sábado, 5 de março de 2022

Salton Paradoxo Merlot 2017

 

Significado de paradoxo: pensamento, proposição ou argumento que contraria os princípios básicos e gerais que costumam orientar o pensamento humano, ou desafia a opinião consabida, a crença ordinária e compartilhada pela maioria.

Agora vem a pergunta que não quer calar: Por que raios coloquei o significado de paradoxo inaugurando essa resenha? Talvez para fazer menção a alguma coisa relacionada ao vinho que degustarei esta noite tradicional de sábado.

Mas não é somente isso! “Pensamento, proposição ou argumento que contraria os princípios básicos e gerais que costumam orientar o pensamento humano, ou desafia a opinião consabida!” Vou explicar trazendo para a realidade do universo do vinho ou mais precisamente para apenas o vinho em questão: É possível degustar um vinho que seja fácil de degustar sem ser aquele vinho inexpressivo, tendo, pelo contrário, personalidade marcante? É possível?

Pois direi que sim, é muito possível degustar um vinho como esse! Sempre? Não sei dizer, mas tive algumas experiências surpreendentes adequando-se a este caso! É como fugir do padrão, é como fugir do óbvio! Vinhos gostosos, saborosos, arrojados, descomplicados, mas que gozam de marcante personalidade, estrutura e fogem do linear e agrada, de forma democrática, a todos as percepções e predileções do enófilo para com o vinho.

Ah mas vinhos de personalidade não podem ser considerados fáceis de degustar! Esses comentários demasiados arcaicos definitivamente são um desserviço para a disseminação da cultura do vinho. A máxima agora é fugir de padrões.

E degustando essa linha da gigante Vinícola Salton, o que já é sinônimo de história e qualidade, me trouxe a reflexões, mais uma vez, desse tipo, e não tão somente pelo nome que carrega em seu rótulo, mas pelo que tem dentro daquela garrafa, a começar também pelo fato de ser oriundo da Campanha Gaúcha que, a cada dia, vem entregando, de forma singular, vinhos excelentes e de tipicidade revelando o que sempre foi: uma região tradicional, importante, mas que tem trazido gratas e arrojadas novidades.

O vinho que degustei e gostei vem, como disse, da região brasileira da Campanha Gaúcha, e se chama, claro, Salton Paradoxo da casta Merlot (100%) da safra 2017. E não só pelo nome, pela sua definição, mas também pelo fato de que o Brasil está produzindo, cada vez mais, Merlots fantásticos, maravilhosos, de caráter, versáteis e que não se resume apenas à Serra Gaúcha, mas em todos os terroirs deste país varonil.

Então já que estamos falando de regiões, não custa nada falar um pouco mais da Campanha Gaúcha e da sua importância para o cenário vitivinícola brasileiro.

Campanha Gaúcha

Entre o encontro de rios como Rio Ibicuí e o Rio Quaraí, forma-se o do Rio Uruguai, divisa entre o Brasil, Argentina e Uruguai. Parte da Campanha Gaúcha também recebe corpo hídrico subterrâneo, o Aquífero Guarani representa a segunda maior fonte de água doce subterrânea do planeta, dele estando 157.600 km2 no Rio grande do Sul. A Campanha Gaúcha se espalha também pelo Uruguai e pela Argentina garante uma cumplicidade com os hermanos do outro lado do Rio Uruguai. Os costumes se assemelham e os elementos locais emprestam rusticidade original: o cabo de osso das facas, o couro nos tapetes, a tesoura de tosquia que ganha novas utilidades.

No verão, entre os meses de dezembro a fevereiro, os dias ficam com iluminação solar extensa, contendo praticamente 15 horas diárias de insolação, o que colabora para a rápida maturação das uvas e também ajuda a garantir uma elevada concentração de açúcar, fundamental para a produção de vinhos finos de alta qualidade, complexos e intensos.

As condições climáticas são melhores que as da Serra Gaúcha e tem-se avançado na produção de uvas europeias e vinhos de qualidade. Com o bom clima local, o investimento em tecnologia e a vontade das empresas, a região hoje já produz vinhos de grande qualidade que vêm surpreendendo a vinicultura brasileira.

Há mais de 150 anos, antes mesmo da abolição da escravatura, a fronteira Oeste do Rio Grande do Sul já produzia vinhos de mesa que eram exportados para os países do Prata (Uruguai, Argentina e Paraguai) e vendidos no Brasil.

A primeira vinícola registrada do Brasil ficava na Campanha Gaúcha. Com paredes de barro e telhado de palha, fundada por José Marimon, a vinícola J. Marimon & Filhos iniciou o plantio de seus vinhedos em 1882, na Quinta do Seival, onde hoje fica o município de Candiota.

E o mais interessante é que, desde o início da elaboração de vinhos na região, os vinhos da Campanha Gaúcha comprovam sua qualidade recebendo medalha de ouro, conforme um artigo de fevereiro de 1923, do extinto jornal Correio do Sul de Bagé.

E agora finalmente o vinho!

Na taça entrega um vermelho rubi intenso, brilhante e com reflexos violáceos, com lágrimas finas e em média intensidade.

No nariz revelam aromas de frutas vermelhas maduras, tais como groselha, amora e morango, com notas amadeiradas bem discretas, de baunilha, de um agradável defumado e especiarias doces.

Na boca é de leve para média estrutura, bem macio, redondo e harmonioso, com a fruta vermelha e as mesmas especiarias doces protagonizando como no aspecto olfativo, além da madeira em pleno equilíbrio, graças aos 6 meses de passagem por carvalho e mais 6 meses nas caves, com as notas frutadas e uma acidez vivaz entregando frescor, com taninos aveludados, domados e um final médio.

E assim diz no rótulo do Salton Paradoxo:

“Quando o impossível se torna realidade, se converte em paradoxo”.

A interpretação é livre, democrática. Então quando o impossível se torna realidade, se converte em paradoxo. Ou seja, foge do padrão que, às vezes escraviza que torna vítima da zona de conforto, nos prende ao óbvio. E é tudo o que o Salton Paradoxo Merlot não entrega: o óbvio! Um vinho de traços contemporâneos, moderno, que é fácil de degustar: macio, elegante, mas estruturado, volumoso em boca, envolvente, diria até intenso. Um Merlot como tem de ser, mas com a cara e a coragem dos vinhos dessa cepa produzido em nossas terras, corroborando as suas conquistas. E é assim que o vinho nos provoca, traz um reboliço em nossas percepções sensoriais e nos surpreendente por inteiro, em uma espécie de arrebatamento. A verdadeira edificação dos nossos sentidos. Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Salton:

 Antônio Domenico Salton veio para o Brasil em 1878 e junto com seus filhos fundou em 1910 a vinícola que é reconhecida por ser a maior produtora brasileira de espumantes e top 3 entre as produtoras de vinho no Brasil!

Nos anos 1980 o forte da empresa era a produção e venda de conhaque. O vinho deixava a desejar e para mudar essa realidade foi contratado o enólogo Lucindo Copat, um dos fundadores da Vinícola Aurora. Novos equipamentos foram comprados e a produção foi modernizada.

