Sempre fui
um amante dos vinhos com forte apelo regional. Degustar vinhos com essa proposta
te remete às características mais peculiares do terroir do vinho e o
Douro te proporciona isso. O Douro é a região demarcada mais
antiga do planeta, garantindo as credenciais para grandes e emblemáticos
vinhos. Uma das características, já que delas falei mais importantes do Douro
são as suas encostas, com os seus socalcos, que é uma técnica agrícola e de
conservação do solo empregada em terrenos muito inclinados, permitindo o seu
cultivo e, simultaneamente, o controle da erosão hídrica.
E esse vinho
traz as suas uvas dessas encostas, um vinho que degustei e gostei muito, da
jovem vinícola, criada em 2010, Parras Wines, chamado 370 Léguas Reserva, com a
denominação DOC (Denominação de Origem Controlada) da safra 2013, com as
típicas castas da região Tinta Roriz (35%), Touriga Franca (35%) e Touriga
Nacional (30%).
Na taça
apresenta um vermelho rubi intenso, vibrante com entornos violáceos com
lágrimas finas e em média intensidade.
No nariz com
aromas exuberantes de frutos vermelhos, com toques de ameixa e cereja negra e
toques de especiarias.
Na boca é
estruturado, com bom corpo e volume de boca, mas elegante, macio, fácil de
degustar, com a presença marcante de frutas, toque equilibrado da madeira, graças
aos 8 meses da passagem por barricas de carvalho, esta muito bem integrada ao
vinho, com taninos presentes, sedosos, com boa acidez e um final de média
persistência.
Um belo vinho
com características evidentes do Douro, apresentando personalidade, mas muito
harmonioso, fresco e de complexidade paladar e caráter frutado. Tem 13,5% de
teor alcoólico.
Curiosidades
sobre o rótulo:
O Tratado de
Tordesilhas, celebrado entre o Reino de Portugal e o recém-formado Reino da
Espanha para dividir as terras "descobertas e por descobrir" por ambas
as Coroas fora da Europa. Este tratado surgiu na sequência da contestação
portuguesa às pretensões da Coroa espanhola resultantes da viagem de Cristóvão
Colombo. O tratado definia como linha de demarcação o meridiano 370 léguas a
oeste da ilha de Santo Antão no arquipélago de Cabo Verde. Esta linha estava
situada a meio-caminho entre estas ilhas (então portuguesas) e as ilhas das
Caraíbas descobertas por Colombo, no tratado referidas como "Cipango"
e Antília. Os territórios a leste deste meridiano pertenceriam a Portugal e os
territórios a oeste, à Espanha.
Sobre a
Parras Wines:
A Parras
Vinhos de Luís Vieira nasce no ano de 2010, atualmente com sede em Alcobaça,
onde também está instalada a unidade de engarrafamento do grupo. Cinco anos
depois, com a empresa consolidada e voltada para o mercado internacional, surge
a necessidade de se fazer um reposicionamento de marca e “vesti-la” de outra
forma, mais atual. É assim que no início de 2016 aparece a Parras Wines, mais
jovem, mais flexível, e numa linguagem universal para que possa ser facilmente
compreendida por todos, mesmo os que estão além-fronteiras. Descendente de um
pai e de um avô que sempre trabalharam com vinho, Luís Vieira é o único dono
deste projeto. Aos cinco anos caiu num depósito de vinho e quase morreu
afogado, não fosse um colaborador do avô na altura, que atualmente é seu, tê-lo
salvo. Hoje, recorda com graça esse episódio e diz mesmo que simboliza o seu
“batismo nestas andanças do vinho”. Luís Vieira nasce no ano de 1972, na
freguesia de Fátima. Em 1996 conclui Economia na Universidade Católica de
Lisboa, e depois de completar o curso tem uma breve passagem pela Argentina
para gerir uma empresa de porcelanas que pertencia à família. Mas, cedo, a sua
paixão pela cultura vitivinícola faz com que regresse a Portugal, e em 1999 dá
o pontapé de saída para o que é hoje a Parras Wines, com a aquisição da Quinta
do Gradil. A empresa começa então a formar-se com terra própria na Região
Vitivinícola de Lisboa, mais exatamente na freguesia do Vilar, Cadaval, com
duzentos hectares de propriedade em extensão, sendo que 120 são hoje de vinha
plantada. Na mesma região do país, um bocadinho mais acima, na zona de Óbidos,
a Parras Wines é também responsável pela exploração de 20 hectares de vinha que
dão origem aos vinhos Casa das Gaeiras. Com sede em Alcobaça, nas antigas
instalações de uma fábrica de faianças, deu-se início a uma nova área de
negócio – uma Unidade de Engarrafamento de Bebidas, que hoje serve também de
sede à Parras Wines e que se chama Goanvi. Cinco anos mais tarde, em 2010,
constitui-se então a Parras Vinhos, hoje Parras Wines. Para além de terra na
Região de Lisboa, o grupo começou paralelamente a produzir vinhos de outras
regiões do país. Através de parcerias com produtores locais, a empresa consegue
assim dar resposta às necessidades globais que iam surgindo do mercado,
produzindo vinhos do Douro, Vinhos Verdes, Dão, Lisboa, Tejo, Península de
Setúbal e Alentejo.
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