhos que não precisam de demasiadas apresentações, tanto que muitos deles carregam o nome de sua região, típico do Velho Mundo. Não há a apresentação das suas clássicas castas, não há detalhes, não há quase nada, apenas as regiões ostentando em letras garrafais o seu nome, a sua tradição.

Porém atualmente, atendendo aos anseios do mercado consumidor mais jovem e que está se interessando por vinhos, alguns produtores dessas regiões têm divulgado as castas e trazendo um contorno mais “moderno” no primeiro contato que o enófilo tem pelo vinho: o visual.

Mas diante desse exército de clássicos que a Itália tem em seu front há outro, igualmente importante, que até hoje não goza de tanta reputação quanto os Brunellos e Barolos da vida. Falo do Chianti. O passado de guerras, de incertezas de seus criadores, de seus desbravadores, contornou a tortuosa, mas cativante história dos Chiantis.

O primeiro Chianti que tive o prazer de degustar foi o Castellani Chianti Riserva 2015 e logo depois o Poggio Al Casone Chianti Superiore 2019 também do tradicional produtor Castellani. Vinhos com excelente custo X benefício que desmistifica o histórico de Chiantis com altos valores e um tanto quanto inalcançável de se ter em adega. E não se enganem, são ótimos vinhos!

Mas não decidi parar por aqui! Gostaria de buscar novas experiências com os velhos Chiantis, conhecer novos rótulos e produtores e eis que, de forma totalmente despretensiosa, navegando no site de um famoso site de vendas de vinhos, observei, em destaque, um Chianti Riserva que estava na incrível faixa dos R$ 45! Não acreditei de imediato e decidi rever e sim, um Chianti Riserva por um ótimo preço.

Mesmo ainda com algum receio, afinal o preço estava muito baixo, decidi compra-lo, afinal, caso não gostasse dele o gasto, o “impacto” não seria tão alto no bolso já combalido de dinheiro. Mas decidi degusta-lo o quanto antes, estava tomado por uma incomum curiosidade e até mesclada a uma ansiedade.

Então sem mais delongas vamos às apresentações desse surpreendente vinho! Uma gratíssima surpresa a um valor avassalador, que se chama Rifugio del Vescovo, um Chianti Riserva, composto pelas castas Sangiovese e Merlot, da safra 2018. Para não perder o costume, vamos de história, vamos de Chianti.

Chianti, Toscana

Desde a queda de Roma até o Risorgimento, por volta de 1850, o esfacelamento dos estados italianos em pequenas repúblicas e reinos ditou a vida de sua população e também o tom de seus vinhos. Foi nesse longo período conturbado que nasceu um dos vinhos mais famosos da Itália, o Chianti.

Geograficamente falando, Chianti é uma terra montanhosa que se estende por cerca de 60 km a 70 km na sua extensão, cujo ponto mais alto é Monte San Michele, a 893 metros. Existem 5 rios que cruzam e definem a área com: os rios Pesa, Greve, Ombrone, Staggia e Arbia.

Chianti

O começo da história remonta ao século XIII, quando os Médici dominavam a cidade de Firenze (Florença), na Toscana, e lá criaram uma das repúblicas mais influentes de seu tempo – basta lembrar que eles foram patronos das artes que culminaram com o Renascimento. Em meados do século XIII, os fiorentinos eram uma potência e viviam guerreando com vizinhos.

Para garantir uma boa defesa de suas terras, eles as dividiram em ligas militares de cidades. Uma delas, criada em 1384, foi a Lega del Chianti, que compreendia as vilas de Radda, Gaiole e Castellina (até hoje o centro da região que se denomina Chianti Classico), e durou até 1774, atuando ativamente durante as batalhas entre Firenze e Siena.

Aliás, a principal lenda em torno do vinho de Chianti vem dessas longas disputas medievais entre fiorentinos e sieneses. Acredita-se que, um dia, cansados de guerrear, os governantes das duas cidades decidiram por um outro tipo de disputa para estipular sob qual bandeira ficaria a região.

Assim, concordaram que dois cavaleiros sairiam ao cantar do primeiro galo da madrugada, um partindo de Firenze em direção à Siena e o outro no sentido contrário. Onde eles se encontrassem, seria demarcado o limite dos domínios.

Assim nasceu a lenda do Gallo Nero, o galo negro que até hoje serve de emblema dos vinhos de Chianti Classico. Diz-se que os sieneses escolheram um belo e forte galo branco para dar o sinal ao seu cavaleiro. Já os fiorentinos teriam escolhido um galo negro raquítico, que ficou confinado sem comida.

