segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Casal Mor Bical (60%) e Arinto (40%) 2020

 

A busca por novos rótulos, com novas regiões e castas te propõe novas experiências sensoriais, te estimula a desbravar as novas histórias, caso você tenha simpatia por elas. A mim, em especial, a história não traz apenas o prazer por ela só, mas tem tido um peso preponderante para a escolha dos vinhos.

Embora quase tudo isso seja fato, algo que venho defendendo e textualizando em muitos dos meus textos, faço questão sim de afirmar e reafirmar, pois o meu momento de degustação tem sido muito especial, pois a adega tem refletido, dentro do possível, essa diversidade que fomenta tais degustações.

E já que falamos nisso, tem uma região portuguesa que eu estou, a cada dia que passa a cada rótulo degustado, se revelando maravilhosamente. Uma região tradicional, importante para o cenário vitivinícola português, mas que no Brasil, ainda não atingiu, penso a representatividade que ostenta em seu país: falo da Bairrada.

E eu não posso deixar de contar uma história e a forma como conheci a região. Eu estava assistindo a um programa de televisão, no antigo Canal Globosat, chamado “Um Brinde ao Vinho”. Eles fizeram um especial, uma temporada nas principais regiões portuguesas e a Bairrada estava na rota da equipe deste programa televisivo.

Eu fiquei maravilhado com a sua história, os seus rótulos e decidi sair à busca de um vinho, de um rótulo dessa região. Depois de alguns meses do programa de televisão eu descobri alguns rótulos, descobri um grande produtor da Bairrada que descortinou os vinhos da Bairrada aqui no Brasil e com um ótimo custo, com valores muito atrativos, que é a Adega de Cantanhede.

Mas o rótulo de hoje é de outro produtor, também tradicional na região, a Caves Primavera, e será um branco, um bom branco que tem um apelo regionalista muito forte, não caracterizado pela obviedade da região, mas pelas castas, pelas variedades que o compõe: Bical e Arinto. Quer algo mais regional que ter um branco lusitano, da Bairrada, com as castas mais famosas deste país?

Então sem mais delongas vamos às apresentações! O vinho que degustei e gostei veio da Bairrada, Portugal, e se chama Casal Mor, um branco composto pelas castas Bical (60%) e Arinto (40%) da safra 2020. Lembrando que eu já degustei a “versão tinta” deste rótulo e tive uma bela impressão, o Casal Mor Reserva da safra 2017. Antes de falar do vinho, vamos, para variar, às histórias da gloriosa Bairrada! 

Bairrada

Localizada na região central de Portugal e se estendendo até o Oceano Atlântico, especificamente entre as cidades de Coimbra e Águeda, a região vinícola da Bairrada, cujo nome é uma referência ao solo argiloso que a compõe (barro) tem clima temperado bastante favorável às vinhas.

A Bairrada é uma daquelas regiões portuguesas com grande personalidade. Apesar de sua longa história vínica, a certificação da região é recente. A Denominação de Origem Controlada (DOC Bairrada) para vinhos tintos e brancos é de 1979 e para espumantes de 1991. A Região Demarcada da Bairrada possui também uma Indicação Geográfica: IG Beira Atlântico.

Bairrada

António Augusto de Aguiar estudou os sistemas de produção de vinhos e definiu as fronteiras da região. Em 1867, vinte anos mais tarde, fundou a Escola Prática de Viticultura da Bairrada. Destinada a promover os vinhos da região e melhorar as técnicas de cultivo e produção de vinho.

O primeiro resultado prático da escola foi a criação de vinho espumante em 1890. E foi com os espumantes que a região conquistou o mundo. Frutados, com um toque mineral e boa estrutura esses vinhos tornaram-se referencias e, até hoje, fazem da Bairrada uma das maiores regiões produtoras de espumantes de Portugal. Com o passar do tempo, as criações tintas ganharam espaço.

Muito por conta do que os produtores têm feito com a Baga, casta autóctone da região. O grande responsável pelo fortalecimento internacional da região é o engenheiro Luís Pato. Conhecido como o "Mr. Baga", Pato tem um trabalho minucioso sobre as uvas, tudo para conseguir um vinho autêntico com o mínimo de interferência externa. A uva Baga, uma das principais uvas nativas de Portugal, é capaz de oferecer enorme complexidade aos rótulos que compõe.

Demonstrando muita classe e estrutura, a variedade da casta de tintos é única no seu valor e possui um fantástico potencial de envelhecimento, que atua com o vinho na garrafa durante anos após sua fabricação. Além de refinados e inimitáveis, os vinhos produzidos com esta variedade de uva apresentam muita personalidade e distinção. No passado, a Baga era conhecida por ser empregada na produção de vinhos rústicos, excessivamente ácidos e tânicos e de pouca concentração. Porém, após a chegada do genial Luís Pato, conhecido como o “revolucionário da Bairrada” e maior expoente desta variedade, a casta da uva Baga foi “domesticada”.

A localização da DOC Bairrada e suas características de clima e solo fazem dela uma região única. Paralelamente, o plantio das vinhas é feito em lotes descontínuos de pequenas proporções e faz divisa com outras culturas e outros usos de solo. Com isso, seus vinhos são de terroir, ou seja, o local onde a uva é plantada influencia diretamente em suas particularidades. Delimitada a Sul, pelo rio Mondego, a Norte pelo rio Vouga, a Leste pelo oceano Atlântico e a Oeste pelas serras do Buçaco e Caramulo, a região é composta por planalto de baixa altitude.

O solo é predominantemente argilo-calcário, mas há algumas poucas regiões com solos arenosos e de aluvião. O clima é mediterrânico moderado pelo Atlântico. A região recebe forte influência marítima do oceano Atlântico. Os invernos são frescos, longos e chuvosos e os verões são quentes, suavizados pela presença de ventos frequentes nas regiões junto ao mar. A área se beneficia de grande amplitude térmica na época do amadurecimento das uvas. A variação que pode chegar aos 20ºC de diferença entre o dia e a noite.

Decreto-Lei n.º 70/91 estabeleceu as castas autorizadas e recomendadas para produção de vinhos na DOC Bairrada. A lei descreve as diretrizes para elaboração dos vinhos tintos, rosés, brancos e espumantes. Para a produção de tintos e rosés com o selo DOC Bairrada, as castas recomendadas são Baga (ou Tinta Poeirinha), Castelão, Moreto e Tinta-Pinheira. No conjunto ou separadamente, deverão representar 80% do vinhedo, não podendo a casta Baga representar menos de 50%. As castas autorizadas são Água-Santa, Alfrocheiro, Bastardo, Jaen, Preto-Mortágua e Trincadeira.

Para os vinhos brancos as castas recomendadas são Maria-Gomes (também conhecida como Fernão Pires), Arinto, Bical, Cercial e Rabo-de-Ovelha, no conjunto ou separadamente com um mínimo de 80% do encepamento: e as autorizadas são Cercialinho e Chardonnay. O vinho base para espumantes naturais devem ser elaborados através das castas recomendadas Arinto, Baga, Bical, Cercial, Maria-Gomes e Rabo-de-Ovelha; ou das autorizadas Água-Santa, Alfrocheiro-Preto, Bastardo, Castelão, Cercialinho, Chardonnay, Jaen, Moreto, Preto-Mortágua, Tinta-Pinheira e Trincadeira.