Outro marco foi a criação em 1995 do projeto que resultaria em 2002 no Salton Talento e na nova unidade no distrito de Tuiuty, que trouxe tecnologia de ponta para a empresa. No ano de 2019 a empresa inaugurou a bela Enoteca Salton na capital paulista. Local que mais do que pronto para a compra de vinhos, serve como um ponto para degustar os sabores que a Salton tem.

Na extensa lista de conquistas destes mais de 100 anos de história comemora o fato de ser familiar e 100% brasileira. Com a terceira geração à frente da empresa, tanto na Unidade em Bento Gonçalves quanto em São Paulo, revela em seus quadros a quarta geração Salton, que promete o mesmo empenho e dedicação com que a empresa foi comandada até agora.









sexta-feira, 4 de março de 2022

Vale de Lisboa Premium 2020

 

Em algumas resenhas atrás eu já expus a minha predileção pelos vinhos lusitanos da região de Lisboa. Apesar de eu ter tido o meu primeiro contato com os vinhos portugueses por intermédio do Alentejo, Lisboa entrou em minha vida pelos rótulos e taças cheias. Sei que sou redundante por conta disso, mas também não cansarei de dizer que melhor ser redundante do que omisso e fortalecer o meu amor por esses vinhos influenciados pelo atlântico.

Mas quando busquei referências para me ajudar a construir essa resenha li alguns comentários, algumas opiniões que, embora respeite e muito, de que por ser uma região que produz vinhos de volume, em larga escala, são tidos, segundo essa fonte, como de baixa qualidade, vinhos ruins, além também de ser produzidos por adegas cooperativas.

Como disse respeito a opinião, mas pelo fato de ser, a meu ver, produzido em larga escala, não significa sempre que são de baixa qualidade, são ruins. Mas afinal qual a concepção de ruim?

Não quero entrar aqui no mérito do assunto que requer uma discussão mais profunda e pormenorizada, mas o ruim no universo do vinho é relativo. É ruim porque é barato? É ruim porque é um vinho simples? É ruim porque não passa por barricas de carvalho? É ruim porque é produzido por adegas cooperativas?

Parecem-me ser comentários perniciosos, carregados de visões pré-concebidas que dão conta de que sempre seja uma regra! E não é uma regra, não pode ser entendida como uma regra! Temos que analisar questões como terroir, proposta do vinho e adequar-se a essas situações e chegar a uma decisão quanto a sua degustação ou não com base nelas e não em situações genéricas e logo movidas pelo preconceito.

Confesso que, por vezes, as minhas percepções podem ser passionais, pelo fato de ser um amante da região de Lisboa, mas precisamos mudar o nosso foco de percepção de um vinho e não sermos tão passionais, usando a poesia líquida como status e relacionando-o como qualidade.

Contudo hoje à noite pede um lisboeta até porque, devido a essa predileção, tenho muitos rótulos e preciso degustar um rótulo da referida região. Sem mais delongas vamos ao rótulo escolhido. O vinho que degustei e gostei veio, claro, da região portuguesa de Lisboa e se chama Vale de Lisboa Premium com aquele blend típico da região com Castelão (50%) e Aragonez (50%) da safra 2020.

E já que falei em redundância, repetições, faço questão de enaltecer a história de Lisboa e da sua importância para o cenário vitivinícola de Portugal e que merece ser um pouco mais respeitado. Então com vocês: Lisboa.

Lisboa

A costa de Portugal é muito privilegiada para a produção vitivinícola graças à sua posição em relação ao Oceano Atlântico, à incidência de ventos, ao solo e ao relevo que constituem o local. Entre as principais áreas produtoras podemos citar a região dos vinhos de Lisboa, antigamente conhecida como Estremadura, famosa tanto por tintos encorpados como por brancos leves e aromáticos.

Tem mais de 30 hectares de cultivo com mais de 9 mil aptas à produção de Vinho Regional de Lisboa e Vinho com Denominação de Origem Controlada. O nome passou em 2009 para Lisboa de forma a diferenciar da região de mesmo nome na Espanha, também produtora de vinhos.

O litoral da IGP Lisboa corre para o sul de Beiras a partir da capital de Portugal, onde o rio Tejo encontra o Oceano Atlântico. Suas características geográficas proporcionam certa complexidade à região, pois está situada climaticamente em zona de transição dos ventos úmidos e estios, com solo de idades variadas, secos, encostas e maciços montanhosos se contrapõem a várzeas e terras de aluvião. Ainda sofre influencia direta da capital do país localizada em um extremo da região. Uma de suas características determinantes é a grande variedade de solos, como terras de aluvião (sedimentar), calcário secundário, várzeas e maciços montanhosos, muitas vezes misturados. Cada um desses terrenos pode proporcionar às uvas características completamente diferentes.

Lisboa

Esta região possui boas condições para produzir vinhos de qualidade, todavia há cerca de quinze anos atrás a região de Lisboa era essencialmente conhecida por produzir vinho em elevada quantidade e de pouca qualidade. Assim, iniciou-se um processo de reestruturação nas vinhas e adegas. Provavelmente a reestruturação mais importante realizou-se nas vinhas, uma vez que as novas castas plantadas foram escolhidas em função da sua produção em qualidade e não em quantidade. Hoje, os vinhos da Região de Lisboa são conhecidos pela sua boa relação qualidade/preço.

A região concentrou-se na plantação das mais nobres castas portuguesas e estrangeiras e em 1993 foi criada a categoria “Vinho Regional da Estremadura”, hoje "Vinho Regional Lisboa". A nova categoria incentivou os produtores a estudar as potencialidades de diferentes castas e, neste momento, a maior parte dos vinhos produzidos na região de Lisboa são regionais (a lei de vinhos DOC é muito restritiva na utilização de castas).

Entre as principais uvas cultivadas podemos citar as brancas Arinto, Fernão Pires (ambas naturais de Portugal) e Malvasia, e as tintas, Alicante Bouschet, Castelão, Touriga Nacional e Aragonez (como é chamada a Tempranillo na região).

Acredita-se que a elaboração de vinhos seja uma atividade desde o século 12, quando os monges da Ordem de Cister se estabeleceram na região. Uma de suas principais funções era justamente a produção da bebida para a celebração de missas.

A Região de Lisboa é constituída por nove Denominações de Origem: Colares, Carcavelos e Bucelas (na zona sul, próximo de Lisboa), Alenquer, Arruda, Torres Vedras, Lourinhã e Óbidos (no centro da região) e Encostas d’Aire (a norte, junto à região das Beiras).

A Região de Lisboa é constituída por nove Denominações de Origem: Colares, Carcavelos e Bucelas (na zona sul, próximo de Lisboa), Alenquer, Arruda, Torres Vedras, Lourinhã e Óbidos (no centro da região) e Encostas d’Aire (a norte, junto à região das Beiras).

As regiões de Colares, Carcavelos e Bucelas outrora muito importantes, hoje têm praticamente um interesse histórico. A proximidade da capital e a necessidade de urbanizar terrenos quase levou à extinção das vinhas nestas Denominações de Origem.

A Denominação de Origem de Bucelas apenas produz vinhos brancos e foi demarcada em 1911. Os seus vinhos, essencialmente elaborados a partir da casta Arinto, foram muito apreciados no estrangeiro, especialmente pela corte inglesa. Os vinhos brancos de Bucelas apresentam acidez equilibrada, aromas florais e são capazes de conservar as suas qualidades durante anos.

