Na escolha de um vinho temos que seguir, basicamente, a meu
ver, o que diz o nosso coração aliado, é claro, aos seus anseios de momento,
tais como: casta que quer degustar, região a qual o vinho foi produzido, safra
em especial, o país etc. Mas também uma recomendação de outra pessoa pode ser
preponderante para a sua escolha e isso não é ser sugestionável, é tão somente
mais uma ajuda que você fará uso, como uma espécie de “suporte” para a sua
decisão final. E neste vinho em especial foi uma dica que recebi. Estive em uma
loja especializada de vinhos e o funcionário me abordou perguntando se eu tinha
uma predileção. Disse que sim, gostaria de um vinho uruguaio, de preferência, é
claro, da casta Tannat e que não “doesse” ao bolso. Ele foi categórico na
escolha e me indicou um vinho de uma região que não conhecia, bem como o seu
produtor.
O vinho escolhido e que degustei e gostei é o Elegido da
tradicional Montes Toscanini, da emblemática região de Canelones, mais
precisamente de Las Piedras, da safra 2015, um bivarietal das castas Tannat
(60%) e Merlot (40%). Embora seja um bivarietal e a minha intenção era ter um
100% Tannat, esse corte foi, diria, determinante para a minha simpatia ao
rótulo e o direi nas minhas descrições organolépticas.
Na taça apresenta um vermelho rubi intenso, com entornos
violáceos com lágrimas espessas e ocasionais, que logo se dissipa.
No nariz tem aromas intensos de frutas vermelhas frescas com
destaque também para frutas vermelhas maduras, mas que lhe conferem aquele sabor
enjoativo comum em alguns vinhos frutados. Tem também um curioso toque de
tostado e baunilha, não sei dizer ao certo se é em virtude de passagem por
barricas de carvalho ou características oriundas do próprio vinho. No rótulo,
bem como no site do produtor não há referências sobre este vinho ter passado
por madeira, principalmente por se tratar de um vinho básico.
Na boca traz as mesmas percepções olfativas, além de ser
seco, corpo leve para médio, elegante, equilibrado, isso se deve muito ao corte
onde o Tannat é amansado pelo Merlot, graças ao percentual praticamente igual
entre as cepas. Trata-se de um corte típico nos vinhos uruguaios. Apresenta
ainda boa acidez, que traz ao vinho certo frescor e jovialidade, taninos macios
e um final de média persistência e frutado.
Um vinho pronto para ser degustado, graças, como disse, ao
corte das cepas, agradável de ser degustar, redondo e de interessante custo X
benefício. O teor alcoólico segue a proposta com seus 12%.
Sobre a Montes Toscanini Wines:
Tudo começa em 1894 quando don Juan Toscanini e sua esposa
dona María Bianchi, deixam a cidade de Gênova, na Itália, e se estabelecem na
região do Rio da Prata, mais precisamente na zona de Canelón Chico, localizada
a 30 Km ao norte de Montevidéu, Uruguai.
Em dito lugar, desempenham atividades como trabalhadores
rurais, arrendando uma pequena parcela de campo que posteriormente conseguem
adquirir. Visionário e empreendedor, e, após vários anos trabalhando como peão,
don Juan Toscanini funda sua própria vinícola no ano de 1908, elaborando 4200
litros de vinho que se comercializaram sob a marca “La Fuente”. A partir desse
momento, a fértil semente da vitivinicultura lança raízes muito firmes na
família com a arte do cultivo da uva e a produção de vinhos sendo seguida, até
hoje, por seus filhos, netos e bisnetos.
Em 1982, ocorre a re-estruturação de nossos vinhedos
substituindo-se as variedades comuns por tannat, cabernet e merlot. Com tal
mudança, começam a elaborar vinhos finos. Em 1995, obteve o primeiro
reconhecimento internacional e, dois anos mais tarde, nossa primeira exportação
ao Reino Unido. No ano de 2000, nasce o vinho premium ADAGIO, uma fusão de
tannat, cabernet sauvignon e merlot. É um vinho elaborado apenas com vindimas
excepcionais, maximizando o melhor das uvas. Em 2001, graças a projeção
internacional, surge uma joint venture com Chateau Los Boldos, do grupo
Massenez. Nasce CASA VIALONA, um vinho 100% tannat com maturação de um ano e
meio em barril. Em 2008, a Montes Toscanini completou 100 anos de história. E,
para honrar essa trajetória, criou o vinho ANTOLOGÍA. Trata-se de uma edição
limitada de 1908 garrafas que contêm a maior experiência na vinificação da uva
tannat. É um vinho elaborado com arte e as melhores uvas da vindima desse ano.
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