quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Monte Velho tinto 2014

 

Já falei, diria até declamei, em verso e prosa, o quão os vinhos do Alentejo são importantes para a minha simples e humilde vida de enófilo. Certamente a minha região preferida da terra dos lusitanos, diante de uma gama diversa e rica de terras maravilhosas, é muito difícil escolher, mas o Alentejo, talvez pelo fato de ser a minha preferida, tem também um valor sentimental. Os meus primeiros rótulos portugueses, vieram do Alentejo. Uma região que, geograficamente falando, é pequena, um estado federativo do Brasil é maior que o Alentejo, mas que guarda, que abriga uma diversidade de rótulos e propostas com todas as suas peculiaridade e expressividade, com vinhos para todo e qualquer momento: dos mais informais e descontraídos aos momentos mais austeros.

O vinho que degustei e gostei, é claro, veio do Alentejo, mais precisamente de uma região chamada Monsaraz, da Herdade do Esporão, e se chama Monte Velho, o tinto, composto pelas castas Aragonez, Trincadeira, Touriga Nacional e Syrah da safra 2014. E, apesar do Alentejo ter uma presença vívida na minha história de um simples degustador, convém falar um pouco da região de onde veio esse rótulo: Monsaraz.

Monsaraz

Monsaraz é uma freguesia portuguesa do concelho de Reguengos de Monsaraz, na região do Alentejo. Antiga sede de concelho, transferida pela primeira vez em 1838 e definitivamente em 1851 para a então vila de Reguengos de Monsaraz, hoje cidade. É importante não confundir Reguengos de Monsaraz com Monsaraz. São duas localidades distintas separadas por cerca de 15 quilômetros. 

A vila medieval de Monsaraz foi eleita uma das “7 Maravilhas do Alentejo” pelos leitores do jornal Margem Sul. O Município de Reguengos de Monsaraz aderiu a esta iniciativa que teve mais de 80 mil votos através do site do periódico e que pretendeu contribuir para a promoção do Alentejo, mobilizando os cidadãos para a defesa e a redescoberta do patrimônio material e imaterial. A outra candidatura do Município foi a paisagem do Grande Lago Alqueva no concelho de Reguengos de Monsaraz. Este concurso organizado pelo jornal Margem Sul com o apoio dos governos civis de Évora, Beja, Portalegre e Setúbal recebeu 30 candidaturas municipais. Para além de Monsaraz, a lista vencedora das “7 Maravilhas do Alentejo” integra o Castelo de Evoramonte (Estremoz), Fortaleza de Marvão, Lago de Alqueva (Portel), Tapeçarias de Portalegre, Portas de Beja (Serpa) e Terreiro do Paço (Vila Viçosa). A vila medieval de Monsaraz (Monumento Nacional) é uma das mais antigas vilas de Portugal. Localizada numa região habitada desde os tempos pré-históricos, existindo na sua envolvente muitos monumentos megalíticos, Monsaraz é um primitivo castro que foi mais tarde romanizado e ocupado sucessivamente por visigodos, árabes, moçárabes e judeus, até ser definitivamente cristianizado no século XIII. Em 1167 foi conquistada aos muçulmanos por Geraldo Sem Pavor, caindo em 1173 para os almóadas na sequência da derrota de D. Afonso Henriques em Badajoz. Em 1232 voltou a ser conquistada aos árabes e em 1385 foi invadida pelas tropas castelhanas, mas cedo foi reconquistada por D. Nuno Álvares Pereira. Depois da restauração da independência, em 1640, foi construída uma nova linha de fortificações, tornando Monsaraz numa vila praticamente inexpugnável. Monsaraz foi sede de concelho até 1851, ano em que se fixou definitivamente em Reguengos de Monsaraz. Em termos de património é importante destacar a Torre de Menagem, a Casa da Inquisição, a Porta da Vila, a Porta de Évora, a Porta da Alcoba, a Igreja Matriz de Nossa Sra. da Lagoa, o Pelourinho, a Igreja de Santiago, a Ermida de S. João Baptista, o edifício do Hospital do Espírito Santo e Casa da Misericórdia, a Ermida de S. José, os Antigos Paços da Audiência, a Cisterna e todo o casario característico da vila.

