sábado, 13 de junho de 2020

Garibaldi Vero Brut


Seria um mundo perfeito aliar preços baixos, aqueles valores que cabem no bolso de todos os brasileiros, aos nossos espumantes, esses mesmos espumantes que fazem um sucesso tremendo na Europa, Estados Unidos e vários outros cantos do mundo, sendo contemplados por premiações de excelência, mas tão distante da realidade dos brasileiros que não gozam de uma renda alta e que querem adentrar o mundo do vinho, tendo como porta de entrada a menina dos olhos da nossa produção vitivinícola, os nossos vinhos borbulhantes. É claro que os valores variam de acordo com a proposta e complexidade dos vinhos, mas o custo Brasil, os tributos destroem toda e qualquer expectativa de se democratizar a bebida, o vinho, como um todo, a todos os brasileiros, sem distinção social. Mas há esperanças, há espumantes bem feitos, premiados nacional e internacionalmente e que entregam ao mercado valores compatíveis, justos a todas as camadas da população. Falo da Vinícola Garibaldi. Já degustei alguns rótulos de seus espumantes e que muito me surpreendeu positivamente e este de hoje não fugiu à regra.

O vinho que degustei e gostei é da emblemática Serra Gaúcha, da tradicional Vinícola Garibaldi: Garibaldi Vero brut, produzido pelo método charmat (Leia aqui o significado desse método: Diferenças entre os métodos Champenoise e Charmat) composto pelas castas Trebbiano, Prosecco e Colombard (casta branca típica do sul da França), não safrado. Um espumante que realça a cara, a identidade do Brasil: informal, fresco, leve e com a cara dos dias quentes de um país tropical como o nosso.

Na taça tem um amarelo palha com reflexos esverdeados, límpidos e brilhantes com perlages finos e em abundância.

No nariz apresenta um agradável aroma de frutas brancas e cítricas como abacaxi e limão e um toque floral.

Na boca é seco, frutado, fazendo jus a sua proposta (brut), é leve, jovem, fresco, saboroso, que preenche bem a boca, diria discreta cremosidade, com uma boa acidez e um final saboroso e persistente.

Um espumante excelente, com atrativo custo X benefício e que pode sim rivalizar com qualquer bebida famosa que tenha os perlages do mundo, sem exageros ufanistas. Um espumante leve, fresco, despretensioso, diria com certa untuosidade e muito refrescante. Harmoniza muito bem com frituras, carnes brancas, saladas, sopas e queijos leves. Tem 11,5% de teor alcoólico.

Alguns prêmios:

Dupla Medalha de Ouro: Concurso VINUS 2019
Medalha de Prata: 4º Brinda Brasil - Júri Técnico

Sobre a Vinícola Garibaldi:

Situada em Garibaldi (120Km de Porto Alegre) no coração da Serra Gaúcha, a maior região vitivinícola do Brasil, a  empresa nasceu como Cooperativa Agrícola Garibaldi na quinta-feira, 22 de janeiro de 1931, na sede do Club Borges de Medeiros. Naquele dia, Monteiro de Barros reuniu representantes de 73 famílias para criar uma das mais importantes cooperativas da região. O sucesso da empreitada foi tanto que, em 1935, o grupo já contava com 416 associados.


A prosperidade, contudo, estancou no começo dos anos 1970. Em 1973, a empresa sofreu uma intervenção que durou cinco anos. O processo, porém, deu resultado e, no começo dos anos 1980, a Garibaldi passou a se modernizar. No entanto, o grande passo só seria dado no início dos anos 2000. No passado, a cooperativa trabalhava muito com vinho de mesa e até a granel, e isso não rentabilizava o produto. Era uma commodity. Então, teve a necessidade de agregar valor. Desde 2004, investiu-se fortemente na elaboração de espumantes para dar essa guinada, rentabilizar os produtos e remunerar a uva dos associados. Foi feito um intenso trabalho no campo de reconversão, tecnologia em produto, para chegar a esse reconhecimento de mercado que a vinícola tem hoje, como referência na produção de espumante. A cooperativa tem hoje 400 famílias associadas, que juntas formam um total de 900 hectares em 12 municípios diferentes do Rio Grande do Sul. Gerenciar tudo isso é um trabalho complexo. O departamento técnico visita todas as propriedades pelo menos três vezes ao ano. Tem um contato direto como produtor tanto na orientação técnica quanto reconversões, conforme os interesses da cooperativa. As 380 famílias são responsáveis pela produção da uva. Elas elegem um conselho para cuidar do negócio e cada área tem um responsável, um profissional contratado para gerir. É cooperativa, mas tem que ser profissional no que faz. Em 2010, a Garibaldi adquiriu os direitos de produção e comercialização da marca Granja União, que estava sob domínio da Vinícola Cordelier. Mais recentemente, lançou a linha Acordes. A vinícola hoje apresenta índices de crescimento superiores aos da média nacional. Resultado de uma história de investimentos, de profissionalização, de união e de uma trajetória que carrega em sua bagagem o trabalho e a vida de milhares de pessoas. O investimento é permanente em manutenção e melhoria dos processos produtivos e na qualidade dos produtos. Com uma área de 32 mil metros quadrados de construção e capacidade de processamento que ultrapassa os 20 milhões de quilos, utilizando tecnologia e equipamentos europeus para a elaboração de nossos vinhos e espumantes. Uma identidade marcante, personalidade e características próprias, aliadas ao terroir da Serra Gaúcha, fez com que os seus espumantes acumulassem uma série de premiações em concursos no Brasil e no exterior.

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quinta-feira, 11 de junho de 2020

Nederburg 1791 Syrah 2016


É sabido que os melhores vinhos da casta Syrah produzido no mundo atualmente vem do Novo Mundo, vem da Austrália. São vinhos frescos, alguns um pouco mais intensos, mas sempre privilegiando a fruta, o frescor, mas com muita personalidade, bem marcante. Foram com eles que a Syrah me foi apresentada e a por eles que eu tenho um elo sentimental quando me remete a essa cepa. Porém, dada o meu vertiginoso interesse pela Syrah ao longo do tempo, me aventurei nas pesquisas para conhecer novas regiões que são referências na produção da mesma e cheguei a África do Sul. A terra da Pinotage também abriga grandes Syrahs. Então fui à busca de bons vinhos com um custo x benefício em potencial, que me entregasse qualidade por um preço que fosse atrativo ao meu bolso e cheguei aos bons vinhos da grande Nederburg, rótulos que já tive a oportunidade de degustar em algumas de suas propostas e castas, principalmente o Pinotage, que analisei e deixei as minhas impressões aqui: Nederburg Foundation Pinotage.  

O vinho que degustei e gostei é o Nederburg 1791 da casta Syrah, safra 2016, da famosa cidade de Paarl, Western Cape. Um vinho que já trazia a boa expectativa por ser tratar da linha Nederburg e sua histórica e tradicional procedência, mas que me arrebatou por inteiro e me trouxe mais um terroir extraordinário para a casta Syrah.

Na taça traz um vermelho rubi escuro, profundo e brilhante com lágrimas finas e abundantes que teimava em se dissipar, desenhando as bordas, as paredes do copo.

No nariz traz um intenso aroma de frutas negras e vermelhas, que me remete a ameixa e cereja com toques de especiarias e discretas notas de especiarias, algo como pimentão, diria.

Na boca é seco, encorpado, uma estrutura que denuncia sua personalidade marcante, com bom volume de boca, frutado, com taninos presentes, mas sedosos, razoável acidez, um azedume típico da Syrah, com um toque amadeirado bem integrado ao vinho, graças ao período que varia entre 3 a 6 meses de passagem por barricas de carvalho, com final persistente.

Um vinhaço! Um Syrah maiúsculo e volumoso que, mesmo com sua personalidade e bom corpo, é macio, harmonioso e fácil de degustar. Tem um grande potencial enogastronômico, harmonizando com carnes vermelhas e massas bem condimentas. Tem 14% de teor alcoólico quase que imperceptíveis dado o seu bom equilíbrio.

Por que é “1791”?

Este rótulo é uma homenagem ao pioneiro Philippus Wolvaart, que em 1791 adquiriu o terreno que se tornaria a fazenda Nederburg. Uma porção de terra ainda selvagem nos arredores de Paarl preparou-a e plantou as primeiras vinhas lançando a base do que se tornaria um bem-sucedido negócio.

