quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Monte Velho tinto 2014

 

Já falei, diria até declamei, em verso e prosa, o quão os vinhos do Alentejo são importantes para a minha simples e humilde vida de enófilo. Certamente a minha região preferida da terra dos lusitanos, diante de uma gama diversa e rica de terras maravilhosas, é muito difícil escolher, mas o Alentejo, talvez pelo fato de ser a minha preferida, tem também um valor sentimental. Os meus primeiros rótulos portugueses, vieram do Alentejo. Uma região que, geograficamente falando, é pequena, um estado federativo do Brasil é maior que o Alentejo, mas que guarda, que abriga uma diversidade de rótulos e propostas com todas as suas peculiaridade e expressividade, com vinhos para todo e qualquer momento: dos mais informais e descontraídos aos momentos mais austeros.

O vinho que degustei e gostei, é claro, veio do Alentejo, mais precisamente de uma região chamada Monsaraz, da Herdade do Esporão, e se chama Monte Velho, o tinto, composto pelas castas Aragonez, Trincadeira, Touriga Nacional e Syrah da safra 2014. E, apesar do Alentejo ter uma presença vívida na minha história de um simples degustador, convém falar um pouco da região de onde veio esse rótulo: Monsaraz.

Monsaraz

Monsaraz é uma freguesia portuguesa do concelho de Reguengos de Monsaraz, na região do Alentejo. Antiga sede de concelho, transferida pela primeira vez em 1838 e definitivamente em 1851 para a então vila de Reguengos de Monsaraz, hoje cidade. É importante não confundir Reguengos de Monsaraz com Monsaraz. São duas localidades distintas separadas por cerca de 15 quilômetros. 

A vila medieval de Monsaraz foi eleita uma das “7 Maravilhas do Alentejo” pelos leitores do jornal Margem Sul. O Município de Reguengos de Monsaraz aderiu a esta iniciativa que teve mais de 80 mil votos através do site do periódico e que pretendeu contribuir para a promoção do Alentejo, mobilizando os cidadãos para a defesa e a redescoberta do patrimônio material e imaterial. A outra candidatura do Município foi a paisagem do Grande Lago Alqueva no concelho de Reguengos de Monsaraz. Este concurso organizado pelo jornal Margem Sul com o apoio dos governos civis de Évora, Beja, Portalegre e Setúbal recebeu 30 candidaturas municipais. Para além de Monsaraz, a lista vencedora das “7 Maravilhas do Alentejo” integra o Castelo de Evoramonte (Estremoz), Fortaleza de Marvão, Lago de Alqueva (Portel), Tapeçarias de Portalegre, Portas de Beja (Serpa) e Terreiro do Paço (Vila Viçosa). A vila medieval de Monsaraz (Monumento Nacional) é uma das mais antigas vilas de Portugal. Localizada numa região habitada desde os tempos pré-históricos, existindo na sua envolvente muitos monumentos megalíticos, Monsaraz é um primitivo castro que foi mais tarde romanizado e ocupado sucessivamente por visigodos, árabes, moçárabes e judeus, até ser definitivamente cristianizado no século XIII. Em 1167 foi conquistada aos muçulmanos por Geraldo Sem Pavor, caindo em 1173 para os almóadas na sequência da derrota de D. Afonso Henriques em Badajoz. Em 1232 voltou a ser conquistada aos árabes e em 1385 foi invadida pelas tropas castelhanas, mas cedo foi reconquistada por D. Nuno Álvares Pereira. Depois da restauração da independência, em 1640, foi construída uma nova linha de fortificações, tornando Monsaraz numa vila praticamente inexpugnável. Monsaraz foi sede de concelho até 1851, ano em que se fixou definitivamente em Reguengos de Monsaraz. Em termos de património é importante destacar a Torre de Menagem, a Casa da Inquisição, a Porta da Vila, a Porta de Évora, a Porta da Alcoba, a Igreja Matriz de Nossa Sra. da Lagoa, o Pelourinho, a Igreja de Santiago, a Ermida de S. João Baptista, o edifício do Hospital do Espírito Santo e Casa da Misericórdia, a Ermida de S. José, os Antigos Paços da Audiência, a Cisterna e todo o casario característico da vila.

E agora o vinho!

Na taça apresenta um vermelho rubi intenso com reflexos violáceos com lágrimas finas e em média intensidade que logo se dissipam das paredes do copo.

No nariz tem notas frutadas mais frescas, agradáveis com uma nítida sensação de frescor e uma elegância proeminente. As notas florais também são sentidas e que intensifica o aroma.

Na boca é um vinho leve para médio, mas vibrante, de alguma complexidade, com toques de especiarias, de ervas e notas amadeiradas e de baunilha bem discretas, graças aos 6 meses de passagem por barricas de carvalho. Com taninos macios, mas presentes e uma correta acidez. Final persistente e redondo.

Um vinho intenso, mas harmonioso, equilibrado, mostrando uma bela densidade da fruta, sem soar enjoativo, como deve ser um típico e bom alentejano: um vinho fácil e com personalidade marcante. Um vinho para todas as ocasiões, das mais descontraídas aos momentos de uma celebração, afinal, qualquer momento com um bom vinho como o Monte Velho, sempre será uma grande celebração. Alentejo significa vinhos de caráter e identidade. Tipicidade é a palavra que define os vinhos da Herdade do Esporão. Tem 14% de teor alcoólico muito bem integrados ao conjunto do vinho.

Sobre a Herdade do Esporão

A Herdade do Esporão está localizada em Reguengos de Monsaraz, cidade situada no Alentejo, região do centro-sul de Portugal que, apesar de ter uma produção bastante recente, com pouco mais de 40 anos, é a maior exportadora de vinhos de Portugal e uma das maiores do mundo. A Herdade tem 700 hectares de vinhas e olivais, além de alguns pomares e hortas. As cerca de 40 castas produzem uma variada gama de brancos, rosés e tintos, além de um excelente espumante e um peculiar colheita tardia. Já as 4 variedades de azeitona dão origem a um dos mais famosos e prestigiados azeites no mercado internacional.

A Herdade conta com uma vastíssima programação de enoturismo, especialmente interessante no verão (junho a setembro), mas suficientemente variada para atrair novos fãs em qualquer época do ano. Aliás, o refinado restaurante da vinícola conta com cardápios distintos para cada estação. São duelos entre o Douro e o Alentejo, verticais, elaboração do próprio blend, refeições harmonizadas, até passeios de um dia inteiro entre as maravilhas naturais da linda propriedade. Você pode escolher a melhor programação para a sua viagem enviando um e-mail para a vinícola.

Castelão de Esporão

A Adega Monte Velho

Com esta modernização do espaço e dos processos, o Esporão aumenta a capacidade de produção e potencializa a qualidade dos vinhos tintos produzidos, principalmente a do icónico Monte Velho. Desde cedo a Herdade do Esporão investiu na modernização e separação dos processos de produção. A coexistência de três adegas – a adega de vinhos tintos, onde se produz principalmente Monte Velho, a adega de vinhos brancos e a Adega dos Lagares, construída para vinhos topo de gama – é um garante de eficiência produtiva para todos os vinhos que saem da Herdade. O projeto da nova Adega Monte Velho resulta da experiência e do conhecimento acumulados ao longo de três décadas: a tecnologia mais avançada e adaptada exclusivamente à produção de Monte Velho tinto, uma maior flexibilidade e controlo para a total rastreabilidade e separação dos vinhos certificados em produção biológica, foco nas questões da gestão de temperatura e energia. A automatização e digitalização dos processos e circuitos permite também uma extraordinária eficiência de recursos.