Por isso, o galo de Firenze teria acordado mais cedo, ainda durante a noite, faminto, e começado a cantar, fazendo com que seu cavaleiro tivesse grande vantagem sobre o rival de Siena, cujo galo só acordaria para cantar já nos primeiros raios de sol da manhã.

Assim, dos pouco mais de 60 quilômetros que separam as duas cidades, o cavaleiro sienês conseguiu percorrer somente cerca de 12 antes de encontrar o oponente nas proximidades de Fonterutoli, pouco ao sul de Castellina.

Em 1716, Cosimo III de Médici delimitou a região para a produção dos vinhos de Chianti. Lendas à parte, a verdade é que a demarcação da área de Chianti como pertencente à Firenze ocorreu em um tratado de 1203. Na época, os fiorentinos eram leais ao Papa e Siena, ao Sacro-Império Romano.

Primeira Denominação de Origem

As primeiras documentações que tratam do vinho de Chianti remontam a 1398 e o descrevem como um vinho branco vendido pelo comerciante Francesco di Marco Datini. No entanto, o nome do vinho ficaria definitivamente gravado na história a partir de 1716, quando Cosimo III de Médici, o penúltimo de sua família a ser Grão-Duque da Toscana, apontou que as três cidades da Lega del Chianti, mais uma parte da Vila de Greve, estavam aptas a produzir o vinho de nome Chianti.

Francesco di Marco Datini

Esta teria sido a primeira demarcação territorial, ou seja, a primeira Denominação de Origem, conhecida no mundo (os portugueses, porém, alegam que a primeira DO teria sido instituída pelo Marquês de Pombal em 1756, quando estabeleceu os marcos pombalinos na região que produzia o Vinho do Porto).

Apesar de o reinado de Cosimo III ter sido desastroso para a região, que se viu diante de uma enorme crise econômica e social, a demarcação durou até 1932, quando a área foi gradualmente expandida (a última expansão seria em 1967).

No entanto, mesmo demarcado, sabe-se que o vinho de Chianti obedecia a poucas regras. Historiadores apontam que, na época, uma das principais uvas usadas na produção do vinho era a Canaiolo, a mais cultivada na região, juntamente com a Sangiovese, Mammolo e Marzemino. Seria somente durante o Risorgimento italiano no século XIX, que o vinho tomaria uma forma, muito próxima do que tem hoje.

O grande nome por trás do estabelecimento de Chianti e também um dos principais responsáveis pela unificação italiana em 1961 foi o barão Bettino Ricasoli, cuja origem familiar remonta aos tempos de Carlos Magno. O “Barão de Ferro” (alcunha conquistada por sua intransigência moral e econômica) foi um dos grandes pilares da unificação de seu país com sua atuação política no Ducado da Toscana. Não à toa, ele chegou a ser primeiro ministro italiano quando o rei Vitório Emanuele assumiu o poder.

Barão Bettino Ricasoli

Além de ser a criadora do Chianti, a família Ricasoli produz vinhos desde o ano 1141, quando adquiriu o legendário Castello de Brolio. Essa longa história faz da Barone Ricasoli a vinícola mais antiga da Itália e a segunda mais antiga do mundo. O Castello de Brolio estava em ruínas à época.

Determinado a dar novos rumos à produção local, o Barão de Ricasoli viajou para a França e a Alemanha, onde aprendeu novas maneiras de cultivo, além de importar variedades e experimentar maquinários. Assim, em 1872, ele teria criado a “fórmula” do Chianti e assim escreveu:

“Os resultados obtidos já nas primeiras experiências confirmam que o vinho recebe do Sangioveto a principal dose de seu perfume (o que eu particularmente procuro) e um certo vigor de sensação; do Canajuolo, a amabilidade que tempera a dureza do primeiro, sem tolher em nada seu perfume; a Malvagia, a qual se pode colocar menos nos vinhos destinados a envelhecer, tende a diluir o produto das duas primeiras uvas, não acrescenta sabor, e o torna mais leve e mais prontamente usável na mesa cotidiana”.

A “fórmula do Chianti” escrita na famosa carta endereçada ao professor Cesare Studiati da Universidade de Pisa, na qual exaltava os aromas e a estrutura da Sangiovese, a maciez da Canaiolo e a tendência da Malvasia a diluir o vinho, fez com que o Barão sugerisse que esta última uva não fizesse parte do corte dos vinhos de guarda da sua região. A receita do Barão era 70% Sangiovese, 15% Canaiolo e 15% Malvasia Bianca. Em 1967, sua “fórmula” foi ratificada pela regulamentação da DOC (com acréscimo da Trebbiano).

