Não é uma grande novidade dizer que os vinhos da gigante e
emblemática Alentejo é a minha preferida em Portugal. Não é novidade dizer
também que, quando tive os primeiros contatos com os rótulos portugueses, foi
com o Alentejo que as cortinas da vitivinicultura lusitana se deu.
O carinho e a predileção não são apenas com a região, com os
seus vinhos e tipicidade, com o seu terroir, mas criou-se um vínculo afetivo,
até por ter sido os primeiros a inundar as minhas humildes taças.
Evidente que a participação de mercado dos alentejanos no
Brasil é grande e a possibilidade de um primeiro contato com esses vinhos é
grande, porém, a continuidade das degustações configura-se em predileção, em
carinho para com a ensolarada região alentejana.
E o que dizer do caráter de regionalidade? O apelo regional
dos seus vinhos é imenso e os produtores parecem fazer questão de evidenciar
isso, principalmente pelo fato de ter seus rótulos exportados para todo o
mundo. São vinhos locais que ganharam o mundo e não tenha dúvida de que uma
condição acarreta na outra.
E o vinho de hoje retrata, além da força da tradição de seu
nome, mas também do apelo regional, uma definição clara de um vinho que tem bem
definido a essência de sua região, falo da Granja Amareleja.
É tão forte essa relação que o nome do vinho carrega o nome
da região. Então sem mais delongas vamos às apresentações do vinho que degustei
e gostei veio da sub-região da Granja Amareleja, no Alentejo, em Portugal e se chama
Granja Amareleja (GA) DOC com as castas típicas da região Moreto (40%),
Aragonez (30%) e Trincadeira (30%) da safra 2020. Para não perder o costume,
vamos de histórias do Alentejo e também da sua sub-região, a Granja Amareleja.
Alentejo
Situado na zona sul de Portugal, o Alentejo é uma região
essencialmente plana, com alguns acidentes de relevo, não muito elevados, mas
que o influenciam de forma marcante. Embora seja caracterizada por condições
climáticas mediterrânicas, apresenta nessas elevações, microclimas que proporcionam
condições ideais ao plantio da vinha e que conferem qualidade às massas
vínicas.
As temperaturas médias do ano variam de 15º a 17,5º,
observando-se igualmente a existência de grandes amplitudes térmicas e a
ocorrência de verões extremamente quentes e secos.
Mas, graças aos raios do sol, a maturação das uvas,
principalmente nos meses que antecedem a vindima, sofre um acúmulo perfeito dos
açúcares e materiais corantes na película dos bagos, resultando em vinhos
equilibrados e com boa estrutura. Os solos caracterizam-se pela sua
diversidade, variando entre os graníticos de "Portalegre", os
derivados de calcários cristalinos de "Borba", os mediterrânicos
pardos e vermelhos de "Évora", "Granja/Amareleja",
"Moura", "Redondo", "Reguengos" e "Vidigueira".
Todas estas constituem as 8 sub-regiões da DOC "Alentejo".
História (Passado, presente e futuro)
A história do vinho e da vinha no território que é hoje o
Alentejo exige uma narrativa longa, com uma presença continuada no tempo e no
espaço, uma gesta ininterrupta e profícua que poucos associam ao Alentejo. Uma
história que decorreu imersa em enredos tumultuosos, dividida entre períodos de
bonança e prosperidade, entrecortados por épocas de cataclismos e atribulações,
numa flutuação permanente de vontades, com longos períodos de trevas seguidos
por breves ciclos iluministas e vanguardistas.
É uma história faustosa e duradoura, como o comprovam os
indícios arqueológicos presentes por todo o Alentejo, testemunhas silenciosas
de um passado já distante, evidências materiais da presença ininterrupta da
cultura do vinho e da vinha na paisagem tranquila alentejana. Infelizmente, por
ora ainda não foi possível determinar com acuidade histórica quando e quem
introduziu a cultura da videira no Alentejo.
