O universo do vinho é muito vasto, e torna-se cada vez mais
interessante, conforme nos aprofundamos. Esperamos que esse glossário possa
ajudá-lo na sua viagem por esse mundo. Mas a principal dica é: desconfie de
qualquer um que achar que sabe tudo...
A
Acidez. Característica do vinho, que pode ter diferentes
teores de acidez. Boa acidez deixa o vinho picante e revigorante. A acidez vem
basicamente das uvas na forma dos ácidos tartárico e málico, mas também pode
incluir o ácido lático.
Acidez volátil. Abreviado para AV, refere-se aos ácidos que
ocorrem naturalmente nos vinhos devido à interação entre álcool e oxigênio,
principalmente ácido acético (vinagre). Quando o nível de AV sobe de modo a se
tornar detectável, como cheiro avinagrado ou de esmalte de unha, significa que
o vinho se estragou.
Ácido lático. Ácido suave e amanteigado, também encontrado em
laticínios, que é convertido a partir ácido málico durante a fermentação
malolática dos vinhos.
Ácido málico. Ácido adstringente bastante presente nas maçãs,
e também nas uvas viníferas.
Adega. Lugar adequado para o armazenamento de vinhos.
Adega natural. Adega (em geral subterrânea) cujas condições
são naturalmente adequadas ao armazenamento do vinho.
Adstringência. Sensação de boca seca causada principalmente
pelos taninos, em especial nos vinhos tintos.
Aerar / respirar. Expor o vinho ao ar por um período de tempo
antes de beber, permitindo o desenvolvimento de seu buquê e aroma.
Albariño / Alvarinho. Variedade de uva branca da Galícia, na
Espanha. Chamada de Alvarinho em Portugal.
Álcool. O álcool etílico é um subproduto natural do processo
de fermentação, que ocorre quando as uvas entram em contato com as leveduras, convertendo
o açúcar em álcool.
Aligoté. Variedade branca associada à Borgonha. Também é
plantada no Leste Europeu.
Amarone. Vinho tinto emblemático da região de Valpolicella,
na Itália, produzido com uvas parcialmente secas.
Amontillado. Jerez envelhecido, de coloração âmbar, com sabor
encorpado que remete a nozes.
Antocianina. Pigmentos que estão logo abaixo das cascas da
uva e que dão cor ao vinho. Estudos recentes têm mostrado que as antocianinas,
juntamente com outras substâncias presentes naturalmente no vinho tinto, são
muito saudáveis e podem prevenir algumas doenças.
Appellation. Nome ou região geográfica oficial de origem de
um vinho. Parte do sistema de classificação dos vinho.
Appellation d’Origine Contrôlée (AOC). Frequentemente
encurtado para AC, significa Denominação de Origem Controlada. Sistema francês
de classificação, que procura criar padrões de qualidade por região. Especifica
as variedades de uva que podem ser cultivadas em cada região, e outras normas
específicas.
Aroma. Fragrância do vinho, expressa por termos descritivos
que fazem referência a outros cheiros.
Assemblage. Criação de um vinho a partir de lotes de diferentes
cepas, safras, vinhedos, barris ou tanques.
Asti Spumante. Vinho espumante à base de Moscatel, produzido
em Asti, Norte da Itália.
Ataque. Um termo de degustação, talvez não tão usual, que se
refere ao sabor inicial do vinho quando ele atinge o paladar.
Auslese. Termo alemão para vinho produzido com uvas muito
maduras.
Autólise. O que acontece quando o vinho envelhece com as
borras, ou células mortas de levedura, que permanecem no barril, tanque ou
garrafa depois da fermentação.
Auxerrois. Em Bordeaux, Auxerrois é sinônimo para Malbec ou
Côt. Na Alsácia, Auxerrois refere-se a uma variedade branca.
AVA. American Viticultural Area. Região viticultora
reconhecida pelo governo dos EUA.
B
Banyuls. Vinho de sobremesa francês produzido nos arredores
da vila de Banyuls, próxima da costa do Mediterrâneo.
Barbera. Variedade italiana de uva vermelha, a mais plantada
do Piemonte.
Barril. Recipiente tradicional de madeira, quase sempre
carvalho, usado para armazenar vinhos. O tamanho típico tem capacidade para 225
litros.
Barrique. Termo francês para barril de carvalho com cerca de
225 litros.
Bâtonnage. Essa prática mantém as células mortas de leveduras
em um barril ou tanque em contato com o vinho à medida que este envelhece, a
fim de evitar a oxidação e acrescentar-lhe sabor e textura.
Bianco. Termo italiano para branco, ou vinho branco.
Biodinâmica. Método de agricultura que busca um maior
equilíbrio da natureza. Relacionado ao orgânico que limita o uso de
fertilizantes e pesticidas químicos, e dando atenção especial aos ciclos naturais,
inclusive às fases da Lua.
Blanc de Blancs. Vinho branco, geralmente espumante,
produzido exclusivamente com variedades de uvas brancas.
Blend. Técnica de vinicultura que envolve a combinação de
lotes separados de vinho, de diferentes cepas, safras, ou vinhedos, em uma mistura
final a ser comercializada.
Blush wine. Termo em inglês para rosé.
Bocoy. Barril ou barrica de madeira (650 litros) usado
principalmente na região de Jerez, na Espanha.
Bodega. Termo em espanhol para vinícola ou adega.
Bonarda. Nome dado a uma uva exótica de grande projeção na
Argentina, e de origem duvidosa, talvez piemontesa, talvez francesa.
Borra. Sedimento constituído de células mortas de levedura,
hastes de uvas, polpa e sementes. Desce para o fundo do tonel ou barril após a
fermentação. As borras grosseiras são filtradas.
Botrítis. Forma danosa de fungo, também conhecida como
podridão cinza, que pode provocar perdas na colheita. Mas quando afeta os
cachos maduros de certas uvas destinadas a vinhos de sobremesa, ganha o nome de
podridão nobre. Nome completo: Botrytis cinerea.
Bouchonné. Termo em francês usado para descrever um vinho
estragado pelos odores desagradáveis de mofo de Tricloroanisole, também
conhecido como TCA, uma substância química que pode infectar rolhas, barris de
madeira ou papelão.
Brut. Estilo seco de espumante, padrão na maioria dos países
ocidentais.
Brut Nature. Estilo muito seco de espumante sem qualquer
adição de açúcar.
Buquê. Termo que descreve o cheiro de um vinho maduro.
C
Cabernet Franc. Variedade de uva vermelha popular em
Bordeaux, e onde quer que sejam produzidos blends ao estilo bordalês.
Canaiolo. Variedade de uva vermelha popular na Toscana, nos
Marches e na Sardenha.
Capa. Camada de cascas de uva no topo de um recipiente com
mosto de uva durante a fermentação.
