Definitivamente a Itália é o país dos vinhos clássicos! Não há nenhum outro centro vitivinícola que produz, em larga escala e com tanta qualidade, vinhos do naipe de um Barolo, Brunello di Montalcino, Amarone, Ripasso e tantos outros.
Vinhos longevos, vinhos de marcante personalidade, vinhos
potentes, poderosos e de plenitude jamais vista, jamais sentida em taça.
Incluiria entre esses nomes, porém fora da Itália, Bordeaux.
Vinhos que não precisam de demasiadas apresentações, tanto
que muitos deles carregam o nome de sua região, típico do Velho Mundo. Não há a
apresentação das suas clássicas castas, não há detalhes, não há quase nada,
apenas as regiões ostentando em letras garrafais o seu nome, a sua tradição.
Porém atualmente, atendendo aos anseios do mercado
consumidor, alguns produtores dessas regiões divulguem nos seus rótulos ou em
seus sites e redes sociais as castas que compões seus clássicos, entre outras
informações que nunca foram, em seus rótulos, divulgados.
Mas diante desse exército de clássicos que a Itália tem em
seu front há outro, igualmente importante, que até hoje não goza de tanta
reputação quanto os Brunellos e Barolos da vida. Falo do Chianti.
Percebo como difícil definir o motivo pelo qual exista essa
rejeição, mas acredito que seja pelo fato, entre outras definições, da
diversidade de valores de várias “versões” que temos do Chianti, que vai no
simples rótulo de entrada aos “Riservas”, “Superiore” e o “Gran Selezione”.
Isso gera certo questionamento quanto a qualidade dos rótulos
que ostentam “Chianti”. Mas temos que entender que as propostas, as
características existem, afinal é muito bom, muito relevante ter Chiantis para
todos os bolsos. Não temos que nos equivocar e esquecer que esses
questionamentos vêm desde os primórdios da bebida.
Eu me recordo, contudo, que, como o Barolo e Brunello di
Montalcino, por exemplo, jamais teria acesso a um rótulo de Chianti por ser
também um clássico italiano, sequer entendia dessa escala de propostas desse
tipo de vinho, nos mais variados preços, pois criei uma espécie de barreira,
colocando um empecilho para tê-los em minha adega.
Até quando tive o prazer de comprar o meu primeiro Chianti, o Castellani Chianti Riserva 2015. E o comprei a um valor incrivelmente baixo
para um “Riserva”, cerca dos R$ 45,00! Não podia hesitar, o comprei. E ficou
por alguns anos na adega, precisava degusta-lo em um momento importante,
especial. E que vinho espetacular! A Sangiovese em seu estado mais genuíno, não
é à toa que é a mais emblemática cepa da Itália.
Mas eu não queria ficar apenas nesse rótulo e busquei outras
alternativas que pudesse aliar preço e qualidade e descobri outro também da
Castellani, mas que ostenta outro termo, o “Superiore”. Embora essas
nomenclaturas tragam certa confusão, principalmente entre os iniciantes no
universo do vinho, as diferenças entre “Riserva”, “Superiore” e “Gran
Selezione”, a diferença se dá basicamente no tempo em que os vinhos passam por
barricas de carvalho. No caso do “Superiore”, indica que o vinho passou doze
meses por madeira e apresenta graduação alcoólica maior que o típico do
Chianti, sendo vinhos mais encorpados, com acidez mais macia.
Então sem mais delongas vamos às apresentações! O vinho que
degustei e gostei veio da emblemática região italiana da Toscana e se chama Poggio
al Casone, um Chianti Superiore, composto pelas castas Sangiovese (90%) e
Cannaiolo (10%) da safra 2019. Para não perder o costume, vamos de história,
vamos de Chianti.
Chianti, Toscana
Desde a queda de Roma até o Risorgimento, por volta de 1850,
o esfacelamento dos estados italianos em pequenas repúblicas e reinos ditou a
vida de sua população e também o tom de seus vinhos. Foi nesse longo período
conturbado que nasceu um dos vinhos mais famosos da Itália, o Chianti.
