Foi tardia a minha descoberta da casta Torrontés. E graças as
minhas pesquisas e viagens pelo conhecimento do mundo do vinho, descobri a
casta por gostar muito dos vinhos da região de Mendoza. Li sobre a cepa e me
deixei envolver por suas características, pelo que poderia oferecer e
atualmente vinhos com a casta não pode ficar muito tempo ausente de minha
humilde adega, mas certamente há muito a explorar as riquezas da Torrontés que
é uma das castas mais produzidas da Argentina, juntamente com a Malbec, a
Bonarda e o Cabernet Sauvignon. E já que enalteci tanto a Torrontés, antes de
falar do rótulo que degustei e gostei, se ficou interessado, segue link com o
histórico da uva, do portal: Wines of Argentina.
E vamos ao vinho que degustei e gostei, que é ótimo, um dos
melhores que já bebi da cepa: Ele veio da tradicional Bodega Vistalba de um
rótulo bem conhecido, o Tomero, da casta Torrontés, é claro, da safra 2014, da emblemática região de Mendoza.
No visual dispõe de um amarelo palha, límpido, com reflexos
esverdeados muito brilhantes com algumas lágrimas escorrendo desenhando as
paredes da taça.
No olfato é intensamente aromático e que remete a flores
brancas, com nuances frutas cítricas como limão, lima, ensaiando uma frescura e
jovialidade.
No paladar é frutado, com corpo médio, mostrando certa
untuosidade e até mesmo, diria, cremosidade, tem acidez proeminente bem
integrada, revelando seu frescor e um caráter jovem e descompromissado, com
agradáveis toques de mineralidade.
Um vinho de estrutura, personalidade, mas que abre mão de seu
frescor, de sua jovialidade, como tem de ser o ícone Torrontés. Apesar de ter
14,5% de teor alcoólico, mostra-se bem integrado ao conjunto do vinho sem
comprometer em nada a sua proposta.
Sobre a Bodega Vistalba:
Vistalba é uma propriedade rural familiar constituída por uma
longa extensão de vinhedos, onde é realizado o plantio e colheita das uvas e
também o armazenamento dos vinhos. A fazenda localiza-se na cidade de Mendonza,
Argentina, onde o progresso da viticultura começou cedo, no século XVI, junto
com a colonização espanhola. A história da marca Vistalba começou há mais de 60
anos, quando a família Pulenta iniciou o plantio de videiras na região. A família
foi uma das precursoras na indústria do vinho daquela região, e até é hoje é
uma das referências do país. A empresa é reconhecida pela dedicação na
elaboração de vinhos elegantes e completos. Carlos Pulenta, atual presidente e
proprietário da Bodega Vistalba é a segunda geração de uma família com larga
tradição nesta arte. Ele recorda que em sua infância percorria uma grande
extensão de vinhedos junto a seu pai. Revela também que cresceu ao redor dos
barris de vinho e possui imensa paixão pelo assunto. Sua adoração pelos vinhos
é tão profunda quanto sua experiência no assunto. Antes de comandar a Bodega
Vistalba, Carlos fundou a Bodega Peñaflor – Trapiche, deixando-a para assumir a
presidência das Bodegas Salentein. Além destas destacadas atividades no mundo
do vinho, também foi Presidente da Bolsa de Comércio de Mendonza e é Consul
Honorário da Finlândia, Reino Unido e Reino dos Países Baixos. A Vistalba
produz vinhos de corte de uvas cultivadas no Vale de Vistalba e chamados simplesmente
de Corte A, B e C. Cada corte representa seu próprio e completo universo. Em
sua produção usa as cepas Malbec, Cabernet Sauvignon, Merlot e Bonarda que
variam anualmente. Para cada corte selecionam o melhor de cada colheita e são
tratados e armazenados na moderna unidade que construíram.
Sobre os rótulos “Tomero”:
É a expressão das diferentes variedades de uvas que proveem
dos vinhedos Vistalba, localizados no Valle de Uco. A partir da seleção das
uvas com as melhores características, nascem os vinhos Tomero, 100% varietais.
A origem do nome é uma homenagem ao nobre ofício do homem que tem a chave da
torneira do coração de Mendoza, e é responsável por abrir e fechar a entrada de
água, proveniente da Cordilheira dos Andes, que irriga fazendas e vinhedos. Os
vinhos Tomero são frescos e jovens. Cada um deles expressa de maneira
particular as características da varietal que o compõe. A figura do Tomero no
rótulo é uma homenagem ao trabalhador responsável pela distribuição e manejo da
água destinada à irrigação dos campos, tarefa vital para o desenvolvimento do
plantio da região. As uvas dos vinhos Tomero provêm da grande propriedade rural
“Los Alamos”, localizada na região de mesmo nome, na cidade de Tunuyán, próxima
à Mendonza. São 352 hectares de área
cultivada de vinhedos e nogueiras. Os primeiros cultivos aconteceram em 1980 e
tem se seguido ano após ano. As uvas provenientes da fazenda Los Alamos
transformam-se em vinhos na bodega Vistalba.
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