Mais informações acesse:

https://www.esporao.com/pt-pt/

Fontes de pesquisa sobre a região de Monsaraz:

“Blog Enofilia”: http://www.blogenofilia.com.br/2016/11/ao-alentejo-e-alem-herdade-do-esporao.html

Portal “Viagem e Turismo”: https://viagemeturismo.abril.com.br/blog/portugal-lisboa/herdade-do-esporao-o-maravilhoso-mundo-dos-vinhos-no-alentejo/

“Blog Cipriano Alves”: https://ciprianoalves.blogs.sapo.pt/portugal-historico-alentejo-monsaraz-19134

Portal Wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Monsaraz

Degustado em: 2016

 




 




domingo, 4 de outubro de 2020

Quais os principais aromas do vinho?

 


Para muitos enólogos, os aromas do vinho são mais importantes que o seu sabor. Eles são resultado de alguns dos processos de vinificação, e para identificá-los, utilizamos referências comuns ao nosso cotidiano. Todos os vinhos têm seus próprios aromas, sendo com mais ou menos complexidade. Podem incluir notas de frutas, vegetais, ervas, minerais, entre outras.

Porém muitas pessoas, sobretudo aqueles que estão iniciando no universo dos vinhos ou aqueles mais preguiçosos que não querem enveredar nas suas percepções de aroma e sabor, por exemplo, pensam, avaliam o vinho usando apenas as palavras “gostoso” e “perfumado” para descrevê-lo. Seria praticamente impossível transmitir a sua avaliação daquele vinho para terceiros, afinal gosto é gosto e não se discute. Foi justamente em busca de comunicar as sensações que o vinho proporcionava que se desenvolveu um vocabulário muito particular aos que da bebida desfrutam. E é graças à volatilidade do vinho (ligada ao seu teor alcoólico) que evaporam moléculas com carga aromática semelhante a de outros aromas que carregamos em nossa memória.

Por isso falamos, por isso é possível sentir morangos frescos, menta e pétalas de violeta ao se aproximar o nariz da taça, por exemplo. Afinal o grande atrativo dos vinhos, em relação a qualquer outra bebida, é que ele é capaz de apresentar uma surpreendente gama de aromas, levando em consideração que o vinho parte de uma mesma matéria-prima.

O aroma e a memória

Armazenamos mais informações em nosso cérebro do que utilizamos em nosso dia-a-dia. Com os aromas é a mesma coisa: somos capazes de associar o cheiro de algum lugar à casa de um parente, de lembrar-se de um antigo amor somente pelo perfume e de não gostar de um alimento apenas pelo aroma que ele tem.

Todos esses cheiros fazem parte da nossa memória afetivoolfativa e são revividos por nosso cérebro em uma questão de milésimos de segundo. Quando degustamos um vinho, obrigamos o cérebro a buscar aqueles aromas em nossa memória. Para facilitar a vida de quem degusta profissionalmente e têm, muitas vezes, de atribuir notas e pontuação aos vinhos, os aromas são classificados e, portanto, seguem um padrão para que qualquer degustador – seja ele chinês ou polonês – fale a mesma língua.

O processo científico, o processo natural

Resultado da transformação do açúcar natural das uvas em álcool através da fermentação, o vinho tem seus aromas, em parte, resultantes desse processo. Celito Guerra, enólogo pesquisador da Embrapa, explica que os aromas primários dos vinhos são provenientes de compostos químicos voláteis como os carotenóides, terpenóis e pirazinas. “O termo ‘primários’, nesse caso, quer dizer os aromas de cada variedade de uva e do suco que ela produz que será o mosto a ser fermentado. Essas uvas contêm compostos orgânicos voláteis”, diz Guerra. Isso quer dizer, por exemplo, que, em muitos vinhos Cabernet Sauvignon, quando as uvas são colhidas mais verdes do que deveriam, a pirazina (um dos produtos orgânicos da uva) pode não completar seu processo químico, dando ao vinho um aroma de pimentão verde (a pirazina existe no pimentão de cozinha, mas, nesse caso, este cheiro o identifica quando fresco). Os aromas que os degustadores reconhecem não resultam, portanto, de ideias aleatórias, mas, sim, de compostos orgânicos bem conhecidos. A divisão dos aromas para a degustação obedece a uma regra básica: aromas primários – aqueles que vêm das uvas; aromas secundários – oriundos do processo de fermentação; e aromas terciários – formados na maturação e envelhecimento do vinho.

Os aromas primários do vinho

Os aromas primários surgem das próprias uvas. Alguns dos compostos presentes no fruto são ativados naturalmente durante a fabricação do vinho, e dão à bebida essas características. Os ésteres, por exemplo, são substâncias presentes em diversas frutas, como cereja, abacaxi, banana, morango e maçã. Assim, se estiverem presentes na uva usada para a fabricação do vinho, poderão remeter a esses aromas. Entre os aromas de vinho primários, estão: florais, vegetais, frutadas, de especiaria e minerais.


Floral: rosa, violeta, cravo, jasmim, madressilva, flor de laranjeira, flores secas ou murchas.

Frutas cítricas: lima, limão, laranja e tangerina.

Frutas brancas e de caroço: maçã, pera, marmelo e uva; pêssego, damasco e nectarina.

Frutas tropicais: Abacaxi, maracujá, banana, manga e melão.

Frutas vermelhas: Groselha, cereja, morango e framboesa.

Frutas negras: Ameixa, amora, groselha negra e cereja negra.

Vegetal: Pimentão verde e aspargo.

Herbáceo: Ervas, chá e menta.

Especiarias: Pimenta, tomilho, louro, cravo e noz-moscada.

Terroso: Terra, barro e cogumelos.

Mineral: Pedra, giz e petróleo.

Os aromas secundários do vinho

São originados da fermentação, ou seja, durante esse processo, ocorrem reações químicas que geram substâncias com essas fragrâncias. Podem depender do método de fermentação ou do tipo de levedura utilizado. Podem incluir aromas lácteos, fermentados, entre outros (banana).


Fermentação malolática: Leite, manteiga e iogurte.

Segunda fermentação: Fermento, pão, levedura, brioche e bolacha.

Barrica de carvalho: Chocolate, grafite, tostado, tabaco, amêndoa, caramelo, café e mel.

Os aromas terciários do vinho

Por fim, os terciários (também conhecidos como bouquet) são gerados a partir do envelhecimento em barrica ou do amadurecimento em garrafa. Costumam ser mais complexos e precisam que o vinho seja aerado para aparecer.

Floral: Flores secas e flor de macieira.

Frutas: Frutas secas e em compota.

Frutos secos: Avelã, noz e amêndoa.

Balsâmico: Café e madeira (carvalho, pinheiro, eucalipto).

Animal: Pele de animal, couro, carne e caça.

Vegetal: Floresta, cogumelo e trufa.

Especiarias: Pimenta, alcaçuz, baunilha, alcatrão e cravinho.