Sobre a Nederburg:

A história de Nederburg começou em 1791, quando o imigrante alemão Philippus Wolvaart adquiriu 49 hectares de terra no vale de Paarl. Ele nomeou sua propriedade Nederburgh, em homenagem ao comissário Sebastiaan Cornelis Nederburgh. Mais tarde, o 'h' foi retirado da grafia do nome da fazenda e tornou-se Nederburg como é conhecido hoje. A bela mansão holandesa do Cabo, coberta de palha e empena, que Wolvaart completou em 1800 é hoje um monumento nacional. E sobre a linha “56 Hundred” há uma curiosidade: Essa variedade de vinhos refrescantes, frutados e suave leva o nome ao preço de mil e seiscentos florins que Philippus Wolvaart pagou em 1791 pela fazenda em que deveria nomear Nederburg. Um visionário que reconheceu o potencial vitícola da terra, ele teve a tenacidade de domesticar a propriedade e estabelecer uma fazenda que continua a florescer hoje. Em 1810, vendeu a fazenda para a família Retief, que conservou a propriedade por 70 anos. Em seguida a Nederburg passou por diversos proprietários até ser adquirida, em 1937, por Johann Graue que foi buscar na Alemanha o talentoso enólogo Günter Brözel para comandar a produção. Durante anos, Brözel elevou a reputação da Nederburg a nível mundial. Quem o sucedeu foi o enólogo romeno Razvan Macici, que recebeu inúmeros prêmios ao longo dos anos. Macici aliava a capacidade de criar vinhos exclusivos à habilidade para a elaboração de rótulos acessíveis. A Nederburg é conhecida pela visão vanguardista, sempre valorizando os cuidados no vinhedo e na vinificação para a elaboração de exemplares famosos mundialmente.

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Degustado em: 2018

O Tal Vinho da Lixa 2018


Ter bons e verdadeiros amigos é maravilhoso, mas é muito melhor ter amigos que gosta de degustar bons vinhos e que ainda presenteia. Felizmente fui agraciado com um bom amigo, português, que, em visita ao Brasil, em outubro de 2019, mês do meu aniversário, me presenteou com alguns vinhos que trouxe na mala. Como outubro está na porta do verão ele escolhera alguns vinhos mais frescos, brancos para trazer e degustar com toda a família e no dia de sua chegada foi promovida uma reunião familiar para degustar alguns rótulos e um, em especial, ele separou, dizendo que este rótulo é um dos mais tradicionais e degustados de Portugal, um vinho que sempre está presente na mesa do português que, claro, é facilitado, pela forte cultura ao consumo da bebida naquele país.

E o vinho que ele escolheu foi da emblemática região dos Vinhos Verdes, da Quinta da Lixa, chamado O Tal Vinho da Lixa, um DOC, da safra 2018, das castas típicas da região como Trajadura, Loureiro, Azal e Pedernã. Um vinho que degustei e gostei, fantástico, fresco, jovem, como tem de ser um vinho verde. E, antes de degustar, o vinho já chamava a atenção no aspecto estético. Uma garrafa com as dimensões de um espumante, inclusive tinha uma rolha protegida com a típica gaiolinha. Mas talvez essa estrutura física da garrafa vai se explicar nas características organolépticas.

Na taça apresenta um amarelo palha com reflexos esverdeados muito brilhantes e com uma boa concentração de gás, as bolhas estavam em boa evidência, sobretudo nas primeiras taças servidas.

No nariz traz aromas de frutas brancas e amarelas, como pêra, maça-verde, abacaxi, limão, lima da persa, proporcionando toques citrino.

Na boca é muito fresco, refrescante, com um bom e surpreendente volume de boca, frutado e uma ótima acidez.

Ele não poderia ter escolhido melhoro início da nossa degustação naquele dia, um vinho fresco, saboroso, simples, mas honesto e que retrata com fidelidade o bom e despretensioso vinho verde que, embora tenha arestas lusitanas, traz o DNA brasileiro e de nosso clima e povo. Depois de algum tempo descobri, por intermédio do evento dos Vinhos Verdes que participei um mês após a nossa reunião familiar, com os representantes da Quinta da Lixa que lá estavam que o vinho não é exportado para o Brasil. Quanta honra e sorte da minha parte em degustar um vinho tão especial. Tem 11% de teor alcoólico.

Sobre a Quinta da Lixa:

A Quinta da Lixa é o testemunho vivo da paixão que a Família Meireles sempre teve pelos Vinhos Verdes. Presente em diversas áreas do mundo empresarial, esta família que já era proprietária de vinhedos localizados em redor da pequena Vila da Lixa, decide em 1986 criar uma pequena empresa que se viria a tornar naquela que é hoje a Quinta da Lixa - Sociedade Agrícola, Ltda. O vinho produzido era inicialmente vendido a granel, mas rapidamente se percebeu que a sua qualidade e aceitação eram tais que o engarrafamento na propriedade era imperativo. Devido ao aumento de produção, torna-se necessário a construção de novas instalações que viessem substituir a primitiva adega onde já não era possível a manutenção do padrão de qualidade que caracterizava os vinhos da Empresa. O desenvolvimento contínuo da empresa só é possível graças à satisfação dos Clientes em todos os serviços prestados. Faz parte da política de qualidade da Quinta da Lixa promover a satisfação de todas as partes interessadas, tais como Clientes, Fornecedores, Colaboradores e Sociedade em geral; cumprir os requisitos dos Clientes, bem como Normativos e Legais aplicáveis; estabelecer permanentemente práticas de melhoria continua, atingindo níveis de rentabilidade que garantam o crescimento sustentado da empresa e a eficácia do SGQ, fazendo desta forma que a Quinta da Lixa mereça a certificação ISO 9001:2015.

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Dicionário do Vinho


O universo do vinho é muito vasto, e torna-se cada vez mais interessante, conforme nos aprofundamos. Esperamos que esse glossário possa ajudá-lo na sua viagem por esse mundo. Mas a principal dica é: desconfie de qualquer um que achar que sabe tudo...

A

Acidez. Característica do vinho, que pode ter diferentes teores de acidez. Boa acidez deixa o vinho picante e revigorante. A acidez vem basicamente das uvas na forma dos ácidos tartárico e málico, mas também pode incluir o ácido lático.

Acidez volátil. Abreviado para AV, refere-se aos ácidos que ocorrem naturalmente nos vinhos devido à interação entre álcool e oxigênio, principalmente ácido acético (vinagre). Quando o nível de AV sobe de modo a se tornar detectável, como cheiro avinagrado ou de esmalte de unha, significa que o vinho se estragou.

Ácido lático. Ácido suave e amanteigado, também encontrado em laticínios, que é convertido a partir ácido málico durante a fermentação malolática dos vinhos.

Ácido málico. Ácido adstringente bastante presente nas maçãs, e também nas uvas viníferas.

Adega. Lugar adequado para o armazenamento de vinhos.

Adega natural. Adega (em geral subterrânea) cujas condições são naturalmente adequadas ao armazenamento do vinho.

Adstringência. Sensação de boca seca causada principalmente pelos taninos, em especial nos vinhos tintos.

Aerar / respirar. Expor o vinho ao ar por um período de tempo antes de beber, permitindo o desenvolvimento de seu buquê e aroma.

Albariño / Alvarinho. Variedade de uva branca da Galícia, na Espanha. Chamada de Alvarinho em Portugal.

Álcool. O álcool etílico é um subproduto natural do processo de fermentação, que ocorre quando as uvas entram em contato com as leveduras, convertendo o açúcar em álcool.

Aligoté. Variedade branca associada à Borgonha. Também é plantada no Leste Europeu.

Amarone. Vinho tinto emblemático da região de Valpolicella, na Itália, produzido com uvas parcialmente secas.

Amontillado. Jerez envelhecido, de coloração âmbar, com sabor encorpado que remete a nozes.
Antocianina. Pigmentos que estão logo abaixo das cascas da uva e que dão cor ao vinho. Estudos recentes têm mostrado que as antocianinas, juntamente com outras substâncias presentes naturalmente no vinho tinto, são muito saudáveis e podem prevenir algumas doenças.

Appellation. Nome ou região geográfica oficial de origem de um vinho. Parte do sistema de classificação dos vinho.