E agora o vinho!

Na taça apresenta um vermelho rubi intenso com reflexos violáceos com lágrimas finas e em média intensidade que logo se dissipam das paredes do copo.

No nariz tem notas frutadas mais frescas, agradáveis com uma nítida sensação de frescor e uma elegância proeminente. As notas florais também são sentidas e que intensifica o aroma.

Na boca é um vinho leve para médio, mas vibrante, de alguma complexidade, com toques de especiarias, de ervas e notas amadeiradas e de baunilha bem discretas, graças aos 6 meses de passagem por barricas de carvalho. Com taninos macios, mas presentes e uma correta acidez. Final persistente e redondo.

Um vinho intenso, mas harmonioso, equilibrado, mostrando uma bela densidade da fruta, sem soar enjoativo, como deve ser um típico e bom alentejano: um vinho fácil e com personalidade marcante. Um vinho para todas as ocasiões, das mais descontraídas aos momentos de uma celebração, afinal, qualquer momento com um bom vinho como o Monte Velho, sempre será uma grande celebração. Alentejo significa vinhos de caráter e identidade. Tipicidade é a palavra que define os vinhos da Herdade do Esporão. Tem 14% de teor alcoólico muito bem integrados ao conjunto do vinho.

Sobre a Herdade do Esporão

A Herdade do Esporão está localizada em Reguengos de Monsaraz, cidade situada no Alentejo, região do centro-sul de Portugal que, apesar de ter uma produção bastante recente, com pouco mais de 40 anos, é a maior exportadora de vinhos de Portugal e uma das maiores do mundo. A Herdade tem 700 hectares de vinhas e olivais, além de alguns pomares e hortas. As cerca de 40 castas produzem uma variada gama de brancos, rosés e tintos, além de um excelente espumante e um peculiar colheita tardia. Já as 4 variedades de azeitona dão origem a um dos mais famosos e prestigiados azeites no mercado internacional.

A Herdade conta com uma vastíssima programação de enoturismo, especialmente interessante no verão (junho a setembro), mas suficientemente variada para atrair novos fãs em qualquer época do ano. Aliás, o refinado restaurante da vinícola conta com cardápios distintos para cada estação. São duelos entre o Douro e o Alentejo, verticais, elaboração do próprio blend, refeições harmonizadas, até passeios de um dia inteiro entre as maravilhas naturais da linda propriedade. Você pode escolher a melhor programação para a sua viagem enviando um e-mail para a vinícola.

Castelão de Esporão

A Adega Monte Velho

Com esta modernização do espaço e dos processos, o Esporão aumenta a capacidade de produção e potencializa a qualidade dos vinhos tintos produzidos, principalmente a do icónico Monte Velho. Desde cedo a Herdade do Esporão investiu na modernização e separação dos processos de produção. A coexistência de três adegas – a adega de vinhos tintos, onde se produz principalmente Monte Velho, a adega de vinhos brancos e a Adega dos Lagares, construída para vinhos topo de gama – é um garante de eficiência produtiva para todos os vinhos que saem da Herdade. O projeto da nova Adega Monte Velho resulta da experiência e do conhecimento acumulados ao longo de três décadas: a tecnologia mais avançada e adaptada exclusivamente à produção de Monte Velho tinto, uma maior flexibilidade e controlo para a total rastreabilidade e separação dos vinhos certificados em produção biológica, foco nas questões da gestão de temperatura e energia. A automatização e digitalização dos processos e circuitos permite também uma extraordinária eficiência de recursos.

Mais informações acesse:

https://www.esporao.com/pt-pt/

Fontes de pesquisa sobre a região de Monsaraz:

“Blog Enofilia”: http://www.blogenofilia.com.br/2016/11/ao-alentejo-e-alem-herdade-do-esporao.html

Portal “Viagem e Turismo”: https://viagemeturismo.abril.com.br/blog/portugal-lisboa/herdade-do-esporao-o-maravilhoso-mundo-dos-vinhos-no-alentejo/

“Blog Cipriano Alves”: https://ciprianoalves.blogs.sapo.pt/portugal-historico-alentejo-monsaraz-19134

Portal Wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Monsaraz

Degustado em: 2016

 




 




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