Reconhecendo os principais aromas

Existe uma dica importante que poucos degustadores passam adiante: aspirar com muita intensidade os aromas na boca da taça só vai trazer para sua narina o cheiro de álcool. Ele é, sim, o mais forte e o mais volátil. Por isso, aspire com delicadeza, sempre. No caso dos espumantes, a taça não deve ser girada. Esse movimento, que equivale a colocar uma colher no refrigerante, faz as borbulhas desaparecerem, e são precisamente as bolhas que permitem aos aromas dos espumantes alcançarem nossos narizes. Se for difícil identificar o buquê do espumante, pode ser porque o vinho está gelado demais (isso fecha os aromas) ou por ser muito sutil, feito com uvas pouco aromáticas (as uvas brancas são divididas em aromáticas e não aromáticas). Ajuda tampar a taça com a palma da mão por alguns segundos e depois aspirar novamente. O fato de uma uva ser classificada como “não aromática” não tem nenhuma influência na qualidade final dos vinhos. Tal classificação, aliás, não quer dizer que não tenha aroma algum, apenas que seus cheiros são menos pronunciados. Chardonnay, Riesling e Pinot Grigio são exemplos de nãoaromáticas, e Moscato e Sauvignon Blanc, das aromáticas. Antes de degustar, leve em consideração alguns detalhes: o local deve estar livre de outros cheiros, como os de desinfetante e insenso. Para fumantes, são necessárias algumas horas sem o cigarro para que as narinas voltem a captar os aromas e pode ser até mesmo necessária a troca de roupas, pois elas retêm o odor do tabaco. Evite consumir café, chá preto e leite por duas horas antes da degustação e não use perfume e nem creme para as mãos. Depois, verifique se as taças estão com algum aroma. Certas vezes, quando guardadas ainda úmidas em armários de madeira, elas cheiram a madeira. Limpe-as com um pano branco e um borrifador com medidas iguais de água e álcool. Lembre-se de que sentimos os aromas de duas maneiras: a direta, pela aspiração através das narinas; e a retronasal, percebida quando engolimos a bebida (percepção comum quando se está resfriado). Para auxiliá-lo em sua próxima degustação, veja alguns dos aromas mais associados a vinhos brancos e tintos. Perceba como quase todos eles fazem parte de nossa memória olfativa cotidiana e isso facilitará sua apreciação dos vinhos. Importante é repetir essa experiência, pois, assim, o cérebro se encarregará de deixar essas memórias olfativas prontas para a sua próxima degustação.

Fonte:

Portal “Rimag Vinhos”: https://rimagvinhos.com.br/blogs/beneficios-do-vinho/aromas-do-vinho-primarios-secundarios-e-terciarios

Portal “Grand Cru”: https://blog.grandcru.com.br/aromas-vinho-bebida-frutado-herbaceo-porque-como-degustar/

Portal “Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/aprenda-a-identificar-os-aromas-do-vinho_2606.html

Blog “Divvino”: https://www.divvino.com.br/blog/aromas-do-vinho/ 

 







sábado, 3 de outubro de 2020

Conde de Foucauld brut Riesling

 

Definitivamente degustar os espumantes brasileiros, em todas as suas nuances de propostas e características, é uma viagem as mais expressivas e fiéis manifestações culturais e naturais do nosso país. A tal da tipicidade tão mencionada entre os especialistas e enófilos que, é claro, tem, e muito, a ver com a cultura de uma região, de um povo. De fato, ufanismos à parte, a prioridade na degustação do vinho de borbulhas, sempre será o Brasil, os nossos rótulos. E não se enganem caros leitores, que os valores influenciam na qualidade dos seus rótulos. Não! Nunca encaremos como qualidade, mas apenas como propostas. E há espumantes para muitos momentos e bolsos, apesar dos altos valores que incidem sobre os nossos vinhos, tais como os tributos e o enfadonho Custo Brasil. Mas não é sobre isso, pelo menos agora, que gostaria de falar sobre isso, mas sobre os nossos espumantes no que tange a qualidade. E não podemos negligenciar a história e a participação na construção e edificação de sucesso e reconhecimento internacional dos nossos espumantes como a Cooperativa Vinícola Aurora. Foram poucos, admito os rótulos que degustei da Aurora, de seus espumantes, mas os poucos que tive a oportunidade de fazê-lo foram de uma alegria incontida, experiências fantásticas. Precisava retomar as minhas degustações de espumantes, preciso me abastecer desses momentos tão especiais de degustação e o momento chegou e pasmem: Um vinho com um excepcional custo X benefício entregou um vinho simplesmente sensacional, incrível! Vinhos que são facilmente localizados em supermercados, mas que são especiais, ótimos. Mas não vou me adiantar nos comentários ainda e, como prazer, apresenta-lo.

O vinho que degustei e gostei veio da famosa e tradicional Vinícola Cooperativa Aurora, da Serra Gaúcha, um espumante chamado Conde Foucauld brut, produzido pelo método Charmat (se quiser saber um pouco mais sobre as diferenças entre o método charmat e champenoise, leia neste link) sem safra da casta Riesling. Mas, como não podem faltar curiosidades aliado ao aprendizado, qual o significado da palavra “brut” que aparece sempre nos rótulos dos nossos tão amados espumantes? O que essa simples palavra pode influenciar na nossa degustação? Vamos a ela.

Brut

Sabemos bem a confusão dos termos mencionados para designar o açúcar residual de champagnes e espumantes. Ao contrário do significado literal, o grau de doçura crescente passa pelos termos brut, sec e demi-sec. Portanto, brut é o espumante seco, sec é meio seco, e demi-sec é doce. Seguem abaixo as especificações, segundo o indispensável site www.champagne.fr

Vamos aos residuais de açúcar por tipo de espumantes:

Brut: inferior a 12 gramas por litro de açúcar residual

Extra-dry: 12 a 17 gramas por litro

Sec ou Dry: 17 a 32 gramas por litro

Demi-sec: 32 a 50 gramas por litro

Doux: acima de 50 gramas por litro (pouco elaborado)

Dentro da especificação Brut, podemos encontrar ainda uma subdivisão em Extra-brut e Dosage zéro. O Extra-brut pode ser usado quando o açúcar residual não ultrapassar seis gramas por litro. Já o Dosage zéro, o açúcar deve ser inferior a três gramas por litro. Este última termo tem como sinônimos as expressões Pas dosé ou Brut nature. Neste caso, não há licor de expedição após o dégorgement (operação para retirada das leveduras e colocação da rolha definitiva). No entanto, a utilização dos termos relativos aos espumantes secos não têm uma precisão matemática. Teoricamente, o produtor pode colocar o termo Brut para quaisquer das subdivisões se o champagne contiver menos de doze gramas de açúcar residual por litro. Por fim, a percepção de secura do champagne está intimamente ligada à sua respectiva acidez. Muitas vezes, uma acidez mais branda pode causar uma sensação de maciez ou doçura, mesmo com um açúcar residual relativamente baixo.

E agora o nosso tão esperado comentário do Conde de Foucauld brut!

Na taça um amarelo palha com reflexos esverdeados muito bonito, brilhante com perlages finos e abundantes.