Em 2012 foi publicada a Portaria n.º 380/2012, que atualiza a lista de castas permitidas para e das portuguesas Touriga Nacional, Castelão, Rufete, Camarate, Tinta Barroca, Tinto Cão e Touriga Franca. Vinhos elaborados com castas que não estejam relacionadas na elaboração dos vinhos DOC Bairrada.  Foi incluída recentemente uma autorização para o cultivo das castas internacionais Cabernet Sauvignon, Syrah, Merlot, Petit Verdot e Pinot Noir Decreto-Lei, não podem receber o selo de DOC Bairrada e são rotulados com o selo Vinho Regional Beira Atlântico.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um amarelo palha, claro, com discretos reflexos esverdeados, com algumas lágrimas, finas e razoavelmente lentas.

No nariz é extremamente aromático, com o protagonismo da fruta, das frutas brancas, de polpa branca e cítricas, tais como pera, maçã-verde, melão, lima e abacaxi, com um delicado e agradável floral que me traz a sensação de frescor.

Na boca é meio seco, leve, porém untuoso, com certa cremosidade em boca, enchendo-a, talvez pelo tempo curto e parcial em barricas de carvalho, cerca de 4 meses, com o processo de bâtonnage, que consiste na movimentação do mosto (suco da uva) com o auxílio de um bastão — em francês, chama-se bâton. A fruta revela, como no aspecto olfativo, o seu destaque, com acidez equilibrada, trazendo frescura e um final de média persistência e com um dulçor inusitado, mas saboroso, como o vinho se mostra.

Tem sido sempre um momento especial degustar vinhos da Bairrada, tem sido especial desbravar, a cada rótulo, a sua magistral história, as suas castas mais proeminentes, importantes e tão peculiares, graças as suas marcantes personalidades, a sua longevidade etc. O Casal Mor branco trouxe o melhor, dentro de sua proposta, das castas produzidas na Bairrada. A Bical, extremamente popular nesta região, e a Arinto, talvez a variedade branca mais cultivada em Portugal, dispensa maiores comentários. Um belo vinho. Tem 12,5% de teor alcoólico.

Sobre a Caves Primavera:

As Caves Primavera foram fundadas em 1944 por dois irmãos, Lucénio e Vital de Almeida. A empresa começou como Vinícola Primavera chamava-se Vinícola precisamente porque não possuía uma cave, e as suas primeiras instalações foram no centro da aldeia de Aguada de Baixo, a sensivelmente 800 metros das instalações atuais.

A história das Caves Primavera só foi possível devido ao esforço, dedicação e trabalho de dois grandes homens, os irmãos Lucénio e Vital de Almeida. Os fundadores iniciaram a sua atividade desde muitos jovens. Lucénio e Vital de Almeida eram homens sérios, confiantes, com enorme dedicação e que faziam uma dupla fortíssima. Sempre motivados pelos seus sonhos, conseguiram fazer com que o nome Primavera estivesse associado a algo mais do que apenas a estação do ano. Foram homens de bem, únicos, humildes, benfeitores da região, que nunca serão esquecidos.

Dois homens, Lucénio e Vital Rodrigues de Almeida foram e serão sempre os principais responsáveis pelo sucesso das Caves Primavera. Foram eles que levantaram voo e iniciaram um novo ciclo no mundo dos vinhos e deram uma nova dimensão à expressão “aí vem a Primavera”.

Primeiramente a atividade centrou-se na produção de vinhos tranquilos (inicialmente até era dedicada à produção de “pirolitos” que era uma bebida não alcoólica, com uma esfera de vidro a servir de tampão). À medida que foi crescendo, passou a diversificar a sua atividade e a necessitar de um espaço maior. Em 1954 foram inauguradas as instalações atuais, e a empresa incorporou a produção e comercialização de espumantes e licores.

A empresa passou então por uma fase de grande crescimento: alargamento da cave e a automatização de processos nos anos 1970, onde a empresa cresceu muito graças ao desenvolvimento das ex-colónias, tendo já uma vertente exportadora que se acentuou a partir de 1975, com a independência dos atuais Palops; modernização da empresa, com anos de grande fulgor comercial e aposta nos produtos engarrafados nos anos 1980; inauguração do centro de vinificação nos anos 1990, onde hoje é produzida a totalidade dos produtos Bairrada e Beiras que é comercializado e onde decorre anualmente a vindima entre Setembro e Outubro de cada ano.

Nos últimos anos foram realizadas pequenas alterações ao layout da empresa, acrescentando inovações em áreas essenciais – laboratório, zona de enchimento, equipamentos para degorgment, obtendo a certificação de qualidade da norma ISO 9001 (primeira certificação em 1999, hoje em dia certificados na norma ISSO 9001:2015), consolidando, com isso, o crescimento nos mercados externos, com destaque para os mercados escandinavos. A exportação representa atualmente cerca de 40% da nossa faturação total.

Mais informações acesse:

https://www.cavesprimavera.pt/

Referências:

Mistral: https://www.mistral.com.br/regiao/bairrada

Reserva85: https://reserva85.com.br/vinho/indicacao-geografica-ig-denominacao-de-origem-do/regioes-demarcadas-de-portugal/bairrada/









sábado, 24 de setembro de 2022

Dezzani Monferrato 2016

 

Direi, com toda certeza, que este vinho é especial! E não é especial pelo fato de ser caro, de um produtor renomado ou qualquer desses óbvios predicados. Não! Mas simplesmente por ser de uma pródiga região que aprecio muito, porém não tenho degustado muitos rótulos dessa região. Falo do Piemonte!

E como, confesso, tenho sido negligente com essa região tão especial da Itália. Talvez juntamente com a Toscana, rivalizam como uma das mais emblemáticas do “país da bota”. Como negligenciar o Piemonte terra dos “vinho dos reis”, o Barolo?

Lembro-me que o último piemontês que degustei e gostei por demais da conta fora de uma casta que, até então, era muito nova para mim e que é tida como uma das mais famosas da região, a Dolcetto, e o vinho era Sartirano Figli Dolcetto da safra 2018.

E lembro-me de outro também da famosíssima casta Barbera que eu degustei e gostei e que até hoje me traz doces lembranças pela qualidade e tipicidade: O Cantine Castelvecchio Barbera 2016.

As três castas principais do Piemonte são, além dessas acima mencionadas, é a Nebbiolo, conhecida por compor o tradicional Barolo. A Dolcetto traz a fruta e a jovialidade como carro chefe, vinhos mais básicos e leves, a Barbera, uma casta intermediária, trazendo alguma estrutura e complexidade e a Nebbiolo potente, gulosa, robusta e de grande potencial de guarda.

O meu caminho para o Piemonte, apesar de ainda pequeno, curto, com um número, confesso, reduzido de rótulos degustados, está completo com a experiência de suas principais variedades. A Nebbiolo está bem encaminhada com alguns poucos Barolos e rótulos hibernando na adega esperando o melhor momento para a sua degustação.

Mas voltando ao rótulo de hoje, além de ser especial pelo fato de retomar o meu caminho, a minha viagem ao Piemonte, revela ser também de uma sub-região piemontesa que, até algum tempo atrás desconhecia. Ah mais uma grata novidade no mundo do vinho! Trafegar neste vasto universo e conhecendo seus “mundos” tem sido simplesmente arrebatador. Falo da Monferrato!

