segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Corte Viola Pinot Grigio 2019

 

Já falei por muitas e muitas vezes que amo a casta Pinot Grigio! E nunca deixarei de falar dessa casta branca maravilhosa, por mais que eu pareça redundante e chato, as vezes, mas, é melhor ser redundante do que omisso e repetição dessa declaração de amor reforça e corrobora a minha predileção por essa casta frutada e com uma acidez que entrega plenitude e muita vida e essa cepa.

E não há ainda como negligenciar essas castas quando produzidas na Itália, sobretudo. Já degustei alguns rótulos da Pinot Grigio do Brasil, do Chile (alguns exemplares surpreendentes!), até da África do Sul, mas os italianos têm um lugar em meu coração e, claro, na taça também.

E quando degustei os meus primeiros rótulos de Pinot Grigio eu, ávido por informações sobre ela, descobri que os melhores rótulos nascem na “Terra da Bota”. E, decidido, pensei: Vou degustar um Pinot Grigio italiano! Preciso desse momento em meu registro enófilo.

Alguns passaram pela minha taça, arrebataram os meus sentidos de uma maneira tal que a ideia de repetir e repetir novas experiências com a Pinot Grigio italiana sempre povoou os meus pensamentos. E recentemente em uma de minhas incursões aos supermercados, sem nenhuma pretensão encontrei um Pinot Grigio de uma tradicional região para a produção desta cepa, o Vêneto, a um preço inquestionavelmente irresistível: R$ 38,99!

Sim! Inacreditável, levando-se em conta que os poucos rótulos ofertados com essa casta aqui no Brasil e principalmente da Itália, serem tão caros, em valores que não hesitaria em dizer que é totalmente injusto. E esse custando menos de R$ 40,00! Claro que surgem algumas neuras com relação a qualidade ou coisa do tipo, mas, pelo atraente preço, decidi arriscar.

E hoje recebendo o meu grande amigo e mais novo confrade companheiro de taça, Paulo Rodrigues, que fará algumas travessas de pizza achei conveniente harmonizar um branco, por conta do verão (um vinho leve como a Pinot Grigio) com boa acidez que “limparia” a boca estimulando, mais e mais, a comer pedaços bem gordurosos de pizza em um círculo virtuoso entre o comer e o beber.

Então vamos às apresentações: O vinho que, claro, degustei e gostei veio da emblemática região italiana do Vêneto e se chama Corte Viola da casta Pinot Grigio da safra 2019. Então antes de falar do vinho, nada mais conveniente do que falar da história do Vêneto e da Pinot Grigio que se entrelaçam.

Vêneto

O Veneto é a terra natal de algumas das mais conhecidas denominações italianas, como Prosecco, Valpolicella e Bardolino. Um dos maiores vinhos italianos produzidos nesta região é o encorpadíssimo Amarone. Situada no nordeste da Itália, a região do Veneto apresenta uma área total um pouco menor do que as demais áreas vinícolas de Piemonte, Lombardia, Toscana, Puglia e Sicília, no entanto, possui um volume de produção maior do que tais regiões italianas.

Vêneto

Embora as regiões da Puglia e Sicília fossem, por um longo tempo, as principais produtoras de vinho na Itália, a partir da metade do século XX esse cenário passou por notáveis mudanças. Na década de 1990, o Vêneto conquistou cada vez mais espaço e reconhecimento com a produção de alguns dos melhores vinhos italianos, como os tintos Valpolicella e Amarone, além do maravilhoso vinho branco Soave e do espumante Prosecco.

Na região do Vêneto encontra-se Valpolicella e sua sub-região Valpatena. Tal área é a responsável pela produção de meio milhão de hectolitros de vinho por ano e, em termos de volume, Valpolicella é a única DOC italiana capaz de competir com a famosa DOC Chianti, na Toscana. Ao leste do Veneto encontra-se Soave, responsável por abrigar o vinho branco seco que carrega o mesmo nome e encontra-se entre os vinhos italianos mais apreciados.

Apesar de as uvas mais cultivadas no Vêneto serem da casta Merlot e Prosseco, as videiras que deram origem aos vinhos com certificação de Denominação de Origem Controlada (DOC) são, na verdade, das castas Pinot Grigio, Riesling, Garganega, Pinot Nero, Barbera e Corvina, atualmente, as uvas de maior importância para a produção dos vinhos do Veneto apreciados e cultuados mundo afora.

Formado pelas sub-regiões de Veneza, Belluno, Verona e Rovido, o Veneto extrai a maior parte de sua produção de Verona, contabilizando anualmente cerca de dois milhões de hectolitros de vinhos italianos. O destaque dessa sub-região vai além do volume de produção local, Verona é o berço dos reverenciados, famosos e cultuados exemplares de Bardolino e Valpolicella.

Uma curiosidade a respeito do Vêneto é sua forte ligação com a vinicultura do Brasil, que recebeu muitos imigrantes italianos desta região na Serra Gaúcha, hoje a melhor área de elaboração de vinhos do nosso país. Não por acaso, a maioria das vinícolas de sucesso do Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha, pertence a famílias de descendentes desses imigrantes de Vêneto, no nordeste da Itália.

Pinot Grigio

Se você nunca ouviu falar na uva Pinot Grigio, talvez já tenha degustado um vinho produzido com a Pinot Gris. É possível encontrar a casta sendo chamada pelos dois nomes diferentes, a depender da origem do vinho, podendo ser italiano ou francês, respectivamente. A diferença na forma como chamamos a uva passa pelo próprio significado das duas palavras: o nome Grigio significa cinza em italiano e Gris, cinza em francês – sendo referência à cor da casca da fruta. A coloração da uva é um resultado natural do cruzamento entre a Pinot Noir e a Pinot Blanc.