Appellation d’Origine Contrôlée (AOC). Frequentemente encurtado para AC, significa Denominação de Origem Controlada. Sistema francês de classificação, que procura criar padrões de qualidade por região. Especifica as variedades de uva que podem ser cultivadas em cada região, e outras normas específicas.

Aroma. Fragrância do vinho, expressa por termos descritivos que fazem referência a outros cheiros.
Assemblage. Criação de um vinho a partir de lotes de diferentes cepas, safras, vinhedos, barris ou tanques.

Asti Spumante. Vinho espumante à base de Moscatel, produzido em Asti, Norte da Itália.
Ataque. Um termo de degustação, talvez não tão usual, que se refere ao sabor inicial do vinho quando ele atinge o paladar.

Auslese. Termo alemão para vinho produzido com uvas muito maduras.

Autólise. O que acontece quando o vinho envelhece com as borras, ou células mortas de levedura, que permanecem no barril, tanque ou garrafa depois da fermentação.

Auxerrois. Em Bordeaux, Auxerrois é sinônimo para Malbec ou Côt. Na Alsácia, Auxerrois refere-se a uma variedade branca.

AVA. American Viticultural Area. Região viticultora reconhecida pelo governo dos EUA.

  
B

Banyuls. Vinho de sobremesa francês produzido nos arredores da vila de Banyuls, próxima da costa do Mediterrâneo.

Barbera. Variedade italiana de uva vermelha, a mais plantada do Piemonte.

Barril. Recipiente tradicional de madeira, quase sempre carvalho, usado para armazenar vinhos. O tamanho típico tem capacidade para 225 litros.

Barrique. Termo francês para barril de carvalho com cerca de 225 litros.

Bâtonnage. Essa prática mantém as células mortas de leveduras em um barril ou tanque em contato com o vinho à medida que este envelhece, a fim de evitar a oxidação e acrescentar-lhe sabor e textura.

Bianco. Termo italiano para branco, ou vinho branco.

Biodinâmica. Método de agricultura que busca um maior equilíbrio da natureza. Relacionado ao orgânico que limita o uso de fertilizantes e pesticidas químicos, e dando atenção especial aos ciclos naturais, inclusive às fases da Lua.

Blanc de Blancs. Vinho branco, geralmente espumante, produzido exclusivamente com variedades de uvas brancas.

Blend. Técnica de vinicultura que envolve a combinação de lotes separados de vinho, de diferentes cepas, safras, ou vinhedos, em uma mistura final a ser comercializada.

Blush wine. Termo em inglês para rosé.

Bocoy. Barril ou barrica de madeira (650 litros) usado principalmente na região de Jerez, na Espanha.
Bodega. Termo em espanhol para vinícola ou adega.

Bonarda. Nome dado a uma uva exótica de grande projeção na Argentina, e de origem duvidosa, talvez piemontesa, talvez francesa.

Borra. Sedimento constituído de células mortas de levedura, hastes de uvas, polpa e sementes. Desce para o fundo do tonel ou barril após a fermentação. As borras grosseiras são filtradas.

Botrítis. Forma danosa de fungo, também conhecida como podridão cinza, que pode provocar perdas na colheita. Mas quando afeta os cachos maduros de certas uvas destinadas a vinhos de sobremesa, ganha o nome de podridão nobre. Nome completo: Botrytis cinerea.

Bouchonné. Termo em francês usado para descrever um vinho estragado pelos odores desagradáveis de mofo de Tricloroanisole, também conhecido como TCA, uma substância química que pode infectar rolhas, barris de madeira ou papelão.

Brut. Estilo seco de espumante, padrão na maioria dos países ocidentais.

Brut Nature. Estilo muito seco de espumante sem qualquer adição de açúcar.
Buquê. Termo que descreve o cheiro de um vinho maduro.

C

Cabernet Franc. Variedade de uva vermelha popular em Bordeaux, e onde quer que sejam produzidos blends ao estilo bordalês.

Canaiolo. Variedade de uva vermelha popular na Toscana, nos Marches e na Sardenha.

Capa. Camada de cascas de uva no topo de um recipiente com mosto de uva durante a fermentação.

Carignan. Variedade vermelha comum na Espanha e no Sul da França. Cariñena na Espanha, Carignano na Itália e Carignane na Califórnia.

Carmenère. Uva tinta nativa de Bordeaux, mas atualmente emblemática da vinicultura chilena.

Carvalho novo. Qualquer forma de envase de carvalho utilizada pela primeira vez, quando o carvalho fornece sabor mais potente, e mais taninos.

Carvalho. Tipo de madeira preferida pelos vinicultores ao redor do mundo para envelhecer vinhos, conferindo sabores e texturas. Pode ser usado na forma de barris ou pelo contato do vinho com de pedaços, pó, varetas ou blocos de carvalho.

Cask. Recipiente, geralmente de madeira, maior do que o barril comum de 225 litros. Na Austrália, o termo também pode fazer referência a uma caixa de vinho.

Cava. Espumante tradicionalmente espanhol, originário da Catalunha.

Cave. Palavra francesa para adega subterrânea. Nome dado também às adegas refrigeradas com temperatura controlada que conservam os vinhos sob condições ideais.

Cépage. Termo francês para variedade de uva.

Chai. Lugar de armazenagem de vinhos.

Chambré. Palavra francesa que significa “temperatura ambiente”. Usada para descrever a temperatura ideal para servir o vinho tinto, o que pode ser enganoso, pois as temperaturas ambientes variam muito.

Charmat. Método para a produção de espumantes onde a segunda fermentação acontece em um tanque selado, e não nas garrafas, como no tradicional Método Champenoise.

Chasselas. Variedade de uva branca intimamente relacionada à Suíça, mas também plantada em regiões da França, da Alemanha, da Itália e outros países.

Château. Castelo ou palacete, em francês. Nome usado para designar muitas propriedades produtoras de vinho na França. Pode ser reservado para rotular apenas os vinhos de maior qualidade dessas propriedades.

Chato (ou fechado). Vinhos que parecem não ter nenhum aroma. Indica um vinho demasiadamente jovem ou um vinho servido muito frio.

Chef de cave. Termo em francês para o profissional encarregado da vinicultura.

Cinsault. Variedade de uva vermelha muito cultivada no Sul da França.

Claret. Palavra inglesa que designa o Bordeaux tinto seco (clarete). Anteriormente era amplamente usada nos rótulos de praticamente qualquer estilo de vinho tinto nos Estados Unidos e em todo o Novo Mundo.

Clarificação. Processo de purificação do vinho, no qual um agente filtrante como gelatina, bentonita, derivados do leite e algumas vezes claras de ovo são adicionados ao vinho nos tanques ou barris.

Classificação. Sistema de classificação de vinhos de acordo com a qualidade. Há sistemas diferentes para diferentes países produtores.

Climat. Termo borgonhês para vinhedos específicos ou subdivisões de vinhedos.

Clos. Termo em francês para vinhedo murado ou cercado.

Colar. O anel de bolhas que se forma nas bordas de um vinho espumante.

Colheita tardia. Colheita no final da estação de cultivo, em um período posterior ao do que seria ideal para os vinhos secos, produzindo vinhos com maior teor alcoólico ou mais doces.

Colheita verde. Quando um viticultor remove cachos de uvas verdes das vinhas durante o período de crescimento, para reduzir a produção e melhorar a qualidade dos cachos remanescentes.

Colmeia. Prateleira para vinhos com nichos côncavos – feita de concreto ou de material de resistência semelhante.

Colombard. Variedade de uva branca comum na França, na Califórnia, na África do Sul e na Austrália.

Commune / comuna. Termo usado para descrever uma vila e suas cercanias em regiões vinícolas francesas.

Complacente. Termo de degustação para designar textura macia, mas forte.

Compostos aromáticos. Componentes do vinho percebidos pelo olfato e pelo paladar.

Cooperativa. Associação de viticultores com instalações de vinicultura.

Corpo. Termo usado na degustação para se referir à sensação de textura, peso e volume do vinho na boca.

Corpulento. Vinho com riqueza de corpo e textura.

Cortese. Variedade de uva branca de Gavi, na Itália.

Corvina. Variedade de uva preta italiana comum em Valpolicella e Bardolino.

Côte. Encosta, ou declive, em francês.

