sexta-feira, 20 de março de 2020

Matilda Rosé Syrah 2012


Os vinhos rosés são tradicionalmente conhecidos por serem jovens, frescos e frutados. Vinhos descomplicados, informais e que harmoniza com o nosso clima, majoritariamente ensolarado e quente. Infelizmente, talvez por conta dessa proposta, o rosé ainda tem um nível alto de rejeição pelos brasileiros. Acham que é um vinho inexpressivo, simplório ou ainda um vinho destinado ao público feminino apenas. Uma bobagem desmedida! O vinho rosé deve ser entendido como uma proposta e, convenhamos bem consistente para, como disse, o nosso clima e não como um vinho ruim, por favor. Mas eu observo também problemas estruturais! Os poucos vinhos rosés ofertados no Brasil, sendo eles rótulos nativos ou de outros países, são muito caros, em total dissonância com a proposta da maioria desses vinhos. Sabemos que o vinho no Brasil tem é caro, o Custo Brasil é absurdo, mas um rosé leve e frutado custar acima de 50 reais, por exemplo, é vergonhoso. Acredito que esse também seja um fator que impacta no baixo consumo desse tipo de vinho no Brasil. Mas não é só de vinho rosé leve e frutado que vivemos. Tive o prazer e a oportunidade de degustar um que, além de ser frutado, leve e fresco, apresentava estrutura de um vinho tinto, sim!

O vinho rosé que degustei e gostei veio da solar Austrália, da região de Langhorne Creek, da conhecida vinícola Bremerton Wines, o Matilda Rosé da casta Syrah, safra 2012.

No visual já começa a surpreender pela cor muito bonita, um rosado com um tom mais avermelhado que o habitual, límpido e escuro, com lágrimas finas e breves.

No nariz muita fruta madura em compota, como morango, groselha, cereja.

Na boca replica-se as impressões olfativas, seco, com algum amargor instigante, aquele picante típico da casta, com certa estrutura, mas macio, fácil de degustar, sendo fresco e muito saboroso, com pouca acidez e final frutado e de média persistência.

Um vinho especial, versátil e que harmoniza muito bem com pratos leves a comidas um pouco mais condimentadas, incluindo massas e carnes grelhadas. Tem 13% de teor alcoólico. Uma curiosidade sobre o rótulo do Matilda: a cachorrinha estampada no rótulo comendo as uvas do cacho é uma homenagem a cadela Matilda, que era dos donos da vinícola e que andava pelas vinhas comendo as uvas e fazendo as suas traquinagens. Rótulo bonito e descontraído como a Austrália.

Sobre a Bremerton Wines:

Bremerton Wines & Bremerton Vineyards fazem parte da empresa familiar Willson, Bremerton Vintners Pty Ltd, na região geográfica de Langhorne Creek, no sul da Austrália. Langhorne Creek é único, pois fica no solo rico da planície de inundação do rio Bremer e é conhecida como uma região de clima frio, relativamente livre de doenças e produtora de frutas de qualidade excepcionalmente alta e consistente. A brisa fresca e fresca do lago Alexandrina proporciona um microclima de dias de verão ameno a quente e noites frias, perfeitas para o longo amadurecimento das uvas, produzindo sabores de clima intenso e procurado. A área foi estabelecida pela primeira vez na década de 1850, quando Frank Potts, um construtor de navios inglês, pegou uma trilha de terra e plantou uvas. O distrito cresceu para 450 hectares de vinha até 1990, quando a expansão começou, levando-o a aprox. 6000 ha - a segunda maior região de cultivo de uvas do sul da Austrália. Quando compramos a propriedade "Bremerton Lodge", de 40 ha, em 1985, era uma fazenda irrigada de Lucerna (Alf-alfa). Os vinhos Bremerton evoluíram em 1988, quando nosso primeiro vinho, 57 dúzia de um Cabernet Sauvignon foi feito com uvas compradas de um vizinho. Continuamos experimentando pequenos lotes de frutas nos próximos cinco anos, lançando um Shiraz em 1991. Após três anos de vinificação experimental, uma análise da produção agrícola foi realizada e dois blocos foram identificados como adequados para o cultivo de uvas e oferecendo um melhor retorno por hectare. As primeiras uvas foram plantadas em 1991 - 2 hectares de Cabernet Sauvignon e 1,5 ha de Shiraz, seguidos por 2 hectares de Cabernet e 2 ha de Shiraz em 1992. Uma grande inundação ocorreu em 18 de dezembro de 1992, afogando a lucerna e causando grandes danos à fazenda e aos edifícios. Isso exigiu uma revisão do futuro e, portanto, foi aqui que foi tomada a decisão de prosseguir com a indústria da uva para vinho, pois a propriedade estava em uma área vinícola tão renomada. Um plano estruturado foi realizado para transformar a fazenda de lucerna em vinhedos e expandir lentamente a produção de vinho. Em 1992, 1993 e 1994, foram plantados mais 40 hectares de videiras, constituídos por Cabernet Sauvignon, Shiraz, Malbec, Merlot, Verdelho, Chardonnay e Sauvignon Blanc. Em 1993, foi tomada a decisão de se tornar vinicultores comerciais, com a abertura da porta da adega em 1994 e o lançamento de dois vinhos brancos e um terceiro tinto - uma mistura de Cabernet / Shiraz / Merlot. Hoje, a variedade pode variar até 18 vinhos, um terço dos quais são exclusivos da Cellar Door e da Bremerton Wine Society. Agora, com 120 hectares de vinhedos de alta qualidade e uma vinícola moderna, nossa produção de vinho aumentou de 680 dúzias em 1993 para 23.000 dúzias em 2005 e agora varia entre 34-40.000 dúzias. As vendas abrangem todos os principais estados da Austrália, com exportações para o Reino Unido, Hong Kong, Canadá, Suíça, Alemanha, Cingapura, Brasil, Holanda, China, Filipinas e Dubai. A enóloga Rebecca Willson e a gerente de marketing, Lucy Willson, focaram a gama de vinhos da família em vinhos individualizados e de alta qualidade. Eles deram a Bremerton uma posição forte no mercado de vinhos altamente competitivo, com o primeiro rótulo de Rebecca aos anos - o Cabernet Sauvignon de 1997 conquistando um troféu e classificado como o terceiro melhor Cabernet na Austrália pela revista Winestate. Desde então, as Willson Sisters levaram a Bremerton a se tornar uma das marcas mais conhecidas da região vinícola de Langhorne Creek, no sul da Austrália. Nos últimos 11 anos, a Bremerton Wines foi premiada com a vinícola James Halliday 5 estrelas, que nos classifica entre os 5% melhores de todas as vinícolas australianas.

Mais informações acesse:

http://www.bremerton.com.au/

Degustado em: 2016


2 comentários:

  1. Haa confrade Bruno, esse rótulo estou namorando há muito tempo e bem curioso em saber seus aromas, sua resenha descreve um excelente vinho rosé australiano que é novidade e nunca vi por aqui, lindo rótulo e cor fantástica, parabéns pela partilha, saúde!!

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    1. Sem dúvida, o apelo visual já faz com que nos rendamos ao vinho. Um rosé com uma cor intensa, vivaz, forte, diria que é um rosé com a intensidade de um tinto! Belo australiano! Matilda é demais! Recomendo o tinto também, um corte típico australiano: Shiraz e Cabernet Sauvignon. Saúde!

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