Carignan. Variedade vermelha comum na Espanha e no Sul da
França. Cariñena na Espanha, Carignano na Itália e Carignane na Califórnia.
Carmenère. Uva tinta nativa de Bordeaux, mas atualmente emblemática
da vinicultura chilena.
Carvalho novo. Qualquer forma de envase de carvalho utilizada
pela primeira vez, quando o carvalho fornece sabor mais potente, e mais
taninos.
Carvalho. Tipo de madeira preferida pelos vinicultores ao
redor do mundo para envelhecer vinhos, conferindo sabores e texturas. Pode ser
usado na forma de barris ou pelo contato do vinho com de pedaços, pó, varetas
ou blocos de carvalho.
Cask. Recipiente, geralmente de madeira, maior do que o
barril comum de 225 litros. Na Austrália, o termo também pode fazer referência
a uma caixa de vinho.
Cava. Espumante tradicionalmente espanhol, originário da
Catalunha.
Cave. Palavra francesa para adega subterrânea. Nome dado
também às adegas refrigeradas com temperatura controlada que conservam os
vinhos sob condições ideais.
Cépage. Termo francês para variedade de uva.
Chai. Lugar de armazenagem de vinhos.
Chambré. Palavra francesa que significa “temperatura
ambiente”. Usada para descrever a temperatura ideal para servir o vinho tinto,
o que pode ser enganoso, pois as temperaturas ambientes variam muito.
Charmat. Método para a produção de espumantes onde a segunda
fermentação acontece em um tanque selado, e não nas garrafas, como no tradicional
Método Champenoise.
Chasselas. Variedade de uva branca intimamente relacionada à
Suíça, mas também plantada em regiões da França, da Alemanha, da Itália e
outros países.
Château. Castelo ou palacete, em francês. Nome usado para
designar muitas propriedades produtoras de vinho na França. Pode ser reservado
para rotular apenas os vinhos de maior qualidade dessas propriedades.
Chato (ou fechado). Vinhos que parecem não ter nenhum aroma.
Indica um vinho demasiadamente jovem ou um vinho servido muito frio.
Chef de cave. Termo em francês para o profissional
encarregado da vinicultura.
Cinsault. Variedade de uva vermelha muito cultivada no Sul da
França.
Claret. Palavra inglesa que designa o Bordeaux tinto seco
(clarete). Anteriormente era amplamente usada nos rótulos de praticamente
qualquer estilo de vinho tinto nos Estados Unidos e em todo o Novo Mundo.
Clarificação. Processo de purificação do vinho, no qual um
agente filtrante como gelatina, bentonita, derivados do leite e algumas vezes
claras de ovo são adicionados ao vinho nos tanques ou barris.
Classificação. Sistema de classificação de vinhos de acordo
com a qualidade. Há sistemas diferentes para diferentes países produtores.
Climat. Termo borgonhês para vinhedos específicos ou
subdivisões de vinhedos.
Clos. Termo em francês para vinhedo murado ou cercado.
Colar. O anel de bolhas que se forma nas bordas de um vinho
espumante.
Colheita tardia. Colheita no final da estação de cultivo, em
um período posterior ao do que seria ideal para os vinhos secos, produzindo
vinhos com maior teor alcoólico ou mais doces.
Colheita verde. Quando um viticultor remove cachos de uvas
verdes das vinhas durante o período de crescimento, para reduzir a produção e
melhorar a qualidade dos cachos remanescentes.
Colmeia. Prateleira para vinhos com nichos côncavos – feita
de concreto ou de material de resistência semelhante.
Colombard. Variedade de uva branca comum na França, na
Califórnia, na África do Sul e na Austrália.
Commune / comuna. Termo usado para descrever uma vila e suas
cercanias em regiões vinícolas francesas.
Complacente. Termo de degustação para designar textura macia,
mas forte.
Compostos aromáticos. Componentes do vinho percebidos pelo
olfato e pelo paladar.
Cooperativa. Associação de viticultores com instalações de
vinicultura.
Corpo. Termo usado na degustação para se referir à sensação
de textura, peso e volume do vinho na boca.
Corpulento. Vinho com riqueza de corpo e textura.
Cortese. Variedade de uva branca de Gavi, na Itália.
Corvina. Variedade de uva preta italiana comum em
Valpolicella e Bardolino.
Côte. Encosta, ou declive, em francês.
Crémant. Termo em francês para designar vinho espumante de
outras áreas da França que não seja de Champanhe. Esse vinho é transformado em
espumante pelo método tradicional de realizar uma segunda fermentação na
garrafa.
Crianza. Termo em espanhol usado para indicar um vinho
envelhecido por um determinado período.
Cru. Crescimento, em francês. Do ponto de vista enológico, o
termo é usado para descrever um vinhedo, e não o crescimento das videiras.
Cru Bourgeois. Nível de qualidade usado para châteaux de
Bordeaux, superado apenas por Cru Classé.
Cru Classé. Vinhedo francês oficialmente classificado pela
qualidade continuada com o passar do tempo. Em Bordeaux, as propriedades Cru
Classé são estratificadas de premier cru a cinquième cru.
Cultivo de alta densidade. Prática em voga mas não
cientificamente provada de plantar vinhas extremamente próximas umas das outras
para aumentar a qualidade em virtude da decorrente limitação de produtividade
por parreira.
Cultivo seco. Vinhedos cultivados sem irrigação.
Cuvée. “Cuve” significa tanque em francês. O vinho produzido
em tanques é um cuvée.
D
Decantar. Separar o vinho da borra por decantação. Decantar
significa despejar o vinho da garrafa em outro recipiente, chamado decanter.
Decanter. Recipiente no qual os vinhos são decantados antes
de serem servidos.
Demi-muid. Barril com capacidade para cerca de 600 litros.
Demi-sec. Francês para “meiosseco”. Vinho com gosto
adocicado.
Denominação de origem. Sistema que reconhece os vinhos por
nomes geográficos, de onde as uvas foram cultivadas e vinificadas. As
denominações de origem da maioria dos países produtores de vinhos são reguladas
por lei.
Declaração de safra. Em regiões onde não são produzidos
vinhos de uma única safra todos os anos, declara-se a safra em anos
excepcionais.
Degustação às cegas. Identificação de um vinho desconhecido,
em termos de variedade de uva, região e safra – pela visão, olfato e paladar.
Degustação comparativa. Degustação de diferentes exemplares
do mesmo estilo de vinho.
Degustação horizontal. Degustação de vinhos diferentes da
mesma safra.
Degustação vertical. Degustação de um mesmo vinho de
diferentes safras.
Desclassificar. Nas vinícolas, separar um lote de vinhos como
de qualidade inferior.