Renascimento

O Chianti então surgiu como uma versão do “clarete” francês – sem variedades internacionais, contudo. Foi durante o Risorgimento que ele alcançou a glória, quando Firenze se tornou capital da Itália e Ricasoli primeiro ministro.

No entanto, apesar dos esforços do barão, com o tempo, a fama do vinho tornou-se ruim, muito devido às condições econômicas precárias da região, especialmente depois das pragas que chegaram à viticultura em meados do século XIX e também muito devido ao contrato de uso das terras entre agricultores e os donos das propriedades.

A mezzadria (sistema feudal em que os camponeses dividiam a sua colheita com os senhores de terras) e a agricultura promiscua (diversas culturas em um mesmo terreno) perdurou na Toscana até praticamente os anos 1970 e atrasou o desenvolvimento do vinho na região – já que a colheita ia ser dividida, era melhor, para o agricultor, plantar mais quantidade do que pensar em qualidade.

Clante

A origem do nome Chianti é incerta. Para alguns, ela vem de clangor, que nada mais é do que o som dos instrumentos metálicos, mais especificamente das trombetas. No entanto, também pode designar o atrito entre objetos de metal, como espadas.

Daí, acredita-se que o nome possa ter surgido devido a esse barulho das trombetas de caça ou então das batalhas. Outra possibilidade, muito mais aceita, é o termo ter vindo da palavra etrusca clante, que significaria água (abundante na região) ou então seria apenas um nome de família muito comum na área.

Os “Super Toscanos”

O movimento dos vinhos “Super Toscanos” fez com que Chianti aprimorasse suas normas. Nos anos 1960, alguns produtores estavam desapontados com os rumos que Chianti havia tomado.

Apesar de a DOC ter finalmente estabelecido uma regra para seus vinhos em 1967 (e talvez por isso também), muitos passaram a experimentar com novas variedades, especialmente as francesas, no intuito de produzir um vinho melhor e mais caro (desde o fim da II Guerra Mundial, Chianti era considerado um vinho simples e barato).

Assim, entre o final dos anos 1960 e começo dos 1970, duas poderosas famílias decidiram fazer vinhos mesclando Sangiovese com variedades francesas. Tanto o Marquês Mario Incisa della Rochetta quanto seu sobrinho, Piero Antinori, lançaram respectivamente Sassicaia e Tignanello, os primeiros Super Toscanos de que se tem notícia, vinhos que mudariam para sempre o cenário na região.

Com esse fenômeno houve novas mudanças nas regras, com a introdução de variedades francesas no blend de Chianti. Dez anos depois, as variedades brancas foram proibidas em Chianti Classico, que já passava a aceitar Sangiovese “in pureza”, ou seja, 100%.

Hoje, além do Classico, Chianti possui outras sete sub-regiões, cada uma com regras específicas. As mudanças de regras foram constantes nos últimos 40 anos. As últimas modificações em Chianti Classico, por exemplo, ocorreram em 2013, quando, entre outras coisas, criou-se uma nova classificação, com um nível qualitativo acima dos Riserva: os Gran Selezione.

Os diferentes Chianti

O simples termo “Chianti” diz muito pouco sobre o vinho. Muito resumidamente, indica que se trata de um tinto italiano, produzido na região da Toscana, em uma área que se estende entre as cidades de Florença e Siena, a partir de, principalmente, Sangiovese. Ainda que Chianti seja uma Denominação de Origem Controlada e Garantida (DOCG) e, portanto, existam regulamentações tratando de sua produção, a variedade é grande.

Além da “denominação genérica” Chianti DOCG, há outras denominações específicas que levam em consideração a proveniência geográfica das uvas: Chianti Classico (a mais antiga, famosa e tradicional), Chianti Colli Aretini, Chianti Colli Fiorentini, Chianti Colline Pisane, Chianti Colli Senesi, Chianti Montalbano, Chianti Montespertoli e Chianti Rufina. Também, os termos Chianti Superiore (não permitido para Chianti Classico) e Chianti Riserva servem para nomear vinhos que tenham atendido períodos de envelhecimento determinados, dentre outros fatores.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um rubi com intensidade, mas não é escuro, traz reflexos granada com algum brilho. Tem poucas lágrimas que bem finas e rápidas logo dissipam das paredes do copo.

