quarta-feira, 10 de março de 2021

Garibaldi Prosecco Rosé (Glera)

 

Nada mais festivo e solar do que grandes novidades! Aquelas novidades que revolucionam, que mudam a sua vida, que traz impactos positivos a ela, nem que seja por um curto espaço de tempo ou o famoso “que seja eterno enquanto dure”! E não falo de resiliência ou coisas do tipo que parecem ser mais algo institucionalizado, imposto do que espontâneo ou natural a nossas vidas. E no universo do vinho não é diferente: grandes novidades de regiões, aquelas castas diferentes, raras, pouco conhecidas, tudo isso estimula seu interesse pelo mundo do vinho, pois nos possibilita a exercitar, inclusive, as nossas experiências sensoriais.

E nada melhor do que “edificar” essa máxima no mundo do vinho com os nossos dignos espumantes! Sim, os nossos espumantes que, sem sombra de dúvida, são os melhores do mundo no estilo das borbulhas. O espumante brasileiro rivaliza, em iguais condições, com os cavas espanhóis, os proseccos italianos e por que não com os champanhes franceses, sem nenhuma espécie de demagogia ou narcisismo.

E já que falamos nos nossos borbulhas tupiniquins falemos um pouco da emblemática região de Garibaldi, na região da Serra Gaúcha e da vinícola que leva o nome da cidade, orgulhando-a com os seus grandes rótulos: A vinícola Garibaldi. Cada enófilo que se preza já degustou um rótulo desse tradicional produtor ou se não o fez tem de fazer de forma imediata! São vinhos especiais, de excelente custo X benefício, vinhos que despontam com prêmios que ganham no Brasil e ao redor do mundo, em todos os cantos do globo atestando a sua qualidade, levando a tipicidade da Serra Gaúcha, da cidade de Garibaldi às alturas.

E hoje é um dia especial, aqueles dias que nos enche de orgulho por ser brasileiro, degustar o que há de melhor no Brasil, pois degustarei o primeiro Prosecco Rosé do Brasil, quiçá do mundo: O vinho que degustei e gostei veio como disse, da Serra Gaúcha, da cidade de Garibaldi, e é o Garibaldi Rosé Prosecco que leva também a casta Pinot Noir. O primeiro Prosecco Rosé do Brasil!

E na avaliação do presidente da Cooperativa Vinícola Garibaldi, Oscar Ló, o lançamento segue a perspectiva de inovação e atrelar a qualidade aos rótulos da vinícola: “Além de ser o primeiro Prosecco Rosé do Brasil, é possivelmente o primeiro do mundo, ou seja, largamos na frente de países tradicionais na produção de espumantes, como Itália, França e Espanha. Isso significa que a marca tende a ganhar cada vez mais holofotes por sua qualidade, inovação e excelência na elaboração de bebidas derivadas da uva”.

O segredo, de acordo com o enólogo Ricardo Morari, está na adição de uma pequena porcentagem de uvas tintas Pinot Noir à elaboração do Garibaldi Prosecco Rosé Brut. “Um espumante varietal (ou seja, que apresenta o nome da variedade de uva no rótulo), precisa ter no mínimo 75% dessa uva destacada na composição do produto. Como nosso objetivo era que a bebida permanecesse leve e fresca, prevalecendo características da Prosecco, utilizamos um percentual de Pinot Noir em torno de 3 a 5%, somente para dar o toque necessário de cor”, explica. E já que mencionamos a Vinícola Garibaldi e os “artistas” que criaram o Garibaldi Prosecco Rosé, falemos da cidade que acolhe os grandes espumantes: Garibaldi. 

A terra dos espumantes: Garibaldi

O núcleo surge por ato de 24 de maio de 1870. Na data o presidente, Dr. João Sertório, cria as colônias Conde D'Eu e Dona Isabel, inaugurando um novo momento no processo de colonização e economia no estado do Rio Grande do Sul. Garibaldi intitula-se, inicialmente, Colônia Conde D'Eu, denominada assim em homenagem ao genro do imperador, casado com a Princesa Isabel. A colonização aconteceu em 9 de julho de 1870 e eram todos prussianos (alemães), mas entre 1874 e 1875, começaram a chegar novas levas de imigrantes: suíços, italianos, franceses, austríacos e poloneses. Em 31 de outubro de 1900, o governo eleva Conde D'Eu à condição de município, que passa a chamar-se de Garibaldi, em homenagem ao italiano Giuseppe Garibaldi, que participou da Revolução Farroupilha e é considerado "herói dos dois mundos".

O município de Garibaldi (Brasil) localiza-se na Encosta Superior do Nordeste do Rio Grande do Sul, a 110 quilômetros de Porto Alegre, com uma altitude de 640 metros. A população é de 34.684 habitantes. Garibaldi pertence à 1ª Colônia da Imigração Italiana, integrando a Região Uva e Vinho da Serra Gaúcha e o Vale dos Vinhedos. É reconhecida como a Capital Brasileira do Espumante devido ao pioneirismo e qualidade de seus vinhos e espumantes. A cidade, com um charme especial, guarda as características de um ambiente tranquilo, com uma paisagem bucólica que lhe dá um ar particularmente distinto do nosso tempo.