Colares é uma Denominação de Origem que se situa na zona sul da região de Lisboa. É muito próxima do mar e as suas vinhas são instaladas em solos calcários ou assentes em areia. Os vinhos são essencialmente elaborados a partir da casta Ramisco, todavia a produção desta região raramente atinge as 10 mil garrafas.

A zona central da região de Lisboa (Óbidos, Arruda, Torres Vedras e Alenquer) recebeu a maioria dos investimentos na região: procedeu-se à modernização das vinhas e apostou-se na plantação de novas castas. Hoje em dia, os melhores vinhos DOC desta zona provêm de castas tintas como por exemplo, a casta Castelão, a Aragonez (Tinta Roriz), a Touriga Nacional, a Tinta Miúda e a Trincadeira que por vezes são lotadas com a Alicante Bouschet, a Touriga Franca, a Cabernet Sauvignon e a Syrah, entre outras. Os vinhos brancos são normalmente elaborados com as castas Arinto, Fernão Pires, Seara-Nova e Vital, apesar da Chardonnay também ser cultivada em algumas zonas.

A região de Alenquer produz alguns dos mais prestigiados vinhos DOC da região de Lisboa (tintos e brancos). Nesta zona as vinhas são protegidas dos ventos atlânticos, favorecendo a maturação das uvas e a produção de vinhos mais concentrados. Noutras zonas da região de Lisboa, os vinhos tintos são aromáticos, elegantes, ricos em taninos e capazes de envelhecer alguns anos em garrafa. Os vinhos brancos caracterizam-se pela sua frescura e carácter citrino.

A maior Denominação de Origem da região, Encostas d’Aire, foi a última a sofrer as consequências da modernização. Apostou-se na plantação de novas castas como a Baga ou Castelão e castas brancas como Arinto, Malvasia, Fernão Pires, que partilham as terras com outras castas portuguesas e internacionais, como por exemplo, a Chardonnay, Cabernet Sauvignon, Aragonez, Touriga Nacional ou Trincadeira. O perfil dos vinhos começou a alterar-se: ganharam mais cor, corpo e intensidade.

Agora o vinho!

Na taça revela um vermelho rubi intenso, escuro, com tons arroxeados, creditado pela Aragonez, com lágrimas finas e em média intensidade.

No nariz traz aromas de frutas vermelhas, graças a Castelão, e em compota e que se destacam as cerejas, amoras, framboesas e groselhas, além de um discreto, mas elegante floral que traz uma sensação de frescor.

Na boca é leve, com o protagonismo da fruta como no aspecto olfativo, com um curioso e interessante volume de boca, mas macio e fácil de degustar, com taninos domados, um pouco alcoólico, mas sem comprometer o conjunto do vinho, e uma boa acidez que corrobora o frescor. Tem um final prolongado e harmonioso.

Sempre quando vou degustar um vinho da Região de Lisboa e me vejo, me sinto feliz. E essa felicidade já começa nos preparativos, quando me vejo, me pego com a garrafa nas mãos olhando-a, vendo todas as suas nuances, as suas informações e se materializa na taça, na degustação. Podem não ser vinhos complexos, estruturados ou caros, primeiramente pelo fato de que essa é a proposta dos vinhos lisboetas, vinhos solares, frutados, banhados pelo oceano, pelo sol. A história acima mencionada nesta resenha corrobora tais fatos. E por serem solares e descompromissados, os produtores atentos e preocupados com o terroir de Lisboa, intervém o menos possível no processo de vinificação. Adoro os vinhos que leva a Castelão, a Aragonez, são vinhos que expressam a sua verdade, a sua tipicidade. Assim o é este rótulo: o Vale de Lisboa Preimum basicamente é um vinho frutado, vivaz, fácil de degustar e apropriados para momentos informais e de conversas com fraternais amigos e temos de considerar o corte, o blend bem dividido entre as castas Castelão e Aragonez como determinante para identificar as características das referidas cepas. Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Encostas de Alqueva:

Localizada em plena Região Demarcada do Alentejo, a empresa Encostas do Alqueva, surge associada à Cooperativa Agrícola de Granja e à Amareleza Vinhos, reconhecidas produtoras de vinhos de qualidade.

À Encostas do Alqueva cabe a missão do desenvolvimento, gestão estratégica das marcas e co­mercialização das mesmas. Nesse contexto tracejou um rumo, pensado e estruturado, para levar os produtos de qualidade produzidos nesta região até ao mercado.

A Adega Cooperativa da Granja, com 70 anos de história (1952-2022), há muito que é reconhecida pelos seus excelentes vinhos.

Em 1989 atingiu o seu expoente máximo com um vinho “Campeão do Mundo” num concurso em Ljubljana na ex República na Jugoslávia.

Desde 2007 que se iniciou uma nova fase na vida desta adega. Forte investimento na modernização da linha de produção, nova equipe de enologia e recuperação das melhores tradições da região, tanto ao nível das castas como do estilo dos seus vinhos.

Mais informações acesse:

https://www.encostasdealqueva.pt/

Referências:

“Blog Divvino”: https://www.divvino.com.br/blog/vinho-lisboa/

“Olhar Turístico”: https://www.olharturistico.com.br/regiao-dos-vinhos-de-lisboa/

“Belle Cave”: https://www.bellecave.com.br/vinhos-de-lisboa-saiba-mais-sobre-essa-regiao-produtora

“Infovini”: http://www.infovini.com/pagina.php?codNode=3901

 

 

 

 








terça-feira, 1 de março de 2022

Matiz Plural 2013

 

Definitivamente os eventos de degustações são essenciais, não pelas degustações somente, embora seja o cerne da coisa, mas também para que conheçamos novos rótulos, novas regiões, novos terroirs, castas e também ter contatos com pessoas que comungam do seu mesmo prazer: pelo vinho!

Eu já estava com saudades! Desde 2020 eu não frequentava eventos como esses. O caos sanitário, que ocasionou essa pandemia, reduziu drasticamente esses eventos e para quem degusta vinhos, realmente ficou um tanto quanto órfão de eventos como esse.

Mas com a iniciativa de uma nova loja de vinhos que chegou à minha cidade, em Niterói, tive o prazer e a alegria de participar de um novo evento de degustação e que descobri quase que por acaso, acessando as redes sociais da loja. Tomado por uma animação que não sentia a tempos, logo fui buscar informações sobre o evento e sobre os rótulos que seriam expostos para degustação: A Vinícola Hermann. Esse produtor tem sede em Blumenau, Santa Catarina, mas que tem alguns hectares no Rio Grande do Sul.

Não os conhecia e isso já foi uma porta de entrada para a minha animação! Iria degustar rótulos de uma nova vinícola para mim e melhor: os vinhos expostos vieram de uma região que é ainda nova para os enófilos brasileiros: Serra do Sudeste!

Ah! Tudo estava conspirando a meu favor! Novos rótulos, um novo terroir, vinhos brasileiros, novo evento de degustação em dois anos! E falando neste evento da degustação dos vinhos da Vinícola Hermann, em que a resenha pode ser lida por aqui, contava com cerca de 6 rótulos, em tese pouco, mas digo que a qualidade foi significativa, enorme. Vinhos estupendos de uma região que tem tudo, a meu ver, diante dessa amostragem dos vinhos da Hermann, para ser uma vitrine vitivinícola deste país.

