O consumo de vinhos rosés no Brasil deveria ser maior, embora
tenha crescido vertiginosamente nos últimos anos, mas ainda é insuficiente,
levando em consideração que a proposta desses vinhos “harmoniza” com o clima
tropical e quente do nosso país. Dados estatísticos revelam que o consumo de
rosés cresceu e isso é sensivelmente visto e que traz mais otimismo, mas sinto
que ainda há uma névoa de preconceitos ou de tabus em torno do vinho rosé no
Brasil: São vinhos para meninas! Ou ainda: São vinhos para iniciantes, vinhos
para quem não sabe apreciar! É um absurdo completo: são vinhos com uma proposta
simples, com frescor, despretensiosos, jovens, apenas isso. Ainda tem o custo
Brasil, os altos tributos que incidem sobre os rosés e tantos outros, outro entrave.
Então, pensando nessa situação, de uns tempos para cá tenho variado e
diversificado a minha adega e dado a devida atenção aos rosés. E foi com esse
sentimento que fui ao supermercado e avistei um rosé de uma vinícola que já
tinha degustado um vinho e que me surpreendera por demais, a BB Balbo, da casta
Malbec (Análise do vinho pode ser lida aqui: BB Balbo Malbec tinto 2017) que pertence a tradicional Família
Falasco, da Argentina e instalada na região de Mendoza. Dessa vez avistei o
Malbec Rosé e verifiquei o valor: R$16,90! Inacreditável! Esse é o preço dos
sonhos! Levei! Arrisquei!
E não é que o vinho agradou! É inacreditável o quanto este
vinho foi pleno no que tange a sua capacidade de entregar, a um simples enófilo
como eu, na sua proposta: de um vinho simples, honesto, fresco, fácil de
degustar. Simples e nobre é esse vinho que degustei e gostei que se chama BB
Balbo Malbec Rosé, da região de Luján de Cuyo, em Mendoza, da safra 2019. E
Luján de Cuyo é considerada a terra da Malbec! Até nisso conspirou a meu favor!
Então, antes de falar sobre o vinho, falemos brevemente de Luján de Cuyo.
Luján de Cuyo
Com vinhedos plantados em solos arenosos e altitudes que
variam entre 800 e 1.100 metros, Luján de Cuyo é conhecido como a terra do
Malbec. O departamento faz parte da região alta do Rio Mendoza. A maior parte
das videiras aqui plantadas é de uvas tintas, mas o Malbec não é a única a se
destacar: Cabernet Sauvignon, Chardonnay e Torrontes também têm se mostrado
bastante expressivas.
Luján de Cuyo
A aproximadamente 40 minutos ao sul da cidade de Mendoza, a
região é considerada o berço do movimento vinícola argentino – tirando o país
do lugar comum e alavancando sua produção à nível internacional. Luján de Cuyo
foi a primeira área a instituir a DOC (Denominação de Origem Controlada) para o
Malbec em 1993. Isso causou uma considerável e contínua melhora na qualidade e
quantidade dos vinhos, repercutindo num notável reconhecimento global.
E agora o vinho!
Na taça tem um rosa “cor de casca de cebola” bem clarinho,
mas com reluzente e bonito brilho, com poucas e curtas lágrimas que logo somem
das paredes do copo.
No nariz explodem as notas frutadas, como morango, cereja,
por exemplo, com toques florais muito agradáveis.
Na boca é frutado, fresco, leve e, quando levado à boca,
percebe-se um toque adocicado bem equilibrado e que não é nem um pouco
enjoativo, com acidez correta e um final curto, mas delicado.
Um vinho barato, mas que definitivamente surpreendeu!
Entrega, sem sombra de dúvida, mais do que valeu e repito o valor: R$ 16,90! E
repito também aquilo que, na minha vida de um humilde enófilo, virou um mantra:
Se permite degustar todos os vinhos, todas as propostas e todos os valores. Não
deixe passar oportunidades únicas de degustar vinhos surpreendentes! Tem 13% de
teor alcoólico muito bem integrados.
Sobre a Família Falasco Winery:
Com experiência há mais de 70 anos, a família Falasco, também
proprietária da vinícola Balbo S/A, está profundamente enraizada na indústria
vinícola. Fruto de um sonho iniciado por Octavio Rufino em 1939, esta empresa
encontra-se hoje em sua terceira geração, e conta com a dedicação e cuidado de
Jorge Daniel Falasco, que ainda preza pela tradição familiar na fabricação e
venda de vinhos excelentes, horando os princípios que deu origem aos sonhos de
seu avô, preservando a tradição e originalidade em todo o tempo, mantendo a
juventude, dinamismo e mente inteligente para se ajustar as mudanças do
mercado. A época da colheita é realizada em Mendoza. Com grande esforço, seu
povo transformou esta região semideserta em um oásis que possuí condições
perfeitas para o cultivo de videiras, precisando de mínimos tratamentos
fitossanitários. A província está localizada aos pés da Cordilheira dos Andes,
tem solos argilosos irrigados pelas águas puras do degelo e apresenta grande
amplitude térmica. Os 300 dias de sol por ano e ventos suaves tornam as
condições perfeitas para a produção de vinhos de alta qualidade. A Família
Falasco, ao todo possui 3.000 hectares de vinhedos conduzidos por uma equipe de
Engenheiros Agrônomos e se encontram dentro dos principais oásis produtivos de
Mendoza. A vinícola conta com uma capacidade de elaboração de 35 milhões de
litros de vinho fino e processa, desde fevereiro até o final de abril, cerca de
40 milhões de quilos das uvas. A Familia Falasco ocupa o quarto lugar a nível
nacional em quantidade de uvas processadas por ano.
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