Geograficamente falando, Chianti é uma terra montanhosa que
se estende por cerca de 60 km a 70 km na sua extensão, cujo ponto mais alto é
Monte San Michele, a 893 metros. Existem 5 rios que cruzam e definem a área
com: os rios Pesa, Greve, Ombrone, Staggia e Arbia.
O começo da história remonta ao século XIII, quando os Médici
dominavam a cidade de Firenze (Florença), na Toscana, e lá criaram uma das
repúblicas mais influentes de seu tempo – basta lembrar que eles foram patronos
das artes que culminaram com o Renascimento. Em meados do século XIII, os
fiorentinos eram uma potência e viviam guerreando com vizinhos.
Para garantir uma boa defesa de suas terras, eles as
dividiram em ligas militares de cidades. Uma delas, criada em 1384, foi a Lega
del Chianti, que compreendia as vilas de Radda, Gaiole e Castellina (até hoje o
centro da região que se denomina Chianti Classico), e durou até 1774, atuando
ativamente durante as batalhas entre Firenze e Siena.
Aliás, a principal lenda em torno do vinho de Chianti vem
dessas longas disputas medievais entre fiorentinos e sieneses. Acredita-se que,
um dia, cansados de guerrear, os governantes das duas cidades decidiram por um
outro tipo de disputa para estipular sob qual bandeira ficaria a região. Assim,
concordaram que dois cavaleiros sairiam ao cantar do primeiro galo da
madrugada, um partindo de Firenze em direção à Siena e o outro no sentido
contrário. Onde eles se encontrassem, seria demarcado o limite dos domínios.
Assim nasceu a lenda do Gallo Nero, o galo negro que até hoje
serve de emblema dos vinhos de Chianti Classico. Diz-se que os sieneses
escolheram um belo e forte galo branco para dar o sinal ao seu cavaleiro. Já os
fiorentinos teriam escolhido um galo negro raquítico, que ficou confinado sem
comida. Por isso, o galo de Firenze teria acordado mais cedo, ainda durante a
noite, faminto, e começado a cantar, fazendo com que seu cavaleiro tivesse
grande vantagem sobre o rival de Siena, cujo galo só acordaria para cantar já
nos primeiros raios de sol da manhã.
Assim, dos pouco mais de 60 quilômetros que separam as duas
cidades, o cavaleiro sienês conseguiu percorrer somente cerca de 12 antes de
encontrar o oponente nas proximidades de Fonterutoli, pouco ao sul de
Castellina.
Em 1716, Cosimo III de Médici delimitou a região para a
produção dos vinhos de Chianti. Lendas à parte, a verdade é que a demarcação da
área de Chianti como pertencente à Firenze ocorreu em um tratado de 1203. Na
época, os fiorentinos eram leais ao Papa e Siena, ao Sacro-Império Romano.
Primeira Denominação de Origem
As primeiras documentações que tratam do vinho de Chianti
remontam a 1398 e o descrevem como um vinho branco vendido pelo comerciante
Francesco di Marco Datini. No entanto, o nome do vinho ficaria definitivamente
gravado na história a partir de 1716, quando Cosimo III de Médici, o penúltimo
de sua família a ser Grão-Duque da Toscana, apontou que as três cidades da Lega
del Chianti, mais uma parte da vila de Greve, estavam aptas a produzir o vinho
de nome Chianti.
Esta teria sido a primeira demarcação territorial, ou seja, a primeira Denominação de Origem, conhecida no mundo (os portugueses, porém, alegam que a primeira DO teria sido instituída pelo Marquês de Pombal em 1756, quando estabeleceu os marcos pombalinos na região que produzia o Vinho do Porto).
Apesar de o reinado de Cosimo III ter sido desastroso para a
região, que se viu diante de uma enorme crise econômica e social, a demarcação
durou até 1932, quando a área foi gradualmente expandida (a última expansão
seria em 1967).