Escolhi três rótulos e os trouxe comigo! Um deles abrirei para recepcionar meu bom amigo e hoje confrade, Paulo Rodrigues, que para mim fora um dos melhores daquela noite agradável, aprazível de degustações desta vinícola. E ainda tinha mais: o vinho é da safra 2013! Um vinho com seus 9 anos de safra! Era tudo que eu queria! Tantos predicados que corroborou a qualidade deste vinho!

Então sem mais delongas o vinho que degustei e gostei veio da região Serra do Sudeste, no Rio Grande do Sul, e se chama Matiz Plural e ainda traz um blend inusitado e que fez com que o vinho brilhasse, são eles: Aragonez, Cabernet Sauvignon, Merlot, Touriga Nacional e Cabernet Franc e a safra é 2013. E esse blend traz a Aragonez, a Tempranillo como é chamada na região portuguesa do Alentejo e tem uma razão.

O projeto da Hermann trouxe um dos caras mais importantes atualmente da enologia lusitana, o Anselmo Mendes, considerado como o “pai da Alvarinho”, que trouxe um pouco da identidade do seu país para agregar ao terroir da Serra do Sudeste. E falando nessa região, vamos, claro, gerar algumas linhas de sua história relativamente recente na viticultura nacional.

Serra do Sudeste

Nossa mais famosa região vinícola é, sem dúvida alguma, a Serra Gaúcha, da qual faz parte a primeira área de Indicação de Procedência brasileira, o Vale dos Vinhedos. De dentro para fora, sabemos que o Vale está chegando ao seu limite de plantio. Como área de procedência certificada, as regras que controlam sua existência são rígidas e hoje sobram poucas terras de qualidade às vinícolas para que plantem suas uvas. Ele não deixa de ser, no entanto, o polo para onde convergem as atrações turísticas e as grandes instalações produtoras das vinícolas, incluindo suas adegas.

Os outros municípios que compõem a região da Serra Gaúcha vêm se desenvolvendo com constância como Garibaldi, Flores da Cunha e Farroupilha. Mas algumas novidades interessantes estão aparecendo em cidades a noroeste de Bento Gonçalves, como Guaporé, na linha Pinheiro Machado e Casca, na direção de Passo Fundo.

Mas tem uma região que, apesar de ter sido descoberta na década de 1970, pode-se considerar que se trata de uma região nova, pois somente a partir dos anos 2000, com investimentos feitos pelas vinícolas da Serra Gaúcha, que o potencial dela foi, de fato, explorado. Essa região é a Serra do Sudeste.

Ela forma uma espécie de ferradura virada para o mar, ligando os municípios de Encruzilhada do Sul e Pinheiro Machado, separados ao meio pelo rio Camaquã, que deságua na Lagoa dos Patos. Essa região faz divisa com outra importante área vinícola brasileira, a Campanha Gaúcha, dividida entre Campanha Meridional (que começa na cidade de Candiota) e Campanha Oriental, que segue a linha da fronteira com o Uruguai.


A Serra do Sudeste tem colinas suaves, que facilitam o plantio e a mecanização, tornando-a um terroir mais simples de trabalhar. Aliadas a isso, estão as condições climáticas, mais favoráveis do que no Vale dos Vinhedos. Essa região tem o menor índice de chuvas do Estado do Rio Grande do Sul, além de noites frias mesmo no verão, justamente a época da maturação das uvas. Essas condições naturais, além de um solo mais pobre e de origem granítica, ajudam a ter maior concentração de cor, estrutura e potencial de envelhecimento dos vinhos.

O Instituto de Pesquisa Agrícola do Rio Grande do Sul mapeou pela primeira vez esta área nos anos 1970, mas é no começo da década de 2000 que as primeiras vinícolas de certa importância começam a plantar vinhedos por aqui, entre os municípios de Encruzilhada do Sul, o principal, Pinheiro Machado e Candiota (mesmo próxima de Bagé Candiota é considerada pelo IBGE como pertencente à Serra do Sudeste e não à Campanha, embora haja controvérsias).

Em grande parte se trata de uma região vitícola, geralmente as uvas aqui colhidas são conduzidas nas instalações das vinícolas na Serra Gaúcha e lá transformadas em vinho, esta região ainda não possui, e nem pleiteia em curto prazo, o reconhecimento a Denominação de Origem Controlada, quando, e se, isso ocorrer o vinho deverá ser produzido por aqui, já que este é um fator crucial na lei das denominações de origem.

As castas internacionais dominam a viticultura na Serra do Sudeste, tintas e brancas que na Serra Gaúcha podem representar um desafio pelo clima úmido, aqui prosperam com mais facilidade, o índice pluviométrico é alinhado com o estado do Rio Grande do Sul, chove um pouco menos que no Vale dos Vinhedos, mas o que mais importa é que as chuvas são mais bem distribuídas ao longo do ano, raramente coincidindo com o período da colheita das variedades tardias.

A característica dos vinhos daqui é o bom nível de aromas, a sapidez pronunciada por conta da presença do calcário e o perfil gastronômico, boa acidez, taninos enxutos nos tintos e presença mineral nos brancos. Uvas mais cultivadas na região são: Malbec, Cabernet Franc, Merlot, Gewurztraminer, Sauvignon Blanc e Malvasia.

Se é verdade que a Serra do Sudeste não possui o panorama encantador da Serra Gaúcha, é também verdade que seus vinhos representam um patrimônio da vitivinicultura brasileira que merece ser descoberto, e sem demora.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um lindo vermelho rubi intenso com tons violáceos e no seu entorno mostra uma cor atijolada discreta denunciando os seus 9 anos de safra e lágrimas finas e abundantes.

No nariz traz notas de frutas negras maduras com cereja negra, ameixa e amora, especiarias são sentidas, algo de pimenta, diria, com toques de terra molhada, baunilha, madeira.

Na boca é complexo, estruturado, mas se mostra elegante, macio graças ao seu tempo de safra, mostrando-se ainda com uma ótima capacidade de evolução, tendo ainda bom volume de boca e um álcool proeminente, mas sem agredir. Tosta, couro, terra, café, chocolate e madeira são percebidas graças aos 15 meses de passagem por barricas de carvalho, com taninos presentes, mas domados e acidez correta. Final prolongado.

Um vinho que mesmo com os seus 9 anos de vida ainda estava pleno, vivo e intenso e que poderia evoluir mais e mais. Uma região nova que sem dúvida poderá nos brindar com muita tipicidade, expressividade e qualidade. Sim os vinhos brasileiros têm potencial de guarda, têm complexidade, têm relevância e têm a cara do vinho brasileiro, sem cópias e comparações com o Velho Mundo. O Matiz representa a elegância, a complexidade, a arrojo que todo vinho com a sua proposta pode entregar: Frutas negras maduras, especiarias, álcool em evidência, mas sem agredir, mas que entrega personalidade, as notas terrosas, da madeira, do tostado, da baunilha. Todos os predicados de um vinho com a complexidade que a proposta deve entregar. Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Hermann:

A família Hermann trouxe todo o seu know-how de profundos conhecedores de diversas regiões vinícolas do mundo para a esfera da produção de vinhos, apostando no potencial dos melhores terroirs da região sul do Brasil. Proprietários de uma das maiores importadoras de vinhos de alta qualidade do país, a Decanter, compraram em 2009 um vinhedo de grande vocação em Pinheiro Machado, na Serra do Sudeste no Rio Grande do Sul, plantado com mudas de alta qualidade por um dos viveiros líderes de Portugal.

