Ter referências sobre um vinho é importante. Ajuda e muito na
sua tomada de decisão. É claro que o fator emocional, o coração também é
importante. Sabe quando você bate os olhos em um rótulo e diz: É esse! Permitir
ouvir a voz do coração é sempre relevante em todos os aspectos da vida e com o
vinho não é diferente. Mas tendo fatores racionais que auxiliam na sua decisão
de compra também é essencial para uma satisfatória degustação, sem riscos e sem
desilusões. A proposta do vinho que você quer degustar no momento, a região que
você deseja degustar, as castas ou o blend, tudo torna tangível seu melhor
momento: a degustação. E nesse vinho que degustei, que escolhi, veio alicerçado
pela referência de uma grata surpresa que tive, há cerca de dois anos atrás, quando degustei e pode ser lida neste link: Quinta do Casal Monteiro branco da safra 2016, composto pelo típico corte das castas lusitanas Arinto (50%) e
Fernão Pires (50%). Quando o degustei fui acometido por uma grata satisfação,
um excelente vinho de ótimo custo X benefício. E, claro, quando avistei o
tinto, da mesma linha de rótulos, também com um valor atrativo, nas gôndolas do supermercado, não hesitei
em tê-lo em minha adega e agora, para meu deleite, na taça.
O vinho que degustei e gostei, vem do Tejo e que se chama
como já apresentado, o Quinta do Casal Monteiro tinto, composto pelas castas
Touriga Nacional (50%), Merlot (30%) e Syrah (20%), da safra 2018, um DOC
(Denominação de Origem Controlada) da emblemática região lusitana do Tejo. Que
vinho! Meu “feeling”, modéstia à parte, está afiado e alheio algumas
referências, só ajudou na minha escolha. Mas, como fiz com o branco, vou
reavivar a memória e falar um pouco sobre a região do Tejo.
Tejo
Nesta região vitivinícola, situada no Centro de Portugal, a
arte de produzir vinho remonta a 2000 a.C., quando os Tartessos iniciaram a
plantação da vinha junto às margens do rio que lhe dá o nome. Reza a História
que já Afonso Henriques fez referência aos vinhos da região no Foral de
Santarém, datado de 1170, e que o Cartaxo terá exportado 500 navios com tonéis
de vinho que, em apenas um ano, terão atingido o valor de 12.000 reis. As
histórias continuam pela cronologia fora, com o ano de 1765 a destacar-se pelo
desaparecimento da vinha nos campos do Tejo, como consequência de uma ordem
imposta por Marquês de Pombal.
Tejo
Em 1989, são fundadas seis Indicações de Proveniência
Regulamentada para vinhos da região do Ribatejo e, em 1997, é criada a Comissão
Vitivinícola Regional do Ribatejo, à qual se sucede a constituição por lei da
Comissão Vitivinícola Regional do Tejo, em 2008, seguindo-se a Rota dos Vinhos
do Tejo.
E vamos ao vinho!
Na taça apresenta um vermelho rubi com reflexos violáceos
muito brilhantes. Lágrimas em pouca quantidade que logo se dissipam.
No nariz tem uma explosão de frutas vermelhas, frutas em
compotas como cerejas, ameixas, morangos. Um vinho agradavelmente aromático e
que traz uma frescura, uma jovialidade impressionante.
Na boca se reproduz as impressões olfativas, sendo muito frutado,
com bom volume de boca, mas macio, equilibrado, fácil de degustar. Tem taninos sedosos,
com uma acidez imperceptível e um final persistente e frutado.
Um vinhaço, com ótimo custo X benefício (pasmem, custou R$
25,90!) revelando toda a sua tipicidade, com castas autóctones e francesas,
mostrando que essa junção se tornou uma grande e satisfatória realidade nas
principais regiões vitivinícolas portuguesas. Um vinho aveludado, equilibrado,
que também entrega certa personalidade e que harmoniza maravilhosamente com
massas pouco condimentadas ou carnes grelhadas ou degustando-o sozinho, sendo
muito versátil e saboroso. Essa é a palavra: saboroso! E que venham mais e mais
vinhos desse belo produtor. Tem 13% de teor alcoólico.
Sobre a Quinta do Casal Monteiro:
Fundada em 1979, a Quinta do Casal Monteiro engarrafa safras
limitadas de produção exclusivamente a partir de sua propriedade de 80
hectares. Com idade média de 35 anos, as vinhas estão localizadas em solo
arenoso aluvial fértil, enraizando-se em uma combinação incomum e resultando em
uma produção de baixo rendimento de vinho de alta qualidade. Além disso, a
característica do clima temperado sub-mediterrânico e a sua proximidade ao rio
Tejo conferem aos vinhos uma identidade singular, revelada tanto nos aromas
exuberantes como no paladar complexo, revestido por uma excelente acidez - são
excelentes companheiros de comida. Em 2009, a nova geração / família assumiu a
empresa e, desde então, uma reestruturação da vinícola e da vinha vem
ocorrendo. Foram feitos investimentos consideráveis em equipamentos modernos
e a reabilitação das vinhas tem sido uma tarefa contínua. Como tal, todos os
anos nossa qualidade tem aumentado e esperamos fazê-lo continuamente ao longo
da década atual. O crescente número de prêmios internacionais e análises da
imprensa internacional são uma prova da nossa qualidade contínua de produção.
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