No nariz é extremamente aromático, perfumado, que traz frescor, aos cinco anos o vinho ainda mostra toda plenitude, corroborado pelas notas frutadas, de frutas negras, com destaque para a amora, a ameixa. A madeira está igualmente presente, com toques vivos de carvalho, de baunilha, de leve tosta, os 15 meses em barricas faz o seu papel, porém bem integrado. Herbáceo, tabaco, couro, defumado, terra molhada faz jus a predominância da Sangiovese.

Na boca é seco, vivaz, com alguma intensa, complexidade, mas é sedoso, fácil de degustar, garantido pelo percentual da Merlot. É volumoso, cheio, entregando personalidade, que o torna também bem saboroso. As notas frutadas se faz presente, protagoniza em sinergia com a madeira, como no aspecto olfativo, com taninos gordos, presentes, mas domados, com uma instigante e salivante acidez. Tem um final persistente e de retrogosto frutado.

Tradição, história, mesmo que ao custo de guerras, sangue, mortes, disputas pelo poder político e econômico. As redenções pavimentadas por todos esses eventos e intenções. O vinho foi e é um veículo de tais manifestações da sociedade, independente do contexto e cronologia. O que nos resta, no entanto, é permitir contemplar e entender esses momentos históricos com o olhar crítico, mas separando-os do prazer, do deleite em degustar um bom e velho vinho, porque é um elixir ao corpo e a alma, sobretudo daqueles que o ama. Vinhos de extremo caráter regional e de personalidade, aliado a maciez e facilidade de degustação, dada a sua elegância. O Rifugio del Vescovo Chianti Riserva traz a complexidade e rusticidade do “Sangue de Júpiter”, como é chamada a Sangiovese, com a maciez da Merlot, chancelando Chianti como um dos vinhos mais emblemáticos da história. Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Cooperativa Colli Fiorentini:

A Adega Cooperativa Colli Fiorentini tem associados cerca de 350 famílias de agricultores que contribuem para o seu crescimento, tida como a maior produtora de vinhos Chianti do mundo.

A Adega Cooperativa Colli Fiorentini tem seu centro de produção no vale banhado pelo Riacho Virginio, no município de Montespertoli, na província de Florença. Todos os produtos da Cantina Sociale Colli Fiorentini são comercializados nos pontos de venda VALVIRGINIO localizados em toda a Toscana.

Foi a primeira vinícola cooperativa toscana a adotar desde 2011 medidas para proteger o contexto natural e o meio ambiente do qual é parte integrante, instalando um gerador fotovoltaico com potência de 318 kW dividido em duas seções.

Há quase 51 anos, desde 1972, conservam e protegem cerca de 1.500 hectares da paisagem toscana, mantendo viva as tradições desta importante região que distingue cada família toscana no seu território.

Após mais de 40 anos, mais de 850 empresas, localizadas nas áreas de produção de Chianti Classico DOCG, Tuscan IGT e Tuscan IGP Oil, entregam suas safras aos locais de produção da Cooperativa.

Mais informações acesse:

https://www.collifiorentini.it/index.html

Referências:

“Blog História com Gosto”: https://historiacomgosto.blogspot.com/2019/11/a-regiao-do-chianti-classico-toscana.html

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/todos-os-chianti_10196.html

“Blog Sonoma”: https://blog.sonoma.com.br/chianti/#:~:text=Chianti%20%C3%A9%20um%20tipo%20de,Chianti%20Cl%C3%A1ssico%20a%20mais%20famosa 













domingo, 16 de julho de 2023

Cavas do Vale Riesling 2020

 

Sempre gostei dos eventos de degustação de vinhos! A minha percepção era de que com esses eventos, pudéssemos ter acesso ao maior número possível de produtores, logo de rótulos, de regiões, além do escambo de informações, consequentemente conhecimento.

E aproveitei tais eventos em demasia, intensamente. Infelizmente atualmente os valores de ingressos para esses eventos aumentaram de forma significativa. Os valores mais do que dobraram nos últimos anos.

Não quero entrar no mérito dos altos valores, acredito que os organizadores dos eventos tenham seus altos custos e que tem de repassar aos enófilos, mas certos valores não fazem simplesmente sentido. De uma edição para outra aumentar o dobro? Paisagens para “selfies”, é custo. Belezas, estéticas, gera custo! Ninguém está nos eventos, ou pelo menos deveria, para isso, mas sim para degustar os vinhos!

