Já falei por muitas e muitas vezes que amo a casta Pinot
Grigio! E nunca deixarei de falar dessa casta branca maravilhosa, por mais que
eu pareça redundante e chato, as vezes, mas, é melhor ser redundante do que
omisso e repetição dessa declaração de amor reforça e corrobora a minha
predileção por essa casta frutada e com uma acidez que entrega plenitude e
muita vida e essa cepa.
E não há ainda como negligenciar essas castas quando
produzidas na Itália, sobretudo. Já degustei alguns rótulos da Pinot Grigio do
Brasil, do Chile (alguns exemplares surpreendentes!), até da África do Sul, mas
os italianos têm um lugar em meu coração e, claro, na taça também.
E quando degustei os meus primeiros rótulos de Pinot Grigio
eu, ávido por informações sobre ela, descobri que os melhores rótulos nascem na
“Terra da Bota”. E, decidido, pensei: Vou degustar um Pinot Grigio italiano!
Preciso desse momento em meu registro enófilo.
Alguns passaram pela minha taça, arrebataram os meus sentidos
de uma maneira tal que a ideia de repetir e repetir novas experiências com a
Pinot Grigio italiana sempre povoou os meus pensamentos. E recentemente em uma
de minhas incursões aos supermercados, sem nenhuma pretensão encontrei um Pinot
Grigio de uma tradicional região para a produção desta cepa, o Vêneto, a um
preço inquestionavelmente irresistível: R$ 38,99!
Sim! Inacreditável, levando-se em conta que os poucos rótulos
ofertados com essa casta aqui no Brasil e principalmente da Itália, serem tão
caros, em valores que não hesitaria em dizer que é totalmente injusto. E esse
custando menos de R$ 40,00! Claro que surgem algumas neuras com relação a
qualidade ou coisa do tipo, mas, pelo atraente preço, decidi arriscar.
E hoje recebendo o meu grande amigo e mais novo confrade
companheiro de taça, Paulo Rodrigues, que fará algumas travessas de pizza achei
conveniente harmonizar um branco, por conta do verão (um vinho leve como a
Pinot Grigio) com boa acidez que “limparia” a boca estimulando, mais e mais, a
comer pedaços bem gordurosos de pizza em um círculo virtuoso entre o comer e o
beber.
Então vamos às apresentações: O vinho que, claro, degustei e
gostei veio da emblemática região italiana do Vêneto e se chama Corte Viola da
casta Pinot Grigio da safra 2019. Então antes de falar do vinho, nada mais
conveniente do que falar da história do Vêneto e da Pinot Grigio que se
entrelaçam.
Vêneto
O Veneto é a terra natal de algumas das mais conhecidas
denominações italianas, como Prosecco, Valpolicella e Bardolino. Um dos maiores
vinhos italianos produzidos nesta região é o encorpadíssimo Amarone. Situada no
nordeste da Itália, a região do Veneto apresenta uma área total um pouco menor
do que as demais áreas vinícolas de Piemonte, Lombardia, Toscana, Puglia e
Sicília, no entanto, possui um volume de produção maior do que tais regiões
italianas.
Embora as regiões da Puglia e Sicília fossem, por um longo
tempo, as principais produtoras de vinho na Itália, a partir da metade do
século XX esse cenário passou por notáveis mudanças. Na década de 1990, o
Vêneto conquistou cada vez mais espaço e reconhecimento com a produção de
alguns dos melhores vinhos italianos, como os tintos Valpolicella e Amarone,
além do maravilhoso vinho branco Soave e do espumante Prosecco.
Na região do Vêneto encontra-se Valpolicella e sua sub-região
Valpatena. Tal área é a responsável pela produção de meio milhão de hectolitros
de vinho por ano e, em termos de volume, Valpolicella é a única DOC italiana
capaz de competir com a famosa DOC Chianti, na Toscana. Ao leste do Veneto
encontra-se Soave, responsável por abrigar o vinho branco seco que carrega o
mesmo nome e encontra-se entre os vinhos italianos mais apreciados.
Apesar de as uvas mais cultivadas no Vêneto serem da casta
Merlot e Prosseco, as videiras que deram origem aos vinhos com certificação de
Denominação de Origem Controlada (DOC) são, na verdade, das castas Pinot
Grigio, Riesling, Garganega, Pinot Nero, Barbera e Corvina, atualmente, as uvas
de maior importância para a produção dos vinhos do Veneto apreciados e
cultuados mundo afora.
Formado pelas sub-regiões de Veneza, Belluno, Verona e
Rovido, o Veneto extrai a maior parte de sua produção de Verona, contabilizando
anualmente cerca de dois milhões de hectolitros de vinhos italianos. O destaque
dessa sub-região vai além do volume de produção local, Verona é o berço dos
reverenciados, famosos e cultuados exemplares de Bardolino e Valpolicella.
Uma curiosidade a respeito do Vêneto é sua forte ligação com
a vinicultura do Brasil, que recebeu muitos imigrantes italianos desta região
na Serra Gaúcha, hoje a melhor área de elaboração de vinhos do nosso país. Não
por acaso, a maioria das vinícolas de sucesso do Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha,
pertence a famílias de descendentes desses imigrantes de Vêneto, no nordeste da
Itália.
Pinot Grigio
Se você nunca ouviu falar na uva Pinot Grigio, talvez já
tenha degustado um vinho produzido com a Pinot Gris. É possível encontrar a
casta sendo chamada pelos dois nomes diferentes, a depender da origem do vinho,
podendo ser italiano ou francês, respectivamente. A diferença na forma como
chamamos a uva passa pelo próprio significado das duas palavras: o nome Grigio
significa cinza em italiano e Gris, cinza em francês – sendo referência à cor
da casca da fruta. A coloração da uva é um resultado natural do cruzamento entre
a Pinot Noir e a Pinot Blanc.
