Os vinhos
rosés são tradicionalmente conhecidos por serem jovens, frescos e frutados. Vinhos
descomplicados, informais e que harmoniza com o nosso clima, majoritariamente
ensolarado e quente. Infelizmente, talvez por conta dessa proposta, o rosé
ainda tem um nível alto de rejeição pelos brasileiros. Acham que é um vinho
inexpressivo, simplório ou ainda um vinho destinado ao público feminino apenas.
Uma bobagem desmedida! O vinho rosé deve ser entendido como uma proposta e, convenhamos
bem consistente para, como disse, o nosso clima e não como um vinho ruim, por
favor. Mas eu observo também problemas estruturais! Os poucos vinhos rosés
ofertados no Brasil, sendo eles rótulos nativos ou de outros países, são muito
caros, em total dissonância com a proposta da maioria desses vinhos. Sabemos
que o vinho no Brasil tem é caro, o Custo Brasil é absurdo, mas um rosé leve e
frutado custar acima de 50 reais, por exemplo, é vergonhoso. Acredito que esse
também seja um fator que impacta no baixo consumo desse tipo de vinho no
Brasil. Mas não é só de vinho rosé leve e frutado que vivemos. Tive o prazer e
a oportunidade de degustar um que, além de ser frutado, leve e fresco,
apresentava estrutura de um vinho tinto, sim!
O vinho rosé
que degustei e gostei veio da solar Austrália, da região de Langhorne Creek, da
conhecida vinícola Bremerton Wines, o Matilda Rosé da casta Syrah, safra 2012.
No visual já
começa a surpreender pela cor muito bonita, um rosado com um tom mais
avermelhado que o habitual, límpido e escuro, com lágrimas finas e breves.
No nariz
muita fruta madura em compota, como morango, groselha, cereja.
Na boca
replica-se as impressões olfativas, seco, com algum amargor instigante, aquele
picante típico da casta, com certa estrutura, mas macio, fácil de degustar,
sendo fresco e muito saboroso, com pouca acidez e final frutado e de média
persistência.
Um vinho especial,
versátil e que harmoniza muito bem com pratos leves a comidas um pouco mais
condimentadas, incluindo massas e carnes grelhadas. Tem 13% de teor alcoólico.
Uma curiosidade sobre o rótulo do Matilda: a cachorrinha estampada no rótulo
comendo as uvas do cacho é uma homenagem a cadela Matilda, que era dos donos da
vinícola e que andava pelas vinhas comendo as uvas e fazendo as suas
traquinagens. Rótulo bonito e descontraído como a Austrália.
Sobre a
Bremerton Wines:
Bremerton
Wines & Bremerton Vineyards fazem parte da empresa familiar Willson,
Bremerton Vintners Pty Ltd, na região geográfica de Langhorne Creek, no sul da
Austrália. Langhorne Creek é único, pois fica no solo rico da planície de
inundação do rio Bremer e é conhecida como uma região de clima frio,
relativamente livre de doenças e produtora de frutas de qualidade
excepcionalmente alta e consistente. A brisa fresca e fresca do lago
Alexandrina proporciona um microclima de dias de verão ameno a quente e noites
frias, perfeitas para o longo amadurecimento das uvas, produzindo sabores de
clima intenso e procurado. A área foi estabelecida pela primeira vez na década
de 1850, quando Frank Potts, um construtor de navios inglês, pegou uma trilha
de terra e plantou uvas. O distrito cresceu para 450 hectares de vinha até
1990, quando a expansão começou, levando-o a aprox. 6000 ha - a segunda maior
região de cultivo de uvas do sul da Austrália. Quando compramos a propriedade
"Bremerton Lodge", de 40 ha, em 1985, era uma fazenda irrigada de
Lucerna (Alf-alfa). Os
vinhos Bremerton evoluíram em 1988, quando nosso primeiro vinho, 57 dúzia de um
Cabernet Sauvignon foi feito com uvas compradas de um vizinho. Continuamos
experimentando pequenos lotes de frutas nos próximos cinco anos, lançando um
Shiraz em 1991. Após três anos de vinificação experimental, uma análise da
produção agrícola foi realizada e dois blocos foram identificados como
adequados para o cultivo de uvas e oferecendo um melhor retorno por hectare. As
primeiras uvas foram plantadas em 1991 - 2 hectares de Cabernet Sauvignon e 1,5
ha de Shiraz, seguidos por 2 hectares de Cabernet e 2 ha de Shiraz em 1992. Uma
grande inundação ocorreu em 18 de dezembro de 1992, afogando a lucerna e
causando grandes danos à fazenda e aos edifícios. Isso exigiu uma revisão do
futuro e, portanto, foi aqui que foi tomada a decisão de prosseguir com a
indústria da uva para vinho, pois a propriedade estava em uma área vinícola tão
renomada. Um plano estruturado foi realizado para transformar a fazenda de
lucerna em vinhedos e expandir lentamente a produção de vinho. Em 1992, 1993 e
1994, foram plantados mais 40 hectares de videiras, constituídos por Cabernet
Sauvignon, Shiraz, Malbec, Merlot, Verdelho, Chardonnay e Sauvignon Blanc. Em
1993, foi tomada a decisão de se tornar vinicultores comerciais, com a abertura
da porta da adega em 1994 e o lançamento de dois vinhos brancos e um terceiro
tinto - uma mistura de Cabernet / Shiraz / Merlot. Hoje, a variedade pode
variar até 18 vinhos, um terço dos quais são exclusivos da Cellar Door e da
Bremerton Wine Society. Agora, com 120 hectares de vinhedos de alta qualidade e
uma vinícola moderna, nossa produção de vinho aumentou de 680 dúzias em 1993
para 23.000 dúzias em 2005 e agora varia entre 34-40.000 dúzias. As vendas
abrangem todos os principais estados da Austrália, com exportações para o Reino
Unido, Hong Kong, Canadá, Suíça, Alemanha, Cingapura, Brasil, Holanda, China,
Filipinas e Dubai. A enóloga Rebecca Willson e a gerente de marketing, Lucy
Willson, focaram a gama de vinhos da família em vinhos individualizados e de
alta qualidade. Eles deram a Bremerton uma posição forte no mercado de vinhos
altamente competitivo, com o primeiro rótulo de Rebecca aos anos - o Cabernet
Sauvignon de 1997 conquistando um troféu e classificado como o terceiro melhor
Cabernet na Austrália pela revista Winestate. Desde então, as Willson Sisters
levaram a Bremerton a se tornar uma das marcas mais conhecidas da região
vinícola de Langhorne Creek, no sul da Austrália. Nos últimos 11 anos, a Bremerton
Wines foi premiada com a vinícola James Halliday 5 estrelas, que nos classifica
entre os 5% melhores de todas as vinícolas australianas.
Mais
informações acesse:
Haa confrade Bruno, esse rótulo estou namorando há muito tempo e bem curioso em saber seus aromas, sua resenha descreve um excelente vinho rosé australiano que é novidade e nunca vi por aqui, lindo rótulo e cor fantástica, parabéns pela partilha, saúde!!
ResponderExcluirSem dúvida, o apelo visual já faz com que nos rendamos ao vinho. Um rosé com uma cor intensa, vivaz, forte, diria que é um rosé com a intensidade de um tinto! Belo australiano! Matilda é demais! Recomendo o tinto também, um corte típico australiano: Shiraz e Cabernet Sauvignon. Saúde!
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