No entanto, mesmo demarcado, sabe-se que o vinho de Chianti
obedecia a poucas regras. Historiadores apontam que, na época, uma das
principais uvas usadas na produção do vinho era a Canaiolo, a mais cultivada na
região, juntamente com a Sangiovese, Mammolo e Marzemino. Seria somente durante
o Risorgimento italiano no século XIX, que o vinho tomaria uma forma, muito
próxima do que tem hoje.
O grande nome por trás do estabelecimento de Chianti e também
um dos principais responsáveis pela unificação italiana em 1961 foi o barão
Bettino Ricasoli, cuja origem familiar remonta aos tempos de Carlos Magno. O
“Barão de Ferro” (alcunha ganha por sua intransigência moral e econômica) foi
um dos grandes pilares da unificação de seu país com sua atuação política no
Ducado da Toscana. Não à toa, ele chegou a ser primeiro ministro italiano
quando o rei Vitório Emanuele assumiu o poder.
Além de ser a criadora do Chianti, a família Ricasoli produz
vinhos desde o ano 1141, quando adquiriu o legendário Castello de Brolio. Essa
longa história faz da Barone Ricasoli a vinícola mais antiga da Itália e a
segunda mais antiga do mundo. O Castello de Brolio estava em ruínas na época.
Determinado a dar novos rumos à produção local, o Barão de
Ricasoli viajou para a França e a Alemanha, onde aprendeu novas maneiras de
cultivo, além de importar variedades e experimentar maquinários. Assim, em
1872, ele teria criado a “fórmula” do Chianti e assim escreveu:
“Os resultados obtidos
já nas primeiras experiências confirmam que o vinho recebe do Sangioveto a
principal dose de seu perfume (o que eu particularmente procuro) e um certo
vigor de sensação; do Canajuolo, a amabilidade que tempera a dureza do
primeiro, sem tolher em nada seu perfume; a Malvagia, a qual se pode colocar
menos nos vinhos destinados a envelhecer, tende a diluir o produto das duas
primeiras uvas, não acrescenta sabor, e o torna mais leve e mais prontamente
usável na mesa cotidiana”.
A “fórmula do Chianti” escrita na famosa carta endereçada ao
professor Cesare Studiati da Universidade de Pisa, na qual exaltava os aromas e
a estrutura da Sangiovese, a maciez da Canaiolo e a tendência da Malvasia a
diluir o vinho, fez com que o Barão sugerisse que esta uva não fizesse parte do
corte dos vinhos de guarda da sua região. A receita do Barão era 70%
Sangiovese, 15% Canaiolo e 15% Malvasia Bianca. Em 1967, sua “fórmula” foi
ratificada pela regulamentação da DOC (com acréscimo da Trebbiano).
Renascimento
O Chianti então surgiu como uma versão do “clarete” francês –
sem variedades internacionais, contudo. Foi durante o Risorgimento que ele alcançou a glória, quando Firenze se tornou
capital da Itália e Ricasoli primeiro ministro. No entanto, apesar dos esforços
do barão, com o tempo, a fama do vinho tornou-se ruim, muito devido às
condições econômicas precárias da região, especialmente depois das pragas que
chegaram à viticultura em meados do século XIX e também muito devido ao
contrato de uso das terras entre agricultores e os donos das propriedades.
A mezzadria
(sistema feudal em que os camponeses dividiam a sua colheita com os senhores de
terras) e a agricultura promiscua (diversas culturas em um mesmo terreno)
perdurou na Toscana até praticamente os anos 1970 e atrasou o desenvolvimento
do vinho na região – já que a colheita ia ser dividida, era melhor, para o
agricultor, plantar mais quantidade do que pensar em qualidade.