A Pinot Grigio surgiu na região da Borgonha, contudo foi em outra região francesa que ela ganhou um lar e ganhou notoriedade também, a Alsácia. Onde era conhecida por outro nome famoso, Tokay, mas que causava muita confusão. Tokay é um termo utilizado para os vinhos mais famosos (e caros) da Hungria, os longevos Tokaji, que nada tem a ver com a Pinot Grigio.

A origem da Pinot Grigio foi descoberta a poucas décadas, onde constatou-se ser uma cruzamento genético natural entre a Pinot Noir e a Pinot Blanc. Embora seja de origem francesa, foram os italianos que tornaram esse varietal mundialmente conhecido e passaram a dominar a sua produção global. Isso faz com que muitos acreditem que a uva seja originária do fantástico "país da bota".

Os vinhos produzidos com a Pinot Grigio são muito influenciados pelos fatores ambientais e humanos envolvidos no processo, o que chamamos de terroir. Nas regiões frias são encontrados vinhos com maior intensidade aromática e acidez vibrante, além de serem tipicamente mais leves e delicados, normalmente denotando aromas frutados, florais e com a sutil presença de especiarias. Bons exemplos disso são os aromas de pêssego, limão, tangerina, pera, maçã verde, complementados por flores silvestres, mel, tomilho, orégano e erva-cidreira. Já as regiões mais quentes produzem exemplares mais viscosos, aumentando a percepção de corpo da bebida, que, dependendo do solo, pode apresentar um caráter mineral, lembrando pedras e a areia molhada.

Agora, se compararmos o perfil dos vinhos franceses e italianos, as características sensoriais serão gritantes. Na França, esses vinhos costumam ser mais encorpados, amarelados e com uma presença picante. Já na Itália, os exemplares são mais refrescantes, versáteis e fáceis de beber. Dependendo do estilo do produto, vinícola e vindima, são vinhos brancos com aptidão ao envelhecimento.

E agora finalmente o vinho!

Na taça entrega um amarelo palha translúcidos, bem brilhante com reflexos esverdeados e uma pequena manifestação de lágrimas finas e breves.

No nariz e agradavelmente fresco, leve e descompromissado, com delicadas notas frutadas que remetem a maçã-verde e pera, além de frutas cítricas como abacaxi, bem como nuances florais, de flores brancas.

Na boca é seco, saboroso e harmonioso, com o protagonismo das notas frutas, de frutas de polpas brancas com uma sensação frescor e leveza e um final de média intensidade.

Um vinho simples, mas com uma inigualável personalidade, bem marcante, fazendo deste rótulo muito versátil, gastronomicamente falando. Se ainda há alguns questionamentos com relação a Pinot Grigio esse vinho pode, sem sombra de dúvida desmistificar, mostrando que a casta é sim especial. Um vinho com o DNA brasileiro, ótimo e ideal para harmonizar com o nosso clima, um vinho que dizem que é para “beira da piscina”, despretensioso, informal e especial. Um viva a Pinot Grigio! Tem 12% de teor alcoólico.

Sobre a Contri Spumanti S.p.A:

A história da empresa Contri Spumanti SpA está intimamente ligada à de seu fundador: Luciano Contri , nascido em 1938, de Cazzano di Tramigna.

Aos quinze anos, enquanto Luciano se preparava para iniciar os estudos de especialização enológica, a família enfrentava grandes dificuldades por causa de uma grave doença que atingiu seu pai Luigi e o obrigou a se afastar de casa por dois anos.

Foi o fundador da empresa familiar, com mais de 90 anos, avô Domenico (apelidado de PACENA na vila, hoje uma das marcas da empresa) quem apoiou Luciano nesse período. Sua própria experiência e sabedoria, combinadas com a vontade e o espírito de sacrifício de seu sobrinho, conseguiram compensar a ausência de Luigi.

Temperado pelo sacrifício diário e seguro dos ensinamentos recebidos, atingiu a maioridade em 1959 e deu origem à empresa individual Luciano Contri , que em 1980 será transformada na Contri Spumanti SpA , iniciando a produção de espumantes e espumantes.

Hoje as rédeas da empresa estão nas mãos de Paolo Contri, que continua a política de seu pai de manter a Contri Spumanti SpA uma empresa de ponta e líder no setor. Tecnologia de ponta e automação de processos garantem a eficiência do ciclo produtivo e a minimização dos custos de produção.

Adaptação aos requisitos dos sistemas de qualidade mais conhecidos, desde o planeamento, à produção, à logística. Constante renovação dos sites de produção, ampliação e automatização das áreas de logística.

Capacidade de resposta e adaptação às novas necessidades do mercado com novos tipos de produtos, novos formatos e embalagens personalizadas.

Tudo isto permitiu a consolidação da empresa ao longo dos anos e a sua constante ascensão no mercado local e nos principais mercados externos. Resultados confirmados pelos inúmeros prémios e distinções obtidos nos mais conceituados concursos internacionais de vinhos.

Mais informações acesse:

https://www.contrispumanti.com/it

Referências:

“Vinci”: https://www.vinci.com.br/c/regiao/veneto

“Blog Sonoma”: https://blog.sonoma.com.br/regioes/veneto-entre-amores-e-vinhos/

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/regiao/veneto

“Wine”: https://www.wine.com.br/winepedia/sommelier-wine/serie-uvas-pinot-grigio/

“Blog Famiglia Valduga”: https://blog.famigliavalduga.com.br/pinot-grigio-conheca-suas-principais-caracteristicas/

 




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