No nariz apresenta aromas de frutas cítricas, lembra maracujá, lima. um toque agradável e delicado e notas florais, flores brancas

Na boca reproduz as impressões olfativas, ou seja, muito frutado, mostrando um incrível volume de boca, com alguma estrutura, diria, além de uma acidez moderada que confere ao vivo jovialidade e muito frescor. Um final persistente, longo e saboroso.

Um espumante predominantemente jovem e refrescante que tem o intuito, a proposta de promover momentos informais, de total descontração com as pessoas que amamos que queremos bem. É uma ode à celebração! Esse é o intuito do vinho: promover as celebrações em momentos mais simples da vida. Como costumo dizer: a nobreza vem da simplicidade e espumantes como o Conde de Foucauld, barato sim, simples sim, mas especial na sua proposta, especial nas suas características organolépticas, afinal, elas também são importantíssimas para todos nós, humildes enófilos! Ficou encucado com esse palavrão: organolépticas? Leia sobre as propriedades organolépticas do vinho. E como todo vinho produzido na Vinícola Cooperativa Aurora, ostenta também prêmios, muitos prêmios ao longo de sua história. Prêmios conquistados em todo o mundo. Um brut elaborado com o método Charmat bem feito, fresco, jovem e saboroso. Harmoniza bem com queijos leves, comidas igualmente leves, com carne branca e simplesmente sozinho, mas ao lado de amigos ou da família. Tem 11,5% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Cooperativa Aurora:

A Vinícola Aurora é um sonho compartilhado por imigrantes que enfrentaram os mais diversos problemas quando chegaram ao Rio Grande do Sul. Com a veia colaborativa, a empresa cresceu e se tornou um dos expoentes do vinho gaúcho. A história da cooperativa começou em 1931, quando famílias de produtores de uvas do município de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, com pouco dinheiro, mas com muita vontade de prosperar, reuniram-se para lançar a pedra fundamental da empresa.


Na primeira colheita, foram contabilizados 317 mil quilos de uva. Hoje, quase 85 anos depois, a empresa processa mais 60 toneladas da fruta e tem 1.100 famílias associadas. A biografia da Aurora, desde as suas raízes, é permeada por números de sucesso. No cerne da vinícola há solidariedade entre os pares, se no início do século os imigrantes italianos se uniram para produzir com maior força e formar uma rede de ajuda mútua, hoje, não é diferente. É nesse universo, da produção em sociedade, que a Revista Sabores adentra para desmitificar as oito décadas da empresa.


No Centro de Bento Gonçalves, local que abriga a histórica Cantina da empresa. De longe é possível ver a grande movimentação, não só de trabalhadores de vinícola, mas, principalmente, de turistas. Pioneira em abrir as portas aos visitantes, a cada ano, a Aurora recebe 150 mil pessoas em suas instalações. É uma multidão de curiosos querendo saber como são produzidos os 232 rótulos da empresa. Ao percorrer os corredores da vinícola, o visitante conhece em detalhes todas as etapas para a elaboração de um vinho. Desde as esteiras que recebem as uvas na época de colheita, até as pipas gigantes com mais de 50 anos de uso. Não só os produtos alcoólicos que movimentam a cooperativa. A linha de produção ainda tem coolers e suco de uvas. O suco da marca Casa de Bento, produzido pela vinícola, é um dos mais vendidos da empresa. Do total de uvas processadas, 60% viram suco. Hoje, bem no coração de Bento Gonçalves, a Vinícola Aurora é a maior do Brasil. Mais de 1.100 famílias se associaram à cooperativa, sendo a produção orientada por técnicos que, diariamente, estão em contato com o produtor – fornecendo toda a assistência necessária. A equipe técnica se responsabiliza pelo acompanhamento permanente do processo industrial e pela qualidade final dos produtos, sempre com a atenção voltada para o desenvolvimento de uma tecnologia de ponta. A conquista da posição que ocupa há mais de duas décadas foi possível graças à constante modernização de seu parque industrial, à alta tecnologia de suas unidades e aos rigorosos padrões exigidos nos processos de produção. O cuidado extremo com a rotina produtiva, observado a partir da plantação das mudas ao engarrafamento do produto, faz parte da receita de crescimento constante do empreendimento durante todos esses anos.

Mais informações acesse:

http://www.vinicolaaurora.com.br/br

Fonte de pesquisa sobre o espumante brut:

Portal “Vinhos sem Segredos”, em: https://vinhosemsegredo.com/2010/12/19/champagnes-e-espumantes-brut/

Vídeo institucional da Aurora




 

 

 

 




 

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

OGV (Old Garnacha Vines) 2016

 


Um enófilo não tem como passar pela vida sem degustar um legítimo Garnacha das terras espanholas. Definitivamente é uma casta de personalidade forte, mas fácil de degustar e extremamente versátil. Porém, ainda assim, algumas pessoas, avessas aos vinhos encorpados e corpulentos, optam por não degustá-la. Apesar de ser original, de ter a tal da expressividade, da personalidade marcante, ela possui algumas individualidades, peculiaridades que variam da região em que foi concebida e claro da proposta, da assinatura do enólogo bem como da filosofia da vinícola. Está entre as mais produzidas do planeta e tem a sua origem na região de Aragão, no norte da Espanha e que faz fronteira com a França, por isso a mesma também é muito popular neste último país, chamada de “Grenache”.

Aragão

A primeira menção ao fruto apareceu em 1513, feita pelo agrônomo espanhol Gabriel Alonso de Herrera, quando a uva ainda era chamada de Aragones. Nos anos seguintes, foi chamada de Canonat, na Itália, e Roussillon, na França. O nome “Garnacha” provavelmente tenha surgido na Itália por sua similaridade com outra uva da região, a Vernaccia di Oristano. Apesar disso, ambas não possuem nenhuma correlação. Posteriormente, nas regiões à beira do Mar Mediterrâneo, encontrou sua melhor forma e ganhou popularidade. Até hoje, é abundante nos estados do norte e nordeste da Espanha, como Rioja, Navarra, Campo de Borja e Catalunha, e na França, em Rhône e Languedoc-Roussillon. Diante dessa rica história preciso, mais e mais, degustar a Garnacha. A propósito degustei o meu primeiro rótulo desta cepa chamado Real Compañia de Vinos Garnacha da safra 2016.

O vinho que degustei e gostei vem claro da Espanha, de uma região nova para mim, a Calatayud, e se chama OGV (Old Garnacha Vines) da safra 2016. Um vinho oriundo de vinhas velhas que confere ao mesmo características diferenciadas, como por exemplo o equilíbrio, a harmonia, um vinho redondo, com a já mencionada personalidade. Falemos então um pouco da DO Calatayud.

Calatayud

A região de Calatayud dá origem aos chamados vinhos de altura. Os vinhedos estão plantados de 500 a 1040 metros de altitude, na parte mais ocidental de Zaragoza, próximo a Madrid.

