terça-feira, 7 de julho de 2020

Santa Helena Seleccion Del Directorio Cabernet Sauvignon e Syrah 2012


Esse vinho tem história em minha vida. Tem fator, um valor sentimental que definiu e traçou as minhas percepções de enófilo e que me fez enveredar para os vinhos finos, produzidos por cepas vitis viníferas. Seus vinhos foram responsáveis para a transição dos simples vinhos de mesa, os famosos “vinhos de garrafão”, os “vinhos coloniais”, para os vinhos finos, estimulou o meu ávido interesse para o caminho do aprendizado do universo rico e ainda inexplorado mundo do vinho. Ah como ele foi e ainda é importante para mim, esse simples apreciador de vinhos que, por mais que busque novas experiências e sensações, sempre nos lembramos do nosso início, dos nossos primeiros passos e os quantos ainda têm a percorrer. Comecei a degustar os vinhos de entrada, os mais simples e fui degustando a sua história, passo a passo, degrau por degrau. Ele passeou, transitou por tanto tempo em minhas taças, as lembranças de bons momentos que ele protagonizou nas minhas celebrações, foram determinantes para o que sou hoje como enófilo e sinto sim orgulho disso tudo.

E o ápice, o cume desse momento se deu com um vinho fantástico, um vinho que degustei e gostei e que veio do Vale do Colchagua, é o Santa Helena Selección Del Directório composto pelas castas Cabernet Sauvignon (85%) e Syrah (15%), da safra 2012. Embora no rótulo esteja estampado apenas “Cabernet Sauvignon” ele, pelo menos para mim, é um corte. Mas a legislação chilena garante ao vinho a condição de um varietal, pois o é porque o Cabernet Sauvignon leva mais de 75% da composição do vinho. E que vinho! Um vinhaço!

Na taça o vinho se revela com um vermelho rubi intenso e profundo, intenso e brilhante, um tom lindamente reluzente, com lágrimas em profusão, finas e abundantes que teimavam em desaparecer das paredes do vinhos, desenhando-as.

No nariz é uma explosão aromática de frutas negras, com toque de baunilha e tabaco, diria um toque de especiarias, conferido pelos seus 10 meses de passagem por barricas de carvalho.

Na boca é frutado, estruturado, com alguma complexidade, mas macio, elegante com taninos presentes, mas delicado e domado, um toque amadeirado, de tosta, com acidez correta e um final longo e persistente.

Um vinho de grande personalidade, mas fácil de degustar, afinal o tempo em barricas de carvalho lhe conferiu equilíbrio, tornando-o harmonioso, mas, ao mesmo tempo, complexidade, elegância e um toque delicado. E olha que, quando o degustei, em 2017, ele já tinha 5 anos de vida! E ainda se mostrou vivo e pleno! Um vinho, uma vinícola que fez parte da minha história, uma história ainda viva, que ainda caminha graças ao que a Santa Helena me revelou e revela ao longo do tempo. Tem 14% de teor alcoólico muito bem integrado.

Sobre a Vinícola Santa Helena:

No início do século XX, no Chile, um amado produtor de vinho ficou seriamente doente. Sua família e trabalhadores dedicaram-se a cuidar dele, o que fez que seu campo sofresse uma notável deterioração. Helena, sua filha, vendo como o campo perdeu seu encanto, partiu para reviver todas as videiras do vale. Com determinação e dedicação, ele conseguiu devolver a qualidade e seu pai, uma vez recuperado, decidiu batizar seus vinhos com o nome "Santa Helena", em homenagem a sua filha. Juntos, eles aperfeiçoaram e completaram o trabalho enológico, cujo legado durou até hoje. A Viña Santa Helena, fundada em 1942 e com mais de 75 anos de experiência, está localizada no Vale Central, o vale mais característico do Chile. A qualidade do vinho nasce na vinha, por isso a nossa atenção e energia começam na terra, preocupando-se com a gestão sustentável de todos os nossos processos agrícolas. O Vale Central tem ótimas condições naturais de clima e solo, que permitem uma terra fértil e perfeita para a produção de vinhos de alta qualidade, refletidos em nossas diferentes linhas. Em 1994 a vinícola Santa Helena foi adquirida pelo VSPT Wine Group, grupo composto pelas seguintes vinícolas: San Pedro, Tarapacá, Leyda, Santa Helena, Misiones de Rengo, Viña Mar e Casa Rivas no Chile, e por duas vinícolas argentinas, a La Celia e a Tamarí. Apesar da grande diversidade de marcas, o Grupo mantém a identidade de cada uma das vinícolas, que produzem o seu próprio vinho com as próprias características. Atualmente a vinícola Santa Helena é uma das 10 maiores exportadoras do Chile e seus vinhos estão em mais de 45 países, nos 5 continentes. Os principais mercados são: Brasil, Finlândia, Japão, Coreia do Sul e Reino Unido.

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Degustado em: 2017



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