Quando vi este rótulo que exibe, com letras garrafais, o nome da região a qual fora concebido, logo me chamou a atenção, estimulando a minha curiosidade e no site de compras mostrava um valor também muito atrativo, à época por volta dos R$39,90 e quando li a sua descrição me chamou também a atenção, pois traz um blend muito especial com duas das principais cepas da região do Piemonte: Dolcetto e Barbera, com a rainha das uvas tintas, a francesa Cabernet Sauvignon.

Então sem mais delongas vamos às apresentações, pois tem muita história a desfilar neste texto. O vinho que degustei e gostei veio, claro, da região de Monferrato, no Piemonte, na Itália, e se chama Dezzani Monferrato composto pelas castas Dolcetto (85%), Barbera (8%) e Cabernet Sauvignon (7%) da safra 2016. Vamos, antes de tecer detalhes sobre o vinho, falar do Piemonte e Monferrato.

Piemonte: a filha pródiga dos vinhos italianos

Piemonte disputa com Toscana a primazia de produzir os melhores vinhos de seu país. Situado na porção mais ocidental da Itália, fazendo fronteira com a França, também foram os gregos que deram início à produção de vinhos. Absorvido mais tarde pelo Império Romano, a zona teve um grande desenvolvimento nas atividades vitivinícolas, que só foram prejudicadas mais tarde, já na Era Cristã, durante a invasão de povos bárbaros oriundos do norte da Europa.

A nobreza medieval se encarregou de retomar o plantio das uvas e a elaboração do vinho, já nessa época surgem menções a uva emblemática da região, a Nebbiolo. Devido a forte influência francesa (a região foi, por séculos, dominada pela Casa de Savóia), por muito tempo seu vinho se assemelhou ao clarete, que era a moda na Europa de então.

Foi somente a partir do século XVIII, quando ocorreu um grande processo de renovação vinícola, que surgiu o Barolo, vinho de grande caráter e símbolo da região, para fazer sua fama. O Piemonte produz atualmente cerca de 300 milhões de litros de vinho por ano em sua área de 58 000 ha. plantadas de vinhedos.


Piemonte

Como o próprio nome indica, a região está situada ao pé da montanha - no caso, os Alpes - sendo, portanto, uma região muito acidentada. A maior parte de Piemonte está constituída por colinas e montanhas, mas sobram cerca de 26% de terras planas.

Além dos Alpes, outra cordilheira, o Apenino Ligúrio, invade também seu território. Os rios Pó e Tanaro cruzam suas terras, onde se encontram as cidades de Torino (capital), Alba, Alessandria, Asti e Novara, dentre outras. Seu solo é muito variado, com faixas de calcário e areia, outras de giz e manchas de granito e argila. Ao longo dos rios há presença de solos aluviais.

O clima é Continental, com estações bem marcadas, invernos rigorosos e verões quentes. O índice de chuvas é de cerca de 1.000 mm/ano. As uvas tintas representam dois terços da produção da zona. Além da Nebbiolo, vamos também encontrar as Barbera (a variedade mais plantada em toda a Itália), Brachetto, Dolcetto, Grignolino, Freisa e, em menor escala, algumas cepas francesas, como a Cabernet Sauvignon.

As principais castas brancas são a Arneis, Cortese, Moscato Bianco, Malvasia, Erbaluce a Chardonnay. O Piemonte produz cinco vinhos DOCG (Vinhos de Denominazione di Origine Controllata e Garantita), a elite dos vinhos italianos, são eles: Barolo, Barbaresco, Gattinara, Asti, Brachetto D' Acqui. Além desses, também saem da região 42 vinhos DOC (Denominazione di Origine Controllata) e vários Vini da Tavola de boa qualidade.


Monferrato

A região vinícola de Monferrato está localizada abaixo do rio Po, no canto sudeste da região do Piemonte, no noroeste da Itália. Como Langhe, essa área foi reconhecida como DOC em 1994.

Monferrato

Ela segue regras bastante relaxadas, permitindo a mistura de castas indígenas com castas internacionais. Esses vinhos são vendidos sob os rótulos “Monferrato Rosso” e “Monferrato Bianco”.

Também são produzidos vinhos varietais, mas essa variedade de uva deve representar pelo menos 85%. A produção de vinho tinto é dominada por variedades de uvas indígenas, incluindo Barbera, Freisa, Grignolino e Dolcetto. As variedades internacionais são lideradas por Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon e Pinot Noir.

Grande parte do terroir é ideal para a viticultura, graças ao clima continental e à drenagem gratuita, às terras aráveis. Este solo é perfeito para a produção de vinhos de alta qualidade a partir de variedades como Grignolino e Barbera. Ambos têm a clássica combinação italiana com sabores de frutas frescas e um equilíbrio entre açúcar e ácido.

Monferrato também abriga muitas pequenas partições diferentes, sendo certificada por DOC e DOCG. Estes incluem Barbera d’Asti, Moscato d’Asti. Barbera del Monferrato, sua partição DOCG Superiore, Nizza DOCG, Ruchè, Albugnano e Dolcetto di Ovado também estão localizados naquela região.

E agora finalmente o vinho!

Na taça entrega um vermelho rubi intenso, com entornos violáceos com reluzente brilho, além de lágrimas finas, em intensidade e lentas que desenham as bordas do copo.

No nariz traz notas agradáveis e aromáticas de frutas vermelhas maduras, com delicadas notas amadeiradas que aportam, graças aos 12 meses de barricas de carvalho, um leve tostado, um abaunilhado e especiarias.

Na boca é elegante, média estrutura, que lhe confere marcante personalidade. A sinergia entre a fruta madura e a madeira é evidente que o torna complexo e versátil. Volumoso em boca, graças ao álcool evidente, mas sem agredir, mostra intensidade e sabor. Tem taninos domados, redondos, média acidez, tem toques de chocolate, um envolvente defumado e um final de média persistência.

A minha “volta” ao Piemonte foi gloriosa e recheada com algumas novidades surpreendentes. Monferrato me foi apresentada e revelaram as tradições piemontesas, com grande parte de suas principais e emblemáticas castas, a Dolcetto e a Barbera. A Itália ainda se mostra nova diante dos olhos dos enófilos, enchendo, inundando de prazer as nossas humildes taças. O Dezzani Monferrato é intenso, marcante, mas elegante pelos seus seis anos de garrafa e se destacam, em uma simbiose, a fruta e a madeira. Um vinho versátil, complexo, elegante e harmonioso. Que venham mais e mais piemonteses! Tem 14% de teor alcóolico.

Sobre a Vinícola Dezzani:

Foi em 1934 quando o avô Luigi Dezzani fundou sua histórica vinícola, no momento em que era dedicada à produção e distribuição local de uvas.

A chave do sucesso obtido nos anos 70-80 foi o entusiasmo que Luigi transmitiu a seu filho Romolo, que fez Dezzani conhecido não apenas no Piemonte, mas em toda a Itália, tornando-se um dos pontos de referência da tipicidade do Piemonte.

Seguindo de acordo com a filosofia do pai, Franca, Luigi e Giovanni, terceira geração, espalharam a marca Dezzani nos mercados internacionais.