Desengaçar. Separação das uvas do engaço (cacho) para prepará-las
para a fermentação.
Dolcetto. Variedade de uva vermelha no Noroeste da Itália.
Domaine. Propriedade com vinhedos próprios, seja de
propriedade de pessoas físicas ou jurídicas.
Dornfelder. Variedade de uva vermelha alemã.
Dosagem. Processo que acrescenta um pouco de doçura e sabor a
espumantes com fermentação na garrafa pouco depois da limpeza e antes do
arrolhamento.
Doux. Doce. Termo usado para vinhos tranquilos e espumantes.
E
Efervescência. Leve carbonação que é normal e agradável em
determinados vinhos, principalmente os brancos bastante jovens e
recém-lançados. No caso dos tintos, pode ser sinal de má qualidade.
Eiswein. Também conhecido como Icewine. Vinho doce produzido
com uvas parcialmente congeladas nas videiras.
Elbing. Variedade branca tradicional cultivada na Alemanha e
em Luxemburgo.
Elegante. Termo da degustação para vinhos equilibrados, leves
e de alta qualidade.
Encorpado. Vinho potente, com maior concentração de
compostos.
En primeur (também conhecido como “futuros”). Refere-se à
compra de vinhos muito procurados antes de serem engarrafados – no mínimo um
ano antes da data esperada para venda.
Enérgico. Termo de degustação de vinhos com caráter positivo,
que significa acidez vívida.
Enjoativo. Termo usado para descrever vinhos doces demais.
Enologia. Ciência do vinho.
Enólogo. Cientista de vinhos ou vinicultor qualificado.
Enoteca. Frequentemente traduzido como “biblioteca de
vinhos”, este termo italiano costuma ser usado para descrever lojas de vinhos.
Envelhecimento em barril. Período que o vinho passa em barris
de carvalho depois da fermentação.
Envelhecimento. O vinho é envelhecido em barris ou tanques na
vinícola e nas garrafas, depois que está pronto para comercialização. Muitos
vinhos evoluem com o tempo na garrafa, ficando mais macios e complexos.
Enxertia. As parreiras, assim como as árvores frutíferas e as
roseiras, adaptam-se prontamente ao enxerto de variedades frutíferas no caule
de espécies ou variedades diferentes. Isso é necessário em vinhedos da espécie
Vitis vinifera em áreas onde o parasita filoxera esteja presente no solo, já que
parreiras de vinifera sem enxertia são vulneráveis a essa praga.
Equilíbrio, equilibrado. Vinho no qual sabores, acidez,
taninos e corpo realçam uns aos outros.
Ereben. Termo usado para os vinhos de mais alto nível de
qualidade de áreas específicas da região alemã de Rheingau.
Erzeugerabfüllung. Termo alemão que significa “engarrafado
pelo produtor”.
Espinha dorsal. Expressão que descreve a estrutura do paladar
de um vinho. Os componentes que conferem ao vinho sua espinha dorsal são o
tanino e a acidez.
Espremedura. Equivale a espremer ou romper as cascas das uvas
logo depois da colheita para liberar o sumo das cascas antes da fermentação.
Estabilização. O vinho é estabilizado após a fermentação,
evitando que ela continue, e só depois é engarrafado.
Estate-bottled. Termo em inglês que descreve vinhos
engarrafados pelo proprietário dos vinhedos onde as uvas foram cultivadas.
Extra-Brut. Espumante bastante seco, produzido com apenas uma
pitada de doçura na dosagem.
Extrato. Componentes de sabor, cor e textura de um vinho,
derivados das cascas e extraídos durante o processo de fermentação.
F
Fattoria. Palavra italiana comumente usada para descrever uma
vinícola.
Fenóis. Substâncias presentes nas uvas, principalmente nas
hastes, cascas e sementes que conferem sabor, cor e taninos aos vinhos.
Fermentação. Processo natural conduzido pelas células de
levedura, que consome o açúcar do sumo das uvas e produz álcool e gás carbônico
como subprodutos.
Fermentação em barril. Processo de fermentar vinhos em barris
para aprofundar a textura.
Fermentação maloláctica: Processo utilizado na produção de
vinhos em que o ácido málico é transformado em ácido lático, bem mais fraco,
permitindo melhor equilíbrio do vinho, com menor acidez geral, textura mais suave
e final mais prolongado.
Fermento. Fungo que consome o açúcar das uvas e produz álcool
e gás carbônico. O líquido resultante é o vinho.
Filtragem. A maioria dos vinhos é filtrada antes do
engarrafamento para remover micro-organismos e purificar. Alguns vinicultores
evitam a filtragem para produzir o que acreditam ser vinhos mais naturais.
Final. Retrogosto. Em termos gerais, quanto mais longo o
final, melhor o vinho.
Fino. Um estilo de Jerez seco e com sabores encorpados que é
envelhecido sob uma camada de levedura flor.
Flor. Uma camada de levedura que se forma na superfície do
Jerez e protege o vinho do oxigênio.
Flute. Taça alta e estreita ideal para espumantes.
Foudre. Termo em francês para um grande barril de carvalho.
Fortificado. Vinho ao qual foi adicionada aguardente vínica
para evitar o prosseguimento da fermentação, como o Madeira, o Marsala, o Jerez
e o Porto.
Frizzante. Vinho ligeiramente espumante da Itália.
Frühburgunder. Variedade de uva vermelha alemã; mutação da
Pinot Noir.
Frutado. Descrição positiva para a maioria dos vinhos, onde o
caráter da fruta fica evidente.
Fût. Tipo de barril usado na Borgonha.
G
Garagista. Originalmente um termo francês para o produtor de
vinho que produz pequenas quantidades nas suas garagens em Bordeaux. Jean-Luc
Thunevin foi o 1º garagista em St. Emilion, Bordeaux, pegando o mundo de
surpresa ao produzir vinhos fantásticos sob o rótulo Valandraud. A primeira
safra foi em 1991, e em 1996 os preços alcançaram valores mais altos do que os
principais vinhos Premier Grand Cru Classé dessa região. O mercado para esses
vinhos deflacionou, mas Thunevin estava tentando conseguir que seus vinhos
fossem reconhecidos formalmente em 2006, quando St. Emilion reclassificaria
seus vinhos – um evento que acontece a cada dez anos. Hoje, muitos pequenos
produtores em todo o mundo comercializam seus produtos como garagistas.
Garganega. Principal variedade de uva usada nos vinhos Soave
da região italiana do Vêneto.
Glicerol. Líquido viscoso que se forma em pequenas
quantidades durante a fermentação do vinho e acrescenta sensações de doçura e
riqueza que podem ter concentrações consideráveis. Mesmo que glicerina.
Gordo, farto. Descreve um vinho cuja doçura e/ou corpo sobrepuja
a acidez e os taninos.