Calatayud

Predomina o cultivo da Garnacha em vinhas com mais de 50 anos, que hoje ocupam 54% de toda a área de plantio da região. Sem dúvida, é a mais representativa do local. Em segundo lugar, fica a Tempranillo, com 21% da área. Algumas variedades brancas também são cultivadas por lá, como Gewurztraminer, Viura, Malvasia e Chardonnay, mas representam menos de 10% do cultivo. Os solos pedregosos e argilosos favorecem a produção de vinhos bastante intensos, encorpados, com alta graduação alcoólica e forte coloração. Os primeiros habitantes da cidade, os celtíberos, se assentaram a 4 km da atual cidade de Calatayud, num povoado denominado Bílbilis, que foi posteriormente conquistada pelos romanos, transformando-se numa importante cidade. Até hoje, os nascidos em Calatayud são chamados de bilbilitanos. No entanto, Calatayud “aparece no mapa” com a chegada dos árabes em 716, quando foi construído o Castelo de Qual at Ayub, que deu o nome à cidade. No séc. XI, Calatayud transformou-se numa das maiores cidades da Taifa de Zaragoza. Foi reconquistada em 1120 pelo rei Alfonso I “El Batallador”, quando então recebeu o foro. Desde 2006 celebram-se as festas chamadas “Las Alfonsadas“, quando a cidade volta a ter um aspecto medieval, recriando os acontecimentos que sucederam durante o processo da reconquista. A necessidade de repovoamento do território depois de reconquistada fez com que o foro da cidade fosse respeitoso com as minorias. A partir de então, passaram a conviver junto com os cristãos, os judeus e os mouros.

E agora o vinho!

Na taça tem um atraente vermelho rubi muito brilhante e vivo, com reflexos violáceos com lágrimas finas e abundantes que teimavam em se dissipar da parede do copo, mostrando a potência alcoólica.

No nariz a presença da fruta madura é evidente e inebriante, sem parecer enjoativo, com um agradável toque floral, algo que lembre violeta, flores vermelhas, um perfume que estimula a sentir, por um longo período de tempo, os seus aromas.

Na boca é seco, as notas frutadas sentidas no olfativo, se reproduzem na boca, frutas maduras, médio corpo a encorpado, mas macio, fácil de degustar, com taninos presentes, mas sedosos e uma acidez moderada, mas agradável, que entrega um vinho solar, fresco.

Um vinho ainda jovem, apesar dos três anos de safra, ainda teria alguns anos de vida, pelo menos por dois ou até três anos mais de vida e que iria lhe conferir as características mais fiéis dessa especial cepa. Mas mesmo com a “juventude” o vinho, elegante e delicado, estava pronto para ser degustado, vivaz e de expressividade. Os aromas e sabores frutados, lembraram amora e cereja e o final é persistente e delicado, ao mesmo tempo. Um típico filho da região. Um Garnacha para entrar para os anais da minha simples história de enófilo. E o melhor disso tudo é que tenho outra do mesmo rótulo para degustar, mas esse deixarei por mais um tempo hibernando na adega para fazer as devidas e necessárias comparações com esse que degustei. Tem 14% de teor alcoólico, mas muito bem integrados e sem passagem por barricas de carvalho preservando as características da cepa.

Sobre a Bodega Virgen de la Sierra:

Situada no sopé da Sierra de la Virgen, no vale do rio Ribota, esta adega é a mais antiga de DO Calatayud. É o projeto de uma cidade inteira que deixou de fazer vinho nas vinícolas de sua família para fazer um trabalho cooperativo. Com um trabalho de mais de 60 anos, Virgen de la Sierra, hoje mantém a tradição e a sabedoria que herdou de seus ancestrais. Em processo de modernização, integrou já as mais novas tecnologias, e o resultado delas são os vinhos que hoje se produzem e que já foram inúmeras vezes reconhecidos nos últimos anos.

Mais informações acesse:

https://www.bodegavirgendelasierra.com/

Fontes de pesquisa para as histórias da casta Garnacha e da região da Catalunha:

Portal “Divvino Blog”: https://www.divvino.com.br/blog/uva-garnacha/

Portal “Um brasileiro na Espanha”: https://umbrasileironaespanha.wordpress.com/2015/11/22/calatayud-comunidade-de-aragon/

Portal “Grand Cru Blog”: https://blog.grandcru.com.br/regioes-diferentes-novas-espanha-jumilla-almansa-calatayud/#:~:text=Calatayud,de%20Zaragoza%2C%20pr%C3%B3ximo%20a%20Madrid

Degustado em: 2019

 

 

 

 

 

 


 



 


sábado, 26 de setembro de 2020

Contessa Carola Negroamaro 2018

 

Atualmente estou garimpando, buscando castas menos conhecidas no Brasil, aquelas pouco mencionadas e cuja oferta de rótulos é limitada. Até mesmo aquelas raras nos seus países de origem estão valendo! Acredito que é salutar para nós, simples enófilos mortais, diversificar, buscar novas experiências e sensações e sair um pouco daquelas “cartas marcadas”, aquelas óbvias que enchem as gôndolas dos supermercados e das lojas especializadas de opções, como as castas Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec, Pinot Noir entre outras medalhonas. Evidente que as referidas castas são imprescindíveis para um bom e digno degustador, não pode faltar na adega, mas, como disse, diversificar, garimpar, não só castas pouco usuais e menos conhecidas, mas novas regiões e novos terriors, também é interessante e também não podemos negligenciar que é um “tapa” para a nossa cultura, afinal, novas castas e regiões suscitará, claro, para quem se interessa, a pessoa pesquisar, conhecer um pouco mais sobre as tais regiões, logo terão a grata oportunidade de ter o mínimo contato com a identidade cultural do país produtor. A casta que degustarei e que versará nesta humilde resenha é extremamente popular em terras italianas, contudo no Brasil ainda não tem um alcance tão grande nas taças da maioria dos brasileiros aficionados pela nobre bebida de Baco e Dionísio. Falo da Negroamaro.

O vinho que degustei e gostei vem da emblemática região de Puglia ou Apúlia, onde a Negroamaro, a casta do rótulo de hoje, é amplamente cultivada, e se chama Contessa Carola, um IGT (Indicação Geográfica Típica) da safra 2018. Antes de falar um pouco, é claro, da história da Negroamaro, convém falar rapidamente do conceito do IGT. Trata-se de uma classificação de qualidade italiana que significa vinho típico da região, um vinho que expressa com fidelidade às características da terra, da região, o que costumamos chamar de terroir. Ah esse será meu segundo rótulo da casta Negroamaro, o primeiro foi o Luccarelli Negroamaro 2014!

Negroamaro

A uva tinta Negroamaro tem acidez moderada e coloração densa. Seu nome é a união de “black”, que em inglês significa “preto” e de “amaro”, que em italiano quer dizer “amargo”. Mas há, em torno do seu nome, algumas divergências e vários conceitos sobre o significado da casta surgem. Apesar de “amaro” significar amargo em italiano, não parece ser esta a tradução correta para a uva em questão. A melhor interpretação nos leva a dois idiomas, Latim e Grego antigo. Do primeiro reconhecemos ‘Negro’ e do segundo vem a termo ‘maru’ que também significa negro: Negro maru = Negro amaro = negro negro ou, numa interpretação moderna, negro intenso. Maru tem a mesma raiz fonética de Merum, um vinho trazido para a Puglia por colonos que ali se estabeleceram antes dos gregos, no século VII AC. Na literatura clássica encontramos algumas referências a ‘mera tarantina’, por autores romanos, o que nos leva a crer que a Negroamaro poderia ser a uva usada no Merum.