Foi uma escolha de qualidade voltada para a produção de vinhos de prestígio, posteriormente reconhecidos pelos Clientes no mundo.

Hoje, enfim, essa realidade histórica é guiada pela Família Rocca (cinco gerações no ramo do vinho) e pela Villa Rivalta (10.000 hectares e centenas de famílias coletadas em cooperativas) que estão desenvolvendo importantes sinergias tangíveis através de um controle sensível da cadeia de suprimentos, tecnologias modernas e o amor de os que vivem do vinho há séculos.

Mais informações acesse:

https://www.dezzani.it/it/

Referências:

“Revista Adega”: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/piemonte-grandiosa-regiao-italiana_8360.html

 

 

 

 


 


quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Terra do Vinho Tannat 2018

 

A série “grandes novidades” continua a todo vapor! E a cada grata e surpreendente novidade, um real e latente sentimento de arrebatamento me toma de assalto, me contamina de um prazer que somente o vinho pode proporcionar aos simples e humildes enófilos como esse que vos escreve.

E a rota dos vinhos de São Roque tem me proporcionado grande parte desses momentos únicos, singulares e, claro, surpreendentes! E mais uma vez também vem em um formato de presente, como todo e qualquer vinho, do amigo proprietário da e-commerce Pemarcano Vinhos, o Luciano Feliputti.

A sua escolha não poderia ter sido melhor: Um Tannat “made in” São Roque! Mais uma vez a rota dos vinhos de São Roque estacionou, ou melhor, inundou as minhas simplórias taças. Essa é a minha primeira vez com um Tannat da emblemática região do interior de São Paulo, tida como uma das pioneiras da vitivinicultura nacional.

A gente sempre associou o Tannat com o Uruguai e com méritos e razão! Não há como falar de Tannat e negligenciar a história do Uruguai no processo de disseminação da variedade, no que tange a sua qualidade, para o mundo. Definitivamente são os melhores!

Mas de um tempo para cá a Tannat vem ganhando em representatividade no Brasil e digo mais: com tipicidade! Vinhos com identidade de nossos terroirs. Não há como falar dos Tannats brasileiros e deixar de comentar das principais regiões como Serra e Campanha Gaúcha.

Então não se enganem que, dentre as castas tintas, a Merlot está ganhando espaço na produção de vinhos no Brasil, a Tannat também merece seu valor, sua importância. Não me lembro de exatamente quando a Tannat brasileira entrou na vida enófila, mas eu tenho as minhas “suspeitas”.

E aposto firmemente que foi por intermédio da Miolo, mais uma vez, sendo preponderante na minha história de degustação. Foi sim o Miolo Tannat reserva 2015 logo após uma grata descoberta acerca de um prêmio que ganhou, pasme, na terra da Tannat, o Uruguai.

Isso me abriu os olhos para Tannat e, a partir daí, passei a degustar, mais e mais, os Tannats brasileiros! Mas agora é mais uma página importante nesse caminhar: Um Tannat de São Roque e ainda tem, neste rótulo que apresentarei o apelo estético, trazendo um lindíssimo rótulo de um cavalo, mostrando uma associação de um animal potente e robusto como o cavalo, um animal selvagem, tanto quanto a velha Tannat!

Então sem mais rodeios, vamos às apresentações! O vinho que degustei e gostei, além de ter sido especial, é de um produtor igualmente especial, falo do Adega Terra do Vinho Tannat da safra 2018. A Adega Terra do Vinho definitivamente produz belos rótulos, dos mais simples aos mais complexos e esse Tannat não fica atrás! Então antes de tecer os comentários das minhas impressões do vinho, vamos, para não perder o costume, contar um pouco da história de São Roque.

São Roque: A terra do vinho!

A cidade de São Roque foi fundada no dia 16 de agosto de 1657, mas começou como uma grande fazenda do capitão paulista Pedro Vaz de Barros, que pertencia a uma família de bandeirantes e sertanistas. Vaz de Barros também participou de diversas Bandeiras. O fundador da cidade, também conhecido como Vaz Guaçú, contava com aproximadamente 1.200 índios que trabalhavam em suas terras, onde eram cultivados trigo e uva. Alguns anos após a morte de Vaz de Barros, seu irmão, Fernão Paes de Barros, se estabeleceu na mesma região, onde construiu uma casa e uma capela, que foram restauradas em 1945 pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a pedido do escritor Mário de Andrade, dono da propriedade.

Na região de São Roque, podem-se identificar referências à vitivinicultura desde a sua fundação, por volta do final do século XVII. Conforme informações encontradas e divulgadas pelos moradores da cidade, através da tradição oral, ou mesmo citado pelo Professor Joaquim Silveira dos Santos em seu artigo para a Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume XXXVII, nessa época toda a região pertencia a apenas três grandes proprietários de terras: Pedro Vaz de Barros, seu irmão Fernão Paes de Barros e o padre Guilherme Pompeu de Almeida, sendo que Pedro Vaz (tido como o fundador da cidade) se estabeleceu próximo da atual igreja Matriz, seu irmão mais ao norte, onde até hoje ainda se encontra a casa grande e capela Santo Antônio, e por fim a fazenda do padre Guilherme Pompeu se encontrava na hoje atual cidade de Araçariguama que faz divisa com Santana do Parnaíba.

Portanto realmente não se podem esperar grandes referências desse período da história, afinal o Brasil era apenas uma colônia e que existiam restrições da fabricação de qualquer tipo de produto em nosso solo, ou seja, em tese tudo deveria vir de Portugal, inclusive o vinho.

Outro fator que pode ter influenciado e não ter feito prosperar o cultivo da videira seria a prioridade da época de então, que era a descoberta de ouro, principalmente na região das Minas Gerais. Sabemos que São Paulo até então era somente um vilarejo sem grande importância econômica para a metrópole portuguesa, e se bem analisarmos a história da agricultura brasileira a uva e o vinho nunca foram tidos como principal interesse por parte de nossos colonizadores.

Após um período difícil, o povoado originado por Pedro Vaz foi elevado à categoria de Freguesia no dia 15 de agosto de 1768, recebendo o nome de São Roque do Carambeí. No dia 10 de julho de 1832, a Freguesia foi elevada à categoria de vila, mas o progresso do local só começou em 1838, quando começaram as lavouras de milho, algodão, arroz, mandioca e farinha de mandioca, cana de açúcar e derivados, legumes e verduras. Em março de 1846, seis anos após instalar-se na vila o destacamento da Guarda Nacional, Dom Pedro II e uma pequena comitiva permaneceram um dia na cidade de São Roque. Com a passagem de Dom Pedro II, Antônio Joaquim começou a se destacar no cenário político e, graças ao morador ilustre, São Roque foi elevada à categoria de cidade no dia 22 de abril de 1864.

Após esse longo período de estagnação, o primeiro registro oficial de plantação de uvas na região de São Roque se dá por volta de 1865, quando o Doutor Eusébio Stevaux inicia uma pequena plantação na sua fazenda em Pantojo. Pela mesma época, um colono italiano adquire uma pequena propriedade no bairro de Setúbal, alguns anos mais tarde um português na terra do então Sítio Samambaia forma um razoável vinhedo e inicia o processo de fabricação do vinho.