Gosto de carvalho. Refere-se ao vinho envelhecido em barris
de carvalho.
Grand Cru. Expressão francesa para “grande vinhedo”, ou
“excelente cultivo”. É usado para os grandes vinhedos da Borgonha e da Alsácia.
O termo é usado de forma diferente em St-Emilion (Bordeaux) e em Champagne. A
designação Grand Cru indica um potencial de qualidade excelente para os vinhos
produzidos a partir desses vinhedos. Na Borgonha e na Alsácia a classificação
Grand Cru é superior a Premier Cru. Em St-Emilion, 53 propriedades são
classificadas como Grand Crus, enquanto outras 13 são Premier Grand Crus (ou
“primeiros grandes vinhedos”).
Gran Reserva. Termo em espanhol para vinhos de guarda.
Grand Vin. “Grande vinho” em francês. Termo usado para
indicar o vinho de melhor qualidade de uma vinícola.
Grande. Termo que faz referência a vinho com alto teor
alcoólico, textura áspera ou tânica e sabores robustos.
Grosses Gewächs. Vinho premier cru alemão de qualidade ao
menos Spätlese, de um único vinhedo ou propriedade.
Grosslage. “Vinhedo grande” em alemão. Geralmente faz
referência a uma reunião de pequenos vinhedos vizinhos.
Guardar. Armazenar garrafas de vinho na adega para envelhecer.
Somente determinados vinhos são adequados para tal a guarda.
H
Halbtrocken. “Semisseco” em alemão. Indica um vinho com
relativamente pouco açúcar e o bastante de equilíbrio proporcionado pela acidez
para que tenha sabor seco.
Harmonioso. Semelhante a “equilibrado”. Termo que faz
referência a um vinho no qual todas as partes combinem bem.
Haut. “Alto”, em francês. Pode fazer referência tanto à
localização física quanto à qualidade de um vinhedo.
Hectolitro. Abreviado para hl. Unidade correspondente a 100
litros.
Herbáceo. Refere-se a sabores de ervas no vinho.
Híbrido. Tipo de parreira resultante do cruzamento de duas
espécies diferentes de videira. Um cruzamento verdadeiro ocorre quando uma
planta é criada a partir de duas videiras da mesma espécie.
I
Icewine. Vinho doce produzido com uvas parcialmente
congeladas nas videiras.
IGP. Indicaction Géographique Protegée. Interpretação
francesa das novas leis de rotulação da UE que acabarão gradualmente com as
classificações Vin de Pays e VDQs nos próximos anos.
Insosso. Termo usado em degustação que significa que o vinho
é apagado devido à falta de acidez, relativa à intensidade da fruta.
J
Jéroboam. Tamanho de garrafa. Para o Bordeaux, seis vezes o
tamanho normal da garrafa de vinho; para o Champagne, quatro vezes o tamanho
padrão.
Johannisberg Riesling. Termo algumas vezes usado na
Califórnia para distinguir a uva Riesling alemã da outrora popular Grey
Riesling.
K
Kabinett. Termo alemão que indica um nível de maturidade
imediatamente abaixo de Spätlese. Os vinhos Kabinett são leves e podem ser
ligeiramente doces, demi-sec ou secos.
Keller. “Adega” em alemão, geralmente usado como sinônimo de
vinícola.
L
Labrusca. As videiras Vitis labrusca são nativas do Norte e
do Leste da América do Norte e produzem vinhos frutados e almiscarados.
Lagar. Gamela grande ou tanque com laterais baixas usado em
Portugal para a fermentação de vinhos, tradicionalmente depois da pisa das
uvas. Também usado como sinônimo de instalações de produção vinícola.
Lágrimas ou pernas. Filetes formados pelo álcool que se
formam nas partes internas de uma taça umedecida com vinho.
Lambrusco. Tipo de frisante italiano que pode ser seco ou
doce.
Landwein. Classificação austríaca e alemã para vinhos de mesa
secos ou quase secos com mais corpo do que os vinhos comuns.
Late Bottled Vintage. Vinho do Porto produzido com uvas da
mesma safra, envelhecido em barris e comercializados de quatro a seis anos
depois da safra. Abreviado como LBV.
Lei Seca. Período de 1920 a 1933 quando a produção e
comercialização de bebidas alcoólicas foram proibidas nos Estados Unidos.
Lemberger. Variedade de uva tinta de Württemberg, Alemanha.
Chamada de Blaufränkisch na Áustria e de Kékfrankos na Hungria.
Leveduras naturais (ou indígenas). Tipo de levedura que
preexiste em um vinhedo ou ambiente vinícola e que agirá sobre o mosto das uvas
sem a ajuda do vinicultor.
Leveduras. Organismos unicelulares microscópicos que convertem
o açúcar no mosto em álcool etílico e liberam dióxido de carbono no processo.
Liebfraumilch. Termo que significa “leite materno”, utilizado
para vinhos baratos e doces exportados da Alemanha, muitas vezes elaborados com
Müller-Thurgau.
Lieu-dit. “Nome do local”, usado na Borgonha, Alsácia e
outras regiões da França para vinhedos tradicionais sem a condição oficial de
denominação de origem. Climat é um sinônimo borgonhês.
Ligeiro. Vinho atraentemente ácido e saboroso.
Limpeza. Etapa do processo de produção de espumantes
fermentados na garrafa. Consiste na remoção das células mortas de levedura
(borra) da garrafa, onde acontece a segunda fermentação, de modo que o vinho
fique limpo e sem sedimentos.
Liquoreux. Licoroso, em francês.
Liquoroso. Vinho fortificado, em italiano.
Lodge. Termo inglês para uma vinícola da região do Porto, em
Portugal, onde os vinhos do Porto são mesclados, envelhecidos e engarrafados.
M
Macabeo. Variedade de uva branca plantada na Espanha,
especialmente em Rioja e na região de Penedès (onde é mesclada com a Xarel-lo e
a Parellada para formar o vinho-base do Cava). Também é encontrada no Sul da
França. Sinônimos: Viura e Macabeu.
Maceração. Prática de esmagar (macerar) as cascas de uva no
sumo ou no vinho antes, durante ou depois da fermentação, a fim de permitir que
mais compostos de coloração e sabor saiam das cascas para o sumo, e, por fim,
para o vinho.
Maceração pré-fermentativa. Quando o sumo da uva não
fermentado permanece misturado com as cascas depois da maceração.
Magnum. Tamanho de garrafa. Duas vezes o tamanho padrão.
Malvasia. Família de variedades mediterrâneas de uva branca
caracterizadas por um perfume distinto.
Manzanilla. Estilo tipicamente leve e seco de Jerez,
produzido na cidade de Sanlúcar de Barrameda.
Marsala. Vinho italiano fortificado produzido na Sicília.