Antigamente, a Negroamaro era utilizada para dar cor aos vinhos produzidos no norte da Itália, hoje, essa uva origina vinhos tintos profundos, intensos e de coloração arroxeada. Nativa da Península Salentida, a tinta Negroamaro é amplamente cultivada na região da Puglia, importante área vinícola italiana. A fim de garantir maior complexidade de aroma e paladar aos vinhos, a uva Negroamaro é frequentemente utilizada em blend com as uvas Malvasia, Nera, Montepulciano e Sangiovese.

Salento

Puglia

O clima quente, com médias anuais elevadas, favorece o cultivo da uva Negroamaro, garantindo à fruta excelente grau de maturação. Adaptando-se facilmente à escassez de chuvas – comum em locais de clima mediterrâneo – a Negroamaro pode ser encontrada também em vinhedos dos Estados Unidos e Austrália, em regiões que apresentam condições climáticas similares às da região da Puglia. Produz vinhos de cor escura muito profunda, com taninos que variam de médios a intensos. Medianamente aromática, tem sabores marcantes de frutas negras com notas de canela, cravo e outros temperos secos. A principal região produtora é a planície de Salento, destacando-se a vila de Salice (DOC Salice Salentino) com seus tintos e rosados.

E agora o vinho!

Na taça tem um belo vermelho rubi intenso, com reflexos violáceos com abundância de lágrimas, mas que logo se dissipam das paredes do copo.

No nariz tem uma explosão de aromas frutados, frutas vermelhas maduras, lembrando amoras, cerejas e ameixas pretas e toques florais agradáveis.

Na boca é elegante, equilibrado, harmonioso, de corpo leve para médio, repetem-se as impressões olfativas o quesito frutado, frutas vermelhas em compota, fazendo do vinho saboroso. Um rótulo com alguma personalidade, mas macio, redondo, com uma acidez moderada, que o torna fresco e jovem, com taninos sedosos e polidos e um retrogosto bem interessante, um final frutado e persistente.

Um vinho muito bom, a Negroamaro é simplesmente incrível! E o melhor vem também com o custo, um excelente custo X benefício, com um rótulo que valeu o investimento de R$ 22,90! Sim, isso mesmo que você leu! Um vinho básico sim, mas que valeu cada centavo investido, um vinho que costumamos dizer que entregou muito mais do que valeu. Um vinho de tipicidade, que expressa as características mais fiéis desta belíssima cepa, graças também a curta passagem por tanques de aços inox. Viva a Itália com os seus vinhos emblemáticos de castas e regiões ímpares! Tem 12,5% de teor alcoólico.

Sobre a Contri Spumanti S.p.A:

A história da empresa Contri Spumanti SpA está intimamente ligada à do seu fundador: Luciano Contri , nascido em 1938, natural de Cazzano di Tramigna. Aos quinze anos, enquanto Luciano se preparava para iniciar seus estudos de especialização enológica, a família sofreu grandes dificuldades devido a uma grave doença que atingiu seu pai Luigi e o obrigou a ficar dois anos longe de casa. Foi o fundador da empresa da família, com mais de 90 anos, o avô Domenico (apelidado de PACENA na aldeia, hoje uma das marcas da empresa) quem apoiou Luciano nesse período. A sua própria experiência e sabedoria, combinadas com a vontade e o espírito de sacrifício do sobrinho, foram capazes de compensar a ausência de Luigi. Temperado pelo sacrifício diário e seguro dos ensinamentos recebidos, atingiu a maioridade em 1959 e deu à luz a empresa individual Luciano Contri , que em 1980 será transformada em Contri Spumanti SpA , dando início à produção de espumantes e espumantes. Hoje as rédeas da empresa estão nas mãos de Paolo Contri , que dá continuidade à política de seu pai de manter a Contri Spumanti SpA uma empresa de ponta e líder no setor. Tecnologia de ponta e automação de processos garantem a eficiência do ciclo produtivo e a minimização dos custos de produção. Adaptação aos requisitos dos sistemas de qualidade mais conhecidos, desde o planejamento, passando pela produção, até a logística. Renovação constante dos sites de produção, expansão e automação das áreas de logística. Capacidade de responder e se adaptar às necessidades em constante mudança do mercado com novos tipos de produtos, novos formatos e embalagens personalizadas. Tudo isso tem permitido a consolidação da empresa ao longo dos anos e sua constante ascensão no mercado local e nos principais mercados externos. Resultados confirmados pelos inúmeros prémios e galardões obtidos nos mais conceituados concursos internacionais de vinhos. A sede da Contri Spumanti SpA está localizada em Cazzano di Tramigna, onde se encontram os escritórios, a histórica fábrica e o centro de logística. As atividades comerciais e administrativas, o controle de qualidade e a organização da produção são realizados e coordenados pela matriz. A atividade de produção em sentido estrito é abrangida por tipo de produto entre duas fábricas.

Mais informações acesse:

https://www.contrispumanti.com/it

Fontes de pesquisa para a história da casta Negroamaro:

Portal “Mistral”, em: https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/negroamaro

Portal “O Boletim do Vinho”, em: http://oboletimdovinho.com.br/2012/12/14/uvas-da-puglia-negroamaro-e-primitivo-i/

 

 






 


quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Dory tinto 2015

 

Quando falamos de vinhos portugueses nos lembramos, associamos imediatamente à tradição, a famílias antigas que estão no ramo vitivinícola há séculos. Mas o vinho que degustei e gostei pertence a uma vinícola que começou do zero, sem heranças, sem o prolongamento de gerações ou quaisquer coisas do tipo. Um projeto ousado, moderno que vislumbra novas percepções de propostas de vinhos, de rótulos arrojados, mas, por outro lado, privilegia o terroir, a tipicidade do atlântico da emblemática região de Lisboa. Mas isso é papo para o fim dessa resenha, pois agora eu vou falar de como eu conheci a vinícola. Estava assistindo ao programa que é transmitido pelo canal Globosat, de nome “Um brinde ao vinho”, apresentado pela somellier Cecília Aldaz. Foi uma temporada viajando por Portugal pelas suas mais importantes regiões produtoras de vinho. E um desses episódios aterrissou na região de Lisboa. Algumas vinícolas foram apresentadas e a AdegaMãe, situada em uma região chamada  em Ventosa, Torres Vedras, foi visitada pelo programa de TV. O seu representante contou a história da vinícola, ainda jovem, fundada em 2009, teve a sua primeira safra, há apenas 10 anos, em 2010. Esses detalhes da história desse produtor me chamaram e muito a atenção. Eu decidi: preciso comprar um vinho ou vários vinhos dessa vinícola! E eu achei!

O vinho que degustei e gostei veio, como já disse e com veemência, de uma das minhas regiões lusitanas preferidas, Lisboa, e se chama Dory, um tinto composto pelas castas Touriga Nacional, Syrah, Tinta Roriz e Merlot, da safra 2015. Outro detalhe muito interessante e que é bem peculiar dos vinhos lisboetas: essa interessante mescla de castas autóctones e as famosas e tradicionais castas francesas. Isso traz certa complexidade e caráter aos vinhos lisboetas que, mesmo se tratando de vinhos básicos entregam personalidade que logo falarei também com riqueza de detalhes. Mas antes de entrar nos detalhes organolépticos do belíssimo e surpreendente Dory, falemos um pouco da origem desse nome.

