sexta-feira, 3 de abril de 2020

Loios branco 2017


Cheguei a uma conclusão que confesso não saber se é uma unanimidade: os brancos alentejanos são os melhores de Portugal! Talvez esteja sendo leviano pelo fato de que Portugal goza de grandes e diversificados terroirs sendo difícil ser tão taxativo quanto aos brancos alentejanos. Mas acredito que, entre os enófilos, seja unanimidade que o Alentejo está entre as melhores e mais emblemáticas regiões lusitanas na produção de vinhos. Vejo que o Alentejo traduz em seus vinhos o que a sua terra pode oferecer, além, é claro, da sua cultura, de sua gente, no processo de colheita, vinificação e a sua entrega ao degustador. É a cultura personificada neste líquido, neste néctar.

E o vinho que degustei e gostei veio, como já disse, do Alentejo, sendo um vinho regional alentejano, chamado Loios, branco, das castas Arinto, Rabo de Ovelha e Roupeiro, uvas autóctones, da safra 2017.

Na taça tem um amarelo palha com tons esverdeados, diria tendendo para um amarelo dourado, talvez pelo reluzente brilho.

No nariz traz aromas agradáveis de frutas frescas, frutas brancas como melão, abacaxi, toque floral, mineral, com muito frescor e leveza.

Na boca se confirma as impressões olfativas com notas cítricas discretas, acidez correta, muito boa intensificando a proposta do vinho, jovem e fresco.

Um vinho direto, simples, mas com personalidade, graças a sua versatilidade, elegância, harmonia e equilíbrio. Muito gastronômico, harmoniza bem com frituras, carnes brancas e frios ou sozinho. O Loios, dessa safra, em especial, ganhou 86 pontos da Wine Advocate, do Robert Parker, 16 pontos da Revista de Vinhos e 15 pontos do Vinho Grandes Escolhas. Possui 12,5% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola João Portugal Ramos:

Nascido de uma longa linhagem de produtores, João Portugal Ramos licenciou-se em Agronomia pelo Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa. Estagiou no Centro de Estudos da Estação Vitivinícola Nacional de Dois Portos, após o que inicia, em 1980, no Alentejo, a sua atividade de enólogo. João Portugal Ramos planta os primeiros 5 hectares de vinha em Estremoz, onde vive desde 1988, dando início ao seu projeto pessoal. Estremoz é o primeiro local eleito por João Portugal Ramos para fazer os seus próprios vinhos, após a longa carreira como enólogo consultor na criação de vinhos nas principais regiões vitivinícolas de Portugal. A primeira vindima realiza-se em 1992 e nos anos que se seguem o vinho é elaborado em instalações arrendadas, sendo 1997 o primeiro ano em que é vinificado nas novas instalações. Desta primeira vindima, nasce o primeiro vinho próprio de João Portugal Ramos – Vila Santa. Inicia-se a construção da Adega Vila Santa, em Estremoz. Em 1997 é também a primeira colheita do Marquês de Borba Reserva e no ano seguinte nasce o Colheita, que até hoje se mantém como a marca mais forte do grupo revelando uma consistência inabalável ano após ano. Os vinhos do Grupo João Portugal Ramos estão presentes por todo o mundo, sendo líderes de vendas de vinhos portugueses em alguns países. Hoje, o enólogo tem a seu lado dois dos seus cinco filhos, João Maria no departamento de enologia e Filipa no departamento de marketing, dando continuidade ao negócio de família.

Sobre o rótulo “Loios”:

Loios é um vinho produzido no Alentejo e o seu nome deriva do título que no século XV foi atribuído aos membros da ancestral Congregação de Padres da Ordem de S. João Evangelista. Mais conhecidos por Loios, estes monges sempre estiveram profundamente ligados à história do Alentejo e em particular aos vinhos. E é em sua memória que nasce este vinho, produzido a partir de castas tradicionais da região.

Mais informações acesse:


Degustado em: 2019



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