Clante
A origem do nome Chianti é incerta. Para alguns, ela vem de
clangor, que nada mais é do que o som dos instrumentos metálicos, mais
especificamente das trombetas. No entanto, também pode designar o atrito entre
objetos de metal, como espadas. Daí, acredita-se que o nome possa ter surgido
devido a esse barulho das trombetas de caça ou então das batalhas. Outra
possibilidade, muito mais aceita, é o termo ter vindo da palavra etrusca clante, que significaria água (abundante
na região) ou então seria apenas um nome de família muito comum na área.
O movimento dos vinhos “Super Toscanos” fez com que Chianti
aprimorasse suas normas. Nos anos 1960, alguns produtores estavam desapontados
com os rumos que Chianti havia tomado. Apesar de a DOC ter finalmente
estabelecido uma regra para seus vinhos em 1967 (e talvez por isso também),
muitos passaram a experimentar com novas variedades, especialmente as
francesas, no intuito de produzir um vinho melhor e mais caro (desde o fim da
II Guerra Mundial, Chianti era considerado um vinho simples e barato).
Assim, entre o final dos anos 1960 e começo dos 1970, duas
poderosas famílias decidiram fazer vinhos mesclando Sangiovese com variedades
francesas. Tanto o Marquês Mario Incisa della Rochetta quanto seu sobrinho,
Piero Antinori, lançaram respectivamente Sassicaia e Tignanello, os primeiros
Super Toscanos de que se tem notícia, vinhos que mudariam para sempre o cenário
na região.
O fenômeno houve novas mudanças nas regras, com a introdução
de variedades francesas no blend de Chianti. Dez anos depois, as variedades
brancas foram proibidas em Chianti Classico, que já passava a aceitar
Sangiovese “in pureza”, ou seja, 100%. Hoje, além do Classico, Chianti possui
outras sete sub-regiões, cada uma com regras específicas. As mudanças de regras
foram constantes nos últimos 40 anos. As últimas modificações em Chianti
Classico, por exemplo, ocorreram em 2013, quando, entre outras coisas, criou-se
uma nova classificação, com um nível qualitativo acima dos Riserva: os Gran
Selezione.
Os diferentes Chianti
O simples termo “Chianti” diz muito pouco sobre o vinho.
Muito resumidamente, indica que se trata de um tinto italiano, produzido na
região da Toscana, em uma área que se estende entre as cidades de Florença e
Siena, a partir de, principalmente, Sangiovese. Ainda que Chianti seja uma
Denominação de Origem Controlada e Garantida (DOCG) e, portanto, existam
regulamentações tratando de sua produção, a variedade é grande.
Além da “denominação genérica” Chianti DOCG, há outras
denominações específicas que levam em consideração a proveniência geográfica
das uvas: Chianti Classico (a mais antiga, famosa e tradicional), Chianti Colli
Aretini, Chianti Colli Fiorentini, Chianti Colline Pisane, Chianti Colli
Senesi, Chianti Montalbano, Chianti Montespertoli e Chianti Rufina. Também, os
termos Chianti Superiore (não permitido para Chianti Classico) e Chianti
Riserva servem para nomear vinhos que tenham atendido períodos de
envelhecimento determinados, dentre outros fatores.
E agora finalmente o vinho!
Na taça revela um lindo rubi intenso, brilhante, reluzente,
com reflexos violáceos tendendo para o grená, com lágrimas finas, lentas e em
média intensidade.
No nariz traz a exuberância das frutas vermelhas maduras, bem
frescas com destaque para a groselha, cereja, framboesa e morango, com as notas
amadeiradas que desponta de forma bem discreta, mas que entrega baunilha e um
agradável defumado e mentolado, com toques de tabaco, couro e especiarias, algo
de pimenta preta, diria. A rusticidade da Sangiovese se mostra.
Na boca tem corpo médio, tem vivacidade, personalidade, mas
traz elegância, maciez e muito equilíbrio, pois traz o protagonismo das notas
frutadas, como no aspecto olfativo, em total convergência com a madeira, graças
aos doze meses em barricas de carvalho. Tem taninos doces e domados, com acidez
vibrante, abundante que faz salivar a boca a cada degustação. Tem um final
guloso, com média persistência.