Dóri

Ao entrar na vinícola, que é um exuberante projeto de arquitetura, uma edificação muito bonita e moderna, e foi construída de forma gravitacional e com acessibilidade em todas as áreas (cadeiras de rodas e carrinhos de bebê, portanto, são bem-vindos), com equipamentos e tecnologia de ponta, tem de cara uma embarcação de pesca de bacalhau chamada “Dóri” (pertencente ao bacalhoeiro NTM Creoula, hoje navio escola da Marinha Portuguesa, e outrora pertencente à família Bensaúde) que deu nome aos principais rótulos da vinícola, Dory. 

Dóri

A AdegaMãe tem essa relação com o mar e com a pesca, produzindo, vinificando seus produtos, seus vinhos com o intuito de harmonizar com o bacalhau que é uma iguaria típica e tradicional, em todas as suas propostas, com o povo português.

E agora finalmente o vinho!

Na taça tem um vermelho rubi intenso, quase escuro, com entornos violáceos, diria em tons granada, muito bonitos e brilhantes, reluzente aos olhos. Lágrimas com alguma proeminência, finas e que demoravam um pouco a se dissipar das paredes do copo fazendo lindos desenhos.

No nariz tem uma intensidade aromática maravilhosa que me remete a frutas vermelhas maduras, como cereja, frutos silvestres e toques de especiarias, que lembra pimentão. Sem contar com as notas florais, tais como violetas e leve e discreto amadeirado que, pelo que pude pesquisar a respeito desse rótulo no site do produtor, o mesmo teve uma breve passagem por barricas de carvalho por cerca de 4 meses.

Na boca as notas frutadas reaparecem, um vinho de média estrutura, mas fresco, equilibrado e harmonioso, certamente pelas suas características atlânticas. Um vinho suculento, de bom volume de boca, com taninos gulosos, mas polidos e uma boa acidez que se faz com alguma presença, mas que não é tão evidente assim. Além do toque discreto da madeira.

Um senhor vinho! Um vinho surpreendente que também surpreendeu pelo preço e aqui vale mais uma história. Estava eu no supermercado e avistei o Dory tinto meio que negligenciado na gôndola do supermercado mais baixa que tinha quase próxima ao chão. Como estava atrás de um vinho da AdegaMãe o peguei e, mesmo que um tanto quanto receoso pela safra, em tese já “antiga” para um vinho básico, comprei. Quando fui efetuar o pagamento e fiquei sabendo do valor, pasmem: 10 reais! Não acreditei que um vinho estava tão barato e que entregou muito, mas muito além do que valeu! Um vinho elegante, fino, de presença marcante e que harmoniza com carnes grelhadas, massas e queijos mais leves. Tem 13% de teor alcoólico muito bem integrados.

Sobre a AdegaMãe:

A AdegaMãe pertence ao grupo Riberalves, empresa familiar portuguesa, que é a maior produtora de bacalhau do mundo – 30 mil toneladas por ano, o equivalente a 10% de todo o bacalhau pescado no mundo! É uma homenagem da família à sua matriarca, Manuela AlvesEm 2009, investindo na paixão pelo vinho, a família inaugurou a vinícola, que fica próxima da sede da empresa.  A vinícola fica em Torres Vedras, que faz parte da CVR Lisboa (Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa), antiga Estremadura, zona com grande influência atlântica, devido à proximidade com o oceano, com solos calcários, terroir propício para a produção de vinhos bastante minerais e com acidez marcante. A AdegaMãe tem um projeto lindíssimo e Diogo, juntamente com Anselmo Mendes, enólogo consultor, entrou desde o começo da concepção da adega, no projeto das vinhas, de forma a definir as melhores variedades para a região, tanto que as vinhas velhas que ali estavam foram arrancadas, pois não eram boas o suficiente para os vinhos que pretendiam fazer. Mas é possível ver a vinha mãe da adega exposta como obra de arte, em uma das paredes da vinícola.

A Norte de Lisboa e a um passo da costa oceânica, a AdegaMãe potencia um terroir  fortemente influenciado pelas brisas marítimas predominantes, destacando-se pelos seus vinhos de inspiração atlântica, plenos de carácter, frescos e minerais, premiados a nível nacional e internacional. Referida pela arquitetura exclusiva, e pela forma como se harmoniza com a fantástica paisagem envolvente, a AdegaMãe foi desenhada de raiz para integrar a melhor experiência de visita, assumindo-se como uma referência no enoturismo da Região de Vinhos de Lisboa.

Mais informações acesse:

https://adegamae.pt/



Degustado em: 2019





sábado, 19 de setembro de 2020

Dal Pizzol Cabernet Franc 2016

 

Melhor do que participar de festivais de degustação de vinhos é participar de festivais que valorizam o vinho nacional. O vinho nacional tão taxado, sobrecarregado com o tal Custo Brasil que, vilipendiado pelo poder público, é encarado com vilão, aquela bebida alcoólica que vicia e não como alimento que, cientificamente comprovado, traz benesses à saúde. Mas discussões comportamentais, políticas e econômicas à parte falemos do vinho ou melhor dos vinhos que degustei no já conhecido Festival Vinho na Vila, evento importante no cenário enogastronômico, me proporcionou algumas das melhores degustações de vinhos nacionais corroborando o que eu já estava percebendo há alguns anos: o vinho brasileiro está crescendo em tipicidade, qualidade, sendo valorizado pelo seu DNA, com a sua terra, criando de fato, finalmente, uma identidade própria. Muitos degustei e gostei e o intuito era levar muitos, mas o entrave, o valor (voltei com o inevitável assunto), me impedia de fazer as tão esperadas aquisições. Pois é, um evento que privilegia os rótulos tupiniquins deveria ao menos ter valores mais amigáveis para um ávido público que estava com uma surpreendente audiência. E, quando estava andando de um estande a outro, avistei um que não conhecia, talvez ouvido falar de uma forma bem distante em algumas leituras. Essa vinícola se chamava Dal Pizzol. Claro, atraído pela curiosidade, fui até o local. Não tinha tantas opções de rótulos, mas ainda assim decidi degustar os disponíveis. Me surpreendi de cara com um Dal Pizzol da emblemática casta oriunda de Portugal, a Touriga Nacional. Degustei e achei maravilhoso: encorpado, com alguma complexidade, com notas de frutas vermelhas maduras, mas equilibrado e harmonioso, pois trazia certo frescor. Mas, mais uma vez, o entrave do valor fez com que eu não o levasse. Vi o outro, um Cabernet Franc, casta que pouco degustei em minha vida e não me perguntem o motivo, não sei dizer. O degustei e era maravilhoso também! Que vinho! E este estava com um preço mais competitivo, atrativo. Pois é, degustar vinho no Brasil e tentar abrir mão de muitos rótulos para degustar outros e continuar seguindo com as nossas experiências.

Então, acho que já apresentei o vinho que degustei e gostei que veio da tradicional região da Serra Gaúcha, o Dal Pizzol da casta Cabernet Franc (100%) da safra 2016. E como disse que pouco degustei vinhos com a Cabernet Franc acho mais do que conveniente e para manter a proposta dos meus textos aqui neste diário virtual, que preza pela cultura da informação, falemos um pouco dessa casta.