Crémant. Termo em francês para designar vinho espumante de outras áreas da França que não seja de Champanhe. Esse vinho é transformado em espumante pelo método tradicional de realizar uma segunda fermentação na garrafa.

Crianza. Termo em espanhol usado para indicar um vinho envelhecido por um determinado período.

Cru. Crescimento, em francês. Do ponto de vista enológico, o termo é usado para descrever um vinhedo, e não o crescimento das videiras.

Cru Bourgeois. Nível de qualidade usado para châteaux de Bordeaux, superado apenas por Cru Classé.

Cru Classé. Vinhedo francês oficialmente classificado pela qualidade continuada com o passar do tempo. Em Bordeaux, as propriedades Cru Classé são estratificadas de premier cru a cinquième cru.

Cultivo de alta densidade. Prática em voga mas não cientificamente provada de plantar vinhas extremamente próximas umas das outras para aumentar a qualidade em virtude da decorrente limitação de produtividade por parreira.

Cultivo seco. Vinhedos cultivados sem irrigação.

Cuvée. “Cuve” significa tanque em francês. O vinho produzido em tanques é um cuvée.

D

Decantar. Separar o vinho da borra por decantação. Decantar significa despejar o vinho da garrafa em outro recipiente, chamado decanter.

Decanter. Recipiente no qual os vinhos são decantados antes de serem servidos.

Demi-muid. Barril com capacidade para cerca de 600 litros.

Demi-sec. Francês para “meiosseco”. Vinho com gosto adocicado.

Denominação de origem. Sistema que reconhece os vinhos por nomes geográficos, de onde as uvas foram cultivadas e vinificadas. As denominações de origem da maioria dos países produtores de vinhos são reguladas por lei.

Declaração de safra. Em regiões onde não são produzidos vinhos de uma única safra todos os anos, declara-se a safra em anos excepcionais.

Degustação às cegas. Identificação de um vinho desconhecido, em termos de variedade de uva, região e safra – pela visão, olfato e paladar.

Degustação comparativa. Degustação de diferentes exemplares do mesmo estilo de vinho.

Degustação horizontal. Degustação de vinhos diferentes da mesma safra.

Degustação vertical. Degustação de um mesmo vinho de diferentes safras.

Desclassificar. Nas vinícolas, separar um lote de vinhos como de qualidade inferior.

Desengaçar. Separação das uvas do engaço (cacho) para prepará-las para a fermentação.

Dolcetto. Variedade de uva vermelha no Noroeste da Itália.

Domaine. Propriedade com vinhedos próprios, seja de propriedade de pessoas físicas ou jurídicas.

Dornfelder. Variedade de uva vermelha alemã.

Dosagem. Processo que acrescenta um pouco de doçura e sabor a espumantes com fermentação na garrafa pouco depois da limpeza e antes do arrolhamento.

Doux. Doce. Termo usado para vinhos tranquilos e espumantes.

E

Efervescência. Leve carbonação que é normal e agradável em determinados vinhos, principalmente os brancos bastante jovens e recém-lançados. No caso dos tintos, pode ser sinal de má qualidade.

Eiswein. Também conhecido como Icewine. Vinho doce produzido com uvas parcialmente congeladas nas videiras.

Elbing. Variedade branca tradicional cultivada na Alemanha e em Luxemburgo.

Elegante. Termo da degustação para vinhos equilibrados, leves e de alta qualidade.

Encorpado. Vinho potente, com maior concentração de compostos.

En primeur (também conhecido como “futuros”). Refere-se à compra de vinhos muito procurados antes de serem engarrafados – no mínimo um ano antes da data esperada para venda.

Enérgico. Termo de degustação de vinhos com caráter positivo, que significa acidez vívida.

Enjoativo. Termo usado para descrever vinhos doces demais.

Enologia. Ciência do vinho.

Enólogo. Cientista de vinhos ou vinicultor qualificado.

Enoteca. Frequentemente traduzido como “biblioteca de vinhos”, este termo italiano costuma ser usado para descrever lojas de vinhos.

Envelhecimento em barril. Período que o vinho passa em barris de carvalho depois da fermentação.

Envelhecimento. O vinho é envelhecido em barris ou tanques na vinícola e nas garrafas, depois que está pronto para comercialização. Muitos vinhos evoluem com o tempo na garrafa, ficando mais macios e complexos.

Enxertia. As parreiras, assim como as árvores frutíferas e as roseiras, adaptam-se prontamente ao enxerto de variedades frutíferas no caule de espécies ou variedades diferentes. Isso é necessário em vinhedos da espécie Vitis vinifera em áreas onde o parasita filoxera esteja presente no solo, já que parreiras de vinifera sem enxertia são vulneráveis a essa praga.

Equilíbrio, equilibrado. Vinho no qual sabores, acidez, taninos e corpo realçam uns aos outros.

Ereben. Termo usado para os vinhos de mais alto nível de qualidade de áreas específicas da região alemã de Rheingau.

Erzeugerabfüllung. Termo alemão que significa “engarrafado pelo produtor”.

Espinha dorsal. Expressão que descreve a estrutura do paladar de um vinho. Os componentes que conferem ao vinho sua espinha dorsal são o tanino e a acidez.

Espremedura. Equivale a espremer ou romper as cascas das uvas logo depois da colheita para liberar o sumo das cascas antes da fermentação.

Estabilização. O vinho é estabilizado após a fermentação, evitando que ela continue, e só depois é engarrafado.

Estate-bottled. Termo em inglês que descreve vinhos engarrafados pelo proprietário dos vinhedos onde as uvas foram cultivadas.

Extra-Brut. Espumante bastante seco, produzido com apenas uma pitada de doçura na dosagem.
Extrato. Componentes de sabor, cor e textura de um vinho, derivados das cascas e extraídos durante o processo de fermentação.

F

Fattoria. Palavra italiana comumente usada para descrever uma vinícola.

Fenóis. Substâncias presentes nas uvas, principalmente nas hastes, cascas e sementes que conferem sabor, cor e taninos aos vinhos.

Fermentação. Processo natural conduzido pelas células de levedura, que consome o açúcar do sumo das uvas e produz álcool e gás carbônico como subprodutos.

Fermentação em barril. Processo de fermentar vinhos em barris para aprofundar a textura.

Fermentação maloláctica: Processo utilizado na produção de vinhos em que o ácido málico é transformado em ácido lático, bem mais fraco, permitindo melhor equilíbrio do vinho, com menor acidez geral, textura mais suave e final mais prolongado.

Fermento. Fungo que consome o açúcar das uvas e produz álcool e gás carbônico. O líquido resultante é o vinho.

Filtragem. A maioria dos vinhos é filtrada antes do engarrafamento para remover micro-organismos e purificar. Alguns vinicultores evitam a filtragem para produzir o que acreditam ser vinhos mais naturais.

Final. Retrogosto. Em termos gerais, quanto mais longo o final, melhor o vinho.

Fino. Um estilo de Jerez seco e com sabores encorpados que é envelhecido sob uma camada de levedura flor.

Flor. Uma camada de levedura que se forma na superfície do Jerez e protege o vinho do oxigênio.

Flute. Taça alta e estreita ideal para espumantes.

Foudre. Termo em francês para um grande barril de carvalho.

Fortificado. Vinho ao qual foi adicionada aguardente vínica para evitar o prosseguimento da fermentação, como o Madeira, o Marsala, o Jerez e o Porto.

Frizzante. Vinho ligeiramente espumante da Itália.

Frühburgunder. Variedade de uva vermelha alemã; mutação da Pinot Noir.

Frutado. Descrição positiva para a maioria dos vinhos, onde o caráter da fruta fica evidente.

Fût. Tipo de barril usado na Borgonha.

G

Garagista. Originalmente um termo francês para o produtor de vinho que produz pequenas quantidades nas suas garagens em Bordeaux. Jean-Luc Thunevin foi o 1º garagista em St. Emilion, Bordeaux, pegando o mundo de surpresa ao produzir vinhos fantásticos sob o rótulo Valandraud. A primeira safra foi em 1991, e em 1996 os preços alcançaram valores mais altos do que os principais vinhos Premier Grand Cru Classé dessa região. O mercado para esses vinhos deflacionou, mas Thunevin estava tentando conseguir que seus vinhos fossem reconhecidos formalmente em 2006, quando St. Emilion reclassificaria seus vinhos – um evento que acontece a cada dez anos. Hoje, muitos pequenos produtores em todo o mundo comercializam seus produtos como garagistas.