Creio ser um total desserviço para a democratização da cultura do vinho valores tão altos. Fora os valores ofertados dos vinhos expostos para degustação! O que deveria ser barateado para fomentar o enófilo comprar, afugenta-os de comprar. É um cenário alarmante.

Mas, como disse, não vou entrar no mérito da questão, apenas mencionei os “tempos áureos” dos eventos de degustação, porque lembro-me de um que participei chamado “Wine Out”, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro onde tive a alegria de conhecer vários produtores, principalmente nacionais.

Confesso que naquela época o meu leque de opções de rótulos nacionais era baixo, conhecia poucos produtores, mas aquele evento me trouxe, me mostrou alguns grandes produtores, com grandes vinhos.

E pequenos produtores com produções limitadas! E uma delas era a Cavas do Vale, localizada na emblemática região da Serra Gaúcha, no sul do Brasil. Alguns rótulos me chamaram a atenção pela safra que variavam entre 2005 e 2008. Vinhos de idade, evoluídos e de uma personalidade ímpar.



Tive a alegria de degustar Tannat, Cabernet Sauvignon das safras 2005 e 2008 e os vinhos estavam ótimos, cheios de vida e plenitude, que evoluíram maravilhosamente. Mas não ficou apenas nos tintos evoluídos a minha admiração, mas um branco também, cuja casta nunca havia degustado: Riesling.

De imediato chamou a atenção a cor do vinho. Era um amarelo dourado, brilhante! Era uma cor mesmerizante. Depois das degustações dos tintos o branco trouxe a sequência ilógica, haja vista que a sequência da degustação deveria ser ao contrário. Que seja! O que importa era a oportunidade da degustação.

O degustei e gostei! Gostei todos os rótulos expostos da Cavas do Vale, mas infelizmente os valores estavam caros para mim e não pude comprar, mas determinei como uma meta: comprar e degustar todos os rótulos desse produtor!

Anos depois, os encontrei em um e-commerce importante de vendas de vinhos e a valores compatíveis e não hesitei comprei o Cavas do Vale Merlot Reserva 2008! Estava, claro, ótimo! Mas o Riesling estava em minha mente, precisava tê-lo na adega!

Mas não conseguia encontra-lo! Até que um dia descobri um site que estava promovendo algumas promoções oferecendo cupons de descontos e eis que encontro o Riesling da Cavas do Vale! O vinho, com os devidos descontos e valor baixo, saiu na faixa dos R$ 50,00! Comprei!

Finalmente hoje o terei em taça! Minha primeira degustação “efetiva” de um Riesling nacional! O vinho que degustei e gostei veio da Serra Gaúcha, mais precisamente do Vale dos Vinhedos, e se chama, claro, Cavas do Vale da variedade Riesling da safra 2020, a “safra das safras”. Para não perder o costume falemos de Serra Gaúcha e Riesling que ainda é pouco cultiva em nossas terras. 

Serra Gaúcha

Até o final do século XIX, a região da Serra Gaúcha era apenas passagem de tropeiros e habitada por alguns índios nativos, até que, um belo dia, a Coroa Imperial Brasileira resolveu que a região seria colonizada por europeus.

Em 1875, imigrantes italianos, em sua maioria provenientes do Veneto, chegaram à região. A princípio, iniciaram uma agricultura de subsistência, mas rapidamente passaram à especialidade deles: o cultivo de uvas para a produção de vinhos. Até os anos 1980, as uvas cultivadas eram vendidas para vinícolas locais, que produziam bebida apenas para o consumo familiar.

Posteriormente, vieram os alemães, que ajudaram a compor a cultura, a culinária e a miscigenação da região. Todas as influências europeias perduram até hoje, inclusive na arquitetura das cidades que a compõem.

Situada a nordeste do Rio Grande do Sul, a região da Serra Gaúcha é a grande estrela da vitivinicultura brasileira, destacando-se pelo volume e pela qualidade dos vinhos que produz. Para qualquer enófilo indo ao Rio Grande do Sul, é obrigatório visitar a Serra Gaúcha, especialmente Bento Gonçalves.

Serra Gaúcha

A região da Serra Gaúcha está situada em latitude próxima das condições geoclimáticas ideais para o melhor desenvolvimento de vinhedos, mas as chuvas costumam ser excessivas exatamente na época que antecede a colheita, período crucial à maturação das uvas. Quando as chuvas são reduzidas, surgem ótimas safras, como nos anos 1999, 2002, 2004, 2005 e 2006.