A Pinot Grigio surgiu na região da Borgonha, contudo foi em
outra região francesa que ela ganhou um lar e ganhou notoriedade também, a
Alsácia. Onde era conhecida por outro nome famoso, Tokay, mas que causava muita
confusão. Tokay é um termo utilizado para os vinhos mais famosos (e caros) da
Hungria, os longevos Tokaji, que nada tem a ver com a Pinot Grigio.
A origem da Pinot Grigio foi descoberta a poucas décadas,
onde constatou-se ser uma cruzamento genético natural entre a Pinot Noir e a
Pinot Blanc. Embora seja de origem francesa, foram os italianos que tornaram
esse varietal mundialmente conhecido e passaram a dominar a sua produção
global. Isso faz com que muitos acreditem que a uva seja originária do
fantástico "país da bota".
Os vinhos produzidos com a Pinot Grigio são muito
influenciados pelos fatores ambientais e humanos envolvidos no processo, o que
chamamos de terroir. Nas regiões frias são encontrados vinhos com maior
intensidade aromática e acidez vibrante, além de serem tipicamente mais leves e
delicados, normalmente denotando aromas frutados, florais e com a sutil
presença de especiarias. Bons exemplos disso são os aromas de pêssego, limão,
tangerina, pera, maçã verde, complementados por flores silvestres, mel,
tomilho, orégano e erva-cidreira. Já as regiões mais quentes produzem
exemplares mais viscosos, aumentando a percepção de corpo da bebida, que,
dependendo do solo, pode apresentar um caráter mineral, lembrando pedras e a
areia molhada.
Agora, se compararmos o perfil dos vinhos franceses e
italianos, as características sensoriais serão gritantes. Na França, esses
vinhos costumam ser mais encorpados, amarelados e com uma presença picante. Já
na Itália, os exemplares são mais refrescantes, versáteis e fáceis de beber.
Dependendo do estilo do produto, vinícola e vindima, são vinhos brancos com
aptidão ao envelhecimento.
E agora finalmente o vinho!
Na taça entrega um amarelo palha translúcidos, bem brilhante
com reflexos esverdeados e uma pequena manifestação de lágrimas finas e breves.
No nariz e agradavelmente fresco, leve e descompromissado,
com delicadas notas frutadas que remetem a maçã-verde e pera, além de frutas
cítricas como abacaxi, bem como nuances florais, de flores brancas.
Na boca é seco, saboroso e harmonioso, com o protagonismo das
notas frutas, de frutas de polpas brancas com uma sensação frescor e leveza e
um final de média intensidade.
Um vinho simples, mas com uma inigualável personalidade, bem
marcante, fazendo deste rótulo muito versátil, gastronomicamente falando. Se
ainda há alguns questionamentos com relação a Pinot Grigio esse vinho pode, sem
sombra de dúvida desmistificar, mostrando que a casta é sim especial. Um vinho
com o DNA brasileiro, ótimo e ideal para harmonizar com o nosso clima, um vinho
que dizem que é para “beira da piscina”, despretensioso, informal e especial.
Um viva a Pinot Grigio! Tem 12% de teor alcoólico.
Sobre a Contri Spumanti S.p.A:
A história da empresa Contri Spumanti SpA está intimamente
ligada à de seu fundador: Luciano Contri , nascido em 1938, de Cazzano di
Tramigna.
Aos quinze anos, enquanto Luciano se preparava para iniciar os
estudos de especialização enológica, a família enfrentava grandes dificuldades
por causa de uma grave doença que atingiu seu pai Luigi e o obrigou a se
afastar de casa por dois anos.
Foi o fundador da empresa familiar, com mais de 90 anos, avô
Domenico (apelidado de PACENA na vila, hoje uma das marcas da empresa) quem
apoiou Luciano nesse período. Sua própria experiência e sabedoria, combinadas
com a vontade e o espírito de sacrifício de seu sobrinho, conseguiram compensar
a ausência de Luigi.
Temperado pelo sacrifício diário e seguro dos ensinamentos
recebidos, atingiu a maioridade em 1959 e deu origem à empresa individual
Luciano Contri , que em 1980 será transformada na Contri Spumanti SpA ,
iniciando a produção de espumantes e espumantes.
Hoje as rédeas da empresa estão nas mãos de Paolo Contri, que
continua a política de seu pai de manter a Contri Spumanti SpA uma empresa de
ponta e líder no setor. Tecnologia de ponta e automação de processos garantem a
eficiência do ciclo produtivo e a minimização dos custos de produção.
Adaptação aos requisitos dos sistemas de qualidade mais
conhecidos, desde o planeamento, à produção, à logística. Constante renovação
dos sites de produção, ampliação e automatização das áreas de logística.
Capacidade de resposta e adaptação às novas necessidades do
mercado com novos tipos de produtos, novos formatos e embalagens personalizadas.
Tudo isto permitiu a consolidação da empresa ao longo dos
anos e a sua constante ascensão no mercado local e nos principais mercados
externos. Resultados confirmados pelos inúmeros prémios e distinções obtidos
nos mais conceituados concursos internacionais de vinhos.
Mais informações acesse:
https://www.contrispumanti.com/it
Referências:
“Vinci”: https://www.vinci.com.br/c/regiao/veneto
“Blog Sonoma”: https://blog.sonoma.com.br/regioes/veneto-entre-amores-e-vinhos/
“Mistral”: https://www.mistral.com.br/regiao/veneto
“Wine”: https://www.wine.com.br/winepedia/sommelier-wine/serie-uvas-pinot-grigio/
“Blog Famiglia Valduga”: https://blog.famigliavalduga.com.br/pinot-grigio-conheca-suas-principais-caracteristicas/
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