Mas ainda assim pode-se afirmar que a história do Alentejo
anda de mãos dadas com a história de Portugal e da Península Ibérica,
ex-hispânicos, assim como, pertencentes a época de civilizações romana, árabe e
cristãs. Em muitos lugares no Alentejo encontrar provas da civilização fenícia
existente há 3.000 anos.
Fenícios, celtas, romanos, todos eles deixaram um importante
legado da era antes de Cristo, na região que é hoje o Alentejo. Uma terra onde
a cultura e tradição caminham lado a lado. Os romanos deixaram nesta região o
legado mais importante, escritos, mosaicos, cidades em ruínas, monumentos, tudo
deixado pelos romanos, mas não devemos esquecer as civilizações mais antigas
que passaram pela zona deixando legados como os monumentos megalíticos, como
Antas.
Após os romanos e os visigodos, os árabes, chegaram a esta
terra com o cheiro a jasmim, antes da reconquista, que chegaram com a
construção de inúmeros castelos, alguns deles construídos sobre mesquitas
muçulmanas e a construção de muralhas para proteger a cidade e as cidades que
foram crescendo. Desde essa altura até hoje, o Alentejo tem continuado o seu
crescimento, um crescimento baseado na agricultura, pecuária, pesca, indústria,
como a cortiça e desde o último século até aos nossos dias, com o turismo com
uma ampla oferta de turismo rural.
Os gregos, cuja presença é denunciada pelas centenas de
ânforas catalogadas nos achados arqueológicos do sul de Portugal, sucederam aos
fenícios no comércio e exploração dos vinhos do Alentejo. Por esta época, a
cultura da vinha no Alentejo, apesar de incipiente, contava já com quase dois
séculos de história. A persistência de uma cultura da vinha e do vinho, desde
os tempos da antiguidade clássica, permite presumir, com elevado grau de
convicção, que as primeiras variedades introduzidas no território nacional
terão arribado a Portugal pelo Alentejo, a partir das variedades
mediterrânicas.
É mesmo provável, se atendermos os registros históricos
existentes, que a produção alentejana tenha proporcionado a primeira exportação
de vinhos portugueses para Roma, a primeira aventura de internacionalização de
vinhos portugueses!
A influência romana foi tão peremptória para o
desenvolvimento da viticultura alentejana que ainda hoje, dois mil anos após a
anexação do território, as marcas da civilização romana continuam a estar
patentes nas tarefas do dia-a-dia, visíveis através da utilização de
ferramentas do quotidiano, como o Podão, instrumento utilizado intensivamente
até a poucos anos. Mas foi no aproveitamento das talhas de barro, prática que
os romanos divulgaram e vulgarizaram no Alentejo, que a influência romana
deixou as suas marcas mais profundas e até hoje é difundida, dada a devida
proporção, por alguns abnegados produtores, e claro, a sua população.
Com a emergência do cristianismo, credo disseminado quase
instantaneamente por todo o império romano, e face à obrigatoriedade da
presença do vinho na celebração eucarística da nova religião, abriram-se novos
mercados e novas apetências para o vinho. A fé católica, ainda que
indiretamente, afirmou-se como um fator de desenvolvimento e afirmação da vinha
no Alentejo, estimulando o cultivo da videira na região.
Com tantas influências culturais o Alentejo sofreu com
algumas crises e a primeira se deu exatamente entre os cristãos e muçulmanos.
Embora os mulçumanos tenham se mostrando tolerante com os costumes dos povos
conquistados, consentindo na manutenção da cultura da vinha e do vinho,
sujeitando-a a duros impostos, mas autorizando a sua subsistência, logo nasceu
uma intolerância crescente para com os cristãos e os seus hábitos, manifesta no
cumprimento rigoroso e vigoroso das leis do Corão.