Marsanne. Variedade de uva branca vinífera do Rhône.
Master of Wine (MW). Certificação internacionalmente
reconhecida pela indústria do vinho como sendo a maior que se pode adquirir e
muito difícil de conquistar. Em 2006, havia somente 251 Master of Wines no
mundo.
Mataró. Nome dado, em Portugal, para a cepa Mourvèdre.
Maturidade. Quando um vinho desenvolveu-se até atingir um
equilíbrio perfeito. Os vinhos amadurecem em diferentes velocidades, conforme
as condições de armazenagem. Dizer que um vinho está “maduro” é subjetivo.
Melon de Bourgogne. Variedade de uva branca usada
principalmente no Loire para produzir Muscadet.
Meritage. Combinação entre as palavras “mérito” (merit) e
“herança” (heritage), essa palavra é utilizada em vinhos americanos produzidos
a partir de uvas clássicas de Bordeaux.
Méthode Champenoise. Método desenvolvido na região francesa
de Champanhe para produzir vinhos espumantes. Por esse método, ocorre uma
segunda fermentação na garrafa, que produz gás carbônico, tornando o vinho
espumante. Também conhecido como Método Tradicional ou Clássico.
Método clássico ou tradicional. O método tradicional recebe esse nome porque é a forma como
os primeiros espumantes foram elaborados. Esse processo, muitas vezes
denominado Champenoise, foi primeiramente criado na região de Champagne, na
França, pelos monges cistercienses (a lenda diz que Dom Pérignon o inventou) e
manteve- se praticamente inalterado até os nossos dias. Por esse método, as
borbulhas do vinho são criadas graças a uma segunda fermentação em garrafa. Ou
seja, primeiro fermenta-se o mosto para que ele seja transformado em vinho.
Depois, já com o vinho engarrafado, ocorre uma segunda fermentação.
Método por transferência. Método de produzir espumantes no
qual o vinho passa por uma segunda fermentação em garrafas individuais que são
depois esvaziadas em um tanque sob pressão e misturadas antes do engarrafamento.
Microclima. Descreve as condições climáticas individuais de
um vinhedo ou parte de um vinhedo.
Millésime. Grandes vinhos elaborados das melhores safras.
Mineralidade, gosto mineral. Termo para vinhos que vão além
do simples sabor frutado.
Mise en
bouteille au château. Expressão
francesa presente nos rótulos das garrafas que significa que o vinho foi
engarrafado no vinhedo ou château em que foi fabricado. Em geral significa que
o viticultor e o engarrafador são a mesma empresa.
Mistura. Mistura de vinhos elaborada com diferentes
variedades de uvas, vinhedos, regiões ou safras.
Moelleux. Termo francês que descreve um vinho suave, doce e
com textura macia.
Monastrell. Nome dado, na Espanha, para a cepa Mourvèdre.
Mondeuse. Variedade de uva tinta de Savoia, França.
Monopole. Designa a região francesa vinícola onde todos os
vinhedos pertencem a um só proprietário.
Moscato d’Asti. Espumante de baixa pressão, tipo frisante,
feito a partir de uvas Moscatel, na cidade piemontesa de Asti, no norte da
Itália, onde se produz também o Asti Spumante.
Moscato. Italiano para Muscat, Moscatel.
Mosto. Suco, ou sumo da uva antes de ser fermentado e
transformado em vinho.
Mourvèdre. Variedade de uva tinta originária da Espanha, onde
é conhecida como Monastrell.
Mousse, musse. A espuma em uma taça de espumante.
Movimentação por gravidade. Movimentação do vinho em uma
vinícola sem o uso de bombas.
Müller-Thurgau. Variedade de uva branca alemã amplamente
cultivada.
Muscadelle. Variedade de uva branca francesa comum em
Bordeaux e em Bergerac.
Muscat. Família de uvas viníferas que produzem vinhos
aromáticos, florais e geralmente doces, de todas as cores. O mesmo que
Moscatel.
N
Nariz. Termo para o cheiro de um vinho.
Negociante. Palavra que vem do francês négociant e significa
um comerciante de vinhos. Um negociante compra uvas (e fabrica vinho com elas)
e/ou compra vinhos (para envelhecer e vender, sob sua própria marca). O oposto
dele é o cultivador, que também pode fabricar vinhos de suas próprias uvas.
Algumas empresas desempenham as duas funções.
Nouveau. “Novo”, em francês. Vinhos nouveau, como o
Beaujolais Nouveau, são engarrafados, distribuídos e geralmente consumidos
poucas semanas depois da colheita das uvas.
Novo Mundo. São os países produtores de vinho como os Estados
Unidos, a Austrália, a África do Sul e o Chile.
O
Oloroso. Estilo de Jerez bastante exposto ao oxigênio durante
a produção. Encorpado, com notas de castanhas.
Organicamente cultivado, ou de cultivo orgânico. Em um rótulo
de vinho, o termo indica que as uvas foram cultivadas utilizando-se práticas
orgânicas rígidas. Mas dessa forma, não indica que o vinho foi organicamente
produzido.
Orgânico. Indica produção agrícola realizada sem o uso de herbicidas,
pesticidas e fertilizantes sintéticos.
Oxidação. Processo pelo qual o oxigênio interage com o vinho
e modifica sua composição.
Oxidado. Termo para o vinho estragado que sofreu de
superexposição ao oxigênio.
Palato. Refere-se à impressão geral que um vinho causa na
boca, além de referir-se à área da boca.
Palo cortado. Tipo raro de Jerez, de estilo entre o
Amontillado e o Oloroso.
Palomino. Variedade de uva branca usada especialmente para
Jerez, mas também para vinhos de mesa.
Passetoutgrains Bourgogne. Vinho básico da Borgonha produzido
com Pinot Noir e Gamay.
Passito. Em italiano, termo para vinho elaborado com
uvas-passas.
Pays. Em francês, “país” ou “interior”.
PDO. Protected Designation of Origin (Denominação de Origem
Protegida). Novo sistema de classificação da União Europeia para garantir a
origem de vinhos e outros produtos.
Pedro Ximénez, PX. Uva cultivada principalmente na Espanha
para elaborar vinhos brancos secos e de sobremesa densos. É também o nome de um
Jerez feito com essa uva.
Perfume. Aroma ou cheiro do vinho.
Persistência. Duração do sabor e das sensações na boca após
se ter tomado um gole de vinho. Indicador de qualidade.
Pesado. Vinho forte em termos de álcool ou doçura e sem
equilíbrio o bastante proporcionado pela acidez.
Pétillant. Termo francês para vinho ligeiramente espumante.
Petit Verdot. Uma das cinco uvas tintas clássicas de
Bordeaux.