A partir de 2007, com o aquecimento global, o clima da Serra Gaúcha se transformou, surgindo verões mais quentes e secos, com resultados ótimos para a vinicultura, mas terríveis para a agricultura. Desde 2005 o nível de qualidade dos vinhos tintos vem subindo continuamente, graças a esta mudança e também do salto de tecnologia de vinhedos implantado a partir do ano 2000.

As principais variedades uvas tintas são: Alicante Bouschet, Arinarnoa, Cabernet Sauvignon, Egiodola, Marselan, Merlot e Pinot Noir. Já as castas brancas as principais são: Chardonnay, Moscatel, Prosecco e Riesling Itálico.

Atualmente, a Serra Gaúcha é a maior produtora de vinhos e espumantes do Brasil, com mais de trinta vinícolas, e grande atrativo para os apreciadores das bebidas. Situado entre as cidades de grande destaque na produção de vinhos, como Caxias do Sul, Garibaldi, Monte Belo do Sul e Bento Gonçalves, com grande destaque para a última, o Vale dos Vinhedos é um roteiro turístico obrigatório para os enófilos.

Vale dos Vinhedos e a sua Indicação de Procedência

O Vale dos Vinhedos localiza-se no centro do triângulo formado pelas cidades de Bento Gonçalves (nordeste), Monte Belo do Sul (noroeste) e Garibaldi (sul). O Vale dos Vinhedos compreende a parte da bacia hidrográfica do Rio Pedrinho, situada a montante da foz de um córrego afluente deste e situado a sudeste da comunidade de Vale Aurora, no município de Bento Gonçalves.

A parte do vale a jusante é denominada de Vale Aurora. A maior parte da área do Vale dos Vinhedos fica localizada em território do município de Bento Gonçalves, com 55% do total, e a menor parte fica localizada em território de Monte Belo do Sul, com 8% na porção noroeste.

A parte sul do Vale pertence ao município de Garibaldi, com 37% da área total. Parte da zona urbana de Bento Gonçalves situa-se dentro do perímetro do Vale, haja vista que a linha divisória de águas entre as bacias do Rio Pedrinho e do Rio Buratti passa pela parte oeste da cidade.

Localizam-se ao longo desta linha, ou próximo desta, a pista do Aeroclube de Bento Gonçalves, a Estação Rodoviária de Bento Gonçalves, o Estádio da Montanha e a Estação Ferroviária de Bento Gonçalves.

Vale dos Vinhedos

O Vale dos Vinhedos é a primeira região vinícola do Brasil a obter Indicação de Procedência de seus produtos, exibindo o Selo de Controle em vinhos e espumantes elaborados pelas vinícolas associadas.

Criada em 1995, a partir da união de seis vinícolas, a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), já surgiu com o propósito de alcançar uma Denominação de Origem. No entanto, era necessário seguir os passos da experiência, passando primeiro por uma Indicação de Procedência.

O pedido de reconhecimento geográfico encaminhado ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) em 1998 foi alcançado somente em 2001. Neste período, foi necessário firmar convênios operacionais para auxiliar no desenvolvimento de atividades que serviram como pré-requisitos para a conquista da Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos (I.P.V.V.). O trabalho resultou no levantamento histórico, mapa geográfico e estudo da potencialidade do setor vitivinícola da região. Já existe uma DOC (Denominação de Origem Controlada) na região.

Sua norma estabelece que toda a produção de uvas e o processamento da bebida seja realizada na região delimitada do Vale dos Vinhedos. A DO também apresenta regras de cultivo e de processamento mais restritas que as estabelecidas para a Indicação de Procedência (IP), em vigor até a obtenção do registro da DO, outorgado pelo INPI.

DO Vale dos Vinhedos

O Vale dos Vinhedos foi a primeira região entregue aos imigrantes italianos, a partir de 1875. Inicialmente desenvolveu-se ali uma agricultura de subsistência e produção de itens de consumo para o Rio Grande do Sul.

Devido à tradição da região de origem das famílias imigrantes, o Veneto, logo se iniciaram plantios de uvas para produção de vinho para consumo local. Até a década de 80 do século XX, os produtores de uvas do Vale dos Vinhedos vendiam sua produção para grandes vinícolas da região. A pouca quantidade de vinho que produziam destinava-se ao consumo familiar.

Esta realidade mudou quando a comercialização de vinho entrou em queda e, consequentemente, o preço da uva desvalorizou. Os viticultores passaram então a utilizar sua produção para fazer seu vinho e comercializá-lo diretamente, tendo assim possibilidade de aumento nos lucros.

