segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Conde de Cantanhede Rosé Baga

 

Nada melhor que degustar um rosé nos atuais dias de verão carioca. Aquele rosé despretensioso, baratinho, que não agride no bolso, frutado, leve, saboroso e descontraído à beira de uma piscina ou até mesmo em uma praia, por que não?

Uma vez falei que em dia de praia, com sol e calor, seria interessante, papos de “farofeiros” à parte, levar naquele isopor uma garrafa de rosé bem levinho para degustar. Como lamentavelmente não temos a cultura do vinho no cotidiano do brasileiro um comentário como esse soa, no mínimo, como uma piada para os outros.

E além de um rosé leve, fresco, frutado e muito despretensioso, aquele democrático que agrada a todos, tenho tido apreço à alguns produtores que, com maestria, com respeito aos terroirs e, claro, muito talento, vem produzindo vinhos excelentes que vai do básico, intermediário aos mais complexos e estruturados.

E a Adega de Cantanhede definitivamente me encantou com os seus rótulos e atualmente não pode faltar na minha adega. Bairrada, o Beira Atlântico sendo representada com dignidade e de forma veemente em minhas taças.

Bairrada e Beira Atlântico que, apesar de sua representatividade em Portugal, ainda não é popular em terras brasileiras, como o Alentejo, Lisboa, Douro, por exemplo. Contudo o vinho de hoje não tem região, não é oriunda de região alguma, embora, ao degusta-lo consegue-se perceber que é sim um vinho lusitano.

É o que se chama de “vinho de mesa”, mas não se engane, não confunda com os “vinhos de mesa” produzidos, em larga escala, no Brasil. Os vinhos de mesa brasileiros são aqueles que são feitos com as uvas americanas, não vitiviníferas. A concepção de “vinhos de mesa” em Portugal, em especial, são geralmente rótulos simples, também produzidos em larga escala, sem uma classificação como DOC ou “vinho regional”, e não vem de uma região específica, porém, não desmerece em absolutamente nada em termos de qualidade, afinal é tudo uma questão de proposta.

E essa proposta de um rosé leve, fresco e frutado o vinho que degustei e gostei de hoje superou as expectativas! O vinho se chama Conde Cantanhede e a casta é a emblemática da região da Bairrada e Beira Atlântico, a Baga. O vinho não é safrado, outra característica de um vinho de mesa português. A propósito eu já degustei um Baga dessa mesma proposta da Cantanhede e surpreendeu igualmente e que segue a resenha que pode ser lida aqui.

Ah e o que falar da Adega de Cantanhede? Acho que tudo o que falar desse grande produtor soará como redundância, mas é melhor ser redundante do que omisso e vamos falar de algumas histórias ao Conde de Cantanhede que dá nome a essa linha de vinhos. Vamos às curiosidades históricas.

A D. Pedro Meneses, 5º Senhor de Cantanhede, foi atribuído o título de 1º Conde de Cantanhede, como recompensa pela sua participação na Batalha do Toro em 1476, ao lado de D. Afonso V e o futuro D. João II.

A cidade de Cantanhede recebeu o foral de D. Manuel I, Rei de Portugal, em 1514. Naquela altura o Rei deu à família Meneses o total controle da região. Foi notório o contributo dos Meneses para o desenvolvimento da região, promovendo a agricultura, incluindo a viticultura, para o que, desde sempre foi reconhecido grande potencial nestas terras.

D. Pedro Meneses

Empenhada em prestar homenagem à digna linhagem dos Condes de Cantanhede e ao seu importante papel na região e na história de Portugal, a Adega de Cantanhede obteve a necessária autorização dos seus descendentes para lançar esta marca, que comporta um vasto portfólio com vinhos e espumantes de qualidade.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um rosé de média intensidade, diria com uma cor “casca de cebola” com algumas discretas e breves formações de lágrimas.

No nariz é extremamente delicado, com notas florais e de frutas vermelhas que se destacam morango, framboesa e groselha.

Na boca traz a fruta como protagonista, elegante, fresco, leve, descompromissado, elegante e equilibrado, com um final médio e frutado.

Pois é um vinho que, dentro da sua proposta, entregou muito além de que valeu, um verdadeiro exemplo do excelente custo X benefício! A propósito esse rótulo da Cantanhede custou a bagatela de R$ 19,00! Incrível o valor! E, convenhamos, esse tem de ser a faixa de valor de um rosé com esses predicados em um país em que o rosé harmoniza plenamente com o clima quente, com o nosso verão. Degustei o mesmo geladinho e as notas frutadas, tanto no aroma quanto no paladar, super valorizou, com um delicado toque floral e um sabor que impactou pela refrescância e frescura. Que venham mais e mais rosés com essa qualidade e preço. Tem 11,5% de teor alcoólico.

Sobre a Adega de Cantanhede:

Fundada em 1954 por um conjunto de 100 viticultores, a Adega de Cantanhede conta hoje com 500 viticultores associados ativos e uma produção anual de 6 a 7 milhões de quilos de uva, constituindo-se como o principal produtor da Região Demarcada da Bairrada, representando cerca de 40% da produção global da região. Hoje certifica cerca de 80% da sua produção, sendo líder destacado nas vendas de vinhos DOC Bairrada DOC e Beira Atlântico IGP.

Reconhecendo a enorme competitividade existente no mercado nacional e internacional, a evolução qualitativa dos seus vinhos é o resultado da mais moderna tecnologia, com foco na qualidade e segurança alimentar (Adega Certificada pela norma ISO 9001:2015, e mais recentemente pela IFS Food 6.1.), mas também da promoção das castas Portuguesas, que sempre guiou a sua estratégia, particularmente das variedades tradicionais da Bairrada – Baga, Bical e Maria Gomes – mas também de outras castas Portuguesas que encontram na Bairrada um Terroir de eleição, como sejam a Touriga Nacional, Aragonez e Arinto, pois acredita que no inequívoco potencial de diferenciação e singularidade que este património confere aos seus vinhos.

O seu portfólio inclui uma ampla gama de produtos. Em tinto, branco e rose os seus vinhos vão desde os vinhos de mesa até vinhos Premium a que acresce uma vasta gama de Espumantes produzidos exclusivamente pelo Método Clássico, bem como Aguardentes e Vinhos Fortificados. É um portfólio que, graças à sua diversidade e versatilidade, é capaz de atender a diferentes segmentos de mercado, com diferentes graus de exigência em qualidade, que resulta na presença dos seus produtos em mais de 20 mercados.

A sua notoriedade enquanto produtor, bem como dos seus vinhos e das suas marcas, vem sendo confirmada e sustentadamente reforçada pelos prémios que vem acumulando no seu palmarés, o que resulta em mais de 750 distinções atribuídas nos mais prestigiados concursos nacionais e internacionais, com destaque para Mundus Vini – Alemanha, Concours Mondial de Bruxelles, Selections Mondiales du Vins - Canada, Effervescents du Monde – França, Berliner Wein Trophy – Alemanha e Japan Wine Challenge. Sendo por diversas ocasiões o único produtor da Bairrada com vinhos premiados nesses concursos e, por isso, hoje um dos mais galardoados produtores da região. Em 2015 integrou o TOP 100 dos Melhores Produtores Mundiais, pela WAWWJ – Associação Mundial dos Jornalistas e Críticos de Vinho e Bebidas Espirituosas. Nos últimos 8 anos foi eleita “Melhor Adega Cooperativa” em Portugal por 3 vezes pela imprensa especializada.

Mais informações acesse:

https://www.cantanhede.com/

 

 

  




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