Petit Sirah. Variedade de uva tinta mais comumente associada
à Califórnia. Petite Sirah é o cruzamento da Syrah com a Peloursin.
Pétreo. Aroma que remete a aço raspado em rocha, uma
característica atraente em alguns vinhos brancos.
PGI. Protected Geographical Indication (Indicação Geográfica
Protegida). Novo sistema de classificação da União Europeia para garantir a
origem de vinhos e outros produtos.
Phylloxera. Minúsculo parasita que come as raízes das
videiras e destruiu os vinhedos europeus e californianos no final do século
XIX, forçando modificações na viticultura que persistem até os dias de hoje.
Picpoul. Variedade de uva do Langedoc, na França, mais comum
em vinhos brancos ligeiros.
Pigeage. Método tradicional de abaixamento do chapéu do mosto
durante o processo de fermentação.
Pinot Blanc. A variação mais branca de uma família de uvas
que inclui ainda a Pinot Noir e a Pinot Gris. Cultivada na Borgonha, Alsácia,
Alemanha (onde se chama Weissburgunder), Itália (onde se chama Pinot Bianco),
Europa Central, Leste Europeu e Novo Mundo.
Pinot Meunier. Variedade de uva tinta, uma das três
variedades utilizadas no champanhe (sendo as outras Pinot Noir e Chardonnay).
Pinotage. Variedade de uva tinta da África do Sul, cruza entre
a Pinot Noir e a Cinsault.
Pisa. A prática de macerar uvas com os pés, ainda bastante
usada na produção de vinhos do Porto.
Podridão nobre. Quando as uvas brancas destinadas à produção
de vinhos doces são afetadas por um fungo chamado Botrytis cinerea. Esse fungo
desidrata as uvas e concentra seus açúcares. Quando o Botrytis cinerea afeta as
uvas que não são destinadas à produção de vinho doce, a doença é menos
favorável e recebe o nome de podridão cinza.
Porta-enxerto. Videira base sobre a qual uma variedade de uva
vinífera preferencial é enxertada.
Porto. Vinho fortificado produzido em Portugal. As uvas são
cultivadas no Vale do Douro, os vinhos são envelhecidos na cidade do Porto e
arredores.
Porto Crusted. Vinho do Porto encorpado.
Portugieser. Variedade de uva tinta também conhecida como
Blauer Portugieser, popular na Áustria, Alemanha e outras partes da Europa
Central e Leste Europeu.
Prädikat. “Distinção”. Termo usado na Alemanha para
identificar vinhos de diferentes níveis de qualidade baseado na maturidade das
uvas.
Prädikatswein. Nível máximo de qualificação dos vinhos
alemães.
Premier cru. Expressão francesa que significa “primeiro
cultivo”. Na região de Bordeaux, refere-se ao mais alto posto em determinados
sistemas de classificação que avaliam os melhores châteaux. Na Borgonha, é uma
denominação para vinhedos selecionados cuja qualidade está apenas um grau
abaixo do Grand Cru.
Prensadora. Máquina usada para espremer o sumo ou vinho das
cascas de uvas.
Primeira prensagem. Sumo que escorre de forma natural das
uvas depois que elas são retiradas dos cachos e/ou amassadas, mas antes da
prensagem.
Primitivo. Variedade de uva tinta cultivada na Itália,
descendente de uma antiga uva croata, assim como Zinfandel da Califórnia.
Prosecco. Variedade de uva branca da região de Vêneto, na
Itália, mais conhecida pelos espumantes.
Punt. Repuxo no fundo de uma garrafa de vinho, que acrescenta
força estrutural ao vidro.
Puro. Vinho fresco, bem produzido, e sem defeitos.
Q
QbA. Qualitätswein bestimmter Anbaugebiete. A categoria mais
ampla para os vinhos de qualidade na Alemanha, indicando que as uvas provêm de
uma das 13 denominações de origem superiores.
QmP. Qualitätswein mit Prädikat. Em alemão, “vinho de
qualidade com distinção”. Baseia-se na quantidade de açúcar do mosto, com seis
níveis: Kabinett (o mais leve), Spätlese, Auslese, Beerenauslese, Trockenbeerenauslese
e Eiswein.
Qualitätswein. Termo alemão para vinhos de qualidade em um
nível bastante amplo.
Quinta. Fazenda ou vinícola, em Portugal.
R
Raízes próprias. Videira que cresce sobre suas próprias
raízes, sem enxertos.
Récoltant. Viticultores que produzem seu próprio vinho em vez
de vender as uvas. Termo abreviado nos rótulos de champanhe para RM
(récoltant-manipulant).
Redondo. Termo para um vinho de textura macia.
Redução. O oposto da oxidação ou do status químico de um
vinho que não possui contato com o oxigênio durante a produção.
Refinamento. Descreve um vinho elegante e memorável.
Refosco. Família de variedades de uvas tintas da Eslovênia,
Croácia e Nordeste da Itália.
Refrescante. Sensação de paladar que se refere frequentemente
a um vinho jovem. Às vezes, os vinhateiros preferem envelhecer o vinho em
tonéis de aço inoxidável e não em barris de carvalho, para preservar sua
qualidade refrescante.
Reichsgraf. Termo que designa um nobre na Alemanha e é usado
em diversos nomes de propriedades vinícolas.
Remontagem. Ato de bombear o sumo do fundo de um tanque de
fermentação de vinho tinto e borrifá-lo sobre a capa de cascas de uva do topo
(chamada de chapéu do mosto). Em francês, remontage.
Reserva. Termo em espanhol ou em português para descrever um
vinho de qualidade excepcional, que foi envelhecido por determinado período
mínimo.
Reserve. Pode significar um vinho com maior envelhecimento,
mas o termo não possui nenhum significado legal.
Respiração. O que o vinho faz quando a garrafa é aberta e
quando ele é servido em taças ou transferido para um decantador, entrando em
contato com oxigênio.
Retrogosto. Sensação ou gosto que fica na boca após um gole
de vinho. O retrogosto pode ser pouco notável ou persistente, dependendo da
qualidade e da idade do vinho. Um retrogosto muito persistente pode ser uma
indicação de que o vinho vai envelhecer bem.
Ribolla, Ribolla Gialla. Variedade de uva branca cultivada no
Nordeste da Itália, na Eslovênia e na Grécia.
Ripasso. Técnica em que cascas de uvas parcialmente secas são
retiradas dos tanques de fermentação e “repassadas” para outros tanques com
vinho recém-fermentado a fim de conferir mais sabor e cor.
Riserva. Termo em italiano que indica um vinho que envelheceu
mais tempo do que o normal.
Rolha. Pedaço roliço de cortiça usado para tampar garrafas.
Rosato. Vinho rosé, em italiano.