A assessoria enológica de um dos mais brilhantes enólogos de Portugal, o renomado “rei do Alvarinho” Anselmo Mendes - “Enólogo do Ano” pela Revista de Vinhos de Portugal em 1997 - ao lado do talentoso enólogo Átila Zavarizze, garante a excelência na transformação das uvas promissoras em grandes vinhos brasileiros, com caráter e tipicidade.

Mais informações acesse:

http://www.vinicolahermann.com.br/

Referências:

“Marco Ferrari Sommelier”: https://www.marcoferrarisommelier.com.br/blog.php?BlogId=33

“Cave BR”: https://www.cavebr.com.br/serra-do-sudeste-1

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/a-nova-fronteira-sul_8619.html

“intelivino”: https://intelivino.com.br/serra-do-sudeste

 

 








segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Zanotto Pinot Noir 2019

 

Nos últimos natais, mais precisamente há três natais atrás, tenho degustado rótulos da casta Pinot Noir. E por que essa decisão? Acho que a Pinot Noir extremamente versátil gastronomicamente falando. Além de ser uma casta delicada, leve e frutada, goza de uma boa acidez que corrobora a sua condição de leveza e frescor.

E claro com o atual clima de calor, de verão a Pinot Noir, dada a sua boa acidez e frescura, cai também como uma luva. E diante dessa condição e de sua versatilidade com as comidas multifacetadas do período das festas de fim de ano.

Mas digo que também, por conta da sua boa acidez, um Pinot Noir com pizza cairia bem. Não sei se é uma harmonização clássica, típica ou coisa que o valha, confesso que nunca fiz, mas fiquei muito curioso por fazê-la, haja vista que hoje receberei meu grande amigo e confrade, meu novo companheiro de taça, Paulo Rodrigues, que faz uma pizza como poucos.

Compartilho da opinião de que harmonização tem muito do experimentalismo, algo de alquimia, de testes, sem se prender às conveniências e às questões clássicas já manjadas. Não sou, confesso um grande especialista em harmonizações, mas entendo que até mesmo as clássicas combinações partiram de experimentações.

Mas não é só a harmonização que me cativou no rótulo de hoje, mas também essa região que, há pouco tempo atrás, descobri e gostei muito: Campos de Cima da Serra. Inclusive já que falei dos Pinots que degustei nos últimos natais, comprei um, em um evento de degustação que participei em 2017, também era dessa região lá do Rio Grande do Sul e que praticamente me inseriu nessas degustações de rótulos dessa proeminente região. Falo do ótimo Fazenda Santa Rita Pinot Noir 2017.

O vinho que degustei e gostei veio da região de Campos de Cima da Serra, ao norte da Serra Gaúcha e que faz divisa com Santa Catarina, e se chama Zanotto da casta Pinot Noir e a safra é 2019. E além de todos esses bons pré-requisitos ainda tem o produtor que vem se destacando vertiginosamente nesses últimos tempos: A Vinícola Campestre.

E prêmios estão surgindo um atrás do outro! E não é apenas prêmio e medalhas, mas a certeza de que os vinhos, sobretudo da linha “Zanotto”, têm qualidade. E recentemente literalmente tirei a prova quando degustei o maravilhoso Zanotto Gewürztraminer 2019. Mas antes de ir para o finalmente com as minhas impressões do vinho claro falemos um pouco de Campos de Cima da Serra.

Campos de Cima da Serra

Por muito tempo, a região dos Campos de Cima da Serra ficou à sombra da Serra Gaúcha. A predominância do cultivo de variedades híbridas e o clima frio e ventoso eram encarados como entraves para o desenvolvimento de grandes vinhedos. Atualmente, no entanto, o cenário é o oposto. A baixa temperatura e a incidência constante do vento foram transformadas em diferenciais, pois propiciam uma maturação mais longa e condições para que as uvas viníferas apresentem excelente sanidade.

As iniciativas de empresários que se aventuraram em elaborar vinhos na região foram recompensadas com grandes rótulos, hoje nacionalmente conhecidos por sua qualidade.

A Vitivinicultura na região dos Campos de Cima da Serra é recente, iniciou com pesquisas realizadas pela Embrapa Uva e Vinho, que desde 2004 conduz experimentos nas áreas de viticultura e enologia na região, tem indicado condições favoráveis devido ao solo e o clima.

Ainda em fase de crescimento, destacam-se municípios como Campestre da Serra, Monte Alegre dos Campos, Ipê e Vacaria. Até então, o que víamos eram esplêndidas maçãs, sobretudo plantadas em Vacaria: "maçãs da Serra Gaúcha para a sua mesa!", um slogan bem conhecido localmente.

Naturalmente tem naquelas terras, devido ao fato de ser um pouco mais frio, um terreno propício para ciclos vegetativos mais longos e aos vinhos com menor teor alcoólico, acidez mais alta e boa estabilidade de cor e bom perfil aromático (os dois últimos graças à boa amplitude térmica).

Recordando a teoria: a cada 100 metros de altitude a temperatura média decresce em torno de 0,5 graus e corresponde a um retardo de 2-3 dias no período de crescimento da planta. Isso, comparativamente, coloca a região de Campos de Cima mais próxima de um clima de Bordeaux, ao contrário da Serra Gaúcha. Mas, há uma boa insolação sem dúvidas! Aliás, turisticamente, dali pode-se iniciar, rumo ao litoral, a conhecida "Rota do Sol"!

Como os ciclos da planta são longos, há colheitas de uvas tardias como a Cabernet Sauvignon no mês de abril, fato que traduz uma maturação lenta e que associada à já citada amplitude térmica (com variações de 15 graus em média, entre dia-noite) propicia vinhos mais harmônicos, com bom equilíbrio geral entre corpo-álcool-acidez.

Dentre as uvas principais temos as tintas Ancelotta, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Merlot, Tannat e Pinot Noir. Esta última, tem tido bom destaque, sobretudo no munícipio de Muitos Capões. As brancas mais cultivadas são Chardonnay, Moscato Branco, Glera (Prosecco), Trebbiano e a de melhor potencial de qualidade, a Viognier.

As videiras estão situadas principalmente em três municípios: Vacaria, Muitos Capões e Monte Alegre dos Campos. As uvas Pinot Noir e Chardonnay (uvas utilizadas na elaboração de espumantes) são muito cultivadas na região que apresenta clima temperado, com boa amplitude térmica. Por conta das baixas temperaturas, as videiras têm um ciclo vegetativo mais longo, brotam mais tarde. Consequentemente, a colheita é mais tardia, quase no início do outono.