Tradição, história, mesmo que ao custo de guerras, sangue,
mortes, disputas pelo poder político e econômico. As redenções pavimentadas por
todos esses eventos e intenções. O vinho foi e é um veículo de tais
manifestações da sociedade, independente do contexto e cronologia. O que nos
resta, no entanto, é permitir contemplar e entender esses momentos históricos com
o olhar crítico, mas separando-os do prazer, do deleite em degustar um bom e
velho vinho, porque é um elixir ao corpo e a alma, sobretudo daqueles que o
ama. Toscana e a sua região mais importante em todos os aspectos, é sinônimo de
renome no mundo todo por causa de Chianti e de suas grandes e espetaculares
histórias que, de uma forma ou de outra, corroboraram na sua importância e
qualidade que até hoje busca a excelência. O Poggio al Casone Chianti Superiore
foi produzido nas vinhas que circundam a casa de Pierlugi Castellani e é um
vinho encorpado, mas elegante, dada a sua complexidade atribuída ao “Sangue de
Júpiter”, chancelando Chianti como um dos mais emblemáticos vinhos da história.
Tem 12,5% de teor alcoólico.
Sobre a vinícola Castellani:
O negócio de Castellani foi estabelecido em Montecalvoli no
final do século 19 quando Alfred, um viticultor de longa data, decidiu começar
a engarrafar e vender seu vinho. O filho de Alfredo, Duilio, junto com seu
irmão Mario dá início ao período de expansão da empresa. Duilio, homem
meticuloso e diligente, participa ativamente de todas as etapas do trabalho.
A vinha mais importante é aquela situada em Santa Lúcia, no
fértil vale do Arno, onde se produz um vinho tinto vivo e apto para envelhecer
e engarrafado em típicos frascos com palha, conquistando o interesse dos
mercados transalpinos. Nos anos seguintes, o filho primogênito de Duilio,
Giorgio, homem determinado e ambicioso, inicia a exportação em grande escala. A
enchente de 1966 causa grandes danos à vinícola Montecalvoli.
Decide-se então transferir temporariamente o negócio para a
Fazenda Burchino, nas colinas da vila de Terricciola. O irmão de Giorgio,
Roberto, brilhante jornalista do jornal “Il Giornale del Mattino”, de Florença,
corre para ajudar a retirar lama da vinícola da família. Ele então decide ficar
e contribui para a evolução da empresa. Roberto, homem culto e cosmopolita,
inicia uma atividade pioneira em mercados longínquos, tornando-se um dos
defensores do sucesso internacional do Chianti.
A aquisição da vinha Poggio al Casone coincide com a
ampliação da adega da Quinta Travalda em Santa Lúcia. Durante a noite do dia de
Ano Novo em 1982, um incêndio queimou quase completamente as instalações da
empresa. Parece ser o fim. Mas em poucos meses os irmãos Castellani adquirem a
Fazenda Campomaggio e, graças à contribuição de Piergiorgio, filho de Roberto,
o negócio ganha força. As pesquisas vitivinícolas e tecnológicas são promovidas
por especialistas como o enólogo Sabino Russo e o agrônomo Carlo Burroni. Hoje
esta empresa centenária persegue com grande entusiasmo o objetivo de produzir
vinhos, que são a expressão de uma das maiores regiões enológicas do mundo: a
Toscana.
Mais informações acesse:
Referências:
“Blog História com Gosto”: https://historiacomgosto.blogspot.com/2019/11/a-regiao-do-chianti-classico-toscana.html
“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/todos-os-chianti_10196.html
“Blog Sonoma”: https://blog.sonoma.com.br/chianti/#:~:text=Chianti%20%C3%A9%20um%20tipo%20de,Chianti%20Cl%C3%A1ssico%20a%20mais%20famosa