Rosé. Vinho tipicamente elaborado a partir de uvas tintas
usando métodos de vinificação de vinhos brancos a fim de criar uma coloração
vermelha clara, rosa ou âmbar, e sabores que se situam entre os dos vinhos
brancos e os dos tintos.
Rosso. Tinto, em italiano.
Rouge. Tinto, em francês.
Roussane. Variedade de uva do Vale do Rhône.
Ruby port, porto Ruby. Nível básico do vinho do Porto.
S
Safra. Ano em que houve a colheita das uvas de determinado
vinho.
Saint Laurent. Variedade de uva tinta, parente da Pinot Noir,
e cultivada na Alsácia, Áustria, República Tcheca, Alemanha e outras regiões.
Sauvignon Gris. Variedade de uva branca parente da Sauvignon
Blanc, com cascas de coloração semiescura ou rosada.
Savagnin. Variedade de uva desenvolvida na Alemanha cruzando
Sylvaner e Riesling.
Schloss. Castelo, em alemão. Usado em nomes de vinhos da
mesma maneira que em francês se usa château.
Seco, Sec, Secco. O oposto de vinho doce. Sem doçura. Vinhos
secos passam por fermentação completa, a ponto de praticamente todo o açúcar
das uvas ser convertido em álcool.
Sedimentos. Minúsculas partículas de vinho que se acomodam
lentamente na solução ao longo do tempo e formam uma camada fina no fundo da
garrafa.
Segundo vinho. Vinho de qualidade inferior ou produzido com
uvas de videiras jovens, em uma propriedade conhecida por seus “grandes
vinhos”. Esse termo é usado principalmente em Bordeaux, mas também é utilizado
em outros locais.
Sekt. Vinho espumante, na Alemanha.
Seleção clonal. Prática de usar material genético favorável
de uma videira em novas videiras ou vinhedos inteiros a partir de cortes dessa
planta.
Sélection de Grains Nobles. Abreviado para SGN. Termo que se
usa principalmente na Alsácia, França, para vinhos elaborados com uvas afetadas
pelo Botrytis cinerea.
Sémillon. Variedade de uva branca de Bordeaux que produz
vinhos secos e de sobremesa em todo o mundo.
Seyval Blanc. Variedade de uva branca híbrida francesa e
americana comum no Reino Unido e nos Estados Unidos.
Solera. Sistema de mesclagem e envelhecimento utilizado
principalmente para Jerez e outros vinhos fortificados.
Sommelier. Palavra francesa para “garçom dos vinhos”. É o
profissional responsável pelas bebidas do restaurante, montando a carta de
vinhos e aconselhando os clientes na harmonização da refeição.
Spätburgunder. Pinot Noir em alemão.
Spätlese. “Colheita tardia” em alemão. Refere-se a vinhos de
corpo médio, secos ou doces.
Spumante. Em italiano, espumantes com maior pressão do que os
vinhos frizzantes.
Sulfitos. Conservante à base de dióxido de enxofre (SO2),
também identificado pelo código INS 220.
Superior / superiore / supérieur. Adjetivos (em português,
italiano e francês) adicionados a uma denominação. O termo pode significar uma
área melhor, a área de origem ou simplesmente que o vinho tem um teor alcoólico
mais elevado.
Superprodução. Vinhedo que produz uvas demais por videira, de
modo que o teor de açúcar e os constituintes de sabor não se tornam
concentrados o bastante para produzir vinhos da qualidade desejada.
Supertoscano. Termo que identifica uma categoria não oficial
da Toscana, de vinhos excepcionais.
Sur lie. Refere-se a vinhos que envelhecem em contato com as
células mortas de leveduras e outras partículas que ali continuaram após a
fermentação.
Sylvaner. Variedade de uva branca cultivada principalmente na
Alemanha e na Alsácia.
T
Tabelas de safra. Tabelas que mostram as classificações de
determinados vinhos em uma série de safras. Podem ser úteis como referência
quando se quiser comprar vinhos.
Tampa de rosca. Lacre metálico cada vez mais popular
utilizado como alternativa ao uso de rolhas para fechar as garrafas de vinho.
Tanino. Substância natural encontrada em vinhos, que provém
da casca, das sementes e das hastes das uvas, e também do carvalho dos barris.
Está mais presente nos vinhos tintos.
Tanoaria. Empresa que produz barris de madeira.
Tawny port, porto Tawny. Estilo de Porto envelhecido por
longos períodos em barris de carvalho antes do engarrafamento.
TCA. Abreviatura de 2,4,6- Tricloroanisole, que é uma
substância química encontrada em produtos alimentares e líquidos. Quando
contaminados com TCA, os vinhos apresentam um gosto de papelão úmido e mofo.
Tenuta. Em italiano, propriedade, designando uma propriedade
dedicada à viticultura.
Terra rossa. “Terra vermelha”, em geral com alto teor de
ferro, que é apreciada em locais como Itália, Espanha, Austrália e Califórnia.
Terroir (terreno). Termo francês que significa “solo”, e se
refere às características peculiares de um vinhedo, como solo, clima, geografia
e geologia, que influenciam os sabores das uvas e do vinho de um determinado
local.
Terroso. Termo de degustação que significa aroma de terra
úmida – atributo positivo para alguns tintos complexos.
Textura. Sensação do vinho na boca.
Tinto. Vinho elaborado a partir de uvas vermelhas (tintas).
Tokaji, Tokay. Vinho doce húngaro, produzido da região de
Tokaj, e considerado entre os melhores do mundo.
Tonel. Grande recipiente para vinho que pode ter diferentes
tamanhos e ser feito de aço inox, carvalho, concreto ou plástico.
Topo flangeado. Garrafa em cujo pescoço há uma aba para minimizar
o pingamento ao servir.
Torrontés. Variedade de uva branca nativa da Argentina, que
produz vinhos brancos aromáticos.
Tosta da barrica. O processo de tostar a madeira no interior
de uma barrica de carvalho, que será usada para fermentar e maturar o vinho.
Essa tosta é efetuada segundo as especificações do produtor e o grau de
tostadura afeta o sabor e a estrutura do vinho. O carvalho levemente tostado
transfere tanino da madeira para o vinho, mas pouca cor e pouco sabor. O
carvalho intensamente tostado adiciona menos tanino, mais cor e sabor mais
acentuado de especiarias, fumaça e muitas vezes café torrado.
Tostado. Cheiro ou sabor semelhante ao de pão torrado que
pode derivar do envelhecimento em barris ou sur lie.
Touriga Franca. Variedade de uva vermelha amplamente
cultivada no Vale do Douro, em Portugal.
Touriga Nacional. Variedade de uva tinta portuguesa bastante
apreciada.
Traminer. Variedade de uva branca, parente da Gewürztraminer,
que produz vinhos florais.