Garganega. Principal variedade de uva usada nos vinhos Soave da região italiana do Vêneto.

Glicerol. Líquido viscoso que se forma em pequenas quantidades durante a fermentação do vinho e acrescenta sensações de doçura e riqueza que podem ter concentrações consideráveis. Mesmo que glicerina.

Gordo, farto. Descreve um vinho cuja doçura e/ou corpo sobrepuja a acidez e os taninos.

Gosto de carvalho. Refere-se ao vinho envelhecido em barris de carvalho.

Grand Cru. Expressão francesa para “grande vinhedo”, ou “excelente cultivo”. É usado para os grandes vinhedos da Borgonha e da Alsácia. O termo é usado de forma diferente em St-Emilion (Bordeaux) e em Champagne. A designação Grand Cru indica um potencial de qualidade excelente para os vinhos produzidos a partir desses vinhedos. Na Borgonha e na Alsácia a classificação Grand Cru é superior a Premier Cru. Em St-Emilion, 53 propriedades são classificadas como Grand Crus, enquanto outras 13 são Premier Grand Crus (ou “primeiros grandes vinhedos”).

Gran Reserva. Termo em espanhol para vinhos de guarda.

Grand Vin. “Grande vinho” em francês. Termo usado para indicar o vinho de melhor qualidade de uma vinícola.

Grande. Termo que faz referência a vinho com alto teor alcoólico, textura áspera ou tânica e sabores robustos.

Grosses Gewächs. Vinho premier cru alemão de qualidade ao menos Spätlese, de um único vinhedo ou propriedade.

Grosslage. “Vinhedo grande” em alemão. Geralmente faz referência a uma reunião de pequenos vinhedos vizinhos.

Guardar. Armazenar garrafas de vinho na adega para envelhecer. Somente determinados vinhos são adequados para tal a guarda.

H

Halbtrocken. “Semisseco” em alemão. Indica um vinho com relativamente pouco açúcar e o bastante de equilíbrio proporcionado pela acidez para que tenha sabor seco.

Harmonioso. Semelhante a “equilibrado”. Termo que faz referência a um vinho no qual todas as partes combinem bem.

Haut. “Alto”, em francês. Pode fazer referência tanto à localização física quanto à qualidade de um vinhedo.

Hectolitro. Abreviado para hl. Unidade correspondente a 100 litros.

Herbáceo. Refere-se a sabores de ervas no vinho.

Híbrido. Tipo de parreira resultante do cruzamento de duas espécies diferentes de videira. Um cruzamento verdadeiro ocorre quando uma planta é criada a partir de duas videiras da mesma espécie.

I

Icewine. Vinho doce produzido com uvas parcialmente congeladas nas videiras.

IGP. Indicaction Géographique Protegée. Interpretação francesa das novas leis de rotulação da UE que acabarão gradualmente com as classificações Vin de Pays e VDQs nos próximos anos.

Insosso. Termo usado em degustação que significa que o vinho é apagado devido à falta de acidez, relativa à intensidade da fruta.

J

Jéroboam. Tamanho de garrafa. Para o Bordeaux, seis vezes o tamanho normal da garrafa de vinho; para o Champagne, quatro vezes o tamanho padrão.

Johannisberg Riesling. Termo algumas vezes usado na Califórnia para distinguir a uva Riesling alemã da outrora popular Grey Riesling.

K

Kabinett. Termo alemão que indica um nível de maturidade imediatamente abaixo de Spätlese. Os vinhos Kabinett são leves e podem ser ligeiramente doces, demi-sec ou secos.

Keller. “Adega” em alemão, geralmente usado como sinônimo de vinícola.

L

Labrusca. As videiras Vitis labrusca são nativas do Norte e do Leste da América do Norte e produzem vinhos frutados e almiscarados.

Lagar. Gamela grande ou tanque com laterais baixas usado em Portugal para a fermentação de vinhos, tradicionalmente depois da pisa das uvas. Também usado como sinônimo de instalações de produção vinícola.

Lágrimas ou pernas. Filetes formados pelo álcool que se formam nas partes internas de uma taça umedecida com vinho.

Lambrusco. Tipo de frisante italiano que pode ser seco ou doce.

Landwein. Classificação austríaca e alemã para vinhos de mesa secos ou quase secos com mais corpo do que os vinhos comuns.

Late Bottled Vintage. Vinho do Porto produzido com uvas da mesma safra, envelhecido em barris e comercializados de quatro a seis anos depois da safra. Abreviado como LBV.

Lei Seca. Período de 1920 a 1933 quando a produção e comercialização de bebidas alcoólicas foram proibidas nos Estados Unidos.

Lemberger. Variedade de uva tinta de Württemberg, Alemanha. Chamada de Blaufränkisch na Áustria e de Kékfrankos na Hungria.

Leveduras naturais (ou indígenas). Tipo de levedura que preexiste em um vinhedo ou ambiente vinícola e que agirá sobre o mosto das uvas sem a ajuda do vinicultor.

Leveduras. Organismos unicelulares microscópicos que convertem o açúcar no mosto em álcool etílico e liberam dióxido de carbono no processo.

Liebfraumilch. Termo que significa “leite materno”, utilizado para vinhos baratos e doces exportados da Alemanha, muitas vezes elaborados com Müller-Thurgau.

Lieu-dit. “Nome do local”, usado na Borgonha, Alsácia e outras regiões da França para vinhedos tradicionais sem a condição oficial de denominação de origem. Climat é um sinônimo borgonhês.

Ligeiro. Vinho atraentemente ácido e saboroso.

Limpeza. Etapa do processo de produção de espumantes fermentados na garrafa. Consiste na remoção das células mortas de levedura (borra) da garrafa, onde acontece a segunda fermentação, de modo que o vinho fique limpo e sem sedimentos.

Liquoreux. Licoroso, em francês.

Liquoroso. Vinho fortificado, em italiano.

Lodge. Termo inglês para uma vinícola da região do Porto, em Portugal, onde os vinhos do Porto são mesclados, envelhecidos e engarrafados.

M

Macabeo. Variedade de uva branca plantada na Espanha, especialmente em Rioja e na região de Penedès (onde é mesclada com a Xarel-lo e a Parellada para formar o vinho-base do Cava). Também é encontrada no Sul da França. Sinônimos: Viura e Macabeu.

Maceração. Prática de esmagar (macerar) as cascas de uva no sumo ou no vinho antes, durante ou depois da fermentação, a fim de permitir que mais compostos de coloração e sabor saiam das cascas para o sumo, e, por fim, para o vinho.

Maceração pré-fermentativa. Quando o sumo da uva não fermentado permanece misturado com as cascas depois da maceração.

Magnum. Tamanho de garrafa. Duas vezes o tamanho padrão.

Malvasia. Família de variedades mediterrâneas de uva branca caracterizadas por um perfume distinto.

Manzanilla. Estilo tipicamente leve e seco de Jerez, produzido na cidade de Sanlúcar de Barrameda.

Marsala. Vinho italiano fortificado produzido na Sicília.

Marsanne. Variedade de uva branca vinífera do Rhône.

Master of Wine (MW). Certificação internacionalmente reconhecida pela indústria do vinho como sendo a maior que se pode adquirir e muito difícil de conquistar. Em 2006, havia somente 251 Master of Wines no mundo.

Mataró. Nome dado, em Portugal, para a cepa Mourvèdre.

Maturidade. Quando um vinho desenvolveu-se até atingir um equilíbrio perfeito. Os vinhos amadurecem em diferentes velocidades, conforme as condições de armazenagem. Dizer que um vinho está “maduro” é subjetivo.

Melon de Bourgogne. Variedade de uva branca usada principalmente no Loire para produzir Muscadet.

Meritage. Combinação entre as palavras “mérito” (merit) e “herança” (heritage), essa palavra é utilizada em vinhos americanos produzidos a partir de uvas clássicas de Bordeaux.

Méthode Champenoise. Método desenvolvido na região francesa de Champanhe para produzir vinhos espumantes. Por esse método, ocorre uma segunda fermentação na garrafa, que produz gás carbônico, tornando o vinho espumante. Também conhecido como Método Tradicional ou Clássico.