Dr. Eusébio Stevaux

Já em 1875 foi inaugurada a Estrada de Ferro Sorocabana, que ligou a cidade de São Paulo a São Roque e Sorocaba. Após alguns anos, em 1884, começou a grande chegada de imigrantes à cidade, fazendo com que as vinícolas aparecessem novamente e ganhassem força nos anos seguintes. Em 1924, a cidade já contava com 17.300 habitantes e foram produzidos 10 mil litros de vinho a cada ano, tendo doze produtores de vinhos, sendo cinco deles italianos.

O que possibilitou o retorno da cultura da uva e fabricação do vinho foi a importação de videiras oriundas dos Estados Unidos, pois estas eram mais resistentes ao clima brasileiro. Dentre as principais videiras trazidas estão inicialmente a “Izabel”, a “Seibel 2” (importada da França), curiosamente trazida por imigrantes italianos que se instalaram na região e posteriormente a “Niágara Branca”, oriunda da região do Alabama, EUA.

Portanto, a divisão do período da cultura vinícola de São Roque, desde a fundação da cidade até a época atual em quatro fases distintas:

1ª fase: 1657 – 1880: importação de videiras portuguesas, plantações domiciliares, sem qualquer cunho comercial, ou seja, somente para consumo próprio.

2ª fase: 1880 – 1900: Retomada da viticultura são-roquense, ainda que amadora, quase que familiar, continua voltada basicamente para o consumo e pequeno varejo. Já apresenta uma tendência a profissionalização graças às técnicas trazidas pelos imigrantes italianos e portugueses. Já se utiliza da videira americana que melhor se adaptou ao clima tropical brasileiro (talvez seja este um dos principais fatores de sucesso do cultivo da uva na região de São Roque);

3ª fase 1900 – até aproximadamente final da década de 1950: processo de industrialização e profissionalização da produção do vinho com aplicações de técnicas mais modernas permitindo assim obter resultados e desempenho melhores.

Podemos dividir esta fase primeiramente num período de início do processo de profissionalização e logo após (a partir da década de 1920), o período em que realmente a região investiu e desenvolveu as técnicas vinicultoras, durando até aproximadamente a década de 1950, onde após a massificação da produção entra num processo de decadência.

4ª fase década de 1960 – atual: esta fase engloba o processo de decadência da viticultura são-roquense. Por motivos econômicos e climáticos e até mesmo por falta de investimentos em pesquisas, que se reduziram sensivelmente tanto a qualidade como a quantidade de vinho produzido, levando ao fechamento de diversas adegas (isso principalmente a partir da década de 1980). São Roque permanecendo hoje somente com o título de “terra do vinho”, sendo que os poucos fabricantes que restaram (aproximadamente treze adegas) fabricam seu vinho não de uvas nativas de São Roque, mas sim oriundas de outras partes do Estado ou mesmo de outros estados (exemplo: Rio Grande do Sul).

Há atualmente um movimento para tentar a reversão dessa situação, porém continua bem modesto em relação a todo o histórico e números do passado no ápice do cultivo da videira em São Roque.

E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um vermelho rubi intenso, escuro, com algum brilho. Caudaloso, marca, com suas lágrimas finas e razoavelmente lentas, o bojo do copo.

No nariz tem intensidade média das notas frutadas que, discretamente, se revelam maduras, frutas vermelhas maduras, com toques herbáceos, algo vegetal, talvez e nuances florais.

Na boca é equilibrado e redondo, com corpo leve e álcool integrado. A fruta, como no aspecto olfativo, não se destaca tanto, traz um inusitado chocolate e baunilha, embora não passe por barricas de carvalho. Tem taninos domados, elegantes com uma acidez correta e um final de média persistência.

A vida com novidades sempre ganha novos motivos para continuar sendo vivida da melhor forma possível e as experiências sensoriais proporcionadas pelos nossos vinhos de cada dia traz esse “tempero” que as enche de alegrias e celebração. Vinho é celebrar, mas enveredar no seu universo é tão excitante quanto ver a nossa taça cheia. E descobrir a Tannat produzida em São Roque é como andar e conhecer todos os detalhes das ruas, das culturas, dos processos de vinificação de seus produtores, mesmo que as castas sejam de terras gaúchas. Um belo vinho, com todas as características e nuances da Tannat. Que venham mais e mais novidades arrebatadoras da terra do vinho! Tem 12,5% de teor alcoólico.

Sobre a Adega Terra do Vinho:

Em meados de 1966, a família Oliveira Santos decidiu dedicar-se a sua grande paixão: o Mundo do Vinho e abriu a Cantina Vieira Santos.

Empenho, dedicação e amor eram palavras de ordem dos irmãos, especialmente para o Moacyr. A Cantina cresceu, mudou e hoje se chama Adega Terra do Vinho. Como patriarca, certamente o Moacyr não imaginou que seu trabalho chegaria tão longe com o mesmo espírito e garra.

Sr. Moacyr

A paixão pelos vinhos fez nascer a pequena Adega do Moacyr com seus vinhos artesanais. Hoje a adega cresceu, mas continua trazendo, em cada garrafa, a mesma paixão.









sábado, 17 de setembro de 2022

El Artista Gran Reserva Tempranillo 2012

 

Há quem torça o nariz, rejeite de forma retumbante os vinhos baratos, por achar, entender que não tem qualidade ou no mínimo suspeito de uma audiência, de uma degustação. Você não encontrará complexidade, estrutura, por exemplo, em vinhos baratos! Será?

Estou dando margem à contextualização pelo simples fato de que nem sempre essa afirmativa é regra! Para toda regra há sempre exceções! Aqueles vinhos que você nem esperava certas características pelo simples fato do preço ser baixo, não condizente a valores incipientes! Será que temos de nos render a certos estereótipos?

Não quero e sequer devo entrar em detalhes técnicos que determinam os valores dos vinhos, tais como o processo de vinificação e o vinho engarrafado que, finalmente chega às mesas dos enófilos espalhados pelo mundo. Aquele esquema de processo de produção e produto final.

Sem contar que ainda tem o fator da larga produção que também estão associados a vinhos de baixa qualidade que muitos formadores de opinião do universo do vinho preconizam como tal. Como disse não quero e não devo, como um reles degustador de vinhos, entrar em pormenores sobre esses casos, talvez pelo fato de minha incapacidade técnica ou ignorância perante o caso.

Mas talvez consiga provar o contrário com exemplos práticos. Cases de sucesso que, nada mais é do que a aceitação do enófilo e um viés possível e democrático da entrada de muitos degustadores em potencial ao mundo do vinho ou a possibilidade de explorar novas possibilidades e novas propostas de vinhos de enófilos assalariados, que não tem a chance de degustar vinhos complexos, por exemplo, pelo fato de não ter um alto poder aquisitivo.

Por que estou falando tudo isso? Porque eu tive algumas surpresas surpreendentemente positivas e agradáveis com alguns vinhos espanhóis do “combo” Crianza, Reserva e Gran Reserva tidos como rótulos de complexidade e extrema personalidade o que, para muitos, seria impossível, a priori, por preços, digamos, populares e/ou acessíveis a bolsos menos favorecidos.

Vou citar alguns exemplos de vinhos que degustei e gostei que sempre estarão em meu coração e lembrança tais como o Gran Villa Gran Reserva de 2011, da região de Navarra e o Palácio del Conde Gran Reserva 2015, da região de Valência. Todos na faixa de R$ 40,00 à época da compra, há cerca de um ou dois anos atrás, aproximadamente. É possível?