Pode-se resumir que a região de Campos de Cima da Serra aporta e acrescenta um toque a mais de sutilezas climáticas, permitindo a diversificação de estilos de vinhos do Rio Grande do Sul como um todo e, por sua bela paisagem natural, pode se tornar um novo polo turístico, a contrapartida lúdica no trabalho de informação e educação sobre vinhos aos consumidores.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta inusitado vermelho de média intensidade, com reflexos violáceos, um vermelho bem mais escuro para um típico Pinot Noir, mas brilhantes, com lágrimas finas e discretas que logo se dissipavam.

No nariz traz uma explosão de frutas vermelhas muito agradável, onde se destacam morango, framboesa e cereja, com notas florais em evidência, que revela muito frescor.

Na boca é seco, fresco, leve, delicado e elegante, com as notas frutadas em destaque, como no aspecto olfativo, com os taninos ligeiros e discretos, com uma ótima acidez que saliva. Tem final prolongado e um retrogosto frutado.

Gratas novidades, novas experiências! A comprovação de que os vinhos brasileiros estão arrojados e expressivos, com tipicidade, respeitando o seu terroir. Mais uma vez Campos de Cima da Serra se revela maravilhosa em minha humilde taça. A Pinot Noir vai se revelando maravilhosa nessa região. O Zanotto Pinot Noir entrega leveza, muita fruta, acidez vivaz, mas muita personalidade, marcante. E a pergunta que não quer calar: e a harmonização com a pizza, como foi? Foi maravilhosa! Valeu pela risco, valeu também pelo fato de ter a mínima capacidade de exercício de descrever as características das castas e consequentemente o conhecimento adquirido em prol do prazer da degustação da poesia líquida chamada vinho! Tem 11,5% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Campestre:

Fundada há meio século, a Vinícola Campestre é uma empresa familiar empenhada em elaborar vinhos, sucos, coolers e espumantes de qualidade diferenciada. Esta constante meta é a pauta do aprendizado e do respeito a arte milenar de transformar o fruto em vida, pois o vinho, para a vinícola, é cultura, ciência e, é uma bebida que tem a magia de reunir pessoas, provocar conversas inteligentes e acima de tudo, cultivar amigos.

Métodos enológicos e tecnologia são nossos aliados na vinificação. Buscando cada vez mais satisfazer o consumidor com produtos naturais e com sabor e características da serra gaúcha. Os vinhos da Campestre conduzem a diferentes emoções; olfato e paladar, delicados toques de frutas vermelhas, cassis, mel e flores. Toda esta arte de transformação é uma declaração muito firme, de amor e respeito ao produto e aos apreciadores.

Mais informações acesse:

https://www.vinicolacampestre.com.br/

Referências:

“Cafeviagem”: https://cafeviagem.com/vinhos-de-campos-de-cima-da-serra/

“ABS-SP”: https://www.abs-sp.com.br/noticias/n144/c/vinhos-do-brasil-parte-iv-campos-de-cima-da-serra

 






Corte Viola Pinot Grigio 2019

 

Já falei por muitas e muitas vezes que amo a casta Pinot Grigio! E nunca deixarei de falar dessa casta branca maravilhosa, por mais que eu pareça redundante e chato, as vezes, mas, é melhor ser redundante do que omisso e repetição dessa declaração de amor reforça e corrobora a minha predileção por essa casta frutada e com uma acidez que entrega plenitude e muita vida e essa cepa.

E não há ainda como negligenciar essas castas quando produzidas na Itália, sobretudo. Já degustei alguns rótulos da Pinot Grigio do Brasil, do Chile (alguns exemplares surpreendentes!), até da África do Sul, mas os italianos têm um lugar em meu coração e, claro, na taça também.

E quando degustei os meus primeiros rótulos de Pinot Grigio eu, ávido por informações sobre ela, descobri que os melhores rótulos nascem na “Terra da Bota”. E, decidido, pensei: Vou degustar um Pinot Grigio italiano! Preciso desse momento em meu registro enófilo.

Alguns passaram pela minha taça, arrebataram os meus sentidos de uma maneira tal que a ideia de repetir e repetir novas experiências com a Pinot Grigio italiana sempre povoou os meus pensamentos. E recentemente em uma de minhas incursões aos supermercados, sem nenhuma pretensão encontrei um Pinot Grigio de uma tradicional região para a produção desta cepa, o Vêneto, a um preço inquestionavelmente irresistível: R$ 38,99!

Sim! Inacreditável, levando-se em conta que os poucos rótulos ofertados com essa casta aqui no Brasil e principalmente da Itália, serem tão caros, em valores que não hesitaria em dizer que é totalmente injusto. E esse custando menos de R$ 40,00! Claro que surgem algumas neuras com relação a qualidade ou coisa do tipo, mas, pelo atraente preço, decidi arriscar.

E hoje recebendo o meu grande amigo e mais novo confrade companheiro de taça, Paulo Rodrigues, que fará algumas travessas de pizza achei conveniente harmonizar um branco, por conta do verão (um vinho leve como a Pinot Grigio) com boa acidez que “limparia” a boca estimulando, mais e mais, a comer pedaços bem gordurosos de pizza em um círculo virtuoso entre o comer e o beber.

Então vamos às apresentações: O vinho que, claro, degustei e gostei veio da emblemática região italiana do Vêneto e se chama Corte Viola da casta Pinot Grigio da safra 2019. Então antes de falar do vinho, nada mais conveniente do que falar da história do Vêneto e da Pinot Grigio que se entrelaçam.

Vêneto

O Veneto é a terra natal de algumas das mais conhecidas denominações italianas, como Prosecco, Valpolicella e Bardolino. Um dos maiores vinhos italianos produzidos nesta região é o encorpadíssimo Amarone. Situada no nordeste da Itália, a região do Veneto apresenta uma área total um pouco menor do que as demais áreas vinícolas de Piemonte, Lombardia, Toscana, Puglia e Sicília, no entanto, possui um volume de produção maior do que tais regiões italianas.

Vêneto

Embora as regiões da Puglia e Sicília fossem, por um longo tempo, as principais produtoras de vinho na Itália, a partir da metade do século XX esse cenário passou por notáveis mudanças. Na década de 1990, o Vêneto conquistou cada vez mais espaço e reconhecimento com a produção de alguns dos melhores vinhos italianos, como os tintos Valpolicella e Amarone, além do maravilhoso vinho branco Soave e do espumante Prosecco.

Na região do Vêneto encontra-se Valpolicella e sua sub-região Valpatena. Tal área é a responsável pela produção de meio milhão de hectolitros de vinho por ano e, em termos de volume, Valpolicella é a única DOC italiana capaz de competir com a famosa DOC Chianti, na Toscana. Ao leste do Veneto encontra-se Soave, responsável por abrigar o vinho branco seco que carrega o mesmo nome e encontra-se entre os vinhos italianos mais apreciados.

Apesar de as uvas mais cultivadas no Vêneto serem da casta Merlot e Prosseco, as videiras que deram origem aos vinhos com certificação de Denominação de Origem Controlada (DOC) são, na verdade, das castas Pinot Grigio, Riesling, Garganega, Pinot Nero, Barbera e Corvina, atualmente, as uvas de maior importância para a produção dos vinhos do Veneto apreciados e cultuados mundo afora.