Garibaldi

Tudo é história e encantamento na Capital do Espumante. E é esta história e a experiência de viver no limite entre a paixão e a razão que será encontrado na Rota dos Espumantes, conhecido como a “Rota do Sabor”. O bouquet do espumante exalado pelas caves e pelos corredores que guardam o mosto da uva nos revigora, fazendo com que os sentidos nos transportem para uma dimensão, senão divina, mágica, como é próprio para apreciar esta bebida.

De 1913, ano em que foi elaborado o primeiro espumante brasileiro, aos dias de hoje, Garibaldi vem construindo a história dos vinhos e espumantes do país. Nas grandes empresas e nas cantinas familiares, o visitante poderá visitar e conhecer esta história, bem como acompanhar as técnicas de elaboração charmat e champenoise, participar do processo de engarrafamento e aprender a degustar a bebida.

Quando o monge beneditino Don Perignon, na experiência do prazer de sua descoberta exclamou de estar bebendo estrelas, inaugurou o charme na história da arte de degustar. E quando a cidade de Garibaldi inaugurou a Rota dos Espumantes, criou uma forma alegre e sofisticada de contar histórias sobre o finesse das bebidas nobres. Assim, foi composto um roteiro com 17 vinícolas, a mostrar que a relação íntima entre a alta tecnologia na elaboração de espumantes e os ecos culturais dos séculos são eno-compatíveis.

E agora finalmente o vinho!

Na taça conta com um lindo e delicado rosa claro, ao estilo cor de casca de cebola, mas muito brilhante, com perlages finos, abundantes e com alguma persistência.

No nariz apresenta uma explosão aromática de frutas cítricas e vermelhas, que se destacam framboesa, cereja e, sobretudo morango, além de notas florais que traz uma agradável sensação de frescor e leveza.

Na boca é elegante e muito delicado, com a confirmação das expressões frutadas, como identificado no aspecto olfativo, dotado de um frescor e jovialidade evidente, graças a sua acidez equilibrada, mas com alguma personalidade por conta de seu bom volume de boca e um final pouco persistente, mas agradável.

Os ventos da mudança, os ares das gratas novidades também devem chegar às taças dos enófilos que tem a mente aberta e que deseja fugir das armadilhas da zona de conforto. Um grande vinho, um Prosecco com a cara e coragem de desbravar dos brasileiros, bravos e de personalidade, com esse belíssimo rótulo inovador que deixou para trás grandes e tradicionais produtores do Velho Mundo. Um vinho delicado, elegante, frutado, fresco, mas de personalidade e que marca em definitivo a história de uma região emblemática e que catapulta para o mundo o saber fazer do Brasil no que tange aos espumantes. Excepcional espumante! Tem 11,5% de teor alcoólico.

Sobre a Cooperativa Vinícola Garibaldi:

Situada em Garibaldi (120 Km de Porto Alegre) no coração da Serra Gaúcha, a maior região vitivinícola do Brasil, a  empresa nasceu como Cooperativa Agrícola Garibaldi na quinta-feira, 22 de janeiro de 1931, na sede do Club Borges de Medeiros. Naquele dia, Monteiro de Barros reuniu representantes de 73 famílias para criar uma das mais importantes cooperativas da região. O sucesso da empreitada foi tanto que, em 1935, o grupo já contava com 416 associados.

A prosperidade, contudo, estancou no começo dos anos 1970. Em 1973, a empresa sofreu uma intervenção que durou cinco anos. O processo, porém, deu resultado e, no começo dos anos 1980, a Garibaldi passou a se modernizar. No entanto, o grande passo só seria dado no início dos anos 2000. No passado, a cooperativa trabalhava muito com vinho de mesa e até a granel, e isso não rentabilizava o produto. Era uma commodity. Então, teve a necessidade de agregar valor. Desde 2004, investiu-se fortemente na elaboração de espumantes para dar essa guinada, rentabilizar os produtos e remunerar a uva dos associados. Foi feito um intenso trabalho no campo de reconversão, tecnologia em produto, para chegar a esse reconhecimento de mercado que a vinícola tem hoje, como referência na produção de espumante. A cooperativa tem hoje 400 famílias associadas, que juntas formam um total de 900 hectares em 12 municípios diferentes do Rio Grande do Sul. Gerenciar tudo isso é um trabalho complexo. O departamento técnico visita todas as propriedades pelo menos três vezes ao ano. Tem um contato direto como produtor tanto na orientação técnica quanto reconversões, conforme os interesses da cooperativa. As 380 famílias são responsáveis pela produção da uva. Elas elegem um conselho para cuidar do negócio e cada área tem um responsável, um profissional contratado para gerir. É cooperativa, mas tem que ser profissional no que faz. Em 2010, a Garibaldi adquiriu os direitos de produção e comercialização da marca Granja União, que estava sob domínio da Vinícola Cordelier. Mais recentemente, lançou a linha Acordes. A vinícola hoje apresenta índices de crescimento superiores aos da média nacional. Resultado de uma história de investimentos, de profissionalização, de união e de uma trajetória que carrega em sua bagagem o trabalho e a vida de milhares de pessoas. O investimento é permanente em manutenção e melhoria dos processos produtivos e na qualidade dos produtos. Com uma área de 32 mil metros quadrados de construção e capacidade de processamento que ultrapassa os 20 milhões de quilos, utilizando tecnologia e equipamentos europeus para a elaboração de nossos vinhos e espumantes. Uma identidade marcante, personalidade e características próprias, aliadas ao terroir da Serra Gaúcha, fez com que os seus espumantes acumulassem uma série de premiações em concursos no Brasil e no exterior.







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