segunda-feira, 23 de março de 2020

370 Léguas Reserva 2013



Sempre fui um amante dos vinhos com forte apelo regional. Degustar vinhos com essa proposta te remete às características mais peculiares do terroir do vinho e o Douro te proporciona isso. O Douro é a região demarcada mais antiga do planeta, garantindo as credenciais para grandes e emblemáticos vinhos. Uma das características, já que delas falei mais importantes do Douro são as suas encostas, com os seus socalcos, que é uma técnica agrícola e de conservação do solo empregada em terrenos muito inclinados, permitindo o seu cultivo e, simultaneamente, o controle da erosão hídrica.

E esse vinho traz as suas uvas dessas encostas, um vinho que degustei e gostei muito, da jovem vinícola, criada em 2010, Parras Wines, chamado 370 Léguas Reserva, com a denominação DOC (Denominação de Origem Controlada) da safra 2013, com as típicas castas da região Tinta Roriz (35%), Touriga Franca (35%) e Touriga Nacional (30%).

Na taça apresenta um vermelho rubi intenso, vibrante com entornos violáceos com lágrimas finas e em média intensidade.

No nariz com aromas exuberantes de frutos vermelhos, com toques de ameixa e cereja negra e toques de especiarias.

Na boca é estruturado, com bom corpo e volume de boca, mas elegante, macio, fácil de degustar, com a presença marcante de frutas, toque equilibrado da madeira, graças aos 8 meses da passagem por barricas de carvalho, esta muito bem integrada ao vinho, com taninos presentes, sedosos, com boa acidez e um final de média persistência.

Um belo vinho com características evidentes do Douro, apresentando personalidade, mas muito harmonioso, fresco e de complexidade paladar e caráter frutado. Tem 13,5% de teor alcoólico.

Curiosidades sobre o rótulo:

O Tratado de Tordesilhas, celebrado entre o Reino de Portugal e o recém-formado Reino da Espanha para dividir as terras "descobertas e por descobrir" por ambas as Coroas fora da Europa. Este tratado surgiu na sequência da contestação portuguesa às pretensões da Coroa espanhola resultantes da viagem de Cristóvão Colombo. O tratado definia como linha de demarcação o meridiano 370 léguas a oeste da ilha de Santo Antão no arquipélago de Cabo Verde. Esta linha estava situada a meio-caminho entre estas ilhas (então portuguesas) e as ilhas das Caraíbas descobertas por Colombo, no tratado referidas como "Cipango" e Antília. Os territórios a leste deste meridiano pertenceriam a Portugal e os territórios a oeste, à Espanha.

Sobre a Parras Wines:

A Parras Vinhos de Luís Vieira nasce no ano de 2010, atualmente com sede em Alcobaça, onde também está instalada a unidade de engarrafamento do grupo. Cinco anos depois, com a empresa consolidada e voltada para o mercado internacional, surge a necessidade de se fazer um reposicionamento de marca e “vesti-la” de outra forma, mais atual. É assim que no início de 2016 aparece a Parras Wines, mais jovem, mais flexível, e numa linguagem universal para que possa ser facilmente compreendida por todos, mesmo os que estão além-fronteiras. Descendente de um pai e de um avô que sempre trabalharam com vinho, Luís Vieira é o único dono deste projeto. Aos cinco anos caiu num depósito de vinho e quase morreu afogado, não fosse um colaborador do avô na altura, que atualmente é seu, tê-lo salvo. Hoje, recorda com graça esse episódio e diz mesmo que simboliza o seu “batismo nestas andanças do vinho”. Luís Vieira nasce no ano de 1972, na freguesia de Fátima. Em 1996 conclui Economia na Universidade Católica de Lisboa, e depois de completar o curso tem uma breve passagem pela Argentina para gerir uma empresa de porcelanas que pertencia à família. Mas, cedo, a sua paixão pela cultura vitivinícola faz com que regresse a Portugal, e em 1999 dá o pontapé de saída para o que é hoje a Parras Wines, com a aquisição da Quinta do Gradil. A empresa começa então a formar-se com terra própria na Região Vitivinícola de Lisboa, mais exatamente na freguesia do Vilar, Cadaval, com duzentos hectares de propriedade em extensão, sendo que 120 são hoje de vinha plantada. Na mesma região do país, um bocadinho mais acima, na zona de Óbidos, a Parras Wines é também responsável pela exploração de 20 hectares de vinha que dão origem aos vinhos Casa das Gaeiras. Com sede em Alcobaça, nas antigas instalações de uma fábrica de faianças, deu-se início a uma nova área de negócio – uma Unidade de Engarrafamento de Bebidas, que hoje serve também de sede à Parras Wines e que se chama Goanvi. Cinco anos mais tarde, em 2010, constitui-se então a Parras Vinhos, hoje Parras Wines. Para além de terra na Região de Lisboa, o grupo começou paralelamente a produzir vinhos de outras regiões do país. Através de parcerias com produtores locais, a empresa consegue assim dar resposta às necessidades globais que iam surgindo do mercado, produzindo vinhos do Douro, Vinhos Verdes, Dão, Lisboa, Tejo, Península de Setúbal e Alentejo.

Mais informações:

https://www.parras.wine/pt/

Degustado em: 2018




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