Inevitavelmente, a cultura do vinho foi sendo
progressivamente negada e a vinha gradualmente abandonada, reprimida pelas
autoridades zelosas das regiões ocupadas. Com a invasão muçulmana a vinha
sofreu o primeiro revés sério no Alentejo. A longa reconquista cristã da
península ibérica, riscada de Norte para Sul, geradora de incertezas e
inseguranças, com escaramuças permanentes entre cristãos e muçulmanos, sem
definição de fronteiras estáveis, maltratou ainda mais a cultura da vinha, uma
espécie agrícola perene que, por forçar à fixação das populações, foi sendo
progressivamente abandonada.
Foi só após a fundação do reino lusitano, concorrendo através
do poder real e das novas ordens religiosas, que a cultura do vinho regressou
com determinação ao Alentejo. Poucos séculos mais tarde, já em pleno século
XVI, a vinha florescia como nunca no Alentejo, dando corpo aos ilustres e
aclamados vinhos de Évora, aos vinhos de Peramanca, bem como aos brancos de
Beja e aos palhetes do Alvito, Viana e Vila de Frades.
Em meados do século XVII, eram os vinhos do Alentejo, a par
da Beira e da Estremadura, que gozavam de maior fama e prestígio em Portugal.
Desventuradamente foi sol de pouca dura! A crise provocada pela guerra da
independência, logo secundada por nova crise despertada pela criação da Real
Companhia Geral de Agricultura dos Vinhos do Douro, instituída pelo Marquês de
Pombal como justificação para a defesa dos vinhos do Douro em detrimento das
restantes regiões, com arranques coercivos de vinhas em muitas regiões, deu
matéria para a segunda grande crise do vinho alentejano, mergulhando as vinhas alentejanas
no obscurantismo.
A crise foi prolongada. Foi preciso esperar até meados do
século XIX para assistir à recuperação da vinha no Alentejo, com a campanha de
desbravamento da charneca e a fixação à terra de novas gerações de
agricultores. Nasceu então mais uma época dourada para os vinhos do Alentejo,
período que infelizmente viria a revelar ser de curta duração. O entusiasmo
despertou quando se soube que um vinho branco da Vidigueira, da Quinta das
Relíquias, apresentado pelo Conde da Ribeira Brava, ganhou a grande medalha de
honra na Exposição de Berlim de 1888, a maior distinção do certame, tendo sido
igualmente apreciados e valorizados vinhos de Évora, Borba, Redondo e
Reguengos.
Pouco anos mais tarde, decorria o ano de 1895, edificou-se a
primeira Adega Social de Portugal, em Viana do Alentejo, pelas mãos avisadas de
António Isidoro de Sousa, pioneiro do movimento associativo em Portugal.
Desafortunadamente, este período de glória viria a terminar abruptamente. Duas
décadas passadas, já na primeira metade do século XX, sobreveio um conjunto de
acontecimentos políticos, sociais e econômicos que contribuíram decidida e
decisivamente para a degradação da viticultura alentejana.
Ao embate da filoxera, somou-se a primeira das duas grandes
guerras mundiais, as crises econômicas sucessivas, e, sobretudo, a campanha
cerealífera do estado novo que suspendeu e reprimiu a vinha no Alentejo,
apadrinhando a cultura de trigo na região que viria a apelidar como
"celeiro de Portugal". A vinha foi sendo sucessivamente desterrada
para as bordaduras dos campos, para os terrenos marginais em redor de montes,
aldeias e vilas, para as pequenas courelas em redor das povoações, reduzindo o
vinho à condição de produção doméstica para autoconsumo. Em poucos anos o vinho
no Alentejo, salvo raras exceções, desapareceu enquanto empreendimento
empresarial.
Foi sob o patrocínio solene da Junta Nacional do Vinho, já no
final da década de 1940, que a viticultura alentejana ganhou a primeira
oportunidade de recobro, ainda que de forma titubeante.