Cabernet Franc

A Cabernet Franc é ainda um pouco anônima e fica nos bastidores em comparação a rainha das uvas tintas, a Cabernet Sauvignon, que ajudou a criar. Esta é um cruzamento da Cabernet Franc com  a Sauvignon Blanc. A Franc ficou na sombra de sua filha, mas isso não significa que seja pouco importante, apenas, digamos, colocou o seu lugar nos bastidores, deixando a sua criatura brilhar. Mas ainda assim a Cabernet Franc é uma das mais ilustres uvas viníferas do mundo, fazendo parte da badalada tríade que forma o corte clássico de Bordeaux (junto com a Cabernet Sauvignon e Merlot). Inclusive, em alguns lugares da França, é a principal casta cultivada, aparecendo frequentemente como monovarietal (como no Vale do Loire). Quando usada em corte, muitas vezes ela representa a menor proporção, mas é justamente essa pequena parcela que faz toda a diferença, assim como um tempero faz toda a diferença num prato. Inclusive, o tempero não é só metafórico, pois a uva se caracteriza pelo seu toque apimentado, notas de tabaco, além de perfumes de violeta e cassis. Ela confere ao vinho mais frescor, mais finesse, mais elegância, sendo definida por muitos como o lado feminino da Cabernet Sauvignon. Normalmente ela é tão frutada quanto a Cabernet Sauvignon, mas de cor mais pálida e corpo mais leve, menos tânica e mais suave, e com uma nota herbácea mais viva. Vale lembrar que, muitas vezes, se torna a “salvadora” dos tintos de Bordeaux: como ela matura mais cedo e, portanto, é colhida antes da Cabernet Sauvignon, seu papel se torna fundamental quando, nas semanas seguintes, chuvas e granizo podem acabar estragando a safra. Chamada também de Bordó, Bouchet, Cabernet Gris, Breton, Bidure, Achéria (entre outros nomes), ela se dá bem em climas continentais e frios e é plantada em várias regiões vinícolas do planeta. Nem todo mundo sabe, por exemplo, que foi a principal casta do Brasil até a década de 1980, quando o foco se mudou para Merlot (e sucessivamente para Cabernet Sauvignon). Tem boa difusão também na Itália, basta lembrar dos supertoscanos que empregam corte bordalês, mas é, sobretudo no nordeste do país, particularmente no Friuli, onde se torna destaque em belíssimos tintos. Ainda no Velho Mundo, tem um bom desempenho na Hungria, Croácia e Romênia. Já no Novo Mundo, encontramos alguns válidos exemplares no norte dos Estados Unidos (especialmente no estado de Washington), e também no Canadá. Mas em ambos os casos ela é mais utilizada para “Ice Wine”, o famoso vinho de sobremesa local (onde a uva é submissa a um processo de congelamento natural). No Chile, a casta está sendo explorada com bons resultados, e na Argentina, talvez esteja dando êxitos ainda melhores, com alguns Cabernet Francs mais expressivos do que muitos Malbecs.

E agora o vinho, o tão esperado vinho!

Na taça tem um belo vermelho rubi intenso com entornos violáceos, bem brilhantes. Tem lágrimas finas e em média intensidade que logo se dissipam das paredes do copo.

No nariz traz aromas intensos e agradáveis de frutas vermelhas em compota, lembrando amoras e framboesas, talvez morango com um delicado toque floral, como violetas, por exemplo.

Na boca é seco, fresco, leve, como todo bom Cabernet Franc brasileiro, delicado, equilibrado, pois, mesmo leve, tem personalidade e um bom volume de boca, sendo frutado, saboroso, com um final de média persistência com um retrogosto frutado.

Um vinho diria inspirador, capaz não apenas de proporcionar experiências agradáveis no quesito degustação, mas também suscitar discussões culturais, políticas e econômicas que abriu esse humilde texto. Pois é são alguns devaneios mais do que lúcidos, embora fuja um pouco da proposta da discussão das características do vinho, mas quem disse que sou linear, padrão? Mas já que as características foram mencionadas estendo as inspirações também ao vinho propriamente dito: fresco, mas vivaz, com personalidade marcante. Aromas intensos de frutas vermelhas, notas florais, a valorização da cepa, de sua expressividade, das suas mais fiéis características graças a sua passagem por tanques de aço inoxidável por 12 meses. Que possamos valorizar os vinhos nacionais e entregar o nosso produto a quem de direito: aos brasileiros, sem distinção de cor, raça, credo e poder monetário. Apesar de ser um discurso romântico e, para alguns, utópico, precisamos criar uma cultura de degustação no Brasil e não associar o vinho a status social e aristocratas que tem apenas a intenção de distanciar o vinho brasileiro do brasileiro. Tem 13% de teor alcoólico e harmoniza bem com massas, carnes grelhadas e queijos mais gordurosos e estruturados, como o provolone, por exemplo, o que estou fazendo neste momento.


Sobre a Vinícola Dal Pizzol:

Criada em 1974, a Vinícola Monte Lemos, mais conhecida por Dal Pizzol, surgiu a partir de uma proposta diferenciada que privilegia a produção controlada. Comandada pelos irmãos Antônio e Rinaldo Dal Pizzol, a vinícola elabora anualmente 300 mil garrafas (225 mil litros) e tem como enólogo responsável Dirceu Scottá. O controle de qualidade tem início no cultivo da videira e, para isso, mantém parceria com produtores por meio de acompanhamento técnico realizado por dois enólogos e um engenheiro agrônomo da vinícola. A assessoria ocorre durante todo o processo, desde a variedade de uva a ser implantada até a colheita. Cada produtor recebe uma cartilha de procedimentos e práticas para o cultivo da videira. O material dá instruções, inclusive, sobre o limite de produção por área, variedade e sistema de condução da parreira. Essa parceria também contempla uma tabela de benefícios conforme a qualidade e tratos culturais implementados no vinhedo para cada safra. A Dal Pizzol traz consigo uma tradição na vitivinicultura que remonta ao Século XIX (1878), quando os primeiros imigrantes da família chegaram ao Brasil. Sua história expressa um talento natural e cheio de experiências, sabedoria e sensibilidade, que lhe permitiu alcançar a qualidade dos vinhos que elabora, através do amor no cultivo de castas nobres, do trato cuidadoso na arte do vinho e de um atendimento personalizado a todos que se relacionam com a Dal Pizzol. A vinícola faz parte da Rota Cantinas Históricas, distante 11 quilômetros do centro de Bento Gonçalves/RS. O projeto é composto por propriedades rurais que retratam a vida cotidiana dos imigrantes italianos que se instalaram nas encostas de Faria Lemos e lá cultivam a videira e seus costumes há mais de 130 anos. O passeio possibilita vasto contato com moradores locais que adoram partilhar dos seus saberes e fazeres, visita às cantinas com degustação de vinhos, espumantes e sucos de uva. Os vinhos da Dal Pizzol podem ser encontrados no mercado nacional em lojas, delicatessens, hotéis, bares, restaurantes e no próprio varejo da vinícola, localizada no km 5,3 da ERS 431, distrito de Faria Lemos, em Bento Gonçalves.

Mais informações acesse:

https://www.dalpizzol.com.br/home

Fonte de pesquisa sobre a Cabernet Franc

Portal “Clube dos Vinhos”, em: https://www.clubedosvinhos.com.br/a-cabernet-franc-ainda-dita-lei/