É possível uma vinícola investir em um rótulo a preços baixos com essa proposta? Digo que sim! Vende pelo volume, uai! E é o que está acontecendo com um vinho que me chamou a atenção pela visibilidade, pelo lindo rótulo e, sobretudo, pela proposta! Será que o vinho é bom? Como eu estou em uma vibe de comprar espanhóis com essa proposta amadeirada e complexa dos Crianzas, Reservas e Gran Reservas, decidi apostar como muitos estão fazendo. No escuro? Talvez sim! Mas escolher e comprar vinhos, penso, é assumir riscos.

Então o comprei e, logo que o vinho deu as caras em minha casa, decidi não demorar muito para degusta-lo e o melhor: da safra 2012! Com bons doze anos de vida! O que esperar? Eu tive algumas boas surpresas. Então lá vamos nós de novo! Desarrolhei a garrafa, o vinho inundou a taça, aromas se manifestam, a cor, linda e granada, com um incomum brilho excita os olhos que estimulam os outros sentidos e..voilá!

O vinho que degustei e gostei veio da região de Valdepeñas, na Espanha, e se chama El Artista Gran Reserva, um 100% Tempranillo, da safra 2012! Alguns portais que falam sobre vinho repercutiu a chegada do El Artista, bem como confirmando o sucesso de vendas do El Artista Gran Reserva, o que é fantástico! Leia aqui uma das repercussões feitas para o rótulo!

Então antes de descrever o vinho contemos um pouco da história da Denominação de Origem (DO) de Valdepeñas e o seu terroir.

Valdepeñas

A D.O. Valdepeñas fica ao sul de Castilla La Mancha no centro da Espanha. Trata-se de uma região muito propícia para o cultivo da vinha, com um clima continental de baixo índice pluviométrico, e que registra temperaturas extremas, com máximas que superam os 40°C, e mínimas que podem ser inferiores a -10°C.

Valdepeñas

Os solos, pobres em matéria orgânica e de baixa fertilidade, obrigam as raízes das videiras a se desenvolverem, a se aprofundarem e a se fortalecerem. Nesse cenário, cultivam-se uvas que alcançam boa maturação, e que são capazes de produzir vinhos muito estruturados, complexos, aromáticos e de coloração muito profunda.

Anualmente, são produzidos cerca de 57 milhões de litros de vinho rotulados com a denominação Valdepeñas, sendo que quase 40% da produção são destinadas à exportação da Espanha para outros países.

A grande maioria dos vinhos de Valdepeñas, cerca de 77% deles, são tintos. Os brancos representam cerca de 18%, e os rosés de Valdepeñas, tradicionalmente famosos, representam apenas 5%.

A notoriedade de Valdepeñas encontra sua origem em vinhos rosés do passado, que foram lentamente dando lugar a tintos elegantes, sempre aveludados e frutados, que podem ser jovens ou envelhecidos em barris de carvalho.

A variedade mais importante de Valdepeñas é sem dúvida, a Tempranillo, que também é conhecida nessa região como Cencibel. Outras uvas autorizadas para cultivo em Valdepeñas são as tintas Garnacha, Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah e Petit Verdot, além das brancas Airén, Macabeo, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Moscatel de Grano Menudo e Verdejo.

Denominação de Origem e história

A Denominação de Origem Valdepeñas nasceu em 1932 conforme consta do Estatuto do Vinho, a produção de vinho na região remonta ao século V aC, como comprovam os estudos científicos do sítio ibérico "Cerro de las Cabezas" localizado geograficamente dentro da área que hoje é a sua área de produção.

Foi em 1968 que a Denominação de Origem Valdepeñas foi dotada do seu primeiro regulamento, que durou até 2009, altura em que se constituiu como Associação Interprofissional, criando o quadro de trabalho entre produtores e adegas, pela qualidade diferenciada no processo de viticultura e a produção e engarrafamento dos seus vinhos.

Apesar de ser mundialmente reconhecida como "Denominação de Origem Valdepeñas", sua área de produção inclui dez municípios: Valdepeñas, Alcubillas, Moral de Calatrava, San Carlos del Valle, Santa Cruz de Mudela, Torrenueva, parte do distrito Torre de Juan Abad, Granátula de Calatrava, Alhambra e Montiel.


E agora finalmente o vinho!

Na taça revela um vermelho rubi intenso, escuro, mas com reflexos granada, algo de atijolado que denota os seus dez anos de garrafa, com algumas lágrimas finas, razoavelmente lentas, mas que desenham as bordas do copo.

No nariz fica o destaque para a sinergia, a harmonia entre as notas amadeiradas e frutadas. O carvalho, com seus 18 meses estagiando, trouxe traços abaunilhados, de defumado, couro e especiarias, diria pimenta. As frutas pretas maduras, como amoras, ameixas e cereja, denunciam uma das genuínas características da Tempranillo.

Na boca é seco, untuoso, volumoso, arriscaria vibrante, contudo o tempo o tornou elegante e complexo, o equilíbrio e a harmonia da idade e notória. As notas amadeiradas se faz protagonista, bem como as notas frutadas, como assim revelou no aspecto olfativo, com taninos maduros, domados, com a acidez incrivelmente média e um final solar e persistente.

El Artista Gran Reserva é um vinho complexo, a madeira protagoniza, porém juntamente com as notas frutadas, o que é incrível aos dez anos de vida. Um vinho macio, redondo, equilibrado, entregando a elegância típica de vinhos como esse. Não esperam peso, estrutura ou algo que o valha, afinal 18 meses de barricas de carvalho com outros 18 meses em garrafa, o afinamento trará complexidade, não peso, estrutura. E o mais gratificante é degustar um vinho em uma faixa de preço extremamente acessível. É possível sim degustar um Gran Reserva espanhol com um valor competitivo e que atinja sim a todos os níveis sociais, sem taxar o vinho como aristocrático e de difícil alcance entre os enófilos indistintamente. Uma reverência aos revendedores e a vinícola que provaram que é possível degustar um vinho com tal proposta a um valor justo e possível. Democratizemos a cultura do vinho! Tem 13% de teor alcoólico.

Sobre a Bodegas Fernando Castro:

A Bodegas Fernando Castro foi fundada em 1850, é a mais antiga adega CLM sob a direção da mesma família. A família Castro começou a produzir vinhos brancos e tintos a partir de uvas cultivadas na sua propriedade em Santa Cruz de Mudela, seguindo os métodos tradicionais da região.

Desde 1895, as Bodegas Fernando Castro estão presentes nos pontos mais importantes do território nacional, graças ao conhecido Comboio do Vinho e posteriormente através da sua própria rede de transportes, conquistando a confiança dos grandes centros de compras.

Com uma localização geográfica imbatível, estando no centro de Espanha, os seus produtos chegam a qualquer ponto da geografia, o que juntamente com a ênfase na qualidade dos seus produtos e eficiência no serviço, tem facilitado a expansão do seu mercado ao máximo desde 70 países para onde exportam atualmente.

A adega Fernando Castro está localizada no centro nevrálgico da Denominação de Origem Valdepeñas. Localizada no extremo sul do planalto ibérico e bem delimitada pela planície de La Mancha a norte, os campos de Montiel a leste, Calatrava a oeste e Serra Morena a sul, Santa Cruz de Mudela preserva o património cultural e gastronómico de A Mancha.