Formado pelas sub-regiões de Veneza, Belluno, Verona e Rovido, o Veneto extrai a maior parte de sua produção de Verona, contabilizando anualmente cerca de dois milhões de hectolitros de vinhos italianos. O destaque dessa sub-região vai além do volume de produção local, Verona é o berço dos reverenciados, famosos e cultuados exemplares de Bardolino e Valpolicella.

Uma curiosidade a respeito do Vêneto é sua forte ligação com a vinicultura do Brasil, que recebeu muitos imigrantes italianos desta região na Serra Gaúcha, hoje a melhor área de elaboração de vinhos do nosso país. Não por acaso, a maioria das vinícolas de sucesso do Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha, pertence a famílias de descendentes desses imigrantes de Vêneto, no nordeste da Itália.

Pinot Grigio

Se você nunca ouviu falar na uva Pinot Grigio, talvez já tenha degustado um vinho produzido com a Pinot Gris. É possível encontrar a casta sendo chamada pelos dois nomes diferentes, a depender da origem do vinho, podendo ser italiano ou francês, respectivamente. A diferença na forma como chamamos a uva passa pelo próprio significado das duas palavras: o nome Grigio significa cinza em italiano e Gris, cinza em francês – sendo referência à cor da casca da fruta. A coloração da uva é um resultado natural do cruzamento entre a Pinot Noir e a Pinot Blanc.

A Pinot Grigio surgiu na região da Borgonha, contudo foi em outra região francesa que ela ganhou um lar e ganhou notoriedade também, a Alsácia. Onde era conhecida por outro nome famoso, Tokay, mas que causava muita confusão. Tokay é um termo utilizado para os vinhos mais famosos (e caros) da Hungria, os longevos Tokaji, que nada tem a ver com a Pinot Grigio.

A origem da Pinot Grigio foi descoberta a poucas décadas, onde constatou-se ser uma cruzamento genético natural entre a Pinot Noir e a Pinot Blanc. Embora seja de origem francesa, foram os italianos que tornaram esse varietal mundialmente conhecido e passaram a dominar a sua produção global. Isso faz com que muitos acreditem que a uva seja originária do fantástico "país da bota".

Os vinhos produzidos com a Pinot Grigio são muito influenciados pelos fatores ambientais e humanos envolvidos no processo, o que chamamos de terroir. Nas regiões frias são encontrados vinhos com maior intensidade aromática e acidez vibrante, além de serem tipicamente mais leves e delicados, normalmente denotando aromas frutados, florais e com a sutil presença de especiarias. Bons exemplos disso são os aromas de pêssego, limão, tangerina, pera, maçã verde, complementados por flores silvestres, mel, tomilho, orégano e erva-cidreira. Já as regiões mais quentes produzem exemplares mais viscosos, aumentando a percepção de corpo da bebida, que, dependendo do solo, pode apresentar um caráter mineral, lembrando pedras e a areia molhada.

Agora, se compararmos o perfil dos vinhos franceses e italianos, as características sensoriais serão gritantes. Na França, esses vinhos costumam ser mais encorpados, amarelados e com uma presença picante. Já na Itália, os exemplares são mais refrescantes, versáteis e fáceis de beber. Dependendo do estilo do produto, vinícola e vindima, são vinhos brancos com aptidão ao envelhecimento.

E agora finalmente o vinho!

Na taça entrega um amarelo palha translúcidos, bem brilhante com reflexos esverdeados e uma pequena manifestação de lágrimas finas e breves.

No nariz e agradavelmente fresco, leve e descompromissado, com delicadas notas frutadas que remetem a maçã-verde e pera, além de frutas cítricas como abacaxi, bem como nuances florais, de flores brancas.

Na boca é seco, saboroso e harmonioso, com o protagonismo das notas frutas, de frutas de polpas brancas com uma sensação frescor e leveza e um final de média intensidade.

Um vinho simples, mas com uma inigualável personalidade, bem marcante, fazendo deste rótulo muito versátil, gastronomicamente falando. Se ainda há alguns questionamentos com relação a Pinot Grigio esse vinho pode, sem sombra de dúvida desmistificar, mostrando que a casta é sim especial. Um vinho com o DNA brasileiro, ótimo e ideal para harmonizar com o nosso clima, um vinho que dizem que é para “beira da piscina”, despretensioso, informal e especial. Um viva a Pinot Grigio! Tem 12% de teor alcoólico.

Sobre a Contri Spumanti S.p.A:

A história da empresa Contri Spumanti SpA está intimamente ligada à de seu fundador: Luciano Contri , nascido em 1938, de Cazzano di Tramigna.

Aos quinze anos, enquanto Luciano se preparava para iniciar os estudos de especialização enológica, a família enfrentava grandes dificuldades por causa de uma grave doença que atingiu seu pai Luigi e o obrigou a se afastar de casa por dois anos.

Foi o fundador da empresa familiar, com mais de 90 anos, avô Domenico (apelidado de PACENA na vila, hoje uma das marcas da empresa) quem apoiou Luciano nesse período. Sua própria experiência e sabedoria, combinadas com a vontade e o espírito de sacrifício de seu sobrinho, conseguiram compensar a ausência de Luigi.

Temperado pelo sacrifício diário e seguro dos ensinamentos recebidos, atingiu a maioridade em 1959 e deu origem à empresa individual Luciano Contri , que em 1980 será transformada na Contri Spumanti SpA , iniciando a produção de espumantes e espumantes.

Hoje as rédeas da empresa estão nas mãos de Paolo Contri, que continua a política de seu pai de manter a Contri Spumanti SpA uma empresa de ponta e líder no setor. Tecnologia de ponta e automação de processos garantem a eficiência do ciclo produtivo e a minimização dos custos de produção.

Adaptação aos requisitos dos sistemas de qualidade mais conhecidos, desde o planeamento, à produção, à logística. Constante renovação dos sites de produção, ampliação e automatização das áreas de logística.

Capacidade de resposta e adaptação às novas necessidades do mercado com novos tipos de produtos, novos formatos e embalagens personalizadas.

Tudo isto permitiu a consolidação da empresa ao longo dos anos e a sua constante ascensão no mercado local e nos principais mercados externos. Resultados confirmados pelos inúmeros prémios e distinções obtidos nos mais conceituados concursos internacionais de vinhos.

Mais informações acesse:

https://www.contrispumanti.com/it

Referências:

“Vinci”: https://www.vinci.com.br/c/regiao/veneto

“Blog Sonoma”: https://blog.sonoma.com.br/regioes/veneto-entre-amores-e-vinhos/

“Mistral”: https://www.mistral.com.br/regiao/veneto

“Wine”: https://www.wine.com.br/winepedia/sommelier-wine/serie-uvas-pinot-grigio/

“Blog Famiglia Valduga”: https://blog.famigliavalduga.com.br/pinot-grigio-conheca-suas-principais-caracteristicas/

 




Conde de Cantanhede Rosé Baga

 

Nada melhor que degustar um rosé nos atuais dias de verão carioca. Aquele rosé despretensioso, baratinho, que não agride no bolso, frutado, leve, saboroso e descontraído à beira de uma piscina ou até mesmo em uma praia, por que não?