Método clássico ou tradicional. O método tradicional recebe esse nome porque é a forma como os primeiros espumantes foram elaborados. Esse processo, muitas vezes denominado Champenoise, foi primeiramente criado na região de Champagne, na França, pelos monges cistercienses (a lenda diz que Dom Pérignon o inventou) e manteve- se praticamente inalterado até os nossos dias. Por esse método, as borbulhas do vinho são criadas graças a uma segunda fermentação em garrafa. Ou seja, primeiro fermenta-se o mosto para que ele seja transformado em vinho. Depois, já com o vinho engarrafado, ocorre uma segunda fermentação.

Método por transferência. Método de produzir espumantes no qual o vinho passa por uma segunda fermentação em garrafas individuais que são depois esvaziadas em um tanque sob pressão e misturadas antes do engarrafamento.

Microclima. Descreve as condições climáticas individuais de um vinhedo ou parte de um vinhedo.

Millésime. Grandes vinhos elaborados das melhores safras.

Mineralidade, gosto mineral. Termo para vinhos que vão além do simples sabor frutado.

Mise en bouteille au château. Expressão francesa presente nos rótulos das garrafas que significa que o vinho foi engarrafado no vinhedo ou château em que foi fabricado. Em geral significa que o viticultor e o engarrafador são a mesma empresa.

Mistura. Mistura de vinhos elaborada com diferentes variedades de uvas, vinhedos, regiões ou safras.

Moelleux. Termo francês que descreve um vinho suave, doce e com textura macia.

Monastrell. Nome dado, na Espanha, para a cepa Mourvèdre.

Mondeuse. Variedade de uva tinta de Savoia, França.

Monopole. Designa a região francesa vinícola onde todos os vinhedos pertencem a um só proprietário.

Moscato d’Asti. Espumante de baixa pressão, tipo frisante, feito a partir de uvas Moscatel, na cidade piemontesa de Asti, no norte da Itália, onde se produz também o Asti Spumante.

Moscato. Italiano para Muscat, Moscatel.

Mosto. Suco, ou sumo da uva antes de ser fermentado e transformado em vinho.

Mourvèdre. Variedade de uva tinta originária da Espanha, onde é conhecida como Monastrell.

Mousse, musse. A espuma em uma taça de espumante.

Movimentação por gravidade. Movimentação do vinho em uma vinícola sem o uso de bombas.

Müller-Thurgau. Variedade de uva branca alemã amplamente cultivada.

Muscadelle. Variedade de uva branca francesa comum em Bordeaux e em Bergerac.

Muscat. Família de uvas viníferas que produzem vinhos aromáticos, florais e geralmente doces, de todas as cores. O mesmo que Moscatel.

N

Nariz. Termo para o cheiro de um vinho.

Negociante. Palavra que vem do francês négociant e significa um comerciante de vinhos. Um negociante compra uvas (e fabrica vinho com elas) e/ou compra vinhos (para envelhecer e vender, sob sua própria marca). O oposto dele é o cultivador, que também pode fabricar vinhos de suas próprias uvas. Algumas empresas desempenham as duas funções.

Nouveau. “Novo”, em francês. Vinhos nouveau, como o Beaujolais Nouveau, são engarrafados, distribuídos e geralmente consumidos poucas semanas depois da colheita das uvas.
Novo Mundo. São os países produtores de vinho como os Estados Unidos, a Austrália, a África do Sul e o Chile.

O

Oloroso. Estilo de Jerez bastante exposto ao oxigênio durante a produção. Encorpado, com notas de castanhas.

Organicamente cultivado, ou de cultivo orgânico. Em um rótulo de vinho, o termo indica que as uvas foram cultivadas utilizando-se práticas orgânicas rígidas. Mas dessa forma, não indica que o vinho foi organicamente produzido.

Orgânico. Indica produção agrícola realizada sem o uso de herbicidas, pesticidas e fertilizantes sintéticos.

Oxidação. Processo pelo qual o oxigênio interage com o vinho e modifica sua composição.

Oxidado. Termo para o vinho estragado que sofreu de superexposição ao oxigênio.

 P

Palato. Refere-se à impressão geral que um vinho causa na boca, além de referir-se à área da boca.

Palo cortado. Tipo raro de Jerez, de estilo entre o Amontillado e o Oloroso.

Palomino. Variedade de uva branca usada especialmente para Jerez, mas também para vinhos de mesa.

Passetoutgrains Bourgogne. Vinho básico da Borgonha produzido com Pinot Noir e Gamay.

Passito. Em italiano, termo para vinho elaborado com uvas-passas.

Pays. Em francês, “país” ou “interior”.

PDO. Protected Designation of Origin (Denominação de Origem Protegida). Novo sistema de classificação da União Europeia para garantir a origem de vinhos e outros produtos.

Pedro Ximénez, PX. Uva cultivada principalmente na Espanha para elaborar vinhos brancos secos e de sobremesa densos. É também o nome de um Jerez feito com essa uva.

Perfume. Aroma ou cheiro do vinho.

Persistência. Duração do sabor e das sensações na boca após se ter tomado um gole de vinho. Indicador de qualidade.

Pesado. Vinho forte em termos de álcool ou doçura e sem equilíbrio o bastante proporcionado pela acidez.

Pétillant. Termo francês para vinho ligeiramente espumante.

Petit Verdot. Uma das cinco uvas tintas clássicas de Bordeaux.

Petit Sirah. Variedade de uva tinta mais comumente associada à Califórnia. Petite Sirah é o cruzamento da Syrah com a Peloursin.

Pétreo. Aroma que remete a aço raspado em rocha, uma característica atraente em alguns vinhos brancos.

PGI. Protected Geographical Indication (Indicação Geográfica Protegida). Novo sistema de classificação da União Europeia para garantir a origem de vinhos e outros produtos.

Phylloxera. Minúsculo parasita que come as raízes das videiras e destruiu os vinhedos europeus e californianos no final do século XIX, forçando modificações na viticultura que persistem até os dias de hoje.

Picpoul. Variedade de uva do Langedoc, na França, mais comum em vinhos brancos ligeiros.

Pigeage. Método tradicional de abaixamento do chapéu do mosto durante o processo de fermentação.

Pinot Blanc. A variação mais branca de uma família de uvas que inclui ainda a Pinot Noir e a Pinot Gris. Cultivada na Borgonha, Alsácia, Alemanha (onde se chama Weissburgunder), Itália (onde se chama Pinot Bianco), Europa Central, Leste Europeu e Novo Mundo.

Pinot Meunier. Variedade de uva tinta, uma das três variedades utilizadas no champanhe (sendo as outras Pinot Noir e Chardonnay).

Pinotage. Variedade de uva tinta da África do Sul, cruza entre a Pinot Noir e a Cinsault.

Pisa. A prática de macerar uvas com os pés, ainda bastante usada na produção de vinhos do Porto.
Podridão nobre. Quando as uvas brancas destinadas à produção de vinhos doces são afetadas por um fungo chamado Botrytis cinerea. Esse fungo desidrata as uvas e concentra seus açúcares. Quando o Botrytis cinerea afeta as uvas que não são destinadas à produção de vinho doce, a doença é menos favorável e recebe o nome de podridão cinza.

Porta-enxerto. Videira base sobre a qual uma variedade de uva vinífera preferencial é enxertada.

Porto. Vinho fortificado produzido em Portugal. As uvas são cultivadas no Vale do Douro, os vinhos são envelhecidos na cidade do Porto e arredores.

Porto Crusted. Vinho do Porto encorpado.

Portugieser. Variedade de uva tinta também conhecida como Blauer Portugieser, popular na Áustria, Alemanha e outras partes da Europa Central e Leste Europeu.

Prädikat. “Distinção”. Termo usado na Alemanha para identificar vinhos de diferentes níveis de qualidade baseado na maturidade das uvas.

Prädikatswein. Nível máximo de qualificação dos vinhos alemães.

Premier cru. Expressão francesa que significa “primeiro cultivo”. Na região de Bordeaux, refere-se ao mais alto posto em determinados sistemas de classificação que avaliam os melhores châteaux. Na Borgonha, é uma denominação para vinhedos selecionados cuja qualidade está apenas um grau abaixo do Grand Cru.

Prensadora. Máquina usada para espremer o sumo ou vinho das cascas de uvas.