A região contém uma abundância de solos calcários, arenosos e argilosos (avermelhados), atravessados pelo rio Jabalón e bronzeados pelo sol. Terrenos com um clima continental marcado de temperaturas extremas e baixa pluviosidade, onde as temperaturas podem ultrapassar os 40ºC e descer abaixo dos -10ºC.

Viticultores por tradição familiar, Bodegas Fernando Castro tem 380 hectares de vinhas aninhadas em torno da Finca Los Altos, supervisionadas pessoalmente pela família Castro. Os seus vinhos expressam a personalidade de uma região única, situada a 705 metros de altitude e com um clima de temperaturas extremas, os seus solos são pobres em matéria orgânica e de baixa fertilidade, condição ideal para o cultivo da vinha.

Mais de 2.500 horas de sol por ano se traduzem em uvas bem maduras e vinhos com maior intensidade de cor, estrutura ideal e poder aromático.

Atualmente, duas gerações da família Castro trabalham juntas, com o apoio inestimável de grandes profissionais que contribuem para a produção, processamento, envelhecimento e comercialização dos seus vinhos, utilizando instalações modernas, confortáveis ​​e funcionais.

Na última década, alargaram a sua gama de produtos a setores novos e emergentes como os vinhos espumantes, vinhos não alcoólicos, vinhos Kosher, vinhos biológicos e até sangrias, garantindo os mesmos níveis de qualidade e serviço nestes novos produtos.

Todos os anos os vinhos são premiados nos mais prestigiados concursos internacionais do mundo, como Berliner Wein Thophy, Mundus Vini, Sakura Japan Awards ou o Best Wine-in-Box da França.

Mais informações acesse:

https://bodegasfernandocastro.es/

Referências:

“Vinos Valdepeñas”: https://vinosvaldepenas.com/denominacion/

“Bardot Vinhos e Artes”: http://www.bardotvinhoseartes.com.br/2015/11/denominacion-de-origen-valdepenas.html











sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Monte Carlo Chardonnay 2020

 

Eu já mencionei em um de meus textos de outros vinhos que degustei e gostei das minhas “viagens” para novas experiências sensoriais, mesmo com produtores, regiões ou castas já familiarizadas por mim, em minhas andanças enófilas.

Muito ainda se pode tirar de novidade em algo que, em tese, para você não seja novo. E tenho buscado essa condição, de trazer o novo no vasto e pouco explorado universo do vinho. Temos de nos permitir viver esses momentos e nunca deixar cair na tentação silenciosa da zona de conforto com os seus rótulos preferidos.

E uma região brasileira vem me ganhando de forma incondicional: São Roque, em São Paulo! E um bom amigo vem me proporcionando isso, me agraciando com rótulos de presente, o amigo Luciano Feliputti, proprietário da Pemarcano Vinhos, um e-commerce que enaltece os pequenos produtores da região de são Roque e afins.

A missão de falar de tais vinhos me traz a novidade e o saboroso desafio de analisar as suas nuances, as suas características, além, é claro, de estimular sempre o prazer pela degustação, a celebração pelo ritual e pela nobre simplicidade por tais atos.

E o rótulo de hoje traz São Roque representado pela rainha das uvas brancas: Chardonnay. Da mesma forma que a Merlot praticamente me iniciou no mundo dos vinhos, das cepas vitis viníferas, sendo a minha casta tinta preferida por muitos anos, a Chardonnay me fez perceber que vinho branco é bom e que merece atenção e espaço nas adegas dos brasileiros.

Sempre notei que os brancos foram e ainda são vistos com certo preconceito pelo enófilo no Brasil. Sempre percebi que existe uma visão pré-concebida, e sem razões muito fortes para tal percepção triste e equivocada.

Hoje o cenário está melhor, mais favorável para os brancos ditos “tranquilos” e os espumantes que é a porta de entrada para o vinho brasileiro no mundo, a nossa “marca”! Não há, contudo, razão para que tenhamos essa visão torta dos vinhos brancos. Eu tinha essa percepção que logo foi rompida graças a Chardonnay!

Um Chardonnay de São Roque, a terra do vinho, e de um pequeno produtor! Não é um discurso romântico, sem força, mas sim a condição necessária para que, de uma vez por todas, possamos enaltecer o pequeno produtor brasileiro que, sufocada pelo poderio financeiro das grandes indústrias e o lobby dos ditos “formadores de opinião” só torna tais produtores pequenos coadjuvantes em um tão esperado processo de disseminação da cultura do vinho neste país.

Então sem mais delongas vamos às apresentações do vinho que degustei e gostei que veio da cidade tradicional na produção de vinhos do Brasil, São Roque, e se chama Monte Carlo, claro da casta Chardonnay da safra 2020. Não é, portanto, a minha primeira vez com os vinhos da Vinícola Sorocamirim, eu degustei um rótulo da casta Seibel, o Classic Sorocamirim Seibel. Antes de tecer com requintes de detalhes o vinho, vamos, para não perder o costume, a história de São Roque e a sua importância para a vitivinicultura nacional.

São Roque: A terra do vinho!

A cidade de São Roque foi fundada no dia 16 de agosto de 1657, mas começou como uma grande fazenda do capitão paulista Pedro Vaz de Barros, que pertencia a uma família de bandeirantes e sertanistas. Vaz de Barros também participou de diversas Bandeiras. O fundador da cidade, também conhecido como Vaz Guaçú, contava com aproximadamente 1.200 índios que trabalhavam em suas terras, onde eram cultivados trigo e uva. Alguns anos após a morte de Vaz de Barros, seu irmão, Fernão Paes de Barros, se estabeleceu na mesma região, onde construiu uma casa e uma capela, que foram restauradas em 1945 pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a pedido do escritor Mário de Andrade, dono da propriedade.

Na região de São Roque, podem-se identificar referências à vitivinicultura desde a sua fundação, por volta do final do século XVII. Conforme informações encontradas e divulgadas pelos moradores da cidade, através da tradição oral, ou mesmo citado pelo Professor Joaquim Silveira dos Santos em seu artigo para a Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume XXXVII, nessa época toda a região pertencia a apenas três grandes proprietários de terras: Pedro Vaz de Barros, seu irmão Fernão Paes de Barros e o padre Guilherme Pompeu de Almeida, sendo que Pedro Vaz (tido como o fundador da cidade) se estabeleceu próximo da atual igreja Matriz, seu irmão mais ao norte, onde até hoje ainda se encontra a casa grande e capela Santo Antônio, e por fim a fazenda do padre Guilherme Pompeu se encontrava na hoje atual cidade de Araçariguama que faz divisa com Santana do Parnaíba.

Portanto realmente não se podem esperar grandes referências desse período da história, afinal o Brasil era apenas uma colônia e que existiam restrições da fabricação de qualquer tipo de produto em nosso solo, ou seja, em tese tudo deveria vir de Portugal, inclusive o vinho.

Outro fator que pode ter influenciado e não ter feito prosperar o cultivo da videira seria a prioridade da época de então, que era a descoberta de ouro, principalmente na região das Minas Gerais. Sabemos que São Paulo até então era somente um vilarejo sem grande importância econômica para a metrópole portuguesa, e se bem analisarmos a história da agricultura brasileira a uva e o vinho nunca foram tidos como principal interesse por parte de nossos colonizadores.