Uma vez falei que em dia de praia, com sol e calor, seria interessante, papos de “farofeiros” à parte, levar naquele isopor uma garrafa de rosé bem levinho para degustar. Como lamentavelmente não temos a cultura do vinho no cotidiano do brasileiro um comentário como esse soa, no mínimo, como uma piada para os outros.

E além de um rosé leve, fresco, frutado e muito despretensioso, aquele democrático que agrada a todos, tenho tido apreço à alguns produtores que, com maestria, com respeito aos terroirs e, claro, muito talento, vem produzindo vinhos excelentes que vai do básico, intermediário aos mais complexos e estruturados.

E a Adega de Cantanhede definitivamente me encantou com os seus rótulos e atualmente não pode faltar na minha adega. Bairrada, o Beira Atlântico sendo representada com dignidade e de forma veemente em minhas taças.

Bairrada e Beira Atlântico que, apesar de sua representatividade em Portugal, ainda não é popular em terras brasileiras, como o Alentejo, Lisboa, Douro, por exemplo. Contudo o vinho de hoje não tem região, não é oriunda de região alguma, embora, ao degusta-lo consegue-se perceber que é sim um vinho lusitano.

É o que se chama de “vinho de mesa”, mas não se engane, não confunda com os “vinhos de mesa” produzidos, em larga escala, no Brasil. Os vinhos de mesa brasileiros são aqueles que são feitos com as uvas americanas, não vitiviníferas. A concepção de “vinhos de mesa” em Portugal, em especial, são geralmente rótulos simples, também produzidos em larga escala, sem uma classificação como DOC ou “vinho regional”, e não vem de uma região específica, porém, não desmerece em absolutamente nada em termos de qualidade, afinal é tudo uma questão de proposta.

E essa proposta de um rosé leve, fresco e frutado o vinho que degustei e gostei de hoje superou as expectativas! O vinho se chama Conde Cantanhede e a casta é a emblemática da região da Bairrada e Beira Atlântico, a Baga. O vinho não é safrado, outra característica de um vinho de mesa português. A propósito eu já degustei um Baga dessa mesma proposta da Cantanhede e surpreendeu igualmente e que segue a resenha que pode ser lida aqui.

Ah e o que falar da Adega de Cantanhede? Acho que tudo o que falar desse grande produtor soará como redundância, mas é melhor ser redundante do que omisso e vamos falar de algumas histórias ao Conde de Cantanhede que dá nome a essa linha de vinhos. Vamos às curiosidades históricas.

A D. Pedro Meneses, 5º Senhor de Cantanhede, foi atribuído o título de 1º Conde de Cantanhede, como recompensa pela sua participação na Batalha do Toro em 1476, ao lado de D. Afonso V e o futuro D. João II.

A cidade de Cantanhede recebeu o foral de D. Manuel I, Rei de Portugal, em 1514. Naquela altura o Rei deu à família Meneses o total controle da região. Foi notório o contributo dos Meneses para o desenvolvimento da região, promovendo a agricultura, incluindo a viticultura, para o que, desde sempre foi reconhecido grande potencial nestas terras.

D. Pedro Meneses

Empenhada em prestar homenagem à digna linhagem dos Condes de Cantanhede e ao seu importante papel na região e na história de Portugal, a Adega de Cantanhede obteve a necessária autorização dos seus descendentes para lançar esta marca, que comporta um vasto portfólio com vinhos e espumantes de qualidade.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um rosé de média intensidade, diria com uma cor “casca de cebola” com algumas discretas e breves formações de lágrimas.

No nariz é extremamente delicado, com notas florais e de frutas vermelhas que se destacam morango, framboesa e groselha.

Na boca traz a fruta como protagonista, elegante, fresco, leve, descompromissado, elegante e equilibrado, com um final médio e frutado.

Pois é um vinho que, dentro da sua proposta, entregou muito além de que valeu, um verdadeiro exemplo do excelente custo X benefício! A propósito esse rótulo da Cantanhede custou a bagatela de R$ 19,00! Incrível o valor! E, convenhamos, esse tem de ser a faixa de valor de um rosé com esses predicados em um país em que o rosé harmoniza plenamente com o clima quente, com o nosso verão. Degustei o mesmo geladinho e as notas frutadas, tanto no aroma quanto no paladar, super valorizou, com um delicado toque floral e um sabor que impactou pela refrescância e frescura. Que venham mais e mais rosés com essa qualidade e preço. Tem 11,5% de teor alcoólico.

Sobre a Adega de Cantanhede:

Fundada em 1954 por um conjunto de 100 viticultores, a Adega de Cantanhede conta hoje com 500 viticultores associados ativos e uma produção anual de 6 a 7 milhões de quilos de uva, constituindo-se como o principal produtor da Região Demarcada da Bairrada, representando cerca de 40% da produção global da região. Hoje certifica cerca de 80% da sua produção, sendo líder destacado nas vendas de vinhos DOC Bairrada DOC e Beira Atlântico IGP.

Reconhecendo a enorme competitividade existente no mercado nacional e internacional, a evolução qualitativa dos seus vinhos é o resultado da mais moderna tecnologia, com foco na qualidade e segurança alimentar (Adega Certificada pela norma ISO 9001:2015, e mais recentemente pela IFS Food 6.1.), mas também da promoção das castas Portuguesas, que sempre guiou a sua estratégia, particularmente das variedades tradicionais da Bairrada – Baga, Bical e Maria Gomes – mas também de outras castas Portuguesas que encontram na Bairrada um Terroir de eleição, como sejam a Touriga Nacional, Aragonez e Arinto, pois acredita que no inequívoco potencial de diferenciação e singularidade que este património confere aos seus vinhos.

O seu portfólio inclui uma ampla gama de produtos. Em tinto, branco e rose os seus vinhos vão desde os vinhos de mesa até vinhos Premium a que acresce uma vasta gama de Espumantes produzidos exclusivamente pelo Método Clássico, bem como Aguardentes e Vinhos Fortificados. É um portfólio que, graças à sua diversidade e versatilidade, é capaz de atender a diferentes segmentos de mercado, com diferentes graus de exigência em qualidade, que resulta na presença dos seus produtos em mais de 20 mercados.

A sua notoriedade enquanto produtor, bem como dos seus vinhos e das suas marcas, vem sendo confirmada e sustentadamente reforçada pelos prémios que vem acumulando no seu palmarés, o que resulta em mais de 750 distinções atribuídas nos mais prestigiados concursos nacionais e internacionais, com destaque para Mundus Vini – Alemanha, Concours Mondial de Bruxelles, Selections Mondiales du Vins - Canada, Effervescents du Monde – França, Berliner Wein Trophy – Alemanha e Japan Wine Challenge. Sendo por diversas ocasiões o único produtor da Bairrada com vinhos premiados nesses concursos e, por isso, hoje um dos mais galardoados produtores da região. Em 2015 integrou o TOP 100 dos Melhores Produtores Mundiais, pela WAWWJ – Associação Mundial dos Jornalistas e Críticos de Vinho e Bebidas Espirituosas. Nos últimos 8 anos foi eleita “Melhor Adega Cooperativa” em Portugal por 3 vezes pela imprensa especializada.

Mais informações acesse:

https://www.cantanhede.com/