Primeira prensagem. Sumo que escorre de forma natural das uvas depois que elas são retiradas dos cachos e/ou amassadas, mas antes da prensagem.

Primitivo. Variedade de uva tinta cultivada na Itália, descendente de uma antiga uva croata, assim como Zinfandel da Califórnia.

Prosecco. Variedade de uva branca da região de Vêneto, na Itália, mais conhecida pelos espumantes.

Punt. Repuxo no fundo de uma garrafa de vinho, que acrescenta força estrutural ao vidro.

Puro. Vinho fresco, bem produzido, e sem defeitos.

Q

QbA. Qualitätswein bestimmter Anbaugebiete. A categoria mais ampla para os vinhos de qualidade na Alemanha, indicando que as uvas provêm de uma das 13 denominações de origem superiores.

QmP. Qualitätswein mit Prädikat. Em alemão, “vinho de qualidade com distinção”. Baseia-se na quantidade de açúcar do mosto, com seis níveis: Kabinett (o mais leve), Spätlese, Auslese, Beerenauslese, Trockenbeerenauslese e Eiswein.

Qualitätswein. Termo alemão para vinhos de qualidade em um nível bastante amplo.

Quinta. Fazenda ou vinícola, em Portugal.

R

Raízes próprias. Videira que cresce sobre suas próprias raízes, sem enxertos.

Récoltant. Viticultores que produzem seu próprio vinho em vez de vender as uvas. Termo abreviado nos rótulos de champanhe para RM (récoltant-manipulant).

Redondo. Termo para um vinho de textura macia.

Redução. O oposto da oxidação ou do status químico de um vinho que não possui contato com o oxigênio durante a produção.

Refinamento. Descreve um vinho elegante e memorável.

Refosco. Família de variedades de uvas tintas da Eslovênia, Croácia e Nordeste da Itália.

Refrescante. Sensação de paladar que se refere frequentemente a um vinho jovem. Às vezes, os vinhateiros preferem envelhecer o vinho em tonéis de aço inoxidável e não em barris de carvalho, para preservar sua qualidade refrescante.

Reichsgraf. Termo que designa um nobre na Alemanha e é usado em diversos nomes de propriedades vinícolas.

Remontagem. Ato de bombear o sumo do fundo de um tanque de fermentação de vinho tinto e borrifá-lo sobre a capa de cascas de uva do topo (chamada de chapéu do mosto). Em francês, remontage.

Reserva. Termo em espanhol ou em português para descrever um vinho de qualidade excepcional, que foi envelhecido por determinado período mínimo.

Reserve. Pode significar um vinho com maior envelhecimento, mas o termo não possui nenhum significado legal.

Respiração. O que o vinho faz quando a garrafa é aberta e quando ele é servido em taças ou transferido para um decantador, entrando em contato com oxigênio.

Retrogosto. Sensação ou gosto que fica na boca após um gole de vinho. O retrogosto pode ser pouco notável ou persistente, dependendo da qualidade e da idade do vinho. Um retrogosto muito persistente pode ser uma indicação de que o vinho vai envelhecer bem.

Ribolla, Ribolla Gialla. Variedade de uva branca cultivada no Nordeste da Itália, na Eslovênia e na Grécia.

Ripasso. Técnica em que cascas de uvas parcialmente secas são retiradas dos tanques de fermentação e “repassadas” para outros tanques com vinho recém-fermentado a fim de conferir mais sabor e cor.

Riserva. Termo em italiano que indica um vinho que envelheceu mais tempo do que o normal.

Rolha. Pedaço roliço de cortiça usado para tampar garrafas.

Rosato. Vinho rosé, em italiano.

Rosé. Vinho tipicamente elaborado a partir de uvas tintas usando métodos de vinificação de vinhos brancos a fim de criar uma coloração vermelha clara, rosa ou âmbar, e sabores que se situam entre os dos vinhos brancos e os dos tintos.

Rosso. Tinto, em italiano.

Rouge. Tinto, em francês.

Roussane. Variedade de uva do Vale do Rhône.

Ruby port, porto Ruby. Nível básico do vinho do Porto.

S

Safra. Ano em que houve a colheita das uvas de determinado vinho.

Saint Laurent. Variedade de uva tinta, parente da Pinot Noir, e cultivada na Alsácia, Áustria, República Tcheca, Alemanha e outras regiões.

Sauvignon Gris. Variedade de uva branca parente da Sauvignon Blanc, com cascas de coloração semiescura ou rosada.

Savagnin. Variedade de uva desenvolvida na Alemanha cruzando Sylvaner e Riesling.

Schloss. Castelo, em alemão. Usado em nomes de vinhos da mesma maneira que em francês se usa château.

Seco, Sec, Secco. O oposto de vinho doce. Sem doçura. Vinhos secos passam por fermentação completa, a ponto de praticamente todo o açúcar das uvas ser convertido em álcool.

Sedimentos. Minúsculas partículas de vinho que se acomodam lentamente na solução ao longo do tempo e formam uma camada fina no fundo da garrafa.

Segundo vinho. Vinho de qualidade inferior ou produzido com uvas de videiras jovens, em uma propriedade conhecida por seus “grandes vinhos”. Esse termo é usado principalmente em Bordeaux, mas também é utilizado em outros locais.

Sekt. Vinho espumante, na Alemanha.

Seleção clonal. Prática de usar material genético favorável de uma videira em novas videiras ou vinhedos inteiros a partir de cortes dessa planta.

Sélection de Grains Nobles. Abreviado para SGN. Termo que se usa principalmente na Alsácia, França, para vinhos elaborados com uvas afetadas pelo Botrytis cinerea.

Sémillon. Variedade de uva branca de Bordeaux que produz vinhos secos e de sobremesa em todo o mundo.

Seyval Blanc. Variedade de uva branca híbrida francesa e americana comum no Reino Unido e nos Estados Unidos.

Solera. Sistema de mesclagem e envelhecimento utilizado principalmente para Jerez e outros vinhos fortificados.

Sommelier. Palavra francesa para “garçom dos vinhos”. É o profissional responsável pelas bebidas do restaurante, montando a carta de vinhos e aconselhando os clientes na harmonização da refeição.

Spätburgunder. Pinot Noir em alemão.

Spätlese. “Colheita tardia” em alemão. Refere-se a vinhos de corpo médio, secos ou doces.

Spumante. Em italiano, espumantes com maior pressão do que os vinhos frizzantes.

Sulfitos. Conservante à base de dióxido de enxofre (SO2), também identificado pelo código INS 220.

Superior / superiore / supérieur. Adjetivos (em português, italiano e francês) adicionados a uma denominação. O termo pode significar uma área melhor, a área de origem ou simplesmente que o vinho tem um teor alcoólico mais elevado.

Superprodução. Vinhedo que produz uvas demais por videira, de modo que o teor de açúcar e os constituintes de sabor não se tornam concentrados o bastante para produzir vinhos da qualidade desejada.

Supertoscano. Termo que identifica uma categoria não oficial da Toscana, de vinhos excepcionais.

Sur lie. Refere-se a vinhos que envelhecem em contato com as células mortas de leveduras e outras partículas que ali continuaram após a fermentação.

Sylvaner. Variedade de uva branca cultivada principalmente na Alemanha e na Alsácia.

T
Tabelas de safra. Tabelas que mostram as classificações de determinados vinhos em uma série de safras. Podem ser úteis como referência quando se quiser comprar vinhos.

Tampa de rosca. Lacre metálico cada vez mais popular utilizado como alternativa ao uso de rolhas para fechar as garrafas de vinho.

Tanino. Substância natural encontrada em vinhos, que provém da casca, das sementes e das hastes das uvas, e também do carvalho dos barris. Está mais presente nos vinhos tintos.

Tanoaria. Empresa que produz barris de madeira.

Tawny port, porto Tawny. Estilo de Porto envelhecido por longos períodos em barris de carvalho antes do engarrafamento.

TCA. Abreviatura de 2,4,6- Tricloroanisole, que é uma substância química encontrada em produtos alimentares e líquidos. Quando contaminados com TCA, os vinhos apresentam um gosto de papelão úmido e mofo.

Tenuta. Em italiano, propriedade, designando uma propriedade dedicada à viticultura.

Terra rossa. “Terra vermelha”, em geral com alto teor de ferro, que é apreciada em locais como Itália, Espanha, Austrália e Califórnia.