Após um período difícil, o povoado originado por Pedro Vaz foi elevado à categoria de Freguesia no dia 15 de agosto de 1768, recebendo o nome de São Roque do Carambeí. No dia 10 de julho de 1832, a Freguesia foi elevada à categoria de vila, mas o progresso do local só começou em 1838, quando começaram as lavouras de milho, algodão, arroz, mandioca e farinha de mandioca, cana de açúcar e derivados, legumes e verduras. Em março de 1846, seis anos após instalar-se na vila o destacamento da Guarda Nacional, Dom Pedro II e uma pequena comitiva permaneceram um dia na cidade de São Roque. Com a passagem de Dom Pedro II, Antônio Joaquim começou a se destacar no cenário político e, graças ao morador ilustre, São Roque foi elevada à categoria de cidade no dia 22 de abril de 1864.

Após esse longo período de estagnação, o primeiro registro oficial de plantação de uvas na região de São Roque se dá por volta de 1865, quando o Doutor Eusébio Stevaux inicia uma pequena plantação na sua fazenda em Pantojo. Pela mesma época, um colono italiano adquire uma pequena propriedade no bairro de Setúbal, alguns anos mais tarde um português na terra do então Sítio Samambaia forma um razoável vinhedo e inicia o processo de fabricação do vinho.

Dr. Eusébio Stevaux

Já em 1875 foi inaugurada a Estrada de Ferro Sorocabana, que ligou a cidade de São Paulo a São Roque e Sorocaba. Após alguns anos, em 1884, começou a grande chegada de imigrantes à cidade, fazendo com que as vinícolas aparecessem novamente e ganhassem força nos anos seguintes. Em 1924, a cidade já contava com 17.300 habitantes e foram produzidos 10 mil litros de vinho a cada ano, tendo doze produtores de vinhos, sendo cinco deles italianos.

O que possibilitou o retorno da cultura da uva e fabricação do vinho foi a importação de videiras oriundas dos Estados Unidos, pois estas eram mais resistentes ao clima brasileiro. Dentre as principais videiras trazidas estão inicialmente a “Izabel”, a “Seibel 2” (importada da França), curiosamente trazida por imigrantes italianos que se instalaram na região e posteriormente a “Niágara Branca”, oriunda da região do Alabama, EUA.

Portanto, a divisão do período da cultura vinícola de São Roque, desde a fundação da cidade até a época atual em quatro fases distintas:

1ª fase: 1657 – 1880: importação de videiras portuguesas, plantações domiciliares, sem qualquer cunho comercial, ou seja, somente para consumo próprio.

2ª fase: 1880 – 1900: Retomada da viticultura são-roquense, ainda que amadora, quase que familiar, continua voltada basicamente para o consumo e pequeno varejo. Já apresenta uma tendência a profissionalização graças às técnicas trazidas pelos imigrantes italianos e portugueses. Já se utiliza da videira americana que melhor se adaptou ao clima tropical brasileiro (talvez seja este um dos principais fatores de sucesso do cultivo da uva na região de São Roque);

3ª fase 1900 – até aproximadamente final da década de 1950: processo de industrialização e profissionalização da produção do vinho com aplicações de técnicas mais modernas permitindo assim obter resultados e desempenho melhores.

Podemos dividir esta fase primeiramente num período de início do processo de profissionalização e logo após (a partir da década de 1920), o período em que realmente a região investiu e desenvolveu as técnicas vinicultoras, durando até aproximadamente a década de 1950, onde após a massificação da produção entra num processo de decadência.

4ª fase década de 1960 – atual: esta fase engloba o processo de decadência da viticultura são-roquense. Por motivos econômicos e climáticos e até mesmo por falta de investimentos em pesquisas, que se reduziram sensivelmente tanto a qualidade como a quantidade de vinho produzido, levando ao fechamento de diversas adegas (isso principalmente a partir da década de 1980). São Roque permanecendo hoje somente com o título de “terra do vinho”, sendo que os poucos fabricantes que restaram (aproximadamente treze adegas) fabricam seu vinho não de uvas nativas de São Roque, mas sim oriundas de outras partes do Estado ou mesmo de outros estados (exemplo: Rio Grande do Sul).

Há atualmente um movimento para tentar a reversão dessa situação, porém continua bem modesto em relação a todo o histórico e números do passado no ápice do cultivo da videira em São Roque.

E agora finalmente o vinho!

Na taça apresenta um lindo amarelo palha, translúcido, brilhante com discretos reflexos esverdeados e algumas lágrimas finas e lentas.

No nariz traz um aroma extremamente frutado, de frutas brancas e cítricas e um toque delicadamente floral que nos dá uma sensação de levez e frescor.

Na boca corrobora a refrescância e leveza, bem como as notas frutadas, com um leve dulçor que não é enjoativo, em virtude da fermentação interrompida pelo produtor, dando-lhe um paladar de um “demi-sec”. Traz uma untuosidade e cremosidade, uma madeira no fundo, graças aos 5 meses que passou em barricas de carvalho com um final persistente.

Mais uma vez e como sempre me sinto um privilegiado por degustar rótulos de São Roque e sempre com novidades, afinal há muito a se explorar na “terra do vinho”, uma região tradicional e mesmo com a queda de sua força vitivinícola, é sustentado pela sua história e produtores pequenos com ideias e determinação grandes em continuar a disseminar o terroir desta região e a força dos pequenos produtores. E por falar em produtores, estive conversando com os representantes da Vinícola Sorocamirim para buscar detalhes do Monte Carlo Chardonnay e eles me falaram que a fermentação dele foi interrompida, dando-lhe um paladar de um “demi-sec”. O que muito surpreendeu, mostrando leveza, sabor, mas entregando alguma personalidade e até mesmo complexidade, graças a curta passagem por barricas de carvalho. Que venham mais e mais gratas novidades de São Roque. Tem 11,5% de teor alcoólico.

Sobre a Vinícola Sorocamirim:

A Vinícola Sorocamirim foi fundada no dia 27 de julho de 1956, com 58 anos de muitas conquistas e histórias, sendo considerada uma das vinícolas mais artesanais de toda a região de São Roque.

Seus vinhos são elaborados a partir de uvas selecionadas, garantindo um excelente sabor. Entre os vinhos mais apreciados estão o "Monte Carlo" tinto meio Seco, e o tinto seco, armazenados em barris de carvalho francês e americano.

Entre os clássicos estão a linha dos vinhos "Sorocamirim", tinto seco, licoroso rosado, e muitos outros. A vinícola está localizada em uma região serrana, com clima propício para fabricação de vinhos.

Toda a produção dos vinhos Sorocamirim é feita de maneira artesanal, com a combinação de processos de fabricação tradicionais.

Mais informações acesse:

https://www.facebook.com/Vinhos-Sorocamirim-742876082473899

Referências:

“Assembleia Legislativa de São Paulo”: https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=301135

“Blog do Lullão”: http://www.lullao.com/p/historia-do-vinho-em-sao-roque.html?m=1

“Sites Google”: https://sites.google.com/site/historiadovinhodesaoroque/home/historia-do-vinho-de-sao-roque