O movimento associativo foi preponderante para o
ressurgimento da atividade vitícola no Alentejo. Em 1970, sob os auspícios da
Comissão de Planeamento da Região Sul, foi anunciado o estudo
"Potencialidades das sub-regiões alentejanas", coadjuvado dois anos
mais tarde pelo estudo "Caracterização dos vinhos das cooperativas do
Alentejo. Contribuição para o seu estudo", do professor Francisco Colaço
do Rosário, ensaios acadêmicos determinantes para o reconhecimento regional e
nacional do potencial do Alentejo. Associando várias instituições ligadas ao
setor e tirando proveito das sinergias criadas, o Alentejo conseguiu
estabelecer um espírito de cooperação e entreajuda entre os diversos agentes.
Com a criação do PROVA (Projeto de Viticultura do Alentejo),
em 1977, foram criadas as condições técnicas para a implementação de um
estatuto de qualidade no Alentejo, enquanto a ATEVA (Associação Técnica dos
Viticultores do Alentejo), fundada em 1983, foi arquitetada para promover a
cultura da vinha nos diferentes terroirs do Alentejo.
Em 1988 regulamentaram-se as primeiras denominações de origem
alentejanas, fundamento para o estabelecimento, em 1989, da CVRA (Comissão
Vitivinícola Regional Alentejana), garante da certificação e regulamentação dos
vinhos do Alentejo.
Granja Amareleja
A Granja-Amareleja é uma das sub-regiões de Denominação de
Origem Protegida do Alentejo. Uma região que sempre colheu os frutos das
condições naturais ótimas para a produção de vinho e do azeite. Características
únicas que conjugam as particularidades dos terrenos ao clima incomparável do
Alentejo que foram sendo aproveitados por todos os povos que por aqui passaram
e que foram explorando as potencialidades agrícolas da região, com particular
destaque para a produção vitivinícola.
Há quem se apaixone pelas paisagens, há quem prefira o calor
intenso, mas os romanos, quando passaram pelas imensas planícies alentejanas,
perceberam o valor e as potencialidades da região para a produção daquele que é
considerado como um néctar dos deuses.
E todo o Alentejo tem a marca indelével do vinho do Império
Romano, feito com uvas de videiras podadas em taça, para se defenderem do calor
inclemente do verão, e vinificado em grandes talhas de barro de inspiração
mediterrânica. Tudo terá começado no século II com a criação de grandes quintas
romanas – as famosas villae – que tinham na produção de vinho uma das suas
atividades mais rentáveis.
Os inúmeros vestígios arqueológicos da região testemunham
que, desde a técnica de produção das talhas até à vinificação, toda a sabedoria
ancestral do vinho de talha continua a ser praticada diariamente e transmitida
de geração em geração.
O exemplo do que acontecia na época romana, onde o vinho mais
venerado era o branco, ainda hoje o vinho de talha branco continua a ser o mais
respeitado e apreciado em todas as aldeias e vilas da Margem Esquerda do
Guadiana, mantendo bem vivo o gosto romano na região.
A pesagem das talhas com pez ou cera de abelhas, o desengace
e esmagamento manual das uvas com o “ripanço”, a filtração do vinho com caules
de junça, a proteção da superfície do vinho com bom azeite, são apenas algumas
das muitas práticas de adega ancestrais que continuam a ser utilizadas na
região e que fascinam qualquer enófilo culto que visita as adegas locais.
E agora finalmente o vinho!
Na taça apresenta um vermelho intenso, escuro, mas de um
reluzente brilho e tonalidades granada e lágrimas finas, em profusão e lentas.
No nariz os aromas, no início, mostraram-se fechados, mas,
com o tempo foi se abrindo, mas não revelou tanta intensidade, porém, ainda
assim, entregou aromas agradáveis de frutas vermelhas frescas, com destaque
para framboesa, morango, cereja e amora. Sentem-se também delicadas notas
florais que traz a sensação de frescor, além de especiarias, pimenta, diria,
algo de couro, defumado.