Terroir (terreno). Termo francês que significa “solo”, e se refere às características peculiares de um vinhedo, como solo, clima, geografia e geologia, que influenciam os sabores das uvas e do vinho de um determinado local.

Terroso. Termo de degustação que significa aroma de terra úmida – atributo positivo para alguns tintos complexos.

Textura. Sensação do vinho na boca.

Tinto. Vinho elaborado a partir de uvas vermelhas (tintas).

Tokaji, Tokay. Vinho doce húngaro, produzido da região de Tokaj, e considerado entre os melhores do mundo.

Tonel. Grande recipiente para vinho que pode ter diferentes tamanhos e ser feito de aço inox, carvalho, concreto ou plástico.

Topo flangeado. Garrafa em cujo pescoço há uma aba para minimizar o pingamento ao servir.

Torrontés. Variedade de uva branca nativa da Argentina, que produz vinhos brancos aromáticos.

Tosta da barrica. O processo de tostar a madeira no interior de uma barrica de carvalho, que será usada para fermentar e maturar o vinho. Essa tosta é efetuada segundo as especificações do produtor e o grau de tostadura afeta o sabor e a estrutura do vinho. O carvalho levemente tostado transfere tanino da madeira para o vinho, mas pouca cor e pouco sabor. O carvalho intensamente tostado adiciona menos tanino, mais cor e sabor mais acentuado de especiarias, fumaça e muitas vezes café torrado.

Tostado. Cheiro ou sabor semelhante ao de pão torrado que pode derivar do envelhecimento em barris ou sur lie.

Touriga Franca. Variedade de uva vermelha amplamente cultivada no Vale do Douro, em Portugal.

Touriga Nacional. Variedade de uva tinta portuguesa bastante apreciada.

Traminer. Variedade de uva branca, parente da Gewürztraminer, que produz vinhos florais.

Tranquilo. Vinho sem efervescência ou borbulhas.

Trasfega. Técnica antiga de transferir o vinho de um recipiente para outro a fim de deixar para trás a borra, e, assim, clarificá-lo, e também para manter os barris e os tanques cheios para impedir que o oxigênio estrague o vinho. Pode ser feito por meios gravitacionais ou usando uma bomba.

Trebbiano. Variedade de uva branca mais cultivada na Itália. Também comum no Sudoeste da França, onde é chamada de Ugni Blanc.

Trocken. Em alemão, seco.

Turvo. Vinho com aparência opaca.

U

Ugni Blanc. Trebbiano.

Uva. Em vinicultura, conjunto de ingredientes naturalmente produzidos que inclui sumo adocicado, sementes, polpa e leveduras.

V

Variedade. Subespécie específica de uva.

Variedades de Bordeaux. Variedades usadas em vinhos na região de Bordeaux e por vinicultores de todos o mundo, que emulam esse estilo francês: Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec, Petit Verdot, Carmenère e Cabernet Franc, para os tintos; Sauvignon Blanc, Sémillon e Muscadelle, para os brancos.

Variedades nobres. Uvas que vêm sendo cultivadas há muitos anos, produzem alguns dos melhores vinhos da Europa, e foram plantadas com sucesso no Novo Mundo. Por exemplo: Riesling, Merlot, Pinot Noir, Syrah, Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc e Chardonnay.

Varietal. Um vinho varietal é produzido a partir de uma única variedade de uva.

VDP. A associação dos principais produtores de vinhos da Alemanha.

Vendage Tardive. Em francês, colheita tardia.

Véraison. Período da fase de crescimento quando as uvas mudam de cor.

Verdelho. Variedade de uva comumente utilizada na produção do vinho do Porto e do Madeira.

Vericchio. Variedade de uva branca da Itália Central.

Vermentino. Variedade de uva branca italiana popular na Ligúria, Sardenha, Córsega e Sul da França.

Vidal Blanc. Variedade de uva híbrida encontrada no Nordeste dos Estados Unidos e no Canadá.

Videira não enxertada. Videira que cresce sobre suas próprias raízes, sem enxertos.

Vieilles vignes. Vinhas antigas, em francês.

Vigneron. Em francês, viticultor.

Vin. Vinho em francês.

Vin de pays. Expressão francesa aplicada à produção francesa de vinhos que significa “vinho regional” e denomina um vinho que não foi produzido conforme as regulamentações da Appellation Contrôlée. Fica acima do Vin de Table e abaixo do AOC. A classificação está sendo substituída por IGP.

Vin de Table. Vinho de Mesa, segundo a legislação francesa.

Vinho com gosto de rolha. Vinho defeituoso, contaminado pela rolha, que lhe passou sabores desagradáveis, que lembram papelão úmido. A contaminação é causada por um mofo presente em algumas rolhas, que pode afetar o vinho. Não deve ser confundido com pedaços de rolha no vinho.

Vinho de mesa. No Brasil, esse termo indica um vinho produzido a partir de uvas de mesa de variedades americanas, e não de uvas viníferas Vitis Vinifera. Não confundir com o francês Vin de Table, ou com o italiano Vino di Tavola.

Vinhos de primeira linha (blue chip). Os vinhos mais procurados, recomendados como investimento.

Vinho de sobremesa. Termo genérico para vinhos doces.

Vinho fortificado. Tipo de vinho ao qual são acrescentadas bebidas destiladas para aumentar o teor alcoólico. Isso geralmente é feito durante a fermentação para evitar que as leveduras completem o seu trabalho, retendo o açúcar natural das uvas no vinho. Porto e Jerez são alguns exemplos.

Vinho kosher. Vinho produzido de acordo as normas alimentares judaicas.

Vinho prensado. Vinho que flui da prensadora somente depois que a prensagem é realizada e que se mantém separado do sumo.

Vin Doux Naturel. Em francês, vinho naturalmente doce.

Vin Gris. Expressão francesa que designa um vinho rosé.

Vinhas antigas. Em francês, “vieilles vignes”. O termo em um rótulo indica que o vinho foi elaborado a partir de uvas cultivadas em vinhas completamente maduras.

Vinícola. Instalações físicas onde se produzem vinhos, ou às vezes a empresa legal que é responsável pela produção dos vinhos e documentação para efeitos legais e de tributação.

Vinicultor. Aquele cujo trabalho é ajudar as uvas e o sumo de uvas a se tornar vinho.

Vinicultor voador. Termo usado para descrever vinicultores que atuam como consultores em países ou continentes diferentes.

Vinicultura. Cultivo de uvas viníferas e cultivo de uvas.

Vinífera. A Vitis vinifera é a espécie tradicional de uva vinífera no Oriente Médio e depois na Europa que é utilizada na maioria dos vinhos de qualidade.

Vinificação. Processo de produção de vinhos, principalmente os passos que são executados nas instalações vinícolas para fermentar, amadurecer e preparar um vinho para a comercialização.

Vino da Tavola. Vinho de mesa, segundo a legislação italiana.

Vino de Mesa. Vinho de mesa, segundo a legislação espanhola.

Vintage. Ano em que as uvas de um determinado vinho foram colhidas, o mesmo que safra.

Vintage port. Porto de alta qualidade e digno de envelhecimento feito a partir de uma safra específica e que é engarrafado jovem. Também chamado de Porto Safrado.

Viognier. Variedade de uva branca do Vale do Rhône, na França, hoje amplamente distribuída.

Viticultura. A ciência, o processo e a arte do cultivo das uvas.

Vitis. Termo científico para o gênero das uvas viníferas.

Viura. Variedade também chamada de Macabeo.

W

Wein. Vinho, em alemão.

Weingut. Vinícola em alemão, onde o vinho é produzido a partir de uvas cultivadas da mesma propriedade.

Weinkellerei. Em alemão, adega que em geral compra e não cultiva uvas.

Weissburgunder. Pinot Blanc, em alemão.

X

Xerez. Vinho espanhol fortificado da região de Jerez produzido em diversos estilos. Pode ser chamado também de Sherry. Em espanhol, Jerez.

Xerez Cremoso. Jerez de cor âmbar, generosamente licoroso.

Z

Zinfandel. Variedade de uva tinta cultivada na Califórnia, descendente de uma antiga uva croata, assim como a italiana Primitivo.

Zinfandel branco. Estilo de rosé leve e ligeiramente adocicado feito com uvas Zinfandel, na Califórnia.