Para alcançar este objetivo e atender às exigências legais da Indicação Geográfica, seis vinícolas se associaram, criando, em 1995, a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale).

Atualmente, a Aprovale conta com 24 vinícolas associadas e 19 associados não produtores de vinho, entre hotéis, pousadas, restaurantes, fabricantes de produtos artesanais, queijarias, entre outros. As vinícolas do Vale dos Vinhedos produziram, em 2004 9,3 milhões de litros de vinhos finos e processaram 14,3 milhões de kg de uvas viníferas.

Detalhes da Denominação de Origem do Vale dos Vinhedos

1 - A produção de uvas e a elaboração dos vinhos ocorrem exclusivamente na região delimitada do Vale dos Vinhedos, uma área de 72,45 km2 localizada nos municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul.

2 - Existem requisitos específicos para de cultivo dos vinhedos, produtividade e qualidade das uvas para vinificação;

3 - Os espumantes finos são elaborados exclusivamente pelo “Método Tradicional” (segunda fermentação na garrafa), nas classificações Nature, Extra-brut ou Brut; para este produto as uvas Chardonnay e/ou Pinot Noir são de uso obrigatório;

4 - Nos vinhos finos brancos, a uva Chardonnay é de uso obrigatório, podendo ter corte com a Riesling Itálico;

5 - O uso da uva Merlot é obrigatória para os vinhos finos tintos da DO, os quais podem ter cortes com vinhos elaborados com as uvas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Tannat;

6 - Os produtos que passam por madeira envelhecem exclusivamente em barris de carvalho;

7 - Para chegar ao mercado, os vinhos brancos passam por um período mínimo de envelhecimento de 6 meses; no caso dos vinhos tintos são 12 meses; os espumantes finos passam por um período mínimo de 9 meses em contato com as leveduras, na fase de tomada de espuma;

8 - Os vinhos apresentam características analíticas e sensoriais específicas da região e somente são autorizados para comercialização os produtos que obtenham do Conselho Regulador da DO o atestado de conformidade em relação aos requisitos estabelecidos no Regulamento de Uso.

Riesling

A casta Riesling é uma das grandes uvas brancas da Alemanha e uma das melhores variedades do mundo todo, capaz de conferir ao vinho incrível elegância e complexidade e uma habilidade inigualável de expressar o terroir.

Seus cachos apresentam coloração verde amarelada com tamanho médio e delicado. Os vinhos elaborados com a casta costumam ter acidez bastante destacada e são extremamente aromáticos. Os melhores brancos da casta costumam ser os varietais. A uva Riesling possui duas variações, sendo a Renana a de maior qualidade e a Itálica a que possui menor grau de expressividade.

Riesling

Com textura bastante envolvente, os vinhos elaborados a partir da casta Riesling podem ser secos, meio doces ou bem doces. O que é de conhecimento sobre o cultivo da uva, é que para originar os maravilhosos e extraordinários vinhos de sobremesa, ocorrem dois processos bastante distintos.

O primeiro processo é o ato de congelar a uva antes da colheita, sendo conhecido como “eiswen” – ou vinhos de gelo. Nele a casta Riesling permanece vários dias congeladas (enquanto madura), ainda no vinhedo, por conta das baixas temperaturas em que fica exposta.

Logo após serem colhidas, as uvas passam pelo processo de prensagem, tornando o vinho muito mais concentrado, já que haverá menor quantidade de água. Nesse caso os melhores exemplares são encontrados no Canadá, graças ao seu clima frio e com bastante presença de geadas.

O outro processo é quando ocorre a podridão nobre, momento em que o fungo “Botrytis Cinerea” fura a casca da uva e alimenta-se da água da casta, deixando-a desidratada e exaltando os açúcares presentes na sua composição. As uvas são colhidas e levadas para vinificação, tornando o vinho muito mais especial.

Alguns produtores estampam “dry” (seco) ou “sweet” (doce), mas isso não é suficiente perto dos tantos níveis de doçura da Riesling. Ela pode ser “medium dry” (vinho meio seco), “medium sweet” (meio doce) e por aí vai.

A forma de identificar essas propostas de vinhos Riesling é verificar a graduação alcoólica – quanto menor for mais doce será. Isso acontece porque durante a fermentação, o açúcar natural da uva vira álcool (se a conversão não acontece, permanece doce e menos alcoólico). Qualquer Riesling com mais de 11% é seco, pois quase todo seu açúcar foi transformado em álcool.