Na boca é seco, leve, saboroso, fácil de degustar, redondo,
pronto, embora tenha sentido falta da habitual estrutura dos alentejanos. As
notas frutadas são percebidas no paladar, como no aspecto olfativo, a madeira também
é mais percebida, mas de forma discreta, graças a um pequeno lote do vinho que
passou por 8 meses em barricas de carvalho, entregando ainda baunilha. Têm
taninos amáveis, ótima acidez que saliva e um final de média persistência.
O Granja Amareleja DOC é um exemplar que homenageia essa
sub-região da Denominação de Origem Alentejo, suas pessoas e sua cultura. A
casta predominante, a Moreto, uva autóctone da região, quase extinta, que é preservada
e enaltecida pela Adega Granja Amareleja, e ao lado da Aragonez e Trincadeira
produz um vinho de corpo médio, notas de frutas vermelhas maduras e muito
frescor. Um vinho voluptuoso, de personalidade como tem de ser um belo e
legítimo alentejano. Tem 14% de teor alcoólico.
Sobre a Adega Granja Amareleja:
A Cooperativa Agrícola de Granja foi fundada em 1952 com o
objetivo de rentabilizar as explorações agrícolas dos seus associados e
desenvolver a economia local. No início as suas atividades centravam-se na disponibilização
aos sócios de máquinas e equipamentos agrícolas diversos, na ceifa e moagem de
cereais, tendo para isso moinho próprio, de que ainda hoje existem as ruínas na
vizinhança das instalações, ou azenhas localizadas nas margens do rio.
Instalou, ainda, um lagar de azeite que, desde o início, vem
produzindo azeite de excelência. Desde 2001 o processo é feito com equipamento
moderno, conservando-se a instalação primitiva. O azeite lá produzido tem sido
reconhecido pela sua elevada qualidade e já conquistou uma medalha de prata a
nível nacional.
Entretanto surge a preparação de aguardente de figo, sendo
uma das quatro instalações existentes no país. Desta instalação existem, ainda,
as caldeiras e destiladores, apenas para manter a memória porque hoje este
fabrico cessou, bem como a atividade na área dos cereais e parque de máquinas.
Em 1965 a Cooperativa expandiu a sua atividade para a área do
vinho, acompanhando o desenvolvimento e instalação da vinha no Alentejo. No
primeiro ano, limitou-se a fazer a fermentação dos mostos e a preparação dos
vinhos, obtidos na Adega Cooperativa da Amareleja a partir das uvas dos
associados.
No fabrico do vinho têm vindo a ser feitos grandes
investimentos, resultando em vinhos de grande prestígio, medalhados a nível
internacional e classificados com Denominação de Origem Controlada Alentejo.
Também o investimento no lagar de azeite tem originado
azeites quase todos classificados como Extra Virgem, obtidos de azeitonas
frescas e sem qualquer adição de produtos químicos, numa mistura de variedades,
onde se destaca a galega, para a produção de azeites que vão dos menos amargos
aos mais intensos.
Mais informações acesse:
https://www.granjaamareleja.pt/
Referências:
“Clube dos Vinhos Portugueses”: https://www.clubevinhosportugueses.pt/turismo/roteiros/vinhos-da-sub-regiao-da-vidigueira-denominacao-de-origem-alentejo/
“Rota dos Vinhos de Portugal”: http://rotadosvinhosdeportugal.pt/enoturismo/alentejo-2/borba/
“Clube dos Vinhos Portugueses”: https://www.clubevinhosportugueses.pt/turismo/roteiros/vinhos-da-sub-regiao-da-vidigueira-denominacao-de-origem-alentejo/
“Rota dos Vinhos de Portugal”: http://rotadosvinhosdeportugal.pt/enoturismo/alentejo-2/borba/
“Vinhos do Alentejo”: https://www.vinhosdoalentejo.pt/pt/vinhos/historia-dos-vinhos/
“Adega Granja Amareleja”: https://www.granjaamareleja.pt/historia/
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