Tranquilo. Vinho sem efervescência ou borbulhas.
Trasfega. Técnica antiga de transferir o vinho de um
recipiente para outro a fim de deixar para trás a borra, e, assim,
clarificá-lo, e também para manter os barris e os tanques cheios para impedir
que o oxigênio estrague o vinho. Pode ser feito por meios gravitacionais ou
usando uma bomba.
Trebbiano. Variedade de uva branca mais cultivada na Itália.
Também comum no Sudoeste da França, onde é chamada de Ugni Blanc.
Trocken. Em alemão, seco.
Turvo. Vinho com aparência opaca.
U
Ugni Blanc. Trebbiano.
Uva. Em vinicultura, conjunto de ingredientes naturalmente
produzidos que inclui sumo adocicado, sementes, polpa e leveduras.
V
Variedade. Subespécie específica de uva.
Variedades de Bordeaux. Variedades usadas em vinhos na região
de Bordeaux e por vinicultores de todos o mundo, que emulam esse estilo
francês: Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec, Petit Verdot, Carmenère e Cabernet
Franc, para os tintos; Sauvignon Blanc, Sémillon e Muscadelle, para os brancos.
Variedades nobres. Uvas que vêm sendo cultivadas há muitos
anos, produzem alguns dos melhores vinhos da Europa, e foram plantadas com
sucesso no Novo Mundo. Por exemplo: Riesling, Merlot, Pinot
Noir, Syrah, Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc e Chardonnay.
Varietal. Um vinho varietal é produzido a partir de uma única
variedade de uva.
VDP. A associação dos principais produtores de vinhos da
Alemanha.
Vendage Tardive. Em francês, colheita tardia.
Véraison. Período da fase de crescimento quando as uvas mudam
de cor.
Verdelho. Variedade de uva comumente utilizada na produção do
vinho do Porto e do Madeira.
Vericchio. Variedade de uva branca da Itália Central.
Vermentino. Variedade de uva branca italiana popular na Ligúria,
Sardenha, Córsega e Sul da França.
Vidal Blanc. Variedade de uva híbrida encontrada no Nordeste dos
Estados Unidos e no Canadá.
Videira não enxertada. Videira que cresce sobre suas próprias
raízes, sem enxertos.
Vieilles vignes. Vinhas antigas, em francês.
Vigneron. Em francês, viticultor.
Vin. Vinho em francês.
Vin de pays. Expressão francesa aplicada à produção francesa
de vinhos que significa “vinho regional” e denomina um vinho que não foi
produzido conforme as regulamentações da Appellation Contrôlée. Fica acima do
Vin de Table e abaixo do AOC. A classificação está sendo substituída por IGP.
Vin de Table. Vinho de Mesa, segundo a legislação francesa.
Vinho com gosto de rolha. Vinho defeituoso, contaminado pela
rolha, que lhe passou sabores desagradáveis, que lembram papelão úmido. A
contaminação é causada por um mofo presente em algumas rolhas, que pode afetar
o vinho. Não deve ser confundido com pedaços de rolha no vinho.
Vinho de mesa. No Brasil, esse termo indica um vinho
produzido a partir de uvas de mesa de variedades americanas, e não de uvas
viníferas Vitis Vinifera. Não confundir com o francês Vin de Table, ou com o
italiano Vino di Tavola.
Vinhos de primeira linha (blue chip). Os vinhos mais procurados,
recomendados como investimento.
Vinho de sobremesa. Termo genérico para vinhos doces.
Vinho fortificado. Tipo de vinho ao qual são acrescentadas
bebidas destiladas para aumentar o teor alcoólico. Isso geralmente é feito
durante a fermentação para evitar que as leveduras completem o seu trabalho,
retendo o açúcar natural das uvas no vinho. Porto e Jerez são alguns exemplos.
Vinho kosher. Vinho produzido de acordo as normas alimentares
judaicas.
Vinho prensado. Vinho que flui da prensadora somente depois
que a prensagem é realizada e que se mantém separado do sumo.
Vin Doux Naturel. Em francês, vinho naturalmente doce.
Vin Gris. Expressão francesa que designa um vinho rosé.
Vinhas antigas. Em francês, “vieilles vignes”. O termo em um
rótulo indica que o vinho foi elaborado a partir de uvas cultivadas em vinhas
completamente maduras.
Vinícola. Instalações físicas onde se produzem vinhos, ou às
vezes a empresa legal que é responsável pela produção dos vinhos e documentação
para efeitos legais e de tributação.
Vinicultor. Aquele cujo trabalho é ajudar as uvas e o sumo de
uvas a se tornar vinho.
Vinicultor voador. Termo usado para descrever vinicultores
que atuam como consultores em países ou continentes diferentes.
Vinicultura. Cultivo de uvas viníferas e cultivo de uvas.
Vinífera. A Vitis vinifera é a espécie tradicional de uva
vinífera no Oriente Médio e depois na Europa que é utilizada na maioria dos
vinhos de qualidade.
Vinificação. Processo de produção de vinhos, principalmente
os passos que são executados nas instalações vinícolas para fermentar,
amadurecer e preparar um vinho para a comercialização.
Vino da Tavola. Vinho de mesa, segundo a legislação italiana.
Vino de Mesa. Vinho de mesa, segundo a legislação espanhola.
Vintage. Ano em que as uvas de um determinado vinho foram
colhidas, o mesmo que safra.
Vintage port. Porto de alta qualidade e digno de
envelhecimento feito a partir de uma safra específica e que é engarrafado
jovem. Também chamado de Porto Safrado.
Viognier. Variedade de uva branca do Vale do Rhône, na França,
hoje amplamente distribuída.
Viticultura. A ciência, o processo e a arte do cultivo das
uvas.
Vitis. Termo científico para o gênero das uvas viníferas.
Viura. Variedade também chamada de Macabeo.
W
Wein. Vinho, em alemão.
Weingut. Vinícola em alemão, onde o vinho é produzido a
partir de uvas cultivadas da mesma propriedade.
Weinkellerei. Em alemão, adega que em geral compra e não
cultiva uvas.
Weissburgunder. Pinot Blanc, em alemão.
X
Xerez. Vinho espanhol fortificado da região de Jerez
produzido em diversos estilos. Pode ser chamado também de Sherry. Em espanhol,
Jerez.
Xerez Cremoso. Jerez de cor âmbar, generosamente licoroso.
Z
Zinfandel. Variedade de uva tinta cultivada na Califórnia,
descendente de uma antiga uva croata, assim como a italiana Primitivo.
Zinfandel branco. Estilo de rosé leve e ligeiramente
adocicado feito com uvas Zinfandel, na Califórnia.
Fonte: Tintos & Tantos, em: http://www.tintosetantos.com/index.php/desmistificando/157-o-que-quer-dizer
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