Por possuir presença de açúcar residual e tempos de guarda diferentes, os vinhos elaborados com a casta Riesling possuem maior atenção na hora da harmonização, sendo na maioria das vezes melhores quando degustados e apreciados sem a companhia de pratos.

Seus vinhos podem ser sublimes e costumam durar muito tempo. Além da Alemanha, também produz vinhos excelentes na Áustria, Alsácia e também em alguns países do Novo Mundo, como Nova Zelândia, África do Sul e Austrália.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um lindo e atraente amarelo dourado e brilhante, tendendo para uma tonalidade ouro, bem como discretos tons esverdeados, trazendo também algumas lágrimas finas e rápidas.

No nariz traz aromas frescos e delicados de frutas de polpa branca, de frutas cítricas, com destaque para lima, abacaxi, limão siciliano, pêssego, maçã-verde e um sútil toque de grama cortada, com um floral que traz a percepção de frescor e leveza.

Na boca a sensação de frescor e leveza se faz real e pleno, com as notas frutadas protagonizando divinamente, como no aspecto olfativo, uma nota mineral e herbácea, tudo isso envolto em uma acidez vibrante e saliente que corrobora a refrescância, com um final envolvente, de média persistência.

Há um longo caminho a percorrer para o Brasil se tornar um polo de referência na produção vitivinícola? Sim! Somos muitos jovens na produção de vinhos finos no Brasil. Mas vejo, por intermédio de rótulos como este, da Cavas do Vale que, cada vez mais expressam a tipicidade e os terroirs de regiões tradicionais como a Serra Gaúcha e o Vale dos Vinhedos. Vejo um futuro promissor na qualidade de seus vinhos, de nossos vinhos, apesar do cenário tarifário ser totalmente adverso. Que possamos ter saúde para testemunhar as necessárias redenções do Brasil vitivinícola e dos seus rótulos. Tem 12,2% de teor alcoólico.

Sobre a Cavas do Vale:

A Cavas do Vale é uma vinícola pequena, familiar, artesanal, que elabora vinhos a partir de uvas próprias cultivadas no coração do Vale dos Vinhedos, pelo método tradicional e pipas de madeiras, com a menor intervenção possível de maquinários e produtos enológicos.

A sua história começa em 1954 quando Lucindo Brandelli inicia uma pequena produção de vinhos no porão de casa para consumo próprio, logo a paixão pela vitivinicultura cresceu e o cultivo de uva e produção de vinho tornou-se o negócio da família.

Em 2005, dando continuidade ao projeto do patriarca, um de seus filhos, Irineu Brandelli, enólogo com mais de 30 anos de experiência, funda a Cavas do Vale, elaborando vinhos das uvas Merlot, Cabernet e Tannat e já na primeira safra é brindado pela natureza com a histórica safra de 2005, que originou o vinho Gran Reserva Lucindo Brandelli.

Hoje a vinícola Cavas do Vale se destaca pelos seus vinhos de guarda, o Cavas do Vale Reserva Safra 2008 e o Gran Reserva Lucindo Safra 2005, vinhos vivos, ricos, complexos e com muitos anos de vida pela frente e que refletem ao máximo o terroir do Vale dos Vinhedos.

Mais informações acesse:

https://loja.cavasdovale.com.br/

Referências:

“Academia do Vinho”: https://www.academiadovinho.com.br/__mod_regiao.php?reg_num=SERRAGAUCHA

“Blog Sonoma”: https://blog.sonoma.com.br/o-sucesso-da-merlot-no-brasil/amp/

“Vinho IG”: https://vinho.ig.com.br/2010/08/17/merlot-brasileiro-e-melhor-do-mund.html

“Wikipedia”: https://pt.wikipedia.org/wiki/Vale_dos_Vinhedos#Denomina%C3%A7%C3%A3o_de_Origem_Vale_dos_Vinhedos

“Viajali”: https://www.viajali.com.br/vale-dos-vinhedos/

“Embrapa”: https://www.embrapa.br/indicacoes-geograficas-de-vinhos-do-brasil/ig-registrada/do-vale-dos-vinhedos

“Blog Imobiliário”: https://blog.imobiliariarohde.com.br/serra-gaucha-conheca-a-historia-e-as-caracteristicas-da-regiao/

“Blog Art des Caves”: https://blog.artdescaves.com.br/conheca-serra-gaucha-maior-produtora-de-vinhos-pais

“Blog Sonoma”: https://blog.sonoma.com.br/como-